Good Girls Go Bad escrita por Lady Morgana


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

"I know your type. Yeah, daddy's little girl. Just take a bite (one bite), let me shake up your world. 'Cuz just one night couldn't be so wrong. I'm gonna make you lose control."

"Good Girls Go Bad" Leighton Meester Feat. Cobra Starship.



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Inglaterra, 1977

A casa de James Potter estava apinhada com alunos de Hogwarts. Seus pais estavam passando um final de semana na Escócia — na casa de amigos — e as férias, finalmente, haviam chegado. Todos pretendiam esquecer das provas e trabalhos incessantes pelos quais tiveram que passar, além de relaxarem para os N.I.E.M.s que se aproximavam e faziam jus ao “exaustivos” em sua definição. Em breve, não teriam tempo nem para respirar, e diversão seria um conceito distante.

Os móveis do lugar estavam cobertos por copos, garrafas de bebida, e comida. A iluminação era, estrategicamente, precária e o som alto era apenas mais um motivo para conversas ao pé do ouvido. As poltronas e sofás, abarrotadas com adolescentes conversando, rindo, e dando os amassos que não podiam dar sem serem repreendidos por algum professor ou Filch, ao serem vistos.

— Ainda não chegou. — disse James, impaciente. — Não iria fazer isso comigo, não é? Quero dizer, ela prometeu. — Seu olhar estava na porta entreaberta, na esperança de ver certas madeixas vermelhas passarem pelo batente.

— Lily virá, Prongs, não comece a agir feito um idiota. — Sirius tomou um longo gole de uísque de fogo. — Divirta-se enquanto não aparece, porque, depois disso, ficará que nem um cachorrinho atrás dela.

— O pulguento aqui é você, Padfoot, não eu. — O rapaz deu um soco no braço do amigo e este quase deixou cair seu copo.

Os dois começaram a rir, mas Sirius podia sentir a tensão vinda de seu amigo. Nunca o vira tão apaixonado antes; tão atado a alguém daquela forma, capaz de mudar até mesmo sua maneira de agir em prol de um relacionamento. Lily não fora sua primeira namorada, mas era certeza de que seria a última.

Muitas vezes, Black se pegava encarando os dois, completamente absorto na sintonia de ambos. Não sentia inveja, longe disso, mas não conseguia evitar certas perguntas que insistiam em aparecer em sua mente. Seu maior medo, no início, foi perder seu companheiro de travessuras, mas Lily se mostrou uma grande amiga para Os Marotos. Era a delicadeza, gentileza, e sobriedade que faltava para o grupo. Mesmo com todas as desavenças que tiveram no decorrer dos anos, sabia do bem que ela fazia para o seu melhor amigo, e isso era o que bastava.

Ainda assim, não podia deixar de pensar no que aconteceria quando se formasse. Os Potter foram gentis em adotá-lo, mas não via a hora de ter sua independência firmada. Dera o primeiro passo, e seu tio, Alphard — para a fúria de sua mãe —, deixou toda a sua herança para ele. Sua vida parecia, finalmente, estar entrando no eixo.

— Cadê o Moony? — perguntou, tentando desviar a atenção do amigo.

— Não sei, mas olha só para o Chang com a Brown. Se o Ministério arranjasse mais uns dez como ele, poderia aposentar os dementadores e... Ah, ela chegou!

Um sorriso radiante surgiu na face de James, e Sirius nem precisou se virar para descobrir o motivo. O rapaz passou por ele como um foguete, pouco antes de Remus aparecer. Parecia exausto, como sempre, e um pouco confuso com tanta gente ao seu redor. Seu jeito recluso entrava, constantemente, em conflito direto com o jeito dos amigos. A exceção era Pedro, tão acuado quanto.

— Sei o que está pensando, e você não vai embora. — Sirius quase colocou o dedo na bochecha de Remus, tentando acertar o nariz, mas o outro desviou por pouco. — Não pense que me deixará sozinho, segurando vela para a ruivinha e Prongs.

— Como se isso fosse acontecer. — Ele cruzou os braços e recostou na parede, claramente chateado por estar ali. — Daqui a pouco você estará atracado com alguma garota enquanto eu e Pedro discutimos a quantidade de vezes que Snape tentou se reconciliar com Lily.

— Não é minha culpa ser incrivelmente belo e desejado por todas as garotas de Hogwarts. — Sirius matou a bebida com uma última golada e, ainda com a boca cheia, tacou o copo vazio na cabeça de Chang.

O rapaz, que ainda beijava Brown, deixou a menina de lado e virou-se na direção exata de Sirius e Remus. “Foi ele” murmurou o primeiro, indicando Moony com o polegar.

— Menos aquela ali. — Discretamente, Lupin apontou na direção da porta de entrada.

Ao virar-se, viu James de mão dada com Lily, levando-a em direção à cozinha, seguidos por Alice, Frank, Dorcas, Emmeline, Mary e...

— E quem disse que eu quero alguma coisa com a Marlene? — disse, ainda seguindo-a com o olhar.

Seus cabelos loiros estavam soltos, mas o mais engraçado era encontrá-la sem o uniforme da escola. Sempre a via bem alinhada, o cabelo trançado, e com livros e pergaminhos debaixo dos braços. “E sempre cercada pelas outras meninas.

— A pergunta, na verdade, é quem disse que Marlene quer alguma coisa com você? — Sirius semicerrou os olhos para o amigo e crispou os lábios. — Cuidado, não vai querer ficar com rugas cedo. O que seria da sua elegante beleza?

— Eu conheço esse tipo de menina. — Ele deu de ombros, fingindo não se importar para a risada de Remus. — Ela é só mais uma filhinha de papai implorando por um pouco de ação. E quem melhor do que eu para balançar o mundo certinho dela?

— Mas é claro, você é o fruto proibido. Com uma mordidinha, Marlene se entregará completamente ao mulherengo Sirius Black. Claro, porque nenhuma garota consegue resistir aos seus encantos — O sarcasmo de Lupin não o atingiu, mas ainda assim era divertido troçar um pouco da cara dele. —, mas essa é muito boa para você.

— E você sabe muito bem o que acontece quando encontro uma menina boazinha — O rapaz bateu no ombro do amigo. —, não sabe?

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Ela o viu. Apesar da pouca luminosidade na sala de estar, Marlene viu Sirius Black conversando com Lupin. “Já deve estar quinquagésimo copo de uísque de fogo” pensou, revirando os olhos. De braços dados com Dorcas, acompanhou os outros em direção à cozinha. Queria ficar o mais distante possível do rapaz e de seu hálito alcoolizado e pegajoso.

— Se importa se eu for conversar com o... — começou Dorcas, mas Marlene a interrompeu.

— Nem pense em me deixar sozinha aqui. — disse em seu ouvido, quase como uma ameaça. — Você poderá conversar com o Remus depois. — A amiga não parecia muito feliz, mas continuou ao seu lado.

Não queria ir para a festa de James, mas Lily havia insistido tanto que não encontrou nenhuma outra alternativa além de aceitar. Lugares lotados não eram os seus preferidos, ainda mais quando não tinha intimidade com mais da metade das pessoas presentes.

Na cozinha, apenas pequenos grupos conversavam. Achava incrível como a maioria dos adolescentes bruxos comportavam-se como os trouxas nessas ocasiões. Poucos tentavam usar magia para convocar bebidas e a maioria falhava, muito bêbados para se concentrarem.

— Lily, linda e ruiva como sempre. — A voz de Sirius chamou a atenção do grupo, que aproximava-se com um copo cheio de uísque.

— Olá, Sirius. — Lily sorriu e permitiu que o rapaz beijasse sua mão.

Só as meninas sabiam o esforço que ela vinha fazendo para aceitá-lo, por James. Desde o incidente com Severus, desenvolveu forte antipatia por ele, mas sabia que o namorado também não era um santo. “Nem Snape”.

Sirius repetiu o gesto com Emmeline, Alice — aperto de mão e forte abraço para Frank —, Mary e Dorcas. Na vez de Marlene, um sorriso e um beijo demorado. Ela arqueou a sobrancelha, já acostumada com aquele tipo de joguinho. “Encrenca” era a palavra que aparecia em sua mente quando o assunto era Sirius, seguida por “Perigo”; um aviso para o problema que arranjaria ao confiar em alguém como ele.

Não era a primeira vez que tentava usar de seus galanteios em Marlene, e cada vez mais esta se via encurralada entre a vontade e o medo de ser mais uma. “Apenas por uma noite... Não pode ser tão errado, pode?”. Enquanto pensava nas possibilidades, mal notou quando ele a segurou pelo pulso e se aproximou.

— Uma dança.

— Não gosto de dançar. — Delicadamente, Marlene afastou a mão de Sirius, que não fez nada para impedi-la além de abrir ainda mais o seu sorriso.

— Não seja tímida. É porque você nunca dançou com alguém como eu antes, é claro.

— Quer dizer arrogante como você? — A voz de Marlene surgiu no intervalo entre duas músicas, quando o som estava tão baixo que todos puderam ouvir o que tinha acabado de dizer.

O silêncio constrangedor abateu-se sobre todos, interrompido apenas pela risada de James. Sirius não sabia onde enfiar sua cara e, pelo canto olho, observou o amigo escorar-se na bancada — com a mão na barriga — enquanto sua gargalhada misturava-se ao som da nova música.

— Pode ser. — Marlene o puxou pelo pulso e o levou para a sala de estar.

O rapaz ainda estava confuso com tudo o que tinha acabado de acontecer, mas se permitiu ser guiado pela menina. O ritmo não era muito rápido, mas tampouco lento suficiente para dançarem juntos.

Sirius já estava acostumado com a vergonha, graças aos seus pais, mas aquilo atingia diretamente o seu ego e a imagem que criara ao longo de anos. Garotas não o rejeitavam, apenas o contrário.

— Você me deixou muito mal com meus amigos. — disse ele, aproximando-se para que ela pudesse ouvi-lo.

— Não é uma sensação muito boa, é? — A repreensão estava em sua voz e face. — Quantas pessoas você já constrangeu? Muitas para se lembrar, tenho certeza.

Os rostos estavam perto um do outro e Marlene conseguiu ler a confusão em seus olhos sem ao menos precisar usar legilimência. Mal podia acreditar; Sirius Black completamente desarmado não era algo que esperava ver, ainda mais por ela ser a causadora do desconforto. Mesmo dessa forma, não perdia o porte sofisticado que herdara de sua família. “Sim, ele é lindo, brigou com sua própria família, e fugiu de casa por não compartir de seus pensamentos. Talvez...

— Fui um idiota. — disse, passando a mão pelos cabelos e parecendo genuinamente sincero. — Desculpe-me.

Sentiu as mãos de Sirius a segurarem pelo quadril e só então notou a mudança no ritmo. “Talvez não seja tão ruim assim” pensou, afinal.

— Tudo bem.

Tudo bem? — repetiu ele — Pensei que fosse pedir desculpas por ter me humilhado na frente de boa parte da Grifinória, mais Corvinal e Lufa-Lufa... Sabe como é ser humilhado na frente de Lufanos? ­— O tom de voz brincalhão voltou, fazendo Marlene sorrir. — Você vai me bater se eu tentar te beijar? Porque não sei se aguentaria duas humilhações na mesma noite.

Ela o olhou surpresa, e viu que Sirius estava quase apreensivo. Talvez estivesse. Talvez fosse apenas encenação para conquistá-la. Talvez não. Gostava dele, mesmo não querendo admitir e, quem sabe, o sentimento poderia ser recíproco.

Antes que ele desse o primeiro passo, Marlene ficou na ponta dos pés e o beijou, ignorando as pessoas ao seu redor e o gosto de uísque; antes que se arrependesse de fazê-lo. A princípio, o rapaz ficou paralisado, pensando que havia conseguido a menina que julgava ser impossível de ser conquistada. Porém, era diferente; uma sensação de que aquele beijo não seria o bastante e que, talvez, uma noite não fosse o suficiente para ambos.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado, e não deixem de deixar (eita -q) um review amigo ♥



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