A New Chance. escrita por Izzie


Capítulo 29
Capítulo 29


Notas iniciais do capítulo

Olá, meus amores.
Eu peço desculpas por quaisquer erros de gramatica ou de ortografia que houver dentro do capítulo, também peço desculpas pelo atraso, houve alguns imprevistos que estavam me impedindo de escrever ou de pensar em capitulo, mas, eu consegui resolver esses imprevistos e tô aqui. E também agradeço a todos que estejam acompanhando a fic, por não terem desistido dela...amo vocês ♥
Eu espero que gostem e boa leitura.



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Ao abrir as portas, Mac saiu do elevador a caminhou até a recepção do hospital. No enorme balcão centralizado no meio da sala de recepção, ele se aproximou e perguntou a mulher sentada por trás do mesmo se ela havia visto quem esperava por ele, recebendo um não como resposta.  Ao sair do hospital, Mac conseguiu enxerga-lo de cabeça baixa sentado em um dos bancos de concreto que ficavam perto das portas, ele caminhou e se sentou ao lado do amigo, o silencio entre os dois durou no máximo cinco minutos.

— Você se lembra daquele doce que ela trouxe de Grécia ? – Ele quebrou o silencio. – Como era o nome dele mesmo ? – Indagou.

Mac o olhou e Danny ergueu a cabeça e devolveu o olhar a Mac, seus olhos vermelhos e ainda molhados entregou que ele havia chorado. 

— Eu não me lembro. – Negou. – Era um nome grego que só ela conseguia pronunciar. – Danny sorriu e concordou.

O silencio voltou a ficar entre os dois amigos, eles observavam o movimento, as pessoas que entravam e saiam do prédio. Danny fechou os olhos e respirou fundo, Mac o observou, as lagrimas teimosas escorreram pelo rosto de Daniel Messer.

— Danny. – O chamou.

— Eu não sei se consigo, Mac. – Sussurrou. – Ver ela daquele jeito, naquele estado... – Ele parou e olhou para o chefe. – Eu imaginava que quando a visse de novo, a primeira coisa que eu iria ver era o sorriso dela. – Danny sorriu ao lembrar do sorriso da amiga.  – Mas, isso não vai acontecer, não é ?! Não tão cedo.

— Eu sinto muito. – Ele lamentou.

— Ela ficava tão frustrada. – Ele desviou o olhar. – Eu via o jeito dela, a forma que ela ficava quando não conseguia falar com você, você nunca tinha um tempo para ela. – Mac se incomodou com a revelação. – O tempo estava passando, ela estava perdendo os dias e isso a machucava, eu conseguia ver. – Sussurrou as ultimas palavras. – E tudo o que eu queria fazer era ir atrás de você e te bater até você notar as coisas. – Mac o olhou. – Acho que nunca senti tanta raiva de você, Mac. – Ele voltou a olha-lo. – Deus! Eu ficava pensando em como você conseguia fazer aquilo? Como era possível ?! Você a machucava todos os dias e todos os dias ela ainda estava ali tentando olhar nos seus olhos e falar que estava indo embora, ela se importava em contar aquilo, ela queria te contar o que iria acontecer na vida dela, nas nossas vidas e você nunca tinha tempo para ela, você não conseguia parar um minuto sequer da sua vida para ouvi-la. – Mac sentiu as lagrimas queimarem seus olhos.

— Você pode me bater agora se quiser.  – Sussurrou. – Eu sei que mereço.

— É, você merece. – Concordou. – Mas, eu sei que está pagando pelos erros que cometeu, eu nunca vi você assim, acho que foi provado o que no fundo sabíamos sobre vocês. – Mac franziu o cenho confuso. – Quando Shane apareceu na minha vida e me aterrorizou em relação a Lindsay e a Lucy, se lembra do que me disse?

Mac concordou.

— Todo mundo tem um ponto fraco e nossos inimigos sabem disso e é lá que vão tentar atingir. – Danny recitou a frase dita por Mac há anos atrás. – Stella sempre foi o seu e conseguíamos ver isso, como você ficava quando algo a envolvia, a chateava, a colocava em risco. Foi realmente uma pena vocês não terem enxergado isso.

Mac respirou fundo e desviou o olhar de Danny.

— Você quer ir vê-la ? – Mac indagou.

— Como eu disse, não sei se consigo. – Negou. – Eu fui acostumado a ver ela sorrindo e desfilando pelos corredores, rindo das minhas piadas sem graça, me aconselhando quando eu precisava, brincando comigo em meio as investigações e me desejando boa sorte quando você me chamava. – Mac sorriu. – Ver ela presa a tubos, sem o brilho, é como se não fosse ela. – Eles se olharam. – Me desculpe, Mac, eu realmente queria... – O choro fez com que ele parasse.

— Está tudo bem, Danny. – Colocou a mão em seu ombro. – Não tem porque se desculpar, eu entendo o que está sentindo, vê-la daquele jeito não está sendo fácil nem pra mim, nem pra ninguém. – Danny concordou.

— Ela vai ficar bem, não é, Mac?!

— Eu não sei, Danny. – Negou. – Mas, eu espero que fique.  

...

” – Oi querida. – Ele entrou na sala de analises. – Achou alguma coisa ?

Stella olhou para trás e viu Danny se aproximando. Ela sorriu e ele devolveu o sorriso.

— Eu pensei que já tivéssemos conversado sobre isso, Danny. – Danny se sentou ao lado dela.

— Está falando sobre as evidencias ou a intimidade ? – Stella arqueou as sobrancelhas. – Me desculpe, eu só estou aproveitando os últimos momentos. – O olhar dela se tornou em um repreensivo. – Me desculpe, de novo.

Stella voltou a olhar o material no qual trabalhava, Danny a observou por alguns segundos, ambos calados, até que o Messer abriu a pasta que carregava.

— Eu tenho aqui os exames toxicológicos e a identidade da nossa vítima. – Ele olhava os papeis. – O nome dele é Jason Hepburn, vinte e três anos, morava no Kansas e estava em Nova York cursando jornalismo, ele estuda na ... – Lia as informações obtidas.

— Acha que é um erro? – Ela o interrompeu. – Acha que estou cometendo um erro, Danny? – Ele a olhou.

Os olhos verdes expressavam ansiedade e medo, brilhantes, eles esperavam uma resposta.

— Seja sincero comigo, por favor !!  – Pediu. – Eu decepcionei vocês?

Danny respirou fundo e sua mente trabalhou rápido, havia tantas coisas que ele queria dizer a ela mas sabia que a reposta de sua pergunta provavelmente a deixaria mais triste em partir do que já estava.

— Não, Stell, você não desapontou a gente, você nunca seria capaz de fazer isso. – Negou. – Apesar de estar triste por estar perdendo a minha melhor amiga e nunca conte a Lindsay que eu te disse isso. – Stella riu. – Eu estou feliz por você, Stella, e muito orgulhoso.

— Sério? – Sussurrou. – Porque eu sinto que estou desapontando vocês, magoando vocês com essa decisão. – A expressão triste partia o coração de Danny.

— Stell, somos sua família e amamos você! – Declarou-se. – Não importa o que decida na sua vida, eu sei e te prometo que estaremos aqui por você... – Os olhos dela se enchiam. – Pelo menos eu estarei aqui por você, como você sempre esteve aqui por mim. – Sorriu e ela devolveu o gesto. – E eu quero que me prometa três coisas antes de ir!

— Bom, eu já fiz promessa para todos então, manda.

— Primeiro e claro a mais importante: Se cuide... – Ela abriu um sorriso maior.

— Não se coloque em risco e fique viva. – O interrompeu. – Acertei?

— Sim, acertou. – Concordou. – Segunda: Me prometa que não vai olhar para trás e se culpar por erros de outros. – Danny desviou o olhar para fora da sala e Stella seguiu, ela prendeu a respiração por alguns segundos, Mac passava acompanhado de Lindsay e Sheldon.  – A não ser que for olhar para trás para voltar, ai você pode fazer isso. – Ela o repreendeu com o olhar.

— Danny, não torne mais difícil, não você. – Ele concordou frustrado. – Disse que está orgulhoso de mim, não pode fazer isso.

— Me desculpe. – Lamentou. – É quase incontrolável. – Ela o abraçou. – Eu estou muito orgulhoso de você, e isso me leva a terceira promessa, Bonasera.

— Qual? – Sussurrou em meio ao abraço.

— Me prometa que vai mostrar aquelas pessoas como um nova iorquino de verdade faz. – Ela riu das palavras. – Mostre a eles como se ergue uma cidade de volta, como uma mulher de verdade faz. – O abraço se tornou mais forte. – Mostre a eles quem é Stella Bonasera, ok querida ?! – Ela se afastou com um sorriso nostálgico em seus lábios.

— Eu prometo que vou cumprir as minhas promessas, não se preocupe, querido. – Danny devolveu o sorriso. – Promete cuidar das minhas meninas?

— Eu vou, fique tranquila, é o que eu mais amo fazer. – Sussurrou. – Mais algum pedido?

— Você sabe que sim. – Ele franziu o cenho. – Cuida dele por mim, tá ?!  Eu sei que já pedi isso para todos e por milhares de vezes ... – Danny segurou a mão dela.

— Eu cuido dele, Stell, não se preocupe. – Interrompeu. – Vamos fazer o que sempre fizemos uns pelos outros. – Ela sorriu emocionada.

— Obrigada, Danny. – Apertou a mão do amigo.

— É coisa de família, não precisa agradecer. – Ele desenhou um sorriso. – Foram vocês quem me ensinaram a fazer isso, se lembra? Vocês dois acreditaram em mim e não meu passado, me defenderam quando me acusaram, estiveram comigo sempre que precisei e eu nunca precisei pedir isso, vocês sabiam e estavam lá por mim e comigo, vocês são padrinhos da minha filha e ela é louca por vocês, assim como eu sei que são por ela. – Stella respirou fundo e conteve as lagrimas. – Vocês dois me ensinaram o significado de família e que seja nos bons ou nos piores momentos, não importa, vamos sempre cuidar uns dos outros, como uma verdadeira família faz. – A lagrima solitário escorreu pelo rosto da grega.

— Uau. – Ela limpou o rastro. – Eu acho que meu trabalho com você terminou. – Ele soltou um risinho.

— Acha que posso voar sozinho agora? – Ela riu.

Stella o abraçou fortemente, ele sentia ela segurar o choro, ele apenas retribuiu aquele gesto tão forte quanto a saudade que iria sentir.

— Você está pronto para voar, Messer. – Ela sussurrou. – E mais pronto ainda para começar a ensinar a Lucy a fazer isso. – Ele sorriu em meio aos cachos meios presos e meios soltos. – Eu amo você, querido.”

...

Já fazia alguns minutos que Mac havia voltado para dentro do hospital, e Daniel Messer se encontrava perdido em meio ao vento que fazia lá fora, ele respirou fundo lentamente, os momentos divertidos com a velha amiga passavam pela sua mente e aquilo só aumentava a vontade de chorar o medo que sentia de não vê-la mais.

— Eu não posso fazer isso. – Pensou consigo e limpou os rastros das lagrimas em seu rosto.

...

Já de volta ao quarto de Stella, ele estava parado no pé da cama a observando distante. Ele suspirou com o peso do arrependimento.

— Eu sou um grande idiota. – Murmurou. – E você merece coisa melhor que eu !

A leve batida na porta fez ele olhar para trás e ver a enfermeira parada.

— Tem alguém querendo vê-lo, senhor. – Ela avisou e Mac concordou.

Ele caminhou até a porta, a enfermeira saiu e antes que pudesse sair, ele voltou ao olhar para Stella. Mac fechou a porta e deu alguns passos, conseguindo assim visualizar Danny parado no balcão o olhando.

— Danny, o que ainda faz aqui? – Indagou surpreso.

— Eu quero vê-la, Mac. – Sussurrou. – Eu sei o que eu disse agora pouco, mas, eu prometi que estaria aqui para ela como ela já esteve por mim tantas vezes e agora é minha vez de segurar na mão dela e dizer que vai ficar tudo bem!  

— Danny, não é permitido visitas a essa hora. – Negou. – Eu posso até falar com o médico dela, mas, eu não sei se consigo uma visita agora.

— Por favor, Mac. – Pediu. – Eu preciso mostrar para ela que eu estou aqui. – Os olhos dele se encheram.

— Não se preocupe, eu vou falar com ele. – Danny assentiu.

...

Danny estava escorado e de cabeça baixa no balcão, o chão liso, totalmente branco e brilhante era o seu ponto fixo de olhar. Ele sentiu a mão encostar em seu ombro, ele se ergueu lentamente. Depois de mais de vinte minutos, Mac estava ali parado e de frente para ele com a resposta do médico.

— Eu consegui! – Ele sentiu um alivio banhar seu peito. – Cinco minutos no máximo, eu queria ter conseguido mais mas está fora do horário de visita e eles querem que ela descanse. – Ele assentiu.

— Está ótimo, Mac. – Desenhou um sorriso. – Obrigado, chefe. – Agradeceu.

— Não precisa me agradecer, você era tão melhor amigo dela quanto eu. – Colocou a mão sobre o ombro de Danny. – Vem, eu vou te levar até o quarto.

Mac e Danny caminharam pelo mesmo trajeto que Mac havia feito há alguns minutos atrás antes de sair novamente do lado da amada/ melhor amiga. Parados em frente a porta, Mac o olhou.

— Você tem certeza? – Danny respirou fundo.

— Eu tenho. – Concordou. – Somos uma família e não importa o momento, vamos estar sempre uns pelos outros. – Mac assentiu.

Danny abriu a porta e entrou no quarto silencioso, da porta ele já viu a amiga deitada entre fios e tubos, suas pernas tremeram por alguns segundos e ele respirou fundo. Aos poucos ele se aproximou da cama, seus olhos a olhavam de cima a baixo, a palidez da sua pele, seus olhos fechados e seu sorriso interditado pelo tubo trazia o sentimento de estranheza. Ele olhou para o lado e viu a poltrona, Danny se sentou na mesma.

— Oi querida. – Sorriu com o antigo carinho.

A falta de resposta o quebrou por dentro. Ele tampou sua boca para não sair o grito de angustia que guardava, ele alisou sua mão e a segurou com cuidado e manteve seu olhar fixo na mesma.

 – Você sempre nos pediu para cuidar dele, mas, nós nunca pedimos para alguém cuidar de você, nós falhamos nessa parte porque nem mesmo nós fizemos isso. – Ele sentiu as lagrimas queimarem. – Deveríamos ter cuidado melhor de você, ter ido te visitar mais vezes, ter implorado para você se cuidar mais, implorado para que tomasse mais cuidado, que fizesse isso por você e por todos que te amam e que te querem viva. – As lagrimas rolaram e ele as limpou. – Eu sinto sua falta. – Admitiu em meio ao sussurro. – Eu realmente sinto, e queria que nunca tivesse ido, tudo seria melhor se estivesse aqui, eu sei disso e todo mundo também. Eu sinto falta dos nossos momentos, das brincadeiras, eu ainda me lembro da vez que  ajudou eu e o Don a pregar uma peça em Sheldon e Adam no Halloween, no fim acabamos que quase matando o Sid do coração com aquela brincadeira. – Ele sorriu. – Eu e você formávamos uma dupla incrível, se lembra? – Ele a olhou pela primeira vez enquanto conversava. – Eu aposto que sim, você sempre se lembra.

Depois de alguns segundos em total silencio, ele sabia que os seus cinco minutos estavam acabando.

— Qual é, Stell ?! – Ele encostou a mão dela segurada pela dele em seu rosto molhado. – Essa família não funciona sem você. – Ele fechou os olhos por alguns segundos.

Ele imaginou o que ela diria ao ouvir aquilo, a voz dela em meio a um belo e debochado sorriso repetindo “Tão dramático, Messer” o fez sorrir, era a cara dela dizer aquilo e ainda continuar rindo por ele estar chorando.

— É, você definitivamente diria que estou sendo dramático e com mais certeza ainda iria rir da minha cara por chorar. – Ele a olhava dormir serena. – Mas, eu prometi a você que estaria aqui caso precisasse e eu vou cumprir minha promessa, mas, ainda tem que cumprir a sua, se lembra?! Prometeu ficar viva, você prometeu pra mim e para o resto da equipe, então, apenas volte e fique conosco como desde sempre deveria ter ficado. – Acariciou a mão da amiga. – Estamos aqui te esperando, como uma família. – Ele devolveu a mão dela para o colchão. – A sua família, Stell. – Ele se levantou e acariciou de leve o rosto dela. – E se por alguma razão não formos motivos suficientes para você voltar, lembre-se que existe uma criança que é louca por você e ela precisa da madrinha porquê ... – Ele segurou a vontade de chorar ao falar de Lucy. – Porque você, Stella Bonasera, foi e é a melhor decisão que eu e Lindsay tomamos pela nossa bebê e se eu nunca te disse isso antes, me desculpe, mas, eu prometo que vou te dizer todos os dias da minha vida, mesmo que eu tenha que te ligar só para falar isso, eu vou fazer. – Ele limpou o rosto que era ocupado por lagrimas. – Eu amo você, ok querida ?! – Ele sussurrou.

...

Novamente sozinhos! Danny já havia partido e durante aquela madrugada tudo estava normal, ela ainda dormia profundamente em seu coma, as enfermeiras vinham checa-la de uma em uma hora, seus sinais e sua condição continuavam os mesmo, estável porem fraca.

As mensagens de sua mãe perguntando como estava eram respondidas garantido que tudo estava bem, se ele estivesse ali com ela, velando mais um de seus sonos, então Mac estava bem e não importava quão longa as horas eram ou quão dura e desconfortável era as poltronas. Mac mesmo ao seu lado sentia o medo perturba-lo, se ele a perdesse-a tudo mudaria, as coisas desabariam da pior forma, sua vida mudaria de um jeito sem modo reverso.

— Senhor? – A voz interrompendo seus pensamentos o fez procurar pelo som.

A mulher trajada de uniforme azul claro estava parada com a porta entreaberta, o olhando séria.

— Me desculpe. – Lamentou. – Algum problema? – Os olhos de Mac viu o homem e a mulher parados do lado de fora olhando para ele através da janela de vidro do quarto.

Logo o rosto conhecido também se revelou, o coração de Mac bateu mais forte assim como sua intuição. O homem do outro lado o encarava sério.

— O senhor tem visitas. – Ela avisou e ele assentiu.

A enfermeira saiu e fechou a porta, Mac deixou a mão de Stella, na qual ele tinha sua mão por cima e se levantou com o coração acelerado á pulos. Ele saiu do quarto e fechou a porta, as janelas enormes de vidro na parede serviam para a monitorização da enfermagem para com a paciente. Os dois pares de olhos azuis se trombaram firmemente ao Mac pisar para fora do quarto.

— Mac. – Quinn o cumprimentou.

— Quinn. – Assentiu.

— Mac, esses são Rosalie Stone e Anthony Keller, são de Nova Orleans, trabalham com a Stella e são amigos dela. – Ela olhou os dois. – Esse é Mac Taylor, ele é um grande amigo da Stella.

— Era. – A voz do homem ao lado fez Quinn e Rosalie o encararem.  – Pelo que eu me lembre, ele nem sequer falava mais com ela.

— Anthony. – A detetive de cabelos longos o repreendeu. – Muito prazer, detetive Taylor. – O cumprimentou.

Mac apenas consentiu.

— Como ela está? – Indagou preocupada.

Mac conseguia ver o estado nos olhos da mulher desconhecida, ela parecia aflita por notícias, o que o confortou pois demonstrava um bom sinal, Stella havia encontrado boas pessoas naquela cidade, não só um novo alguém mas com certeza, novos amigos.

— Stella perdeu muito sangue por conta dos tiros, a cirurgia dela foi complicada e ela teve algumas complicações durante a mesma, além de alguns problemas graves que ela acabou desenvolvendo durante o sequestro, ela não estava conseguindo oxigenar sozinha, seu corpo não estava conseguindo receber o oxigênio necessário, então, eles precisaram induzi-la ao coma. – Rosalie respirou fundo. – Ela não apresentou nenhum sinal de melhora desde ontem, mas, os médicos estão confiantes sobre ela, dizem que precisamos dar tempo a ela. – Ela concordou.

— Eu quero vê-la. – Anthony se pronunciou.

— Você não pode. – Negou. – Pelo menos não agora. – A seriedade que fazia jus ao nome de Mac se fazia presente em seu tom e em sua expressão.

— Por que não? Você estava lá dentro! – Apontou através do vidro. – Eu quero ver ela e eu vou. – Se aproximou.

— Anthony. – Quinn o tocou.

— Não, Quinn. – Negou. – Eu quero vê-la, é um direito meu. – Olhou para as duas. – Ele não é nada dela, eu sou.

— Me desculpe, mas, eu não posso deixar. – Mac se colocou na frente dele. – Eu sou o responsável por ela e o horário de visitas é só daqui algumas horas.

— Eu sou namorado dela, detetive Taylor, e não importa que essa seja sua cidade... – Negou. – Aquela é minha namorada, e eu não vou ouvir um cara que nem sequer do lado dela estava quando ela precisou, quando ela queria que estivesse, portanto, suas regras e condições não importa, Taylor.

— Não são minhas regras, são regras do hospital, se quer discutir sobre algo então faça com eles. – Sussurrou.

— Anthony, nós voltamos mais tarde! – Rosalie o puxou pelo braço.

— Não, Rosie. – Negou. – Eu quero vê-la agora e eu vou.

— Eu peço pelo bem dos pacientes que discutam em outro lugar. – A enfermeira apareceu. – Estão em um hospital e em uma ala de tratamento intensivo, os pacientes precisam de paz, por favor.

— Eu preciso ver minha namorada. – Ele olhou para a enfermeira.

— Senhor, está de madrugada, visitas são inoportunas agora. – Ela tentou explicar.

— Ele está aqui dentro, estava lá dentro. – Ela encarou Mac.

— Ele é autorizado para isso, tem a procuração no nome da paciente. – Ele olhou confuso.

— Como assim? – Ele olhou para Rosalie que o encarava. – Rosie, do que ela está falando?

— Eu não sei. – Ela o encarou tão confusa quanto o próprio. – Como assim ele tem a procuração? – Indagou dividindo o olhar entre Mac, Quinn e a enfermeira.

— É melhor chamar o doutor Williams para explicar. – Mac falou para a enfermeira que concordou. – Talvez ouvindo do médico vocês fiquem mais tranquilos. – Encarou Anthony. – E se quiserem tirar qualquer dúvida, ele é melhor para sana-las. – Voltou a olhar as duas mulheres.

...

Em poucos minutos o médico apareceu junto com a enfermeira no corredor onde todos esperavam.

— Que bagunça é essa ?! – Ele olhou sério. – Vocês tem noção de onde estão, certo ?! – Furioso.

— Doutor Williams, eles são de Nova Orleans e são pessoas importantes para Stella. – Mac desviou o olhar para Anthony. – Eles... – Mac voltou a olhar o médico.

— Permita interrompe-lo, senhor Taylor. – O interrompeu. – Com todo respeito, eu não me importo com quem são, eu me importo com a minha paciente e com as regras feitas para o próprio bem estar dela, se são pessoas importantes ou não, terão que esperar o horário de visitas que foi estabelecido com esse propósito, o de verem ela. – Ele encarou um por um. – Eu sinto muito, mas, eu não vou mais abrir exceções como essas, visitas fora do horário, permiti o visitante anterior porque não era tão tarde, mas, agora está no meio da madrugada. Eu realmente sinto muito, mas, terão que voltar depois, no horário de visita.

— Por que ele pode ficar lá dentro? Que procuração é essa que aquela enfermeira disse? – Anthony indagou. – Stella, é minha namorada e eu não tinha conhecimento de nada disso.

— São documentos com o nome e assinatura da própria paciente, onde ela dá total direito ao senhor Mac Taylor de tomar decisões em seu nome enquanto a mesma não puder responder, sejam quais forem as circunstancias ele é quem toma as decisões e consequentemente pela lei e pelas regras do nosso hospital, ele tem a permissão de estar com ela dentro quarto, por conta da responsabilidade que foi dada a ele. – O médico explicou.

— Isso não pode ser mudado? – Anthony encarava o médico.

— Não, Anthony, não pode. – Rosalie respondeu antes do médico.

Os dois se olharam por alguns segundos até o homem pedir licença e sair dali, Rosalie respirou fundo e voltou a olhar para os presentes.

— Eu peço desculpas por ele. – Sorriu sem graça.

— Se todas as dúvidas já foram tiradas, eu preciso ir. – Todos concordaram. – Com licença. – Saiu.

— Eu vou ir falar com ele. – Quinn avisou. – Tchau, Mac. – Mac assentiu.

Quinn se virou e saiu, deixando apenas Rosalie e Mac no corredor, eles ficaram em silencio por alguns segundos, até a mesma se aproximar da parede do quarto e observar pela janela de vidro a amiga em sua situação. Mac seguiu o exemplo e fez o mesmo, ele em um momento que olhou para a detetive de fora a viu limpar as lagrimas que escorriam por suas bochechas.

— Você gosta muito dela, não é ?! – Ele indagou.

Ela suspirou e concordou.

— Como não gostar? – Ela o olhou. – Stella foi a melhor coisa que aconteceu em Nova Orleans, e eu não falo apenas pela cidade, eu falo pelo laboratório e por mim mesma. – Seus olhos ainda transbordava. – Ela é uma ótima chefe, parceira, cidadã, amiga ... – Ela parou e enxugou as lagrimas. – Me desculpa. – Sorriu envergonhada.

— Não se preocupe, não foi única que chorou por ela hoje. – Rosalie concordou.

— Como vocês estão? – Indagou. – Eu imagino que se essa situação já é complicada para nós de Nova Orleans, para vocês daqui deve estar sendo mil vezes pior.

— É difícil. – Concordou. – Ninguém nunca imaginou ver Stella assim, nunca pensamos na possibilidade de que isso pudesse acontecer. – Mac olhou para Stella.

— Eu soube da afilhada de vocês, fico feliz que ela esteja bem! – Mac a olhou novamente. – Ele está preso aqui?

— Eu não sei, eu não falei com ninguém ainda. – Ela assentiu. – O FBI estava cuidando dele.

— Claro, fomos informados sobre eles. – Olhou para Stella.

Mac fez o mesmo, os dois observavam ela do lado de dentro.

— Ele também está com medo. – Sussurrou. – Anthony, está com medo. – Mac apenas permaneceu olhando a amiga. – Não o leve mal se for grosso ou um completo babaca! Ele faz isso as vezes, muitas dessas não é por mal. – Justificou. – Eu sinto muito pelo jeito que ele foi e pelas palavras rudes dele no começo.

— Não se preocupe com isso. – Assegurou. – Ele estava certo! Eu não fui um bom amigo, eu não estive lá por ela quando ela precisou ou apenas queria que eu estivesse, eu virei as costas para ela. – Ele respirou fundo. – Isso já mostra o quão ruim eu sou, e eu tenho minhas dúvidas se algum dia eu cheguei a ser um bom amigo para ela.

Rosalie se virou para Mac e o encarou por longos segundos.

— Do que você está falando? – Indagou. – Você foi um grande amigo para ela! – Mac voltou seu olhar a ela. – Eram as palavras dela, não minha. – Desenhou um sorriso. – É, você meio que foi um babaca, mas, quem nunca foi isso um dia ?! Você tem a maior evidencia em mãos de que Stella o considera um bom amigo ou melhor amigo.

— Onde quer chegar, detetive Stone? – Ela se virou de costas para o vidro.

— Stella deu a você direitos de responder por ela, ela deu a você o direito da vida dela.

— E isso é um evidencia de que eu sou um bom amigo? Então, se nada der certo e ela não voltar, desliga-la me tornaria um bom ou seu melhor amigo? – Ela negou.

— Vocês se conhecem a mais de quantos anos mesmo? – Ela o questionou. – Acho que mais de dez anos, certo?! Não precisa responder, esse não é o ponto. – Ela o interrompeu antes que abrisse a boca. – Stella nunca esqueceu você, ela nunca cortou você da foto da família, ela sempre mandava as pessoas cuidar de você, em todo final de ligação com alguém daqui ela repetia a mesma frase “Cuide dele por mim” ok ?!  Você e Stella erraram, você foi um idiota por não ter tido tempo e ela cometeu o estupido erro de deixar uma carta, certo que ela não tinha muitas opções do que fazer.

— Bom ela deve ter conhecido e imitado a mulher que deixou o bilhete para o seu amigo.

— O que? – Ela reagiu surpresa. – Como sabe dessa história?

— Quinn me contou. – Confessou. – A parceira dele em Jersey deixou apenas um cartão e foi embora. – Ela ouvia atenta. – Acho que eles se reencontraram novamente e são amigos.

— É, são sim, bons amigos, na verdade. – Concordou. –Taylor, se Stella te deu os direitos para ser a voz dela quando ela mesma não tivesse uma, isso mostra o quão ela confia em você e no fundo talvez ela soubesse, talvez não, ela tinha certeza que você saberia tomar as decisões certas, decisões ela tomaria por si. – Mac a observava atento.

— Você sabia da procuração, não é? – Arqueou as sobrancelhas. – E não se preocupe, eu não vou falar nada para ninguém. – Ela respirou fundo e assentiu.

— Stella me contou, ela queria estar preparada, por isso fez isso. – Mac olhou para Stella. – Ela também fez um testamento. – Mac rapidamente olhou para Rosalie, assustado e surpreso. – Stella estava tendo pressentimentos que algo ia acontecer, eu tentei faze-la esquecer isso, mas, ela é teimosa como uma pedra, então, ela veio para Nova York escondido de todos, inclusive de vocês, não queria que ninguém soubesse, tinha medo de envolve-los. – Suspirou. – Foi coisa de um dia, ela já tinha contatado o advogado pelo telefone e ele havia auxiliado ela na carta, ela só precisou ir até Nova York por questões jurídicas.

— Por que ele não sabe?

— Anthony não entenderia. –Negou. – Ele tinha pedido para Stella se afastar desse caso, desde a confusão com Joshua as coisas mudaram, ele era um grande amigo para todos nós, principalmente para Stella e descobrir as coisas abalou tudo, então, Anthony implorou para ela largar esse caso e fecha-lo, ou então envia-lo para o FBI, mas ela não quis. – Negou e olhou para a amiga. – Ela investigou algumas coisas escondido, ela veio para Nova York atrás da filha do Clark duas vezes uma com a Quinn e outra sozinha, fora de jurisdição, Anthony nunca entenderia isso, ele nunca concordaria com isso, por isso ela escondeu. Eles andavam brigando feio por conta disso tudo. – Sussurrou enquanto a olhava. – Ele implorava para ela tirar férias, vir para cá ficar com vocês, passar uns dois meses longe daquele lugar, longe de problemas, mas ela nunca ouvia e sempre voltavam ao mesmo ponto, gritando um com o outro. Tudo o que ele sempre quis foi protege-la. – Ela olhou para Mac. – Eu deveria ter falado para ele desde o início, mas, ela me pediu para não fazer isso e eu quis honrar a minha promessa. – Se emocionou. – Os advogados dela estão avisados para só fazer contato depois de quinze dias caso aconteça o pior, nem um dia a menos, ela deixou tudo resolvido, Mac, e eles procurarão por você. – Limpou as lagrimas.

— Obrigado por avisar. – Agradeceu.

— Se você tem dúvidas de ser alguém que ela odeie por causa do passado, não precisa ter mais. – Ela se recompôs. – Stella nunca deixou de te ver como o melhor amigo, um posto que só cabe a você, Mac e que não importa quem esteja no caminho, vocês dois juntos são melhores do que separados. – Desenhou um sorriso. – E mesmo sabendo que meu melhor amigo tem sentimentos por ela, eu também sei dos seus. – Mac olhou surpreso. – Mac, até um cego consegue ver! E eu só vi pelas fotos, sempre imaginei como seria ao vivo.

— Rosalie... – Ele iniciava uma explicativa quando ela ergueu a mão.

— Não se preocupe, eu te entendo mais do que pensa. – O interrompeu. – É um “segredo” nosso. – Gesticulou. – Eu quero que você apenas comece a pensar em como vai querer que sua vida seja quando ela voltar, porque como eu disse, ela é teimosa como um a pedra e não vai desistir fácil. – Sorriu de canto. – Eu preciso ir, Anthony deve estar ficando louco já. – Mac assentiu ainda surpreso com que ouvira. – Foi um prazer finalmente conhece-lo, detive Taylor.  – Ela esticou os lábios mais um pouco.

— O prazer foi meu, detetive Stone. – Ela assentiu.

Ela se virou e deu alguns passos, mas, parou, virou-se.

— A propósito. – Ela o olhava. – Eu não conhecia a Stella antes dela ir para Nova Orleans e nem ela fazia ideia de quem eu era antes de assumir o cargo. – Mac a olhou confuso. – Então, não teria como ela me imitar com o lance da carta de despedida, ou um cartão se foi essa a versão da história que você ouviu. – Mac pensou por alguns segundos até sua ficha cair.

— Você? – Ela soltou um riso silencioso. – Me desculpe, eu não quis ofender você ou dizer qualquer coisa que fizesse achar isso.

— Não se preocupe com isso. – Negou. – Como eu te disse, eu e Anthony somos bons amigos, e estamos bem com isso. – Sorriu. – Apenas não se apegue a minha história, faça o que achar certo, siga seu coração quando for o momento.

— Você se arrependeu? – Ela pensou por alguns segundos.

— Está me perguntando se me arrependi do que fiz ao partir e deixa-lo ou de como deixei as coisas, a despedida?

— Se arrepende de ter ido embora? – Ela sorriu fraco.

— Não, não me arrependo. – Negou. – Nos tornamos pessoas melhores separados, mas, eu não faria isso hoje se tivesse a chance. – Mac concordou. – Até mais, Mac. – Acenou.

— Até mais, Rosalie. – Devolveu o gesto. 

 


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Notas finais do capítulo

E então ? Comentem, please !

OBS > São os comentários, suas opiniões que fazem a fic andar, quem estimulam os autores a continuar ! Fantasminhas, apareçam !! Também preciso de vocês, por favor.

Beijos ♥ até o próximo.