O escritório do Sr. Pierce era realmente impressionante. Moderno e arrojado refletindo a personalidade do seu proprietário que se encontrava nas Bahamas naquele exato momento.

“Não gosta de praias?” Natasha pergunta distraidamente enquanto caminha pelo escritório analisando as coisas.

“Precisei voltar mais cedo. Meu tio quer que eu foque no trabalho.” Ele responde e pega uma garrafa de Whisky e enche um copo.

Eles haviam passado direto pela secretaria e agora estavam exatamente onde Natasha precisava estar.

“Servida?” o copo é estendido à sua frente e ela o pega.

“Obrigada.” Agradece e se senta sobre a mesa cruzando as longas pernas. O homem observa o movimento como um lobo que observa sua presa.

“Você é linda.” Ele sussurra.

Natasha sorri constrangida. Sua mente trabalhava a mil pensando numa forma de tira-lo do escritório por alguns segundos. Tempo no qual ela grampearia o telefone e procuraria algumas provas.

“Eu gostaria de mais gelo.” Ela fala e o homem caminha até ela que estende o copo.

Em um time perfeito Nathan tenta ao mesmo tempo pegar o copo e tocar a mão de Natasha, que se aproveita disso e larga o copo, que desliza pelo peito do homem derramando todo o seu conteúdo e se partindo em vários pedaços ao tocar no chão.

“Oh meu Deus! Me desculpe!” ela pede fazendo menção de descer da mesa para ajudá-lo.

“Não, não! Tá tudo bem!” o homem fala se afastando. “É melhor não pisa nos cacos para não se machucar. Vou pedir a Alice que venha limpar essa bagunça.” Ele avisa.

“Sua camisa...” ela comenta olhando o estrago que o whisky havia causado na camisa branca.

“Eu vou limpar isso no banheiro. Me aguarde aqui.” Fala num tom autoritário e sai do escritório com passos rápidos.

Assim que a porta é fechada Natasha salta com agilidade da mesa, evitando pisar nos cacos e começar seu trabalho. O telefone é rapidamente grampeado e as gavetas abertas e reviradas. Natasha fotografa tudo o que considera importante e volta a guarda-los nos seus devidos lugares. O som de passos é ouvido e ela se senta novamente a mesa, na mesma posição que estava antes.

A secretaria lhe lança um olhar questionador, mas ela ignora e continua olhando um grande quadro na parede ao seu lado esquerdo.

“Gosta de arte abstrata?” A secretaria pergunta de forma sarcástica.

“Não muito. Prefiro a arte pós impressionista de Van Gogh.” Responde e a secretaria a encara. “Porque não há câmeras aqui dentro?” Natasha pergunta voltando o olhar para a secretaria que varria o resto do copo.

“O Sr. Pierce preza pela privacidade dele.” A secretaria responde se retirando da sala.

Natasha observa a mulher sair. Ela havia mentido ou realmente não sabia da existência da pequena câmera? Ela caminha até o quadro e observa a pequena câmera localizada acima do mesmo. Em seguida, retira um pequeno aparelho eletrônico e conecta a mesma. Ela tem acesso a todas as gravações e rapidamente as grava para si. Ao ouvir os passos novamente, dessa vez seguido da voz de Nathan Pierce, ela apaga todas as informações que a câmera havia registrado nos últimos 30min e a programa para voltar a gravar dentro de 10.

“Demorei?” Nathan pergunta adentrando o escritório. Seus olhos pousam sobre a figura imóvel da loira sentada na mesa.

“Sua camisa!” Natasha exclama vendo a mancha que havia na mesma. Definitivamente ele havia destruído a camisa numa tentativa de limpa-la.

“Acidentes acontecem.” Murmura constrangido.

“Acho melhor irmos... não acho que seu tio vai gostar de saber que você trouxe visitas aqui.” Ela fala descendo da mesa e indo até o homem que permanecia parado.

“Podemos ir a outro lugar.” Sugere.

“Claro que podemos.” Ela fala e dá um leve selinho em Nathan. “Um outro dia...” completa.

Ela pega a bolsa que estava sobre um pequeno sofá e sai do escritório sendo seguida por Nathan.

“Você não pode ir embora.” Ele fala e ela para.

“Desculpe pela sua camisa.” Ela pede e olha sobre o ombro do homem parado a sua frente “Eu desço primeiro e daqui a 5minutos você desce. Te espero no saguão.” Ela murmura e aperta o botão do elevador.

O homem observa ela entrar no mesmo e as portas se fecharem com um sorriso conquistador nos lábios.

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“Desculpe. Isso parecia mais fácil antes.” Sharon comenta enquanto observa Steve arrumando uma mesa.

Mesmo com todos os garçons e pessoas responsáveis, ela precisara dele para organizar uma mesa para 8 pessoas.

“Tudo bem.” Ele fala com um sorriso. Ao terminar ele analisa seu trabalho. “Precisa de mais alguma coisa?”

“Acho que já te incomodei o suficiente.” Sharon fala.

Os dois permanecem em pé, se encarando. Ambos sentiam como se houvesse mais coisas a serem ditas.

“Sharon, sobre hoje mais cedo... me desculpe.” Steve pede e a mesma arregala os olhos surpresa. “Eu acho que fui um tanto grosseiro com você.”

“Não Steve, tá tudo bem. Eu entendo que você não confie em mim e....”

“Eu confio em você!” o loiro exclama. “Você se mostrou muito confiável nesse meio tempo que tem trabalhado aqui. Só não quero te encher com meus problemas.”

“Todo mundo tem problemas Steve e você assim como todo mundo, não pode carrega-los sozinho.” Sharon fala num tom compreensivo.

O loiro parece pesar suas palavras. Realmente toda a situação só era de conhecimento de Bucky e do seu irmão Thor. Talvez ter a opinião de uma mulher ajudasse. As mulheres entendiam a cabeça umas das outras, certo?

“Meu casamento está em crise.” Ele fala.

“Que tipo de crise?”

“Do tipo que pode arruinar tudo se não for resolvida logo.” Ele responde.

“Eu não sou muito boa com relacionamentos, mas se você me explicar o que exatamente está acontecendo, eu posso tentar ajudar.” A loira oferece.

“Eu e a Natasha estamos casados a 5 anos e....”

“Natasha? Você nunca me disse o nome da sua esposa.” Sharon comenta.

“Desculpe por isso. Natasha Romanoff Rogers.” Ele fala o nome completo da esposa.

“É um nome... diferente. Romanoff. É ucraniano?” pergunta curiosa.

“Russo.” Steve a corrige. “Ela não é russa, apenas tem ascendência russa.” Esclarece.

“Então ela deve ser ruiva.”

“Com certeza. Completamente ruiva. Com os olhos verdes.” O loiro pega o celular e rapidamente mostra uma foto da esposa para Sharon que observa atentamente.

“Nossa, ela é linda!” exclama surpresa.

“Sim, muito.” O loiro concorda com admiração na voz.

“E qual o problema entre vocês?”

“Ela não quer ter filhos.”

“Porque?” Sharon pergunta com o cenho franzido.

“Essa é a pergunta que eu também me faço.” Suspira “ela me disse que nós não temos tempo para cuidar de uma criança com toda a dedicação que elas exigem. Mas eu acho que tem mais alguma coisa.” Explica.

“E o que você acha que é?”

“Não sei. Ela diz que não quer abrir mão do trabalho. Ela deu duro para chegar onde está e ama o que faz.”

“E o que ela faz?”

“É advogada.” Steve responde.

“Advogada? Ela não tem cara de advogada...” comenta e Steve a encara.

“O que você quer dizer com isso?”

“Nada. Foi apenas uma observação.” Ela dá de ombros. “Ela tem porte de modelo.” Comenta baixinho arrancando um sorriso do loiro, que é acompanhado por ela.

Do lado de fora do restaurante, mais precisamente na calçada, uma outra loira observava a cena pelos vidros da entrada do restaurante.

“Quem é essa vadia?” Natasha se pergunta em voz alta.