Acordei bem cedinho, algumas pessoas já tinham acordado também. Jessica e Erick estavam cuidando do café da manhã, já Jasper foi direto para a sala dos robôs voltando a concerta-los. Também fui em direção à sala dos robôs começar o meu trabalho, mas fui parado por Angela.

– Temos que trocar o curativo, irei olhar o seu olho. – Falou aproximando-se.

– Certo, irei rapidamente até a sala para ver como tudo está. Logo após te encontro na sua barraca. – Falei já saindo, mas ela puxou meu braço, virei lentamente já prevendo o que ela iria dizer.

– Você jogou o tapa-olho fora? – Perguntou estreitando os olhos.

– Infelizmente não, você me proibiu de dar um fim naquilo. – Respondi contrariado.

– Pare de ser dramático, já falei que será para o seu próprio bem. – Falou revirando os olhos. – Dramático. – Depois disso fiquei calado. – Pode ir pegar o tapa-olho.

Segui desanimado até perto da minha ''cama'' improvisada, onde tinha guardado o tapa-olho, o coloquei no bolso da calça. Mas antes de ir até Angela fui para a sala dos robôs.

– Que bom que você chegou. – Jasper me saudou assim que eu entrei. – Temos alguns contratempos...

– Sei que fizemos sessenta robôs, então só falta quarenta. Mas qual é o problema? – Me aproximei.

– Sim, exato. Quarenta robôs para serem montados, mas tem vinte robôs com problemas nas peças.

– Tudo bem, os deixem para mim. Quando eu voltar irei olha-los, considere feito. – Fui até Angela que separava os materiais e estendi o tapa-olho. – Como ordenou, minha senhora.

– Senta logo, tenho mais o que fazer. – Puxou o tapa-olho da minha mão e me empurrou. Tirou o curativo antigo e examinou meu rosto.

– Está sarando rápido, assim não demorará a cicatrizar. – Falou colocando uma fina gaze e pegando o tapa-olho.

– Isso é mesmo necessa... – Antes que eu completasse a pergunta ela me encarou com raiva, acabei desistindo de completar a frase. Peguei o tapa- olho e o coloquei no rosto, depois de fixado suspirei. Pensei no quanto seria zuado, o quanto Rose infernizaria minha vida.

– Nada mau. – Angela disse me encarando com um sorriso.

– Não irei respondê-la. – Bufei cruzando os braços em frente ao peito.

– Serio, ficou charmoso. – A ignorei voltando para a sala dos robôs, assim que passei pela porta escutei um gritinho e alguém falar ''Sim, senhor capitão''. Mostrei o dedo do meio para Rose e Erick, que riram ainda mais.

– Vão procurar o que fazer! – Fui até minhas coisas para começar minhas obrigações e ali passei horas.

– Rose fez os últimos reparos nos caminhões. – Jasper falou sentando em uma cadeira perto de mim.

– Termino isso ainda hoje, amanhã podemos ir embora. – Respondi olhando para os dois últimos robôs que restavam.

– Ótimo, já iremos nós preparar para ir. – Falou levantando.

– Assim que eu terminar aqui irei ajuda-los. – Respondi sem tirar os olhos do que estava fazendo.

– Como quiser, capitão...

– Até você Jasper? – Olhei para ele descrente.

– Desculpe, foi inevitável. – Deu uma risada e saiu.

Continuei fazendo os últimos reparos nos robôs, trocando peças danificadas e limpando. Quando terminei já era de madrugada e a maioria já estava indo dormir.

– Terminei, até que fim. – Sai da sala dos robôs e fui direto ao acampamento improvisado. – Hey... – Chamei a atenção de todos. – Os robôs estão prontos, podemos partir mais tarde. – Todos comemoraram.

– Isso é ótimo, capitão. – Rose agarrou meu pescoço rindo.

– Iremos embora hoje mesmo, mas antes vamos descansar um pouco. – Jasper abraçou Alice. – Todos prestem atenção no horário... – Ele olhou para o relógio e parecia fazer uma conta de cabeça. – É exatamente duas da madrugada, ás treze horas saímos, então obviamente acordem bem antes. – Ele já iria saindo quando parou e virou para nós.

– Sim, nós já sabemos. Sem atrasos. – Erick se adiantou nos fazendo rir.

– Isso mesmo... – Cada um foi para o seu lugar, deitei e como estava muito cansado dormi rapidamente. Acordei bem cedo, provavelmente pela ansiedade de voltar para a mansão, Jasper e Rose já estavam acordados. Continuei a minha curta rotina, fui para o banheiro ali perto e fiz minha higiene matinal. Quando voltei fui até Rose que estava completando o tanque do caminhão.

– Chegaremos lá sem problemas, temos bastante gasolina. – Falou fechando o tanque. – Está tudo conspirando ao nosso favor e isso dá a impressão de que estamos fazendo a coisa certa.

– Não temos certeza que dará certo, mas nossa intenção é boa. – Respondi a abraçando de lado. – Vamos até a sala dos robôs para coloca-los nos caminhões.

Chegando lá fomos ativar os robôs e leva-los até o caminhão, depois de um tempo os outros apareceram para ajudar o que encurtou o tempo de trabalho.

– Tudo pronto, os robôs estão nos caminhões e as caminhonetes já estão cheias com as nossas tralhas. – O relógio já marcava onze horas e todos nós já estávamos prontos.

– Perfeito, podemos sair mais cedo. – Jasper falou. – Vamos ver como irá ficar dividido, quem são as pessoas que irão nos dois caminhões?

– Eu posso ir. – Michael levantou a mão animado. Jasper me encarou receoso e eu o encarei dando de ombros.

– Tudo bem, pode ir. Mais alguém se habilita? – Tyler levantou a mão. – Certo, precisa de cuidado e atenção. Porque dois carros e dois caminhões grandes, chamarão bastante atenção.

Um Jeep seria dirigido por Alice e o outro por mim. No meu Jeep ficou Rose e Jessica, já no outro ficou Alice, Jasper e Erick. Fomos até os carros que já estavam na porta da indústria, entramos nos carros e esperamos Michael e Tyler destruir os portões com os caminhões.

– Podem vim... – Escutei Jasper falar pelo rádio. Rapidamente os caminhões cruzaram os portões os derrubando e aproximando-se de nós. – Ótimo, não iremos fazer muitos percursos paralelos. Iremos seguir nosso caminho praticamente direto, por isso teremos que nos manter atentos sempre. Será extremamente perigoso.

– Certo, se perceberem alguma coisa estranha nos mantenha informados. – Completei começando a dirigir.

Os caminhões ficaram no meio por questão de segurança, na frente de nós estava o Jeep do Jasper e o meu era o ultimo. – Alguma coisa? – Perguntei depois de um tempo.

– Nada, tudo está calmo. E boa parte da rodovia só tem ruinas dos carros, já são dezesseis e meia.

– Eu sei, iremos parar?

– Agora não, ás dezenove está bom? – Olhei para Jessica e Rose que assentiram.

– Está... – Falei desviando os olhos para o retrovisor e senti meu sangue gelar com o que vi. – Droga, tem um caminhão da Volture atrás de mim.

– Merda, desgraçados... – Jasper resmungou. – Meu deus... – Sua voz saiu desesperada.

– Jasper? O quê é? – Perguntei já temendo o pior.

– Perto do cruzamento tem mais dois caminhões da Volture, eles estão bloqueando a passagem. – Puxei o ar com força sentindo as mão suarem e os batimentos cardíacos aumentarem.

– Deus, isso é uma armadilha?