Encontros escrita por Alexandra Eagle


Capítulo 7
Capítulo 7 - Agora é guerra!




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/637022/chapter/7

Roxton respirou fundo, os seus olhos brilhavam como nunca, ele se aproximou da cama e se ajoelhou ficando frente a frente com a herdeira. Marguerite ficou esperando uma reação negativa do caçador, que permanecia em silêncio; o que aconteceu não foi bem o que ela imaginava, mas sem dúvidas a surpreendeu. John levou a mão até a barriga de sua amada e a acariciou com muito carinho. Marguerite se emocionou ao sentir o gesto de ternura e sorriu para ele que, em seguida, a beijou e deu-lhe um abraço forte. Ambos derramaram lágrimas de emoção; John segurou o rosto da morena, ele queria olhá-la nos olhos para que não houvesse dúvidas de sua felicidade em saber que seria pai.

– Marguerite, eu estou tão feliz que a minha vontade é de gritar aos quatro ventos que vou ser pai!

– Não, John... Espere um pouco, eu não quero contar ainda. E, por acaso, você já se esqueceu dos seus convidados? Um deles não vai gostar nada disso. E se aquela mulher ousar chamar o meu filho de bastardo eu vou atirar nela!

– Marguerite, daqui pra frente eu não quero saber de dúvidas, medos... entre nós. Vamos ter um filho, isso nos une para sempre. A opinião de ninguém será mais importante do que você ou o nosso filho. Ele ou ela não será um bastardo por que eu vou me casar com você!

– John... Você tem certeza que é isso o que você quer? Não precisa ficar comigo só porque estou grávida, sou perfeitamente capaz de cuidar de mim mesma e do meu filho. E pra falar a verdade, eu não sei se eu quero casar com você, não pense que eu te perdoei.

– É O NOSSO FILHO! E não me venha com absurdos, Marguerite, é claro que vou ficar com você e o nosso bebê. Vamos formar uma família com a qual eu sempre sonhei... Eu te amo, meu amor, e segredos você também tem e eu soube esperar... Diana não é minha noiva e só não joguei isso na cara dela por consideração, por ela ter vindo até aqui me encontrar.

– Bom, então vamos deixar as coisas bem claras aqui, Lord John Richard Roxton. Eu vou acreditar nas suas intenções.

– Já é um avanço!

– Não me interrompa, eu ainda não terminei. É muito lindo que a Srta. Connelly tenha feito tanto sacrifício só pra te levar para o altar – porque ela não me engana – mas eu não ligo! Vamos ficar todos nesta casa e eu não quero ela te chamando de meu noivo e te dando beijos, porque se for assim eu vou começar a beijar o Jacob pela gratidão que tenho por ele, o que você acha?!

– De jeito nenhum! Bem, eu vou ter que ser eternamente grato àquele filho da mãe do Miller por ter cuidado tão bem de você e do bebê, mas vou matá-lo se eu o pegar te beijando, fazendo juras de amor... "Vou cuidar de você Marguerite"... Mas quem ele pensa que é?

De repente, a preocupação explodiu sufocando o peito do caçador.

– Ai meu Deus! Será que está tudo bem com o nosso filho depois tudo o que você passou? Eu não acredito que viajamos por essa selva com você grávida. Por que não me contou, mas contou ao Jacob?

A herdeira não pôde conter a risada ao ver o desespero e o ciúme do Lorde, que estava quase tento um treco!

– John, está tudo bem com o bebê, ele é forte como o pai. O xamã dos Zangas me examinou ontem à noite e estamos bem. E eu não contei nada pra ele; foi a serva do brutamontes que me sequestrou, ela ficou com pena de mim e me ajudou a fugir com o Jacob.

– Hum. Sei...

– Pare de implicância com ele, você está com ciúme! Jacob só estava tentando me convencer a te contar sobre a gravidez...

– Ah, claro, só isso... Não foi o que pareceu! E como quer que eu fique se ouvi ele se declarando pra você? No seu quarto ele não entra nunca mais.

– Eu quero que você fique como eu quando eu o vi beijando aquela insuportável que jogou na minha cara que é sua noiva!! E você ficou calado! E não pense que vai mandar em mim, no meu quarto entra quem eu quiser!

– Foi ela quem me beijou de surpresa, eu não tive como reagir. Eu fiquei com pena de dar um fora nela assim tão... Tão hum...

– Me poupe. Isso é desculpa de homem. De mim você não teve pena, não é mesmo?

– Ahhh chega! Não vamos mais falar do Jacob e nem da Diana. Bem, você disse agora pouco, hum... forte como o pai?! Será que vai ser um menino?

– Eu não sei ainda; estou com mais ou menos 2 meses de gravidez, temos que esperar.

Ele a abraçou novamente entrelaçando os dedos nos cachos escuros e sedosos da bela morena e repetiu várias vezes que a ama. Marguerite relutou em devolver o abraço, já que ela ainda estava chateada, mas logo foi se derretendo ao sentir o calor dos braços fortes do caçador.

– John, você está me apertando!

– Desculpa, eu te machuquei? É melhor eu chamar o Challenger para examinar você.

– Não precisa, eu já disse que o xamã já fez isso!

– Sim, mas talvez Challenger tenha outra opinião e eu não vou arriscar só com a palavra de um xamã!

– John, não seja ridículo. Challenger pode ter algumas noções sobre gravidez, anatomia humana etc..., mas de fato ele não tem nenhuma experiência; já o xamã cuida das mulheres de toda a aldeia e já realizou vários partos. Então, neste caso, o xamã sabe mais que o Challenger, mesmo que ele nunca irá aceitar isso.

– Você pode ter razão, mas mesmo assim eu ficaria mais tranquilo se você fosse examinada de novo.

– Eu vou pedir para ele me examinar amanhã, está bem?!

– Faz o que, né? Sua teimosa... Só mais uma coisa.

– O que?

– Você ainda não me disse o que eu tanto gosto de ouvir.

Marguerite sorriu. Ela estava muito feliz por John ter adorado a notícia, suas inseguranças ainda estavam presentes, mas ela não era uma mulher de temer as situações adversas; em toda a sua vida ela sempre tomou as rédeas do seu destino, conduzindo e manipulando tudo e a todos para alcançar os seus objetivos. De muitas de suas atitudes inescrupulosas a herdeira se arrependeu, mas hoje ela tem uma nova índole que a permite ter mais consciência de seus atos e a distinguir o que é certo do que é errado. E com as palavras de amor e o olhar sincero do imponente caçador, internamente ela se deu conta de algo que a deixou bem mais tranquila em relação a tudo: o amor de John é verdadeiro – e não uma simples aventura momentânea como Diana quis que ela acreditasse.

A herdeira respirou fundo e prometeu a si mesma naquele momento que não iria abrir mão de sua felicidade ao lado do único homem que a fez sentir o amor sincero sem o apego de fortunas ou posição social, um amor verdadeiro! "John, você não me quer apenas como amante, quer formar uma família... Deus, isso é maravilhoso..."

– Marguerite, você vai ficar aí no mundo da lua e não vai me dizer nada? (N.a.: com aquela carinha de charme que mulher nenhuma resiste rsrsrs)

A herdeira chegou mais perto e deu-lhe um beijo suave. John fechou os olhos para sentir melhor o calor dos lábios de Marguerite em sua boca. A morena envolveu os braços no pescoço dele e sussurrou o que John tanto queria ouvir:

– Eu te amo! E... Você vai se resolver com a Diana assim que sair deste quarto ou eu vou fazer isso por você! E ela já sentiu na pele que não deve me irritar.

– Como assim? O que houve entre vocês?

– Nada demais. Apenas uma conversa de mulher pra mulher; ela já está bem ciente sobre nós, porém está muito equivocada em relação aos nossos papéis em sua vida.

– Me explique isso direito, Marguerite, o que foi que ela te disse? Lembre-se: não me esconda nada, eu tenho direito de saber.

Marguerite respirou fundo e se lembrou de cada palavra venosa que Diana destilou como uma serpente sobre ela; a herdeira se arrependeu te ter ouvido tanta coisa calada e de não ter dado outras bofetadas na megera.

– Marguerite, confie em mim!

– Eu confio John! Mesmo que não pareça, eu confio em você. Só que não foi uma conversa muito agradável. Ela... Hum... Ela disse que você faria o mesmo que seu pai, casaria com uma mulher da sociedade – no caso, ela – e me deixaria em um chalé em Avebury te esperando como... uma prostituta.

– Eu não posso acreditar que ela disse isso...

– Então está duvidando de mim? Típico!

– Não estou duvidando de você, mas isso foi de uma baixeza incrível e ainda mais para uma mulher que se diz uma dama. Eu nunca faria isso com você! Nunca! Eu te dou a minha palavra!

– Eu acredito em você! Mas confesso que duvidei e que... Eu já vi isso acontecer; promessas quebradas e amores rompidos e tudo o que resta. É só desilusão e o rancor, muito rancor!

– Não com você e eu! Não posso te prometer que será tudo perfeito ou que não teremos momentos difíceis, mas te prometo que o meu amor e o meu respeito você sempre terá.

John tirou o seu anel de família, pegou a pequena mão de Marguerite, beijou-a e...

– Só se encontra uma mulher de fogo e aço uma vez na vida e eu quero passar o resto dos meus dias com você e nosso filho; e com outros que virão depois dele. Srta. Marguerite Krux, me daria a honra de ser minha esposa?

– Outros depois deste aqui? Quantos filhos você quer?

– Ora, as coisas vão acontecendo... Eu quero quantos a vida nos permitir ter. Mas não mude de assunto, eu estou esperando uma resposta!

– Ah é claro, se eu aceito ser sua esposa... Bem, já que você está praticamente me obrigando, eu aceito! Rsrs

– Te obrigando? Não foi bem o "sim" que eu esperava, mas é por isso que eu te amo: você sempre me surpreende.

– E eu te amo porque você é diferente de todos os homens que eu já conheci. Você soube me esperar e sempre me respeitou e enxergou o melhor de mim; você me fez acreditar que eu mereço muito mais do que eu me permito ter e eu quero você ao meu lado cuidando do nosso bebê junto comigo!

– Eu vou estar com vocês, meu amor!

John pôs o anel no dedo de sua amada e brincou com o fato de o anel ter ficado um pouco folgado. Depois de algumas risadas os dois se deitaram abraçados e adormeceram em meio às carícias e beijos suaves.

...........................................

No laboratório...

Diana estava ficando vermelha de tanta raiva, tendo que ficar ouvindo as intermináveis explicações do cientista e ficar vendo um monte de experimentos, insetos, etc... Enquanto Roxton estava lá com Marguerite. "Se Lorde Roxton pensa que vai se livrar de mim está muito enganado, eu que vou me livrar daquela prostituta e desse maldito bastardo".

Já Harrison só queria sair de lá e paquerar a dona da casa.

.............

Jacob ficou na cozinha conversando com Verônica. A loira estava morrendo de curiosidade pra saber mais sobre o aventureiro e de como conheceu Marguerite. Ele contou tudo, mas omitiu a gravidez da morena – ele achava que isso apenas ela deveria contar. Verônica ficou fascinada com a história e muito feliz pela amiga ter encontrado alguém tão bom em seu caminho; a garota da selva, que não era nada boba, percebeu logo que Jacob estava apaixonado pela herdeira, mas sentiu que ele não faria nada de ruim a ela.

Jacob também estava bem curioso e fez várias perguntas que Verônica respondeu, mas uma em especial fez a jovem se entristecer...

– E onde está o repórter Ned Malone? Eu lia muito os artigos dele no jornal; o que ele escreveu no período da guerra foi mesmo impressionante... Senhorita Layton? Está tudo bem?

– Oh sim, desculpe; eu me perdi nos pensamentos imaginando onde pode estar o Malone.

– Por quê? Ele está perdido? Eu posso ajudar a encontrá-lo. Não fique triste, assim como Marguerite voltou ele também voltará!

– Eu o agradeço muito, mas o Malone não está perdido; ele saiu em busca de aventuras para escrever e não sei quando vai voltar.

– Ah, eu o entendo! Às vezes um homem precisa sair e trilhar seu próprio caminho. Eu fiz isso duas vezes em minha vida e foi muito bom! Na primeira eu vim parar nesse platô e na outra eu encontrei Marguerite e todos vocês. Estou tento sorte!

– Espero que o Malone também esteja tendo sorte.

– Tenho certeza que sim! Mas eu ainda estou impressionado com tudo o que me contou, é mesmo incrível você ter sobrevivido sozinha por tanto tempo. Espero que um dia você encontre a sua mãe nesse tal lugar Avalon, sobre o qual eu só ouvir falar em histórias do rei Artur e os Cavaleiros da Távola Redonda. Ah, mas eu aprendi que nesse lugar nada fica na ficção; todas as história, as lendas, os mitos etc... tudo é bem real aqui no platô.

– Oh, isso é verdade... Tome um pouco de chá e aqui está o pão e a geleia de morango. Tem algumas frutas e carne de raptor que preparei ontem à noite, ainda está uma delícia. Eu vou chamar os outros, fique a vontade!

– Oh obrigada, faz tempo que não como tão bem rsrs

........

Verônica interrompeu o falatório de Challenger, para o alívio dos visitantes.

– Challenger, eu preparei um lanche. Devem estar todos famintos...

– A senhorita é mesmo um anjo!

– Não ligue para o meu irmão, senhorita Layton, ele é muito galanteador rsrs. Estou faminta!

– Bem, então vamos apreciar o chá da tarde. Eu posso continuar a mostrar as minhas pesquisas mais tarde.

– O senhor é mesmo brilhante, professor!

– Oh minha cara, é bom conhecer pessoas que saibam apreciar tais feitos.

Verônica não gostou do comentário do cientista e retrucou.

– Todos nós apreciamos os seus grandes feitos, Challenger; só não ficamos te bajulando o tempo todo. Com licença...

Verônica subiu as escadas de volta ao andar de cima e os outros ficaram para trás sem entender a reação da jovem. Diana e Harrison não deixaram de comentar o que havia acabado de acontecer.

– Acho que a Srta. Layton não gostou muito da nossa presença.

– Oh, imagino que seja difícil para ela se deparar com uma dama da sociedade, afinal de contas, ela viveu por muito tempo com selvagens. Talvez esteja se sentindo desconfortável por não saber ao certo se portar como uma dama.

– Srta.Connelly, Verônica tem um temperamento forte, mas ela sabe muito bem se portar como uma dama. Contudo, é claro que, por ter vivido tanto tempo sozinha, não costuma aceitar logo de cara desconhecidos.

– Eu vou tentar conversar com ela após o chá, tenho muito a ensiná-la sobre boas maneiras.

– Agora que estão presos aqui no platô, tenho certeza que Verônica é que tem muito ensinar à vocês; como sobreviver a todos os perigos, porque não são poucos por aqui. Mas acho que seria bom para Verônica algumas aulas de etiqueta da atualidade, tenho certeza de que logo se tornarão amigas! Ela e Marguerite também não se deram bem no começo, mas hoje acredito que se gostam como irmãs.

– A Srta. Krux é bem reservada pelo que pode perceber, tentei conversar com ela logo que a conheci, mas pouco me deu atenção.

Challenger não soube o que dizer, mas sabia muito bem o porquê de Marguerite ter ignorado Diana. Era óbvio que a situação era bem complicada, mas o cientista tinha absoluta certeza do amor de John pela bela morena e que essa história de noivado já não fazia mais parte dos planos do caçador há muito tempo.

– Bem, Srta.Connelly, Marguerite é uma incógnita até para nós. John e os outros devem estar nos esperando, vamos.

Os três subiram as escadas e seguiram para a cozinha. Verônica e Jacob estavam sorridentes e conversando, Challenger e os irmãos Connelly se sentaram à mesa. Verônica fechou a cara, o cientista serviu os convidados com um chá. Diana ficou inquieta ao reparar que o casal apaixonado ainda estava no quarto.

– E o John?

Verônica olhou para a mulher com um sorriso sarcástico.

– Ele está com conversando com a Marguerite.

– Há tanto tempo assim? Acho melhor eu ir chamá-los para nos fazer companhia.

– Não precisar se incomodar, eu mesma vou chamá-los.

– É muita gentileza de sua parte.

Verônica respondeu a falsidade de Diana com um sorriso amarelo e foi para o quarto da herdeira torcendo para que seus amigos tivessem feito as pazes. Ao abrir a cortina viu os pombinhos dormindo abraçados; a garota da selva pôde ver no rosto sereno dos amantes que tudo estava bem e, sorrindo de alegria, fechou a cortina.

A jovem chegou ao andar de cima e se sentou à mesa com ar um de felicidade e satisfação que intrigou os irmãos Connelly – em especial Diana.

– Eles já estão vindo?

– Ah... Bem, eu acho que vão demorar um pouco; eles ainda estão conversando.

– Mas o que tanto conversam esse dois?...

– Como eu posso saber? Eles são assim, não se desgrudam...

Antes que Verônica perdesse a estribeira, o cientista interveio e quis saber mais detalhes sobre a viagem: como e por onde chegaram no platô. Jacob observava tudo em silêncio, apenas com um olhar pensativo.

.........

Após o chá, Verônica muito contragosto levou Diana para o quarto que pertencia a Arthur Sammelee, a loira não estava muito feliz em ter que receber aqueles dois em sua casa, mais não podia expulsá-los sem um motivo em respeito ao caçador, Jacob já havia deixado claro que ficaria apenas alguns dias e que depois voltaria para aldeia que o acolheu.

–Você pode dormir aqui, esse era o quarto do Professor Sammelee, o chuveiro fica no andar de baixo eu vou pegar uma toalha pra você.

–Eu agradeço, John ainda está com ela?

–Sim ele está com Marguerite!

....

Verônica percebeu o quanto Diana ficou incomodada, e saiu do quarto e foi acompanhar os outros convidados.

Harrison e Jacob ficaram com o quarto do Malone, mas Verônica fez questão de deixar bem claro ao Sir. que era só até o repórter voltar de sua viagem.

A casa da árvore parecia calma e serena.

Os irmãos Connelly e o aventureiro foram descansar, Challenger e Verônica ficaram conversando baixo na sacada sobre os novos integrantes.

–Eu não confio neles..A Diana fica fingindo que não sabe que o Roxton é mais do que um amigo da Marguerite, e o irmão dela me dá calafrios toda vez que olha pra mim!

–Verônica eu acho que você está tomando as dores de sua amiga, na sociedade é comum que as mulheres finjam que seus noivos ou maridos, tenham...

O cientista travou ao pensar na palavra que iria representar Marguerite, mais pra bom entendedor meio palavra basta, e Verônica não deixou barato!

–Isso é Ridículo, Marguerite não é amante do Roxton ele a ama e nós sabemos disso, é tenho certeza que a Diana também.

Acho bem mais digno ela parar de ficar falando que é a noiva do Roxton e serem apenas amigos, porque não vai ter casamento nenhum.

–Eles precisam se resolver sozinhos sem a nossa intromissão!

–Estamos morando todo juntos Challenger, uma hora ou outra isso se tornará um problema de todos!

Verônica deu as costas e caminhou para sala, Challenger ficou olhando para horizonte com um turbilhão de pensamentos o atormentando!

Diana se virava de um lado para o outro da cama, se roendo de raiva imaginando John e Marguerite se entrelaçando em uma paixão fervente.

"John...meu querido lorde John Roxton eu teria muito prazer em atirar no seu coração é assim me vingar por toda essa humilhação que você está me fazendo passar, me trocando por aquela vadia imunda, mas você será meu e principalmente toda a sua fortuna será minha"

......

Já se passaram 3 horas e John despertou com um sorriso no rosto ele havia sonhado com Marguerite segurando um lindo bebê, o caçador ficou olhando para o teto tentando lembrando do sonho e refletindo sobre como seria sua vida agora que se tonaria pai, Marguerite dormia profundamente, a muito tempo a herdeira não dormia tão bem como agora, John aproveitou e se moveu com cuidado para sair da cama sem acordá-la.

Ó caçador levantou com cuidado, olhou para bela morena acariciou os seus cabelos escuros e em seguida saiu do quarto, em busca de esclarecer as coisas com Diana, de uma vez por todas.

..............

Verônica ouviu os passos pesados de John e se levantou do sofá.

– Verônica, onde estão todos?

– Challenger está no laboratório, Jacob está descansando, Harrison está no chuveiro – há muito tempo – e a sua noivinha está no quarto do Summerlee.

– Ela não é minha noiva e eu vou resolver isso agora mesmo!

– Fico feliz. Marguerite já sofreu muito, ela merece ser feliz e eu sei que você é o melhor pra ela; e ela é o melhor pra você.

– Eu concordo com você; e ainda mais agora que....

– Que o quê, Roxton?

– Ahhh Verônica, depois converse com ela. Tenho certeza que Marguerite vai precisar da sua ajuda... Pra algumas questões...

– Eu vou sim, ela ainda está dormindo?

– Sim, está. Como você sabe que ela está dormindo?

Verônica ficou vermelha e sem graça.

– É que mais cedo eu fui chamá-los antes que a Diana fosse, e eu vi vocês dormindo.

– Foi uma longa conversa.

– Eu posso imaginar. Bem, vou levar algo para Marguerite comer.

– Sim, ela precisa se alimentar e ficar forte para o...

– Para o que?

John mal podia se conter; ele queria contar logo pra todo mundo que Marguerite está grávida, mas não queria aborrecer a herdeira, então, fez um esforço para mudar de assunto.

– Eu preciso conversar com a Diana...

A jovem ficou olhando para o amigo tentando imaginar o que ele estava escondendo e, em seguida, foi para a cozinha pegar algo para Marguerite se alimentar.

...........

O caçador caminhou em direção ao encontro daquela que seria sua esposa se a vida em seus tantos caminhos controversos não tivesse lhe apresentado uma certa mulher de fogo e aço em um mundo onde as principais regras que existem são de sobrevivência – pouco importando o falso moralismo e sua hipocrisia sufocante.

Diana ouviu a batida na porta.

– Diana, posso entrar?

– Entre!

John abriu a porta e viu Diana abotoando os botões da camisa deixando um decote provocante a mostra. O Lorde olhou de relance para os seios da bela mulher e logo desviou seu olhar, meio sem graça. Diana sentiu que era hora de jogar todo o seu poder de sedução e garantir o seu futuro como Lady. Ela se aproximou ficando frente a frente com o caçador e tentou beijá-lo, mas John deu um passo para trás e a rejeitou.

– Diana, eu não queria te magoar, mas infelizmente eu vou. Eu sei que minha mãe te convenceu que o nosso noivado era algo certo, mas pra mim nunca foi...

– Está dizendo que eu nunca signifiquei nada pra você? Que os momentos que passamos juntos foram apenas uma diversão?!

– Diana, eu era um tolo imaturo e só me importava em engrandecer o meu ego. Mas eu sempre gostei da sua companhia e os momentos que passamos juntos foram maravilhosos; tenho certeza que você seria uma esposa maravilhosa, mas eu...

– John, eu te amo! Vim até aqui por você; quando todos me chamaram de louca por acreditar que você ainda estava vivo, enfrentei todos os perigos na esperança de te encontrar e a única coisa que você fez foi me tratar como uma desconhecida!

– Diana, me desculpe. O fato de você e o seu irmão terem vindo até o platô para me procurar é algo que eu nunca vou poder esquecer e serei grato com a minha amizade, mas naquele momento eu só pensava em encontrar Marguerite; e você já deve saber por que.

– Eu percebi... Mas não achei que fosse algo sério. John, eu entendo que a convivência possa ter aproximado vocês, mas uma mulher como ela nunca poderia ser uma boa esposa pra você! Pense no escândalo, no desgosto para sua mãe!

– Diana, como eu já disse sou muito grato e você terá minha sincera amizade, mas eu não vou permitir que fale mal de Marguerite. Eu a conheço melhor do que ninguém e não vou deixá-la em um dos chalés em Avebury me esperando como você pensava; ela ficará na mansão Roxton como minha legítima esposa!

Diana se sentiu humilhada e o ódio estava fazendo o seu sangue arder mais e mais a cada palavra de rejeição do homem que representava sua ascensão ao topo. A noiva desprezada, que não era nada boba, resolveu mudar de estratégia ao perceber que John não estava disposto a se separar da herdeira.

– John, eu me sinto envergonhada pelas palavras que eu disse a Marguerite na conversa que tive com ela na aldeia Zanga; mais eu precisava saber o que ela queria com você, eu fiquei muito preocupada. Quando vocês partiram rumo à Amazônia, saíram várias manchetes nos jornais e ela foi retratada como a bela viúva negra, que deu golpes em vários homens ricos e não sei mais quantos outros boatos terríveis. Até a sua mãe ficou preocupada quando viu tais notícias e torcia para que você não se envolvesse com ela. Agora você entende o que vai ser quando retornarmos para Londres.

Roxton ficou calado pensando no passado tórrido de Marguerite, e que infelizmente os boatos em parte eram verdadeiros, mas também pensou no quanto a bela mudou ao chegar no platô; pensou também que ela precisou fazer muitas coisas em nome do país e que jamais poderiam ser reveladas. Então, o sentimento de incerteza logo se transformou em orgulho.

Diana achou que suas palavras surtiram o efeito desejado, mas o caçador partiu suas esperanças mais uma vez.

– Eu conheço Marguerite e sei que tudo isso ficou para trás. E se for preciso ficaremos no platô. Por ela eu sou capaz de renunciar a tudo!

– Você renunciaria ao seu mundo por ela?!

– Marguerite é o meu mundo!

– John, seja sensato, ela não ficará aqui e não suportará a pressão da imprensa e da sua família!

Você ficará sozinho...

Não podendo mais segurar, John disse, firme, algo que não era novidade para Diana.

– Marguerite está grávida e nosso filho é mais importante do que tudo pra mim. Com o tempo a imprensa se esquecerá de nós. Quanto a minha família, eles nada poderão fazer pra me afastar dela e do meu filho e acabarão se conformando.

Diana pensava em como reverter a situação. "Aquela vagabunda não perdeu tempo e já contou do bastardo; vou ter que bancar a conformada idiota. Malditos. Eu vou me vingar".

– Roxton, essa discussão é inútil; você a ama e já deixou isso bem claro. E, além disso, você vai ser pai. Eu mal posso acreditar, estou muito abalada, não vou negar, e não sei se confio em Marguerite, mas quero que você seja feliz e vou respeitar a sua decisão e aceitar a sua amizade. Confesso que será difícil pra mim te ver apenas como um amigo, eu tinha tantos sonhos com o nosso casamento... Sua mãe me ajudou a escolher um vestido de noiva lindo, que mofará com o passar do tempo.

John se sentiu o pior dos canalhas e acariciou o rosto de Diana para limpar suas lágrimas.

– Por favor, não chore. Você é linda, um dia voltaremos para Londres e você encontrará alguém digno de uma dama como você.

Aliviado e ao mesmo tempo triste pelo remorso, o caçador saiu do quarto e fechou a porta. Logo o rosto inocente de Diana se transformou; ela deitou na cama, limpou suas lágrimas e começou a pensar nos próximos passos para se livrar da herdeira e do bebê.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Encontros" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.