Minha recepção de boas-vindas foi ótima! Meus pais penduraram uma faixa na sala e Satsuki me abraçou bem forte. Meus pais eram os mesmos, e pareciam estar mais feliz por eu ter voltado. Satsuki também cresceu e, devo enfatizar, os seios dela estavam imensos. Senti um pouco de inveja, os meus eram grandes, mas os delas maiores! Perguntei sobre todos e ela disse que cada um passou para uma escola. Seijuro na Rakuzan, Atsushi na Yosen, Ryouta na Kaijou, Tetsuya na Seirin e Daiki na Touou. E ela está no mesmo colégio que ele, novidade... A semana seguinte foi um passeio pela cidade, mesmo que ela não tenha mudado muito em dois anos. O que eu queria mais era saber como Daiki estava. Não o vi quando cheguei e fiquei um pouco decepcionada. Pensei mesmo que ele iria querer me ver. Mas tudo bem! Meu plano ainda está em andamento.

Logo minhas aulas começaram no colégio Kencho e eu logo fui atrás do clube de basquete, óbvio!

– Ah, quer entrar no nosso clube de basquete? – Uma menina perguntou amigavelmente. Ela tinha altura mediana e cabelo longo cor de mel, amarrado em rabo de cavalo.

– Ah! Claro! – Exclamei sorridente pegando o formulário.

Minha reação foi tão rápida que assustou a menina. Eu deixei uma risada escapar.

– Que ótimo! – Ela sorriu.

Preenchi o formulário. Era para pôr meu nome, o colégio de onde vim e a razão para qual queria frequentar o clube de basquete. “Momoi Hanako”, “Teiko”, “Alcançar meu grande amor”. Estudei os últimos dois anos em Chubu, mas preferi pôr Teiko como meu colégio anterior, sempre gostei de lá. Entreguei o formulário e ela o leu em duvida.

– É isso mesmo. – Sorri gentilmente em relação a minha razão.

Ela me olhou e sorriu.

– É para estar aqui depois da aula, no ginásio.

– Hai. – Disse animada.

Tive aula e fui direto para o ginásio. Entrei e quando deu o horário, a mesma garota que entregava os formulários entrou.

– Kon’nichwa, minna! – Ela sorriu – É um prazer que todas vocês queiram fazer parte do time da Kencho. Bem... Vamos nos apresentar. Eu gosto dessa maneira: Sou Sutyo Kotori, mas podem me chamar de Kotori-senpai. – Ela sorriu – Estou aqui porque quero ser uma treinadora profissional quando crescer.

– Anou. – Uma alta de cabelo preto disse.

– Hai.

– A gente precisa responder mesmo?

– Hai! – Ela disse animada – Quero conhecer vocês e os seus mais profundos segredos. – Ela sorriu de uma forma tão animada que assustou.

“Nossa...”, pensei.

– Bem... Você agora. – Kotori-senpai disse.

– Hum... Sou Yonekoto Takara. Na verdade eu quero ser veterinária, mas meu segundo amor é o basquete. – Uma garota com cabelo castanho disse.

Ao lado dela a garota com cabelo longo e preto deu um passo a frente.

– Sou Tomoko Setsuko. Quero ganhar vários jogos pra colecionar lembranças do meu colegial. – Ela disse.

– Kei Hina. – A garota com cabelo curto e preto disse, tinha duas grandes mechas de cabelo. Fitei seus olhos amarelos intensos – Eu queria fazer parte de um grupo social.

– Ume Chiharu. – A garota com cabelo claro disse. Ela era bem alegre – Podem me chamar de Chiharu. Eu gosto de basquete e quero fazer amizade com quem goste também.

– Yuuri Sumiko. – A garota com cabelo cinza disse – Sempre disseram que eu era nociva no basquete. Queria controlar um pouco a maneira como eu jogo pra não machucar os outros. Pra mim tanto faz se vou fazer amizades ou não. – Ela deu de ombros.

– Rieko Jun. – A garota com cabelo azul cintilante disse, seus olhos eram de tons azuis tão intensos quanto os meus – Me identifico mais com moda, mas também quero ter outro lado e escolhi o basquete. – Ela disse séria.

– Michiko Kyoko. – A garota de cabelo curto e preto disse, ajeitando seus óculos. Tinha duas pequenas mechas de cabelo e usava grampos – Eu gosto do objetivo do basquete e prefiro optar por cestas de dois e três pontos. Só isso. – Ela ajeitou os óculos mais uma vez. Parecia bem inteligente.

– Masumi Akemi. – A garota de cabelo curto e laranja disse. Ela usava marias-chiquinhas e um lacinho no cabelo – Eu gosto de basquete e pensei que poderia conhecer um garoto que gostasse também.

Kotori olhou para mim.

– Hum, Momoi Hanako. – Eu disse – Eu trabalhei duro para conseguir ser uma boa jogadora por causa de um garoto. O conheço desde que era criança e quero alcançá-lo.

– Por quê? Ele sai correndo de você? – Sumiko disse rindo.

– Não. – Disse simplesmente – Ele é muito rápido do basquete.

Ela gargalhou.

– E quem ele é? Aomine da Gakuen? – Ela dizia ainda gargalhando.

– Na verdade, é sim. – Eu disse séria – Por quê? Gosta dele? – Franzi levemente a testa.

– Claro que não. – Ela deu um meio sorriso – Só não acho que você vá alcançá-lo.

– Por quê?

– Você parece tão frágil... – Ela cantarolou apoiando o cotovelo no braço e o rosto na mão.

– Hai, hai! – Kotori-senpai bateu as mãos para pararmos – Já nos conhecemos, agora, por favor, tirem as blusas para eu analisá-las.

Todas estavam de bermuda e blusa de manga curta. E, claro, estávamos usando um top de malhar. Quem iria querer mostrar o sutiã?

– Momoi-san é bem avantajada. – Akemi cochichou com Kyoko, que não se interessou.

– Por favor, não me chame de “Momoi-san”. – Disse, fitando-a.

Kyoko me fitou, percebendo que minha audição era boa. Akemi se assustou por eu ter escutado mesmo ela tendo cochichado.

– Hum, mas...

– “Hanako”, “Hanako-chan” está bom. Não me importo. – Disse.

– Hum, hai.

– Gomen, mas não gosto muito que me chamem pelo meu sobrenome.

Daiki chama nee-chan pelo nome dela, mas o resto a chamam de “Momoi” ou “Momoi-san”. Não quero nada que me ligue a ela. Kotori-senpai nos analisou e ao chegar na minha vez, me fitou detalhadamente. Nos disse que faríamos um jogo curto para ver as habilidades de cada uma. Fiquei no time de Setsuko, Jun e Kyoko. O resto ficou contra nós.

– Bem, como tem uma a mais, peguem leve. – Kotori-senpai disse.

– Tsc. – Ri.

Setsuko me fitou.

– Que foi, baixinha? – Ela disse. Tinha 1,80 de altura, a garota mais alta que já vi na vida!

– Eu posso jogar por duas. – Disse confiante.

Kyoko me fitou, curiosa. Ajeitou os óculos. A treinadora apitou e começamos. Sumiko era realmente nociva, ela gostava de machucar. Precisava mesmo se controlar! Chiharu é boa em passar a bola. Hina é boa em rebotes, Akemi não tem uma habilidade específica e Takara é boa em liderar. Elas empataram conosco, mas Setsuko era alta e forte, conseguia desviar a bola facilmente. Jun era boa em desaparecer e reaparecer nos momentos mais inesperados, ela sempre estava ali quando queríamos passar a bola. Kyoko era extremamente boa em estratégias, fazia cestas de dois e três pontos com facilidade. Me lembrei de Shinatou, ela era muito parecida com ele. Tanto na seriedade quanto em gostar das cestas certeiras, e aquilo me assustava.

Sumiko e Hina marcavam Setsuko. Jun apareceu e Setsuko pulou, passando a bola. Quando Jun ia pegá-la, Akemi apareceu entre ela e a bola, pegando-a. Ela correu, mas sentiu que a bola não voltou para sua mão ao quicá-la.

– Nani...!

– Ja ne! – Exclamei correndo.

– Ela é rápida! – Sumiko exclamou, surpresa.

Kyoko sorriu, pensando em algo.

– Hanako! – Ela exclamou.

A olhei pelo canto do olho e desviei várias vezes de Sumiko, que tentava me bloquear. Dei alguns passos com os pés para confundi-la e girei, desviando dela e correndo. Kyoko me fitava, passei a bola para ela, que fez a cesta de três pontos.

– Sugoii... – Deixei escapar.

Eu gostava mais dos passes e enterradas num jogo de basquete, mas queria ganhar de Sumiko, mostrar que eu sou boa o suficiente para alcançar Daiki. No final, Sumiko recebeu a bola de Hina e ia passar para Takara, mas eu apareci de repente, dando um tapa na bola. Com o tapa, passei a bola para Setsuko, que correu passando por todas. Quando ela não queria, ninguém a impedia.

– Vai, grandona! – Exclamei rindo.

Ela rangeu os dentes e saltou, fazendo uma enterrada. O tempo acabou e o apito soou.

– Eba! – Kotori-senpai sorriu – Venham aqui!

Nos reunimos e ela disse que nos saímos bem.

– Bem... Bom trabalho em equipe, mas o equilíbrio precisa ser melhorado. Certo... Takara.

– Hai.

– Você é a capitã.

– O que?!

– Hai, hai! – Kotori exclamou animada – Certo. Olha, eu vou substituí-las às vezes umas pelas outras, mas o time um é: Hina, Sumiko, Chiharu e Akemi. O time dois é: Kyoko, Jun, Setsuko e Hanako. Takara, você é a capitã dos dois.

– Uhm...! Mas senpai! – Ela exclamou nervosa.

– Você foi a que melhor desenvolveu a liderança. O equilíbrio está bom, mesmo precisando melhorar, mas com você e o treinamento vai ficar ótimo! – Kotori-senpai fez um sinal positivo – Certo, o treino é quarta-feira depois da aula. Durmam bem e se alimentem corretamente.

Fomos liberadas e eu caminhava na calçada, logo depois de passar pelo portão.

– Oe, baixinha!

Virei, era Setsuko. Ela se aproximou.

– Nunca mais me chame de grandona, ouviu?

Eu ri.

– Hai. Então não me chame de baixinha, eu tenho altura mediana. – Disse.

– Run, sei... Mas tá bom. – Ela esticou a mão.

Fiz o mesmo e ela bateu na minha mão. Achei aquilo interessante, legal.

– Oe, rosada!

Nos viramos e Sumiko vinha correndo, com Kyoko logo atrás dela, andando calmamente.

– Como fez aqueles passos?

– Por quê? Quer copiar? – Brinquei.

– Claro que não, idiota. Onde aprendeu?

– Eu copiei de alguém. – Ri.

Ela achou graça.

– E você, óculos? – Sumiko perguntou.

– Michiko Kyoko. – Ela disse séria.

– Hai, hai. Até que é boa nas cestas.

– Arigatou.

– Por que estamos andando juntas por tanto tempo? – Sumiko exclamou.

– Ônibus. – Disse.

– Também. – Setsuko e Kyoko disseram.

– Hum, também. – Sumiko fez cara de tédio.

Por fim, pegamos o mesmo ônibus, o que eu achei graça, e no final, minha casa era a mais longe. Desci no ponto do ônibus próximo a minha casa e andei mais um pouco. Eu esta ansiosa pelo treino, queria fazer meu melhor e melhor ainda mais.

Passei pela porta, Satsuki já tinha chegado.

– Hanako-chan! – Ela sorriu – Como foi o primeiro dia?

– Ótimo! – Sorri – Entrei no time de basquete.

– Basquete?

– É! – Revirei os olhos – Claro!

Subi e fui para o meu quarto. Minha mãe havia posto uma foto da Nee-chan, Daiki e eu em cima da minha escrivaninha. Olhei para a foto e sorri. Suspirei.

– Um passo alcançado!

...

Kotori-senpai marcou um amistoso pra gente e eu fiquei ainda mais animada. Todas trocaram os números de telefone entre si e eu fiquei próxima de Setsuko, Kyoki e Sumiko, mesmo ela sendo idiota às vezes e a gente quase se matando. Íamos todos os dias para o ponto de ônibus juntas.

Eu estava escorada no portão de casa, falando com Setsuko no celular.

– Hai, hai. É a da página 25. Achou? Essa aí! – Dizia, ela se esqueceu de anotar o trabalho de casa – Ok, vê se anota da próxima vez, baaaaka! – Eu ri quando ela me xingou – Hai, ja ne.

Desliguei o celular e o fechei, desencostando do portão. Nesse meio tempo Daiki saiu pela porta de casa e me fitou. Pôs as mãos nos bolsos e veio até mim. Naquele momento havia fechado o celular.

– Oe, Satsuki!

O olhei em duvida ao ouvir aquela voz conhecida.

– Eh? – Ele apertou os olhos em minha direção, vendo a cor dos meus olhos.

Sorri gentilmente.

– Yo... Daiki.

– Uhm...! Hanako?

O encarava, sorrindo. Ele me olhava, surpreso. Finalmente!