A Sombra do Colosso escrita por Komorek


Capítulo 5
Capítulo IV - Caminho das Lápides




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Aquela voz. Mesmo não compreendendo o que dizia, eu já ficava feliz de ouvi-la. Percebia cada vez mais, que se eu derrotar todas essas Criaturas, poderei traze-la de volta.

Abri meus olhos, após o estrondo da Segunda estátua à minha direita. Podia sentir três presenças antes de me despertar. O que é isso que sinto...? Parece que ficam me observando... – pensava. Mas meus pensamentos foram interrompidos, pela voz de Dormin.

Teu próximo adversário é... Na terra dos vastos campos verdes. Fileiras de Sepulturas da Orientação. Ele é gigante, mas na verdade, temível não é.

“Fileiras de Sepulturas da Orientação”? O que ele quis dizer com isso...? – tentava entender. Em volta do corpo, haviam, desta vez, três pombos brancos. Agora são três...? Espera um pouco... Três pombos... Três Presenças... E isso vai aumentando cada vez que mato um Colosso...

Agro surgiu, subindo as escadas. Chamei-a para perto de mim, e montei. Cavalguei até as escadas, e levantei minha espada. O Colosso estava, desta vez, ao Norte, na direção em frente ao Castelo, mas mais voltado para a esquerda. Havia uma Fenda entre o morro, permitindo a passagem.

Cavalguei com Agro até a passagem. Na sua entrada, haviam alguns lagartos negros. Eu, que já havia derrotado três dos Colossos, estava exausto. Decidi fazer uma pausa. Com meu arco e flecha, matei dois lagartos, e lhes arranquei a cauda. Como não havia nenhuma árvore por perto, decidi comer aquilo mesmo.

Me sentei em uma rocha, quase que deitando, e olhei para o céu. Agro também descansou, pondo sua cabeça no meu colo.

– Esse local... Já estou aqui faz algumas horas, sem contar o tempo que fico desacordado a cada Colosso que derrotei. Será que... não anoitece? Ou será que a noite aparece quando estou desacordado?

Mordi uma das caudas.

– E o que aconteceu com esse lugar? De onde vieram os Colossos? Isso tudo é tão... misterioso... – fiz uma pausa – Mas nada disso interessa. O que importa, é que consiga trazer ela de volta...

Após alguns minutos de descanso, me levantei. Chacoalhei Agro para que acordasse. Preciso achar uma fonte de água... – era o que me veio em mente. A égua se levantou, e pude subir nela. Eu então, andei para dentro da Fenda.

Ela era escura e densa, mal conseguia ver o que havia em frente. Mas não parava de andar. Após algumas pequenas curvas, pude ver um brilho bem pequeno. Quanto mais seguia em frente, mais ele se aproximava. Até que, cheguei ao local.

Havia uma rampa a se descer, e chegar até um, como disse Dormin, um Vasto campo verde. Haviam pequenas árvores por todo lado. Desci com Agro. A descida era um tipo de desfiladeiro, pois havia um barranco ao lado. Ao chegar no Campo, pude ver o caminho que levava até o fundo da Ravina. Decidi explora-la.

Perdi meu tempo. Após alguns minutos, dando voltas pelos caminhos que lá haviam, decidi subir. Fui em direção dos campos. Metros à frente, haviam Quatro estranhas Entradas para o Subsolo. Ignorei-as, e continuei a andar. Logo em frente, pude ver uma grande estátua de cavalo, aparentemente, deitado.

Era óbvio do que se tratava. Era o Quarto Colosso. De repente, seus olhos surgiram, azuis como os de todo Colosso. Ele se apoiou em suas patas dianteiras, que mais pareciam pedaços de pedras, e se levantou. De seu rosto, desciam duas tranças, e a criatura em si, tinha a mesma altura que o Colosso Quadrúpede anterior, mais ou menos 30 metros. Rapidamente, saquei minha espada, e chequei seus pontos fracos.

Um na cabeça e outro no pescoço. Como o anterior, dois pontos vitais. Agora, me restava saber como chegaria até eles. O Colosso andou em minha direção, obrigando-me a correr com Agro para trás. As entradas subterrâneas eram altas. Subi em uma delas, e esperei a Criatura chegar. Minha estratégia era subir em suas tranças, e chegar à sua cabeça.

Quando ele se aproximou, pulei. Porém, mesmo com a altura, não consegui alcança-las. Caí no chão, mas não me feri gravemente. Porém, o Colosso se aproximou, e como estava caído, dei a vantagem para me atacar. Ele levantou a pata, e a jogou para o chão com força. Rolei para o lado e consegui desviar.

Me levantei rapidamente, e corri para a entrada do Subsolo, tentando me esconder. Havia um lance de escadas, que descia até o fundo. Me sentei no meio do lance, para respirar.

– Essa.... Foi por muito... pouco... – estava ofegante.

Lá de dentro, escutava os relinchos de Agro. Não podia deixa-la sozinha. Quando me levantei para subir novamente, tomei um grande susto. A saída estava bloqueada, pelo rosto do Colosso. Ele havia se abaixado para poder me procurar. Logo, ele retirou a cabeça, e tudo ficou em silencio por alguns segundos.

Escutei um rugido, e de repente, um grande impacto no teto. A Criatura estava tentando me atacar por fora. Pedaços de Terra caíam em cima de mim. E então, mais um golpe, desta vez, me fazendo-me tropeçar, e cair alguns degraus. Logo, bati em uma parede, e vi um rápido clarão. O subsolo tinha um corredor.

Senti uma dor em minha testa, e quando coloquei meu dedo para verificar, senti um líquido quente, e quando o olhei, um espanto. Era meu sangue. Arranquei um pedaço do meu manto, e amarrei em minha testa, fazendo um tipo de bandana, para evitar que mais sangue saísse. Segui andando pelo corredor, um tanto que tonto.

Percebi que todas as Entradas eram conectadas por esse corredor. Subi as escadas de outra, e quando saí, vi o Colosso de costas, agachado, me procurando, igual antes. Sua cauda era pequena, mas quando agachado, tocava o chão. É minha chance...!

Mesmo zonzo, corri em direção à criatura. Pulei em sua cauda, que mais parecia uma rocha, e comecei a escalar. Suas costas eram peludas, permitindo que mesmo quando se chacoalhasse, poderia me agarrar no Colosso. Logo percebi que o Ponto Vital em sua nuca não era um Selo, e sim, uma cicatriz. Me aproximei, e finquei a espada uma vez. O Colosso rugiu, e levantou com toda a força, relinchando, e socando as patas ao chão. Aquilo me fez perder o equilíbrio, mas consegui me agarrar novamente.

Cravei mais uma vez, e o Colosso então abaixou a cabeça, se contorcendo de dor, e permitindo-me ir para sua cabeça, onde estava o verdadeiro Selo. Estendi a espada, e efetuei o primeiro golpe, jorrando grande quantidade de sangue. O Sangue dos Colossos era negro, e se tornava um tipo de fumaça quando atingia grande altura.

Mais outra cravada fez a criatura novamente se contorcer de dor, emitindo um gemido. Aquilo mexia comigo. Mas não podia me deixar levar pelas emoções, e ataquei mais duas vezes. Com raiva, o Colosso empinou e se chacoalhou no ar, fazendo-me cair de sua cabeça. Por sorte, consegui me segurar em uma de suas tranças. A bandana que fiz para parar o sangramento na testa se desamarrou, e caiu.

Escalei de volta à sua cabeça, e o golpeei novamente. Mais dois golpes, e senti o Colosso parar de se mexer totalmente. Seu corpo começou a despencar para o lado. Desta vez, eu me agarrei no pelo de sua cabeça, impedindo-me de me machucar na queda. Após cair totalmente, soltei, e caí de pé no chão. As essências se dispersaram, e logo me possuíram. Me afundei na escuridão, e após a Luz se apagar, senti quatro presenças.

Ao percebe-las, abri meus olhos instantaneamente. Estava de frente com uma delas, mas só conseguia ver seus pés. Eles eram totalmente negros, pareciam ser feitos de sombras. Não conseguia me mexer, mas tentei subir meu olhar. Só consegui chegar ao seu tórax. Seu corpo inteiro era feito de sombras. Logo, senti um brilho, e com o estrondo da explosão, sem querer fechei meus olhos, e quando os abri novamente, a silhueta não estava mais lá.

Após a explosão da Estátua, consegui me levantar. O ferimento em minha testa estava curado, e a parte de meu manto que havia retirado, se concertou. Vi Agro se aproximando do templo, e olhando para o corpo que nele estava, deitado e sereno. Me aproximei, e também a observei.


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Notas finais do capítulo

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