O outro lado da moeda : Skye escrita por Blake


Capítulo 17
Capítulo 17




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SKYE

Acordou-se tão logo o primeiro raio de sol irrompeu pela janela do quarto,as mãos tatearam a cômoda até pegar o despertador. 5:23 a.m. Ao seu lado,Miles ainda estava num sono profundo,preferiu deixá-lo assim. Saiu pelo quitinete coletando suas roupas e as vestindo,a porta ainda estava aberta e Kevin,aparentemente,achou uma boa ideia dormir no vão entre o apartamento e o corredor,em momentos como aquele se arrependia de não ter deixado Mike o jogá-lo escada abaixo. Suspirou e o empurrou apenas o suficiente para fechar a porta. Quando se morava ali,não era incomum aquelas situações,por isso sempre preferiu sua van.

Preparava o café quando fora surpreendida pelo abraço de Miles,não pôde evitar o sorriso que brotou sobre seus lábios.

– Bom dia – iniciou,virando-se nos calcanhares para encará-lo,o café já parecia irrelevante àquela altura.

– Ótimo dia – ele retrucou e já ia roubar-lhe um beijo quando a menina se desviou,passando por baixo do braço do moreno. Ele nem estranhou,já estava acostumado ao humor flutuante de Skye. Pegou uma maçã e desligou o fogo. – Por quanto tempo agora ? – ele questionou sem rodeios,conheci-a como a palma da sua mão e sabia que ela iria dizer algo que ele não queria ouvir.

– Eu preciso terminar algo que comecei – respondeu,aproximando-se e parando a alguns metros dele,apenas o suficiente para ver decepção em seus olhos. Tentou tocar-lhe a mão,mas dessa vez,ele que desviou – Talvez eu pertença a algum lugar,Miles,só preciso saber se eles são quem dizem ser – sussurrou,virando as costas para o homem,já estava saturada de vê-lo encarando-a daquela forma desiludida.

– Me leve com você então – ele pediu,largando a maçã sobre o balcão e a envolvendo novamente,como se daquela forma a impedisse de partir.

A resposta morreu na sua língua quando a porta foi aberta.

– Mike! – os dois disseram em uníssono sem entenderem o motivo daquela invasão tão abrupta.

– Precisamos ir embora,agora. HYDRA,está aqui – o homem anunciou,ofegante.

Todo seu corpo gelou,mas a mente trabalhava freneticamente para uma solução,eles possivelmente fossem invadir cada quitinete antes de tentarem aquele,tinham cerca de três minutos antes disso acontecer.

Aproximou-se da janela e olhou para baixo,vendo se não tinha ninguém lá,para sua infelicidade,haviam homens armados fazendo a patrulha de todas as vielas. A situação não era das melhores; estavam cercados,sem armas e ficando sem tempo,seria impossível explodir o quitinete sem morrerem durante o processo e por mais que pensasse tudo acabava em morte,tortura ou um pouco de ambos.

Ouviram o som de botas pesadas e vozes de homens pelo corredor. Mike pegara uma faca,enquanto Miles continuava perdido sobre toda aquela situação,pondo-se,protetoramente,à frente de Skye. Ouviram três disparos.

– Odeio bêbados – uma voz esganiçada anunciou e foi seguida por risos desdenhosos.

Uma lágrima solitária queimou sua bochecha - Gordon,socorro – sussurrou como uma prece e fechou os olhos.

TEAM SHIELD

– Katherine,preciso falar com você – Coulson anunciou ao parar diante da porta de correr do antigo dormitório de Skye.

Kate deu um riso nasalado,repleto de sarcasmo – Agora você precisa ? – retrucou num ar infeliz.

Coulson nem por um minuto se sentiu culpado,não cabia a ele revelar detalhes da vida pessoal de Skye,quando ela estivesse confortável,ela própria o faria.

– Não aja como uma criança mimada,ela é sua filha,não sua posse – ele afirmou,sério,deixando Kate sem resposta – Mas se você quer conhecer mais sobre ela,passe por essa criptografia – ele finalizou,tirando um pequeno chip do bolso e entregando-o nas mãos da morena.

Ele próprio dissera que eventualmente iria descobrir o que havia naquele chip,talvez tivesse chegando o momento.

May estava pousando o avião,tendo a companhia de Tripp como seu co-piloto,enquanto os demais cuidavam dos seus próprios assuntos. Bobbi girava seus bastões elétricos na sala de treino,já Hunter,que desde que chegara,mantinha-se sempre a poucos metros da morena,apesar de não falar com ela,limpava seu rifle com esmero,soltando uma piadinha ou outra,apenas para vê-la sorrir. Fitz-Simmons discutiam sobre alguma coisa,não estavam em bons termos desde que as novas adições chegaram,mas faziam seus respectivos trabalhos sem maiores contratempos. Ward lidava com a parte operacional da missão e revisava se não haviam deixado brechas.

– Sempre tão metódico – Katherine falou,desconcentrando o carrancudo.

– Quando não atravessamos paredes,temos que ser – ele rebateu num ar que,apesar de sério,não era bravo. Vindo de Ward,era quase uma piada.

Kate sorriu e o empurrou,fazendo-o afastar-se para que ela pudesse sentar. Ainda rodava o pequeno chip entre os dedos,o que não passou despercebido por Ward,ele abaixou os olhos por impulso e ela notou o desconforto – Não acha que eu devo tentar quebrá-lo – ela afirmou e riu de canto.

– Não,não acho – ele verbalizou sua opinião e voltou sua atenção para a planta do prédio.

Aquela seria sua versão de ler o diário de Skye,mas iria levar em consideração o que Ward dissera,por hora iria focar-se na missão,estava um passo mais próximo de encontrar o desgraçado do Garrett. A conversa que tivera com May até que lhe causou algum efeito,mas ao contrário do que a chinesa pensava,matar John a traria paz de espírito e não o contrário.

– Todos se dirijam à sala de reunião,por favor - a voz de Coulson ecoou nos altos falantes.

– Hora da ação – a morena anunciou e parecia genuinamente feliz,felicidade não compartilhada por Ward que só conseguia pensar sobre a horda de supersoldados.

– Agente Hand quer sincronismo absoluto nos ataques,todas as bases serão atacadas ao mesmo tempo e as equipes já estão posicionadas – Coulson iniciou ao notar a presença de todo o grupo,eles estavam focados,isso era bom. – Katherine vai entrar antes,enfraquecendo a segurança. Bobbi vai no quinjet com Tripp e Fitz,pousando aqui – ele falou e apontou para o terraço do prédio,onde,segundo as avaliações da planta,era o andar que mais consumia energia,consequentemente,o que mais armazenava dados e era exatamente isso no que estavam interessados,dados que levassem até o paradeiro de Garrett – Eu,May,Ward e Hunter entraremos pelos túneis,quando Kate passar o controle do prédio para Jemma distrairemos a segurança,o que deve dar tempo para vocês invadirem o prédio,com sorte,despercebidos – e com isso dito,ele apontou para Bobbi e para Tripp – Levem Fitz até os computadores e destruam tudo quando tivermos o que queremos – ele falava de modo enérgico,apontando para os pontos no mapa,como se daquela forma fosse ser mais didático – Nós vamos levar o confronto com os supersoldados para outra extremidade do prédio,onde Hunter estará posicionado e com sorte,não errará nenhum alvo – ele finalizou e olhou para a feição dos demais,achando um pouco de tudo,de medo até excitação.

– Só isso,Phil C. ? – Hunter quebrou o silêncio e tinha um sorriso prepotente a estampar seu semblante.

Todos o encararam com ceticismo e Barbara revirou os olhos,questionando-se internamente o que a fez casar-se com aquele idiota.

Coulson ignorou o inglês – Se preparem,saímos ao cair da noite – ele finalizou e os dispensou.

SKYE

A visão demorou a se habituar a luz forte,piscou algumas vezes até ganhar foco e só então tentou sentar-se,não sabia o que era exatamente,mas algo estava errado,ela se sentia diferente,ignorou aquela sensação,precisava achar Mike e Miles. Tentou chamá-los,mas tudo que saia de seus lábios eram sussurros inaudíveis,concentrou-se naquele lugar; era uma arena grande o suficiente para caber uma quadra de basquete,o chão era acolchoado e as paredes pareciam fortes o bastante para conter o Hulk,lembrava a sala de interrogatório do avião da SHIELD,embora não tivesse o ar austero dela. Enquanto no avião a sala era para manter quem estivesse fora seguro,aquela sugeria o contrário,a única coisa que não entendia era aquela luz nauseante,cobriu os olhos com as mãos e encolheu-se no canto da parede,enfim encontrando sua voz.

– Miles ?! Mike ?! – chamou,não obtendo nenhuma resposta. Seu coração parecia preste a saltar da sua caixa torácica,aonde eles estavam,aonde ela estava ?! Uma descarga elétrica se propagou por seu corpo,fazendo-a erguer-se num pulo,mas vacilou ao apoiar-se sobre o tornozelo torcido,caiu novamente,de joelhos. Amaldiçoou-se e ergueu-se mais uma vez,com maior cautela,tentava achar uma saída daquela sala ao tatear as paredes,nada. A sala parecia impenetrável e não tinha portas,como alguém entraria em uma sala sem portas ? Exato,Gordon.

– Gordon! – chamava num ar desesperado,só precisava saber se Mike e Miles estavam bem,não se importaria caso tivesse que permanecer ali,mas ninguém a respondeu. A pessoa que estivesse assistindo àquela cena,sem pronunciar-se perante o desespero da garota,só poderia ser um sádico com seus próprios objetivos em mente,ou seja,Reed.

Lágrimas começaram a brotar por seus olhos,cobriu-lhes com as mãos enquanto desatava num choro silencioso. Não suportaria ser a responsável por mais vidas inocentes,ser a responsável pela morte de Miles se equipararia ao que vivera na guerra e já cogitava o pior dos cenários. Demorou alguns instantes para se dar conta que toda a sala tremia,as paredes pareciam determinadas a caírem a qualquer momento,assustou-se e afastou-se,elas pareceram tremer mais. Claro,tudo que me faltava era um terremoto,refletiu pesarosa. Engatinhou até o centro da arena,cobrindo os ouvidos com as mãos e cerrando os olhos,não queria ouvir quando tudo desmoronasse,muito menos presenciar. Pensou em Miles nos seus,assumidamente,últimos instantes de vida e aquilo lhe trouxe calma,e a medida que ela própria ia se acalmando o terremoto também foi dando uma trégua,olhava ao redor,tentando compreender o que diabos acabara de acontecer.

Estava tão assustada que até as descargas em seu corpo pareceram irrelevantes,era como se milhares de formigas andassem por debaixo da sua pele. - Por favor,alguém! – suplicou,mas continuou sem resposta. Todas suas emoções estavam embaralhadas; raiva,medo,ódio,saudades,tristeza ... E todas elas pareceram ser expulsas por seus poros,numa onda de energia que fez toda a sala tremer novamente,dessa vez,bem mais intensamente. Só então percebeu que ela fora a responsável por aqueles tremores e a sensação de descarga era em decorrência disso. Eles haviam a transformado,perdeu a capacidade de respirar momentaneamente e apoiou as mãos no chão,mesmo sentada,tinha a impressão que iria cair.

A sala tremulante não tinha mais importância,na realidade, ficaria até feliz se as paredes caíssem sobre sua cabeça e acabassem com aquilo de uma vez,como iria viver causando tremores sempre que se sentisse ameaçada ou ficasse nervosa ? As lâmpadas explodiram sobre sua cabeça,mas ela sequer se moveu. - O que vocês fizeram ? – questionou baixo,sem um destinatário certo e com um olhar de puro pavor se pôs a fitar as mãos trêmulas,à frente do rosto.

SHIELD TEAM

– Não morra lá fora – Hunter sussurrou ao ouvido de Bobbi,que apenas sorriu.

– Não morra lá fora – ela repetiu o mantra deles e se dirigiu para o quinjet,sendo seguida por Tripp. Fitz vinha por último,trazendo uma quantidade absurda de tralha,ninguém objetou.

– Tenha cuidado – Jemma pediu,apesar de ter soado mais como uma súplica e o louro apenas sorriu,genuinamente encantado com a preocupação da médica,só gostaria que ela o visse mais do que apenas um amigo,gostaria que ela o visse como via ao Tripp.

– Eu terei – respondeu antes de seguir os demais até o quinjet.

May,Ward,Hunter,Katherine e Coulson seguiram de carro até o prédio,enquanto Jemma se manteve na parte operacional.

– Liberado – Simmons anunciou ao receber o aval da agente Hand.

X

Katherine foi a primeira a entrar em ação,passou tranquilamente por todas as barreiras, entrando pelos fundos do prédio,local onde a segurança era mínima. Fez seu percurso até a sala de comando,no terceiro andar,e deparou-se com apenas dois seguranças gorduchos que nada se assemelhavam aos que enfrentaram no complexo,usou o ICER em ambos. Modificou os alarmes impedindo qualquer comunicação externa e passou o controle das funcionalidades do prédio para Jemma.

– Hora do show – ela falou enquanto já fazia seu caminho até o térreo.

Xx

Coulson,Ward,May e Hunter já estavam no sistema de esgoto,a poucos metros do prédio,usaram explosivos para abrir um buraco na parede exatamente no local onde havia um túnel que levava até a sala de manutenção e apressaram os passos,May e Ward sempre olhando em seus relógios,afinal,tudo era uma questão de time. Levaram poucos minutos para percorrerem toda a extensão e saírem no exato local que haviam planejado,a partir desse ponto,se dividiram.

– Soe os alarmes,agente Simmons – May ordenou e a garota acatou. Os alarmes daquele prédio pelo menos não eram escandalosos como os do complexo,eram apenas sirenes vermelhas que piscavam incansavelmente assim como as luzes do ambiente que também oscilavam. May e Ward se entreolharam,galgando suas posições até o térreo,onde se uniriam à Katherine no confronto.

Os soldados entrariam em formação,um ou dois protegeriam os pontos importantes,enquanto os demais percorreriam os andares em busca dos invasores,aquela parte era completamente hipotética,poderia ocorrer o oposto e eles não se moverem,mantendo suas posições,o que complicaria bastante a vida do trio que esperava sua deixa para invadirem o local.

Se depararam com uma Katherine em luta corporal com um dos soldados,enquanto outros dois atiravam na direção da inumana,as vantagens de ser intangível,nem os socos que eles davam,nem os tiros que eles inutilmente disparavam em sua direção faziam algum efeito,mas caso ela segurasse o ICER enquanto estivesse naquele estado,o objeto também ficaria intangível e completamente inútil já que as balas seriam imateriais,por isso ficou grata quando viu a dupla de agentes em sua visão periférica,pena que ela não foi a única.

Uma mesa voou na direção deles,Ward se pôs na frente de May,enquanto protegiam-se atrás de uma pilastra. A mesa entortou-se inteira,formando um “C” ao adquirir o formato da pilastra,pela primeira vez o homem viu nervosismo nos olhos da chinesa.

– Que bom que você não sente os socos deles – Ward anunciou enquanto saia do esconderijo de arma em punho,atirando nas costas de Katherine,a bala apenas a atravessou,acertando o supersoldado com o qual ela lutava.

– Você acabou de atirar em mim ? De novo ?! – Kate resmungou numa falsa ofensa e já estava correndo na direção do segundo esquentadinho,o que arremessou a mesa. Ela saiu da sua intangibilidade e deslizou pelo solo,chutando-lhe o joelho,o barulho que se seguiu sugeria o rompimento de algum ligamento da patela do indivíduo,o homem se curvou e urrou de dor,aproveitou a oportunidade e passou as pernas ao redor do seu pescoço,imobilizando-o no chão,num estrangulamento,e novamente Ward atirou.

– Tem certeza que não podemos apenas matá-los ? – ela brincou enquanto pegava a mão do moreno que a estendeu no intuito de ajudá-la a levantar-se.

May vinha logo atrás,com alguns rasgões na roupa,mas a cara imparcial era a mesma. Ninguém ousou perguntar se ela estava bem apenas a seguiram pelos corredores.

XxX

Ao verem as sirenes o trio saiu do quinjet,usavam a tecnologia de cloaking por isso permaneceram escondidos por tanto tempo.

– Atualizações,agente Simmons ? – Tripp questionou,enquanto dirigiam-se até as escadas que dariam até o andar de interesse.

– Quatro indivíduos fazem a ronda e há mais dois dentro da sala – ela falou com a voz um pouco trêmula.

Definitivamente não contavam com aquele contingente,se Coulson achava que existia alguma forma de passar despercebido por aquilo,ele estava ficando louco de pedra. Os três se entreolharam e antes que pudessem tomar qualquer decisão,sentiram um abalo e logo em seguida o estrondo de uma explosão.

– O que aconteceu ?! – Tripp e Bobbi,perguntaram ao mesmo tempo.

– Aproveitem a brecha – Coulson respondeu.

Ao olharem o corredor depararam-se com uma enorme cratera que englobou os quatros soldados,só havia um pequeno problema, como eles iriam passar por aquilo ? Deixaram para pensar naquilo depois pois tinham um problema bem mais urgente,os dois militares que estavam dentro da sala não foram englobados pela explosão e ao ouvirem o tumulto decidiram checar e pela cara deles,não seria uma conversa amigável.

Os dois homens correram e atravessaram a cratera com um pulo,Fitz,Tripp e Bobbi correram para o terraço novamente e enquanto Fitz escondia-se,Tripp e Bobbi iniciavam uma luta corpo-a-corpo contra os dois indivíduos. A cada soco que desviavam a mão deles afundavam no concreto,numa dessas oportunidades Bobbi desferiu seu bastão contra o rosto de um deles,eletrocutando-o e o atingindo com o concentrado de dendrotoxina que Fitz fizera especialmente para o seu equipamento. Tripp parecia estar tendo um mau momento,ele fora capaz de desarmar o homem,mas recebera uma joelhada nas costelas e respirava com dificuldade enquanto tentava afastar-se do agressor,esse que ia em direção a arma,mas antes que pudesse alcançá-la Fitz o acertou,as mãos ainda tremiam quando jogou o ICER para longe.

– Você está bem ? – Bobbi questionou ao aproximar-se do moreno e o dar apoio.

Ele concordou fracamente com a cabeça,mas ambos sabiam que era mentira. Fitz a ajudou a pôr Tripp no quinjet e ele não protestou sobre permanecer ali,sabia que seria um estorvo caso decidisse segui-los.

– Voltamos logo – Bobbi o avisou. Ela e Fitz seguiram pelas escadas novamente,indo em direção a sala,voltando ao problema da cratera.

– Eu tenho uma ideia – Fitz falou,abaixando-se para remexer na sua mochila,tirando de lá uma corda. Apontou para a viga acima de suas cabeças e Bobbi parecia um pouco desapontada.

– Pensei que fosse algo mais ... avançado – ela admitiu pegando a corda e ele apenas deu de ombros.

– O avançado as vezes é a resposta simples – ele retrucou,observando-a amarrar a corda com um nó firme e a testar ao apoiar o próprio peso sobre ela.

– Parece bom – sibilou e suspirou,dando duas voltas com a corda ao redor da mão e criando impulso para pular,saltou do outro lado e sorriu de forma vitoriosa,jogando a corda para Fitz. – Vamos – disse tentando incentivá-lo.

O garoto já havia feito todos os cálculos físicos existentes; vetor,velocidade,aceleração e estava confiante que daria tudo certo,enrolou a corda na mão e correu da distância que ele também havia calculado,aterrissando de pé ao lado de Bobbi,entregou a corda na mão da morena que a amarrou em alguma estrutura para que quando voltassem,pudessem atravessar novamente e só então seguiram até o sala.

XxXx

Coulson e Hunter fizeram a dupla dinâmica da vez,os dois tinham um sincronismo absurdo e quando estava em missão,era impressionante o quão concentrado o britânico tornava-se. Nenhuma piadinha escapou por seus lábios . Instalava os explosivos,enquanto Coulson o guiava usando um detector de calor para determinar aonde os supersoldados estariam.

– Para sua posição,Hunter – Coulson ordenou e o inglês o lançou um olhar de entendimento,dirigindo-se para a parte mais alta daquele área,parecia uma ala médica ou algo do gênero.

Só quando viu os quatros se aglomerarem no mesmo ponto foi que pressionou o botão,fazendo eles desabarem por inofensivos vinte metros. Hunter acertou dois enquanto esses ainda estavam caídos,um escapou da sua mira e o outro foi imobilizado por Coulson,que agora protegia-se atrás de uma maca dos inúmeros tiros que o supersoldado disparava. Hunter correu em sua direção e apenas tirou uma faca do bolso,arremessando-a exatamente no nervo radial do militar,fazendo-o,imediatamente,largar a arma já que perdera o controle dos movimentos daquela mão e só então sacou o ICER,acertando-o enquanto ele corria em sua direção de forma furiosa.

– Ainda vivo,Phil C. ? – o inglês brincou,aproximando-se do mais velho e o ajudou a se levantar. Se puseram a caminhar pela ala,que tinha uma parte destinada apenas para os arquivos,por curiosidade,pegou um. Eram cobaias que eles utilizavam em seus testes,cada uma era mais assustadora do que outra,lembrava dos horrores que os médicos alemães faziam com os judeus,ciganos,gays ... Fechou um desses arquivos e encarou Hunter que o fitava,igualmente abalado. Acabar com aquela empresa seria um bem que fariam a humanidade,mas foi impossível não pensar no porquê daquelas macas estarem vazias,aonde estavam as cobaias ? Por sorte não tiveram tempo de refletir muito sobre isso já que Katherine,May e Ward retornavam e traziam companhia.

– Estamos chegando,guys e muito bem acompanhados – Kate anunciou e todos ouviram em seus respectivos pontos.

Hunter correu para sua posição novamente e Coulson escondeu-se atrás da porta,pretendia pegá-los na surpresa. Além do grupo,vieram com eles mais sete aprimorados e esses pareciam prontos a derrubarem todo o prédio,possivelmente fossem capazes de o fazê-lo. Hunter acertou três,mas os quatro restantes se dividiram pela enorme ala,cada um tinha um alvo e não foi nada interessante quando um deles pegou um cilindro de gás e outro um isqueiro. O inglês saltou do seu esconderijo,largando o pesado rifle e usando sua segunda arma preferida; facas,a essa altura ele já não estava mais preocupado se iria matá-los ou não,Katherine também compartilhava dessa opinião e quando a viram com a traqueia de um deles nas mãos tiveram certeza que teriam que decidir entre o politicamente correto e suas vidas. A segunda opção ganhou.

Ward era imobilizado contra a parede,a mão que segurava o ICER estava presa no aperto do soldado e tornava-se cada vez mais difícil desviar-se das joelhadas e cotoveladas que ele tentava desferir contra si,golpes fortes o suficiente para afundarem o concreto,pensou rápido e com a mão que antes estrangulava o soldado,puxou uma faca,acertando-o no baço. Já May fazia uma luta mais dinâmica,por cima das macas,mesas,seus chutes sempre direcionados ao rosto dos indivíduos,que não pareciam sequer senti-los,já estava ficando sem opções e numa dessas oportunidades ele a puxou pelo pé,fazendo-a despencar da mesa e atingir o chão num baque surdo,ele a ergueu do chão pelos cabelos mas antes que pudesse arremessá-la,a chinesa atirara contra ele,fazendo-o congelar aonde estava e a libertar daquele aperto. Hunter e Coulson contiveram o quarto e último deles sem maiores contratempos.

– Precisamos de alguém para pilotar o quinjet – Barbara falou em seu ponto,Tripp era seu piloto mas ele não estava em seu melhor estado e não queria arriscar.

– O que houve com Tripp ? – May foi a primeira a indagar,enquanto Katherine desaparecia entre as paredes,indo até o terraço,ela seria a piloto.

– Ele está ferido,mas vivo – respondeu enquanto ela e Fitz abandonavam a sala,os explosivos já estavam armados – Vocês têm 60 segundos para saírem daí,vou explodir o último andar – ela falou e todos se puseram a correr até a sala de manutenção novamente. Katherine já esperava a dupla no quinjet e não demorou para alçarem voo,ainda foram capazes de ver a explosão,uma bola de fogo irrompendo no céu estrelado,explosão que destruiu o penúltimo e o último andar.

O grupo que saiu pelos túneis também presenciou a bola de fogo,mas não ficaram para apreciar o espetáculo,tinham pressa em sair dali. Aquela explosão com certeza seria checada pelas autoridades locais e SHIELD queria permanecer aonde atuava melhor,nas sombras.


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Notas finais do capítulo

Irei focar mais na menina Skye,a.k.a tremorzinha,no próximo capítulo. YEY! *U*
Dúvidas,reclamações,elogios,xingamentos ... Sinta-se à vontade para mandar.



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