O outro lado da moeda : Skye escrita por Blake


Capítulo 8
Capítulo 8




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TEAM SHIELD

A conversa que tiveram com Victoria Hand foi bem tensa, ela definitivamente não ficou contente ao saber que um ex-membro da HYDRA estava no grupo de Coulson, embora esse fosse o menor dos seus problemas.

A mulher, que mantinha apliques vermelhos e um ar altivo, caminhava de um lado para o outro, tilintando aqueles saltos no piso, chegava a ser irritante, mas ninguém disse nada, ela parecia muito absorta na quantidade de informações que acabara de receber.

– E vocês confiam plenamente nessa ... Skye, ao ponto de dividirem informações cruciais sobre a missão ? – fora a única pergunta que ela fizera após ouvir o relatório de Coulson sobre o ataque no Brasil e suas recentes descobertas. Teriam que derrubar HYDRA naquele momento, ou aquilo tomaria proporções gigantescas.

Ward abaixou a cabeça, eximindo-se da responsabilidade de responder, May manteve o olhar firme na direção de Victoria, mas foi Coulson quem se pronunciou – Sim, eu confio – e com aquilo dito, Victoria sancionou a missão. Assim que tivessem um alvo, eles receberiam reforços para derrubar HYDRA de uma vez por todas, mas Coulson bem sabia, se estivesse errado novamente e Skye ainda trabalhasse para HYDRA, ele estaria levando centenas de agentes da SHIELD para a morte, assim como sua carreira.

Ward dirigia o carro daquela vez, enquanto um cansado Coulson recostava-se no banco.

– Você acha que eu fiz certo, em dizer que confio numa garota que ameaçou roubar um senador ? – ele questionou e virou as orbes azuis na direção de May, que sentava-se ao seu lado. A chinesa deu um sorriso amarelo com a lembrança do episódio e maneou a cabeça positivamente.

– Sim, eu acho – ela respondeu com firmeza.

– Ela lutou ao meu lado, devo-lhe um voto de confiança também – Ward completou e Coulson sentiu-se até mais tranquilo, o que não durou muito.

– Ligue para Fitz-Simmons, quero saber se já conseguiram rastrear o tal R – Coulson pediu e Ward rapidamente discou para os cientistas, pondo-os no viva-voz.

– Sr. ... que surpresa – Jemma iniciou, era péssima em disfarçar nervosismo – Como está tudo aí ? – Fitz emendou, igualmente agitado e todos no carro notaram do que aquilo se tratava.

– Cadê a Skye ? – May questionou sem delongas.

Jemma pigarreou e Fitz fingiu má conexão do aparelho – O que ? Não entendemos – eram péssimos mentirosos, como eram terríveis naquilo.

– Agentes, se vocês não me responderem o que acabei de perguntar, os farei responder num modo bem menos amistoso quando chegar aí – May ameaçou, seu tom era raivoso.

– Ela ... – Jemma iniciou e Fitz pareceu mandar a britânica parar e não dedurar a garota, mas não teve jeito, eles saberiam de um modo ou de outro – Saiu para passear, disse que queria conhecer a cidade, mas ela conseguiu fazer um programa para rastrear o R e assim que ele ficar online teremos sua localização – ela falou de modo rápido, arrancando aquele band-aid de uma vez por todas.

Um silêncio se instaurou tanto no carro, quanto do outro lado da linha.

– A quantas horas foi isso ? – Coulson questionou, sentindo-se o maior dos idiotas por dizer que confiava na menina.

– Três à quatro horas atrás – ela tentou minimizar às cinco horas que a garota estava sumida.

Encerraram a ligação.

– Me dá o tablet – Coulson ordenou, seu tom era irritadiço. Pôs seu login e senha e em seguida acessou os dados do GPS da pulseira de Skye, o ponto não se movia e os sinais vitais oscilavam.

Ele mostrou o tablet para May e mandou Ward traçar a rota até onde o GPS apontava.

– O que ela está fazendo aí ... – Coulson comentou, enquanto encarava o ponto vermelho, imóvel,em sua tela.

Demoraram em torno de quinze minutos para chegarem ao destino, e enquanto olhavam para aquele complexo de prédios abandonados a pergunta que martelava era: “O que diabos ela foi fazer ali ?”.

– Coulson, Ward! Aqui! – May chamou, agachada ao lado da menina ainda inconsciente. Estava fria, seus lábios já haviam adquirindo uma coloração azulada e mais algumas horas, ela possivelmente tivesse uma hipotermia.

Ward a pegou no colo e a pôs no carro, ela parecia drogada já que, por mais que May e Coulson a chamassem, ela não respondia. Olharam-se com preocupação.

– Jemma saberá o que fazer – Ward falou, como se tentasse se convencer daquele fato.

SKYE

“Abri os olhos, mas não acordara propriamente, havia voltado ao passado e observava minha persona aos dezesseis anos, gabando-se para os amigos sobre ir na sua primeira missão. Se pelo menos soubesse melhor ... Nunca estaria falando daquela forma. Ela fora chamada por um superior, a segui, já sabia o que aconteceria. Gritei, na tentativa de chamar a atenção dela, em vão. Não há como alterar o passado. Ela se sentou numa cadeira de couro, lembro-me de pensar que era bastante confortável e que quando ganhasse meu primeiro salário, compraria uma igual, para pôr na minha espaçosa sala. Como era ingênua. A garota recebeu o arquivo da missão, deveria eliminar um alvo.

– Pergunte quem é, pergunte! – gritei mais uma vez. Ninguém reparou. Queria sair daquele pesadelo, não queria reviver tudo aquilo, não de novo, por favor, não de novo. Tentei correr, mas todas as portas me levavam de volta ao escritório. A garota agradecia a oportunidade e aquilo me doeu, ela acreditava neles.

A memória saltou um pouco, estava no aeroporto, ansiosa por sua primeira grande aventura. Fora na classe comercial para não levantar suspeitas, mas quem suspeitaria dela ? Tinha modos tão simpáticos, não parecia uma assassina altamente treinada, aquela era a intenção da HYDRA, passar despercebida. O destino ? Israel.

Durante a viagem, lera e relera a missão. Aparentemente, chegara ao conhecimento da HYDRA que haveria um atentando terrorista na embaixada americana, durante uma festa em que a elite política Israelense estaria presente, sua missão ? Matar o terrorista antes que ele entrasse na sede. Parecia consideravelmente simples, mas eles não deram detalhes da aparência do terrorista, nem sua idade, disseram apenas que ainda iriam receber essas informações.

Chegara ao hotel. Estava tão encantada, tudo parecia tão bonito, antigo ... E ela, sem saber, seria a responsável por manchar tudo em sangue. Não tinha mais forças para assistir aquilo, sem ser capaz de mudar, interferir ... Rezava para ser capaz de sair, mas não o era, estava presa ali.

Chegara um dia antes da festa e aproveitou esse tempo para avaliar as condições e os pontos vulneráveis da embaixada, brechas e locais onde pudesse se instalar. Apesar da embaixada ocupar uma quadra inteira e ter diversas rotas de saída e entrada, os convidados só entrariam por uma. Olhou para o prédio do outro lado da rua e soube que seria ali o local onde se posicionaria. Acompanhava a tudo, e a cada nova lembrança sentia-me mais e mais miserável.

A jovem reportou-se para seu supervisor e esse autorizou a ação. A festa começaria às 22:00 pm e os escritórios do prédio encerravam às 17:00, o que lhe daria tempo mais do que suficiente para montar seu equipamento, um fuzil M-24, munido de mira ótica, silenciador e um telêmetro laser, não queria falhar, não na sua primeira missão. Nunca desejei tanto ter sido menos metódica.

Usava luvas, touca e uma roupa especial que não deixava nenhuma parte do seu corpo a mostra. Estendera uma espécie de plástico no local onde posicionara o fuzil e ajustara a mira para a entrada da mansão, lembrava-se de cada passo do seu treinamento ao fazê-lo. Nunca cometer erros, nunca. Perdi o fôlego, sabia que o momento se aproximava, o momento em que tudo mudaria, para sempre.

22:00 pm.

Os primeiros convidados começaram a chegar, observava-os pela mira do fuzil, com interesse, seu supervisor era capaz de ver o que a garota enxergava, por intermédio de uma mini câmera, posta na arma e negava o alvo a cada novo convidado.

23:12 pm.

Um carro chegou, de lá saíra um homem bem vestido, esguio e de aparência inteligente, sua mulher e uma criança, um menino de oito anos. Lágrimas já brotavam dos meus olhos, sabia o que viria a seguir. Fechei os olhos, em vão, era capaz de ver mesmo assim.

– Esse é o alvo, o garoto – o supervisor disse.

Franziu o cenho, o garoto ? Estranhou e o olhou mais uma vez, ele parecia inofensivo.

– Tem certeza ? – a garota questionou, nervosa. 30 segundos ou perderia a oportunidade.

– Faça, eu disse que esse é o alvo – ele vociferou.

Me pus na frente do tiro, mas foi o pequeno Jacob que morreu.”

Skye acordara aos prantos, sentia dificuldades para respirar, pensar, falar,tudo doía tão intensamente, todas suas feridas abertas novamente. May a abraçou de forma terna.

– Eu ... o matei – recuperou a voz, as lágrimas jorravam dos seus olhos como nunca antes – O filho do primeiro ministro ... A guerra ... Foi tudo minha culpa – falava sem fazer muito sentido – Tantos corpos – soluçava e todo seu corpo tremia.

– Você vai ficar bem ... Está tudo bem – May tentava reconfortá-la, em vão.

– Ele era inocente – sussurrou, o olhar catatônico – Eu sou um monstro – finalizou e cobriu ambos os olhos com as mãos, enquanto permitia que o grito preso em sua garganta escapasse por seus lábios.

May apenas a segurou mais forte, impedindo que a garota se machucasse. Não sabia o que fazer e permaneceu assim, até que ela adormece-se novamente.

HYDRA a fizera matar o filho do primeiro-ministro Israelense, apenas dois dias após Palestinos e Israelenses terem firmado um acordo de paz, uma paz que todos julgavam duradoura. E de alguma forma, conseguiram que o HAMAS, grupo extremista palestino, assumisse a autoria. Arrastando todos novamente para uma guerra sangrenta, cruel e injusta,da qual Skye era responsável. Nunca alcançaria perdão, nunca se perdoaria.

Acordou-se, no meio da noite, e esgueirou-se da cama silenciosamente, deixando May dormir. Ainda lembrava-se de tudo, mas já não tinha mais vontade de gritar ou chorar, necessitava apenas de um pouco de silêncio.

– Você está bem ? – aquela era a voz de Coulson, o homem estava encoberto por uma sombra e Skye sequer notara sua presença. Odiava quando pessoas perguntavam coisas,quando já sabiam a resposta. Ignorou.

– Eu achei o R. – falou baixo, pegando uma garrafa de água na geladeira e sentando-se à frente do homem – Na verdade, ele me achou. Ele quer salvar os superpoderosos, disse que eles sofreram lavagem cerebral, por isso estão ajudando a HYDRA – falava tudo aquilo num ar cansado, parecia ter envelhecido anos naquela curta semana.

– Ele fez aquilo com você ? – Coulson indagou e parecia indeciso se poderiam confiar ou não, no tal R.

Skye confirmou com um breve aceno. – Ele consegue ver seu passado e te induz a fazer coisas ... Acho que ele tirará os descendentes do transe dessa forma – prosseguiu, no mesmo tom de antes. Achou melhor deixar de fora a parte na qual o homem sugeria que ela pudesse ter poderes, algum dia, nem ela se decidira se acreditava naquilo ou não.

– Não podemos confiar num homem que te arrastou para seu pior pesadelo e depois foi embora – Coulson afirmou, num ar todo nobre que deu a Skye uma pontada de asco. Ele não percebia, mas não era melhor que o R.

– Por que não ? – e só então fitara-o, os olhos, que antes esbanjavam malícia e vivacidade, estavam vazios. Ela se sentia igualmente vazia. – Não aja como se você fosse o detentor da verdade absoluta, ele fez o que deveria fazer,ele me mostrou o que eu já deveria ter enxergado – finalizou de forma fria e Coulson apenas a encarava, sem reação. – Sinceramente ? – emendou para não perder o raciocínio – Talvez ele seja nossa única chance de não morrermos quando entrarmos naquele complexo, tente não arruinar esse acordo por conta do seu “código de ética” – fizera aspas no ar, desdenhosa.

– Quando ele dará a resposta ? – Coulson parecia ter recuperando a voz,embora soasse igualmente incrédulo.

– Quando ele a tiver, eu suponho – finalizou e levantou-se da bancada. Indo aninhar-se no sofá, em busca do seu tão desejado silêncio.


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Notas finais do capítulo

UHH! Grande segredo da Skye revelado,só falta o chip agora (?
Aliás,para os seres que leem essa fic,vou passar a postar apenas nas terças e aos finais de semana. XoXo,gatos e gatas .q



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