SHIELD TEAM

Todos pareciam ter urgência em conectar aqueles que eles sabiam,jamais se curvariam à HYDRA.

Fitz-Simmons ligaram para a academia de ciências e tecnologia,mas a diretora,agente Weaver, não atendeu.

Tripp e Bobbi ligaram para a Ilíada,local onde trabalhavam antes de serem chamados por Coulson. Agente Gonzalez comandava uma base naval da SHIELD,torciam para que ele fosse capaz de mantê-la,pois muitos dos seus amigos permaneciam lá.

Coulson avisou a única pessoa com a qual se preocupava e com a qual podia falar,May. A mulher já havia chegado ao esconderijo,mas não iria permanecer lá por muito tempo,agora que SHIELD caíra,Phil queria manter todos juntos,por isso recomendou que a asiática o esperasse,iria buscar o trio logo após chegar ao local onde Nick Fury os guiava.

Sobrevoavam o Canadá,mas só sabiam disso pelo fato do GPS confirmar,sentiam que estavam chegando na divisa com o Ártico pois tudo que vinham abaixo deles era um enorme deserto branco,com ocasionais árvores de topos igualmente brancos. Hunter já batia o queixo,antecipando o frio que estava prestes a sentir e todos os demais tentavam encontrar a tal base,Tripp já havia avisado que iria pousar e que teriam que seguir a pé por alguns poucos quilômetros,mas seguir a pé para onde ?! Não havia nada ali. Coulson tentava manter-se confiante,levá-los até ali acabou com o combustível do avião e caso não encontrassem nada,estariam bem encrencados.

Fez uma prece silenciosa antes de pôr os pés para fora do avião,sendo seguido pelo resto da equipe que faziam uma espécie de fila indiana,como se daquela forma fossem se manter mais aquecidos.

– Phil C.,meus serviços acabam de aumentar de preço – Hunter falou,tendo uma névoa branca se formar diante dos seus lábios. Definitivamente ser arrastado para aquele frio não estava no contrato,já sentia suas bolas dormentes.

Barbara sorriu de canto,tentando disfarçar o quanto sentia saudades do humor do britânico e ele apenas a lançou uma piscadela. Phil não se deu ao trabalho de responder,agora que parte da SHIELD caíra,tinha a impressão que ficaria devendo Hunter por um bom tempo. Os serviços dele eram realmente caros.

O homem guiava-os usando sua antiga bússola e quanto enfim chegaram ao “destino” encontraram mais neve e mais frio,ou seja,nada diferente do que haviam enfrentado nos últimos vinte e cinco minutos. Todos engoliram um seco.

– O próximo sensor irá passar daqui a 45 minutos – Tripp iniciou,a voz tinha que se sobrepor ao vento frio que chocava-se com voracidade contra seu rosto – Temos combustível suficiente no quinjet para nós levar até May – ele prosseguiu e todos pareceram aprovar aquela ideia,menos Coulson. Primeiro,ele não queria deixar seu avião e segundo,não acreditava que Nick Fury fosse os levar até ali sem que houvesse um propósito.

Phil afastou-se do grupo,sem responder,já começava a achar que o universo conspirava contra si. Num ímpeto sacou sua arma,apontando-a para o céu e a descarregando completamente,aquela era sua forma de extravasar,mas tal logo ele fez isso,ouviram tiros serem direcionados contra os projéteis,todos se protegeram como puderam. Hunter,como sempre,tentou proteger Barbara. Ward se incumbiu de Katherine e Fitz bem que tentou proteger Simmons,mas quem acabou indo ao socorro da médica foi Tripp.

Os tiros cessaram,mas as metralhadoras automáticas ainda estavam armadas,ninguém se mexeu,com exceção de Coulson que ficou diante de uma delas.

– Eu sou o agente Coulson e Nick Fury me enviou – ele anunciou,enquanto todos os demais gritavam para o homem sair de perto da metralhadora,ele não os deu ouvido e prosseguiu firme,diante dela.

Ouviu-se um clique e em seguida o chão começou a tremer,revelando uma escada que dava até uma base subterrânea. Todos se precipitaram para a mesma e Phil suspirou aliviado,agradecia internamente a todos os deuses que conseguia se recordar.

– Agente Coulson! Estávamos o esperando. Seu crachá – um baixinho efusivo anunciou,entregando a Coulson o tal crachá. O anfitrião usava um terno bem cortado e tinha um sorriso cordial sobre os lábios,pelo menos ao falar com Coulson,já que fez uma careta ao ver o os outros integrantes – Pensei que só viesse o Sr. – ele sussurrou aproximando-se de Coulson,mas todos os demais ouviram.

– E pretendo trazer mais três – Phil sussurrou de volta e sorriu de forma jovial.

– Vocês – apontou para o restante da equipe – Receberão crachás após passarem por uma avaliação,até lá,nenhuma gracinha – ele os alertou,com uma careta,mas nem assim ele deixava de ser engraçado. – Meu Deus,como eu ia esquecendo,eu sou o Eric Koenig,agente Koenig,nível 6 – ele se apresentou e apertou a mão de Coulson,num ar realmente entusiasmado. Para os demais ele não dispôs da mesma gentileza e apenas os guiou pelo enorme corredor.

– Você falou estávamos ... Tem mais alguém aqui ? – Coulson perguntou após Eric se calar,já pondo o crachá ao redor do pescoço.

– Sim,sim,eu e meu irmão,ele está ajeitando a iluminação da ala norte,entra neve constantemente lá,parece não ter jeito – ele falava no mesmo ar efusivo de antes,o sorriso parecia nunca o abandonar. Coulson se convenceu que gostava do baixinho. – Podem trazer o avião para cá – ele anunciou pois bem sabia que os satélites não tardariam à passar e visualizariam o mesmo.

Katherine entendeu o comando e virou-se na direção de onde havia vindo,indo buscá-lo,Tripp ainda recuperava-se da luta com os "soldadinhos punho de chumbo". Os demais foram deixados numa espécie de sala de recreação,enquanto Eric puxou Coulson para uma conversa.

– Nick Fury não está morto – ele anunciou sem delongas e Coulson o olhou com confusão.

– Por que Maria Hill mentiu então ? – questionou com os braços cruzados sobre o peito.

– Porque só quatro pessoas sabem que ele não está morto; eu,meu irmão,você e o próprio Nick Fury – Koening anunciou e suspirou – E isso tem que se manter assim,é muito importante que ninguém mais saiba – ele o alertou e deu dois tapinhas nas costas de Coulson antes de voltaram até a sala,onde Eric mudou completamente de tom.

– Agora vocês passarão por uma avaliação e dependendo do resultado receberão seus crachás - afirmou,apontando para a primeira “vítima”,Hunter,que a essa altura já enchia a boca com as guloseimas disponíveis ali.

O britânico deu de ombros e seguiu o baixinho até a sala em questão,saindo de lá minutos depois com o crachá e isso se repetiu com todos os demais.

MAY

Devotara sua vida inteira àquela agência,mas só agora,em sua ruína,refletia sobre todo seu sacrifício. Renegara uma existência completamente oposta daquela pois acreditava nos princípios que a SHIELD defendia,mas agora,olhando em retrospecto,nada bom do que fizera vinha-lhe a mente,sabia que fizera algumas coisas boas,mas de alguma forma,apenas as ruins eram lembradas,talvez porque foram as que mais lhe marcaram.

Agitava a bonequinha que Skye a dera e foi impossível não sentir o peito comprimir-se. Skye com certeza era uma das grandes razões que faziam May pôr sua vida sob perspectiva; a asiática e Coulson poderiam ter uma vida completamente distinta daquela,talvez Skye tivesse irmãos. Sorriu tristemente com aquele sonho que ela nunca realizaria.

– Agente May ? – Miles a chamou e parecia um tanto indeciso sobre como chamá-la,afinal,não era só os agentes que tinham o direito de chamar outros agentes de agentes ?! aquilo era definitivamente confuso,concentrou-se novamente ao notar que a mulher esperava ele prosseguir o raciocínio – Ah sim,Sr. Coulson quer falar com a senhora – preferiu tirar o agente do nome de Coulson.

May abaixou a cabeça,controlando a vontade de gargalhar. Ora,ora,teriam encontrado a versão masculina e mais desastrada de Skye ? refletiu com divertimento – Apenas May – respondeu indo para dentro da cabana,atender a tal ligação.

O esconderijo era uma chácara aconchegante no interior da Califórnia,apesar da humildade exterior da estrutura,aquela chácara fora construída para suportar uma bomba nuclear,caso necessário. Uma cerca laser circundava todo o perímetro e se alguma espaçonave se aproximasse do espaço aéreo,ou tentasse pousar sem autorização,seria fuzilada antes de tocar o solo. Por isso foi muito sensato Coulson a ligar,avisando que Kate viria buscá-los em poucas horas.

– Acho que deu certo! – Miles gritou,fazendo uma espécie de dança com o notebook em mãos,mas logo sua alegria se dissipou ao notar o ponto vermelho sumir antes que ele tivesse a chance de rastrear com precisão o local de onde viera o sinal – Não,não,não – apertava o objeto tão forte entre os dedos que Mike teve que pôr a mão sobre o ombro do mais novo,na tentativa de acalmá-lo.

– Você viu o país pelo menos ? Qualquer coisa ? – Mike questionou e Miles apontou para algum lugar entre a China e a Mongólia,próximo à fronteira entre os dois países. Skye errara sua posição,já que estava um pouco mais ao leste do Oriente Médio.

– Ele deletou o blog – Miles sussurrou com a voz falha. Aquela informação vaga sobre Skye estar em algum lugar entre a China e a Mongólia era a única coisa que teriam. Arremessou o notebook no outro extremo do sofá,enquanto sentava-se,cobrindo os olhos com as mãos.

– Já é um começo - May afirmou num tom sério,não estava feliz,mas aquilo era melhor do que nada,delimitaram bem a área - Agora preparem-se,sua sogra está vindo nos buscar - ela anunciou com certa malícia e a cara que Miles fizera fora completamente impagável.

– Sogra ? - ele repetiu debilmente. Skye nunca mencionara ter uma mãe. Ok,todo mundo tem mãe,mas ela nunca mencionou conhecê-la. O que mais ela esconderia ?! refletia enquanto sentia as palmas suadas. Encarou Mike e o fuzilou com os olhos,o mais velho apenas ergueu as mãos,isentando-se da culpa.

– Sra.Pryde não é uma pessoa facilmente descrita - tentou se justificar,sem muito sucesso.

SKYE

Acordou-se após dormir pelo que pareceram anos,fora o sono mais revigorante que tivera em toda sua vida. Empurrou os lençóis para longe e caminhou até o banheiro,demorando-se longamente nele. Meu tornozelo já sarou ?! aquela dúvida saltou em sua mente ao notar que não mancara ao ir até ali. Encarou as mãos e os arranhões que recebera ao cair no jardim,também não estavam mais lá. Meu Deus,por quanto tempo eu dormi ?! encarou seu reflexo na banheira,esperando deparar-se com uma completa estranha,mas não,continuava com a mesma feição de antes. Tateou a cabeça e os pontos também não estavam mais lá,saiu da banheira de forma ligeira,vestindo-se com as roupas que Gordon trouxera.

Aparentemente o castigo de Wanda e Pietro foi fazer a vigília do quarto da menina,pois achou ambos parados diante dele.

– Por quanto tempo eu dormi ? – a garota questionou num tom autoritário,de quem não está com paciência para ouvir nenhuma gracinha.

– Dois dias ?! – eles falaram de forma incerta,mas com um sincronismo absurdo. Skye notou que eles não mentiam e apenas franziu o cenho,em confusão.

– Então por que eu não manco mais,cadê meus pontos e meus arranhões ? – indagou tudo de uma única vez e só então eles entenderam o motivo de toda aquela impaciência.

– Mamãe deve ter cuidado de você – Wanda respondeu dócil – Ela tem o dom da cura,funciona melhor com ferimentos leves – ela completou,mas isso não fez Skye sentir-se menos desconfortável.

– Não quero ninguém usando seus poderes em mim! Avise isso a sua mãe,por favor – retrucou num tom irritadiço. Aquela era a família mais intrometida do mundo.

– Me perdoe,estava apenas tentando ajudar – Jiaying respondeu,nitidamente arrependida. Ela chegou por trás da menina e trazia uma bandeja com o que parecia ser a sua refeição.

Skye virou-se e bastou ver a feição da asiática para arrepender-se do seu recente descontrole,mas não desculpou-se,pois ainda achava ter razão. Não pedira para ninguém a curar,então não havia necessidade de o fazê-lo. Simplesmente não compreendia porque aquela mulher tentava tão arduamente agradar-lhe,não importava o quão rude Skye fosse,Jiaying parecia não se abalar.

– Qual é o seu problema,garota ?! – Wanda falou num tom sério e precisou ser contida por Pietro ou iria voar no pescoço de Skye.

A morena não se deixou intimidar,virou-se na direção da ruiva novamente e caminhou até estar cara a cara com ela – Toda sua família – respondeu raivosa,cuspindo aquelas palavras com nojo.

– Se você tentar fazer qualquer coisa contra eles,eu te mato,não me importo se alguma profecia idiota fala sobre você! – a ruiva gritava e já era possível notar faíscas vermelhas saltando das suas mãos.

– Eu adoraria vê-la tentando – rebateu de forma fria,o rosto a poucos centímetros do da ruiva. Wanda não a assustava e Jiaying teve que apartar aquela iminente luta pois possivelmente uma briga entre as duas adolescentes fosse destruir todo o lugar.

– Já chega! – a voz da asiática se sobrepôs ao das garotas. – Leve-a daqui,Pietro – ela ordenou para o filho que pegou a irmã no colo,a carregando dali.

– Uma criança adorável você tem – anunciou de forma sarcástica. A barriga implorava pela sopa que Jiaying a trouxera,mas ignorou aquela necessidade. Não comeria nada que Reed, porventura,pudesse ter envenenado,nem que isso significasse ter que achar sua própria comida. – Podemos começar o treinamento ? – questionou num ar mais respeitoso,de alguma forma ser mal criada com aquela mulher parecia errado. Qual é o seu problema,Skye ?! Travava uma batalha interna entre sua lógica e seus sentimentos e por mais absurdo que soasse,sua lógica estava perdendo.

– Você está curiosa do porquê de querer tanto confiar em mim ... – a asiática iniciou,parecia ler os pensamentos da jovem. Deixou a bandeja sobre uma das mesas que adornavam o jardim ao redor do quarto de Skye. A garota não negou ou confirmou,apenas a encarava,esperando ela prosseguir – Quando os Kree’s lançaram a profecia,ele nos uniram por algo mais intenso do que pura biologia ... Eles nos uniram por algo que a ciência ainda não denominou– ela tentava explicar,mas aquilo deixava tudo ainda mais confuso. - Quando você morrer,eu também morrerei - a asiática finalizou,tentando ser mais literal,já que a cara de Skye denunciava que a menina estava mais perdida que cego em tiroteio.

– Eu já levei mais tiros do que posso lembrar,facadas,costelas quebradas,quer dizer que você sentiu tudo isso ? – questionou com descrença. Jiaying balançou a cabeça negativamente.

– Você não havia se transformado ainda,tudo só começa a valer a partir de agora – ela respondeu e tentou uma aproximação com a jovem.

– Então se você morrer,eu morro também ? – indagou,já sentindo um frio na barriga. Definitivamente nada mais faltava ocorrer em sua vida. Além da bela experiência que tivera na HYDRA,na SHIELD,fora o sequestro,a transformação indesejada,ela ainda era conectada por alguma força cósmica a outra pessoa ? Que maravilha. Quando tudo aquilo acabasse ela iria escrever um livro,com certeza seria um best-seller.

Novamente Jiaying balançou a cabeça,numa negativa – Não,você é a escolhida e eu sou apenas a protetora,ou seja,sem a escolhida não há motivos para eu estar aqui,mas o inverso não se aplica a situação – a chinesa respondeu,até ela achava aquilo confuso. Era bastante assustador sentir-se daquela forma por uma pessoa que até dois dias atrás ela sequer conhecia,nenhum treinamento a preparou para aquele sentimento que pulsava em todas suas células. Protegê-la,de uma hora para outro,transformou-se na coisa mais importante da sua vida.

– Não tem jeito de nos livrarmos desse contrato que nenhuma das duas assinou ? – questionou,aumentando um pouco a distância entre ambas ao dar algumas passadas para trás – Isso não é certo,e eu possivelmente vá morrer em breve,não quero ser responsável por matar-lhe também – completou,enfiando as mãos nos bolsos do macacão.

– Você pretende se entregar e acabar com a guerra que acha que iniciou ? – a mulher prosseguiu,seu tom era bondoso. Skye não respondeu,seus olhos já começavam a afundar em lágrimas. Ninguém sabia daquilo,ah,claro! Reed lera suas memórias,possivelmente contara o conteúdo do chip para a esposa. A confissão que fizera,assumindo a autoria do disparo e mostrando diversas provas da veracidade das suas palavras,nem tentou se justificar do motivo de tê-lo feito,achou irrelevante,que explicação poderia ter para matar uma criança ? O vídeo terminava com uma Skye a pedir perdão,mas consciente de que seria sentenciada a morte. Aceitava esse destino.

– Eles já estão a dois anos se matando por minha culpa – balbuciou,se sentia incapaz de encará-la. A mulher a abraçou e Skye apenas afundou a cabeça em seu peito,deixando-se ser envolvida. Sim,aquele era o sentimento de estar em casa.

– Eles acharão outro motivo para se matarem,estava na cara que aquilo foi uma armação,mas o primeiro-ministro,em sua cólera,não quis acreditar em seus próprios conselheiros ... Ele precisava achar alguém para culpar e quem mais fácil do que os palestinos ?! Ele poderia ter procurado os reais responsáveis,mas preferiu manter-se cego a realidade – ela falava,tentando confortar a garota em seus braços – Ele foi o responsável pela guerra,não você – ela finalizou,incapaz de terminar aquele abraço.

– Gostaria que fosse simples assim – retrucou e saiu do abraço,enxugando uma lágrima teimosa com as costas da mão – Não tem como nos livrarmos disso então ? – questionou novamente.

– Não,assim como sua transformação,isso também é irreversível – a mais velha afirmou e ambas passaram longos minutos em silêncio. Perdidas em seus próprios pensamentos. – Podemos começar seu treinamento agora – Jiaying quebrou o desconfortável silêncio.

– Não,podemos começar ele amanhã,já está tarde - Skye respondeu e encarou o céu estrelado sobre sua cabeça. Sabia que a essa altura,Katherine, possivelmente,já soubesse do seu sumiço,rezava para que ela não estivesse deixando um rastro de sangue na tentativa de reencontrá-la,ou teria que adicionar mais essas pessoas a sua longa lista de "mortes não intencionais".