Bloodline escrita por noora


Capítulo 1
unique


Notas iniciais do capítulo

oii ♥ fanfic postada para o desafio de Agosto do Madame Pince Ficlibrary, com a temática de família! Quis postar sobre o Draco e o Scorpius porque acho eles lindos ♥
espero que gostem!!



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Quando Astoria contou para Draco que estava grávida, ele internamente entrou em desespero.

Forçou um sorriso para a esposa, mas já era um ator tão bom que até mesmo seu sorriso mais falso parecia verdadeiro.

Conforme os meses passavam, seu desespero aumentava. Quando seus pais souberam da notícia e sua mãe já queria comprar vestidinhos, pois apostava (e rezava) em uma menina. Lucius não falou nada, mas Draco já sabia o que esperar dele.

Ele evitava discutir o assunto “bebê” perto do pai, pois sabia que ele iria começar a falar sobre os costumes da família. Que se fosse um menino, Draco teria que passar todos os ensinamentos dos Malfoys sobre a comunidade bruxa. O problema é que Draco não queria isso, mas o medo que tinha de seu pai era o que o impedia de falar qualquer coisa negativa sobre isso.

Essa angústia estava consumindo-o e Astoria percebeu isso.

Ela já estava no sétimo mês de gravidez e estava cada vez mais difícil de achar uma posição para dormir. Por ficar acordada até tarde, isso dava a chance de escutar seu marido se remexendo na cama.

— Draco? – Astoria perguntou, no meio da escuridão.

— Sim querida?

Ela virou apenas o rosto em direção do marido, já que era um tanto impossível de virar o corpo inteiro.

— O que aconteceu?

Olhos azuis e cinzas de encontraram, se encarando com a mesma intensidade de sempre. Astoria constatou a angústia do marido apenas pelo seu olhar.

­— Nada aconteceu. Eu estou ótimo, mesmo.

Ela suspirou e, com dificuldade, se sentou. Draco, preocupado com a esposa, já estava prontamente sentado, ajudando-a a se ajeitar. Astoria segurou a mão dele, olhando-o atentamente.

— Meu amor, eu te conheço. Sei muito bem que se eu não tivesse te chamado, você teria levantado para ir fumar um cigarro. Me conta, o que houve?

Draco prendeu a respiração. Tinha medo de falar pra ela como se sentia em relação com o bebê e chatear sua amada.

­— Bem... eu estou com medo – Astoria assumiu um expressão de surpresa – quando você me disse que estava grávida, eu entrei em desespero. Eu nunca quis um filho. Querida, não quero ser como meu pai. Não quero tratar essa criança do mesmo jeito que meu pai me tratou minha vida inteira. Não sei se vou ser um bom pai para essa criança Astoria.

A morena olhou para frente, observando a parede. Passou as mãos no rosto, cansada. Já esperava essa reação do marido.

— Draco, meu amor, agora você vai me escutar – ela segurou o rosto do marido – do mesmo jeito que você se sentiu, eu me senti. Meu Merlin, olha a mãe que eu tive! Fiquei preocupada também, mas eu percebi que não sou ela, assim como você não é seu pai! É tão difícil de entender? Nós dois vamos cuidar desse criança juntos e ela vai ser a mais amada de todas, entendeu? Tente o seu melhor, assim como eu vou tentar o meu.

Dois meses antes, Draco teve a experiência de ver um menino nascer. A irmã de Astoria, Dafne, também estava grávida. Gregory Nott era um bebê pequeno, mas que chorava alto demais e era extremamente irritante. Isso deixou Draco mais desesperado ainda.

No dia 12 de Julho, Astoria entrou em trabalho de parto no chá da tarde. Teve um parto difícil de oito horas e então, às 6 da manhã do dia 13 aquele bebê Malfoy nasceu. Ele não tinha muito cabelo quando Draco o viu pela primeira vez, mas tinha os cabelos loiros platinados do pai. Os olhos foram puxados da mãe. Dois grandes diamantes azuis, que encaravam as pessoas com tanto intensidade que parecia que ele olhava para dentro de sua alma. Seu sogro, Anthony, quando viu a criança disse que ele tinha os olhos Dark.

Dark era a família da mãe de Astoria. Stacie tinha os olhos azuis diamante, Dafne e Astoria tinham, os filhos de Dafne, Amber e Gregory, tinham; e agora o pequeno Malfoy também tinha.

Stacie Dark foi a figura responsável pela escolha do nome da criança. Ela não estava mais viva faziam 5 anos, mas tinha ensinado Astoria desde pequena o nome de todas as constelações. Em especial, a constelação de Escorpião, sua preferida.

— O que você acha de Scorpius? – Astoria perguntou, enquanto ela e Draco estavam sozinhos com o bebê – sabe, tem toda essa coisa da família Black de ter o nome de uma constelação, além de ser a preferida da minha mãe.

Draco sorriu para esposa e depois para o filho, que estava adormecido nos braços da mãe.

­— Eu acho perfeito.

Scorpius voltou pra casa quatro dias depois de nascer. Narcissa havia decorado o quarto do bebê, apesar de ainda estar meio chateada por não ser uma menina. Draco gostava de ficar observando o filho dormindo, mas morria de medo quando ele estava acordado. Ainda tinha medo de agir como o pai. Ele sentia Lucius em cada canto da casa, observando, esperando.

Draco tirou uma folga do St. Mungus após o nascimento do filho. Foi a pedido de Astoria, que estava tão exausta do parto que não se aguentava em pé. Enquanto ela dormia, Draco cuidava de Scorpius. Não era uma tarefa muito árdua, já que se Scorpius não estivesse dormindo, ficava apenas encarando o pai. O menino quase nunca chorava, para a alegria do pai.

Ele ria bastante, principalmente quando Draco derrubava ou quebrava alguma coisa. A primeira vez que Scorpius gargalhou foi quando o pai bateu o dedinho na quina do móvel e xingou tudo que podia. Draco, apesar da dor, se sentiu extremamente feliz por fazer seu filho rir.

Scorpius sempre observava Draco tocar piano, mas foi apenas quando o menino tinha 6 anos que tomou a iniciativa de perguntar se ele gostaria de aprender a como tocar. Depois disso, todos os dias por 3 horas, os dois sentavam no piano da sala e tocavam. Astoria normalmente ficava sentada assistindo eles tocarem, extremamente feliz.

Todos da casa pareciam estar felizes com essa relação entre Draco e Scorpius, menos Lucius. Ele não parecia contente com o jeito que seu filho estava criando o neto. Nunca havia aprovado Astoria, porque a garota não aprovava seu jeito de ver a sociedade trouxa. Scorpius tinha que fazer tarefas em casa, só ganhava as coisas quando realmente precisava delas e tratava os trouxas como iguais. Isso deixava Lucius completamente abismado.

Draco só percebeu o que seu pai fazia quando, aos 8 anos, Scorpius inocentemente perguntou o que significava sangue-ruim. Após explicar que tinha sido o avô que havia dito isso para ele, Draco foi atrás do pai, completamente furioso. Encontrou-o na biblioteca, lendo algum livro. Ele arrancou-o da mão do pai, jogando no chão.

— Qual é o seu problema? Você está tentando ensinar essa política de que trouxas são escória para meu filho? Quem te deu esse direito?

Lucius se levantou, encarando o filho.

— Eu me dei esse direito quando vi que você não estava criando esse menino direito – ele disse friamente – Draco, nós temos costumes e se você não quer cria-lo assim, eu vou. Já perdi você para aquelazinha que você chama de esposa, não vou perder meu neto também.

­ — Não pai, você não vai fazer isso. Quer saber por que? Porque Scorpius é meu filho e você não tem o menor direito de ensina-lo qualquer coisa sem o meu consentimento. Eu vou cria-lo do jeito que eu quero, você gostando ou não. Scorpius não vai sofrer o mesmo desespero que eu tive por anos, de conseguir uma mísera afeição e carinho do próprio pai. E “aquelazinha” foi a melhor coisa que já me aconteceu em anos. Você não ouse falar assim dela de novo.

Um mês depois, Draco e sua família saíram da mansão Malfoy e foram morar em uma casa no vilarejo de Godric’s Hollow. Não era tão grande quanto a mansão Malfoy, mas era bom o bastante para Draco. Ele precisava tirar seu filho daquele ambiente. Nunca mais fez contato com seu pai, apenas falava com a mãe.

Quando Scorpius fez 10 anos, Draco teve notícias de um de seus melhores amigos, Blaise. Contou que havia se casado com Pansy e tinham um filho da idade de Scorpius, Luke. Ele estava preocupado com o menino, pois brigava com sua esposa o tempo inteiro e tinha medo que isso afetasse Luke.

Uma noite, enquanto conversavam, Astoria sugeriu para Draco que o filho de Zabini fosse morar com eles até as coisas se acalmarem entre Blaise e Pansy.

Quando Luke chegou, Draco se sentiu mais feliz. Os dois tinham muito em comum, diferentemente dele e Scorpius. Tirando o piano, pai e filho não tinham nada em comum. Draco havia cumprido sua promessa de não criar o filho do mesmo jeito que havia sido criado, mas simplesmente não conseguia se aproximar muito dele. Scorpius era muito mais apegado à mãe.

Ficou extremamente chateado quando Luke decidiu voltar a morar com o pai aos 13 anos, mas entendeu a decisão do menino.

Lucius Malfoy morreu 6 anos depois de Draco ter saído da mansão. Ironicamente, ele tinham câncer de próstata, que se espalhou por sua coluna e acabou atingindo seu fígado. Uma doença propriamente “trouxa”. Draco ficou triste, mas não chorou e depois do enterro, nunca foi visitar o túmulo do pai.

Draco sempre fora uma pessoa fria, com dificuldade de expressar seus sentimentos. Agiu assim com Astoria, era assim com seu filho. Mas amava os dois incondicionalmente.

O tempo passou, Scorpius cresceu. Acabou se casando com a filha de Ron Weasley, para o desgosto do pai. Tiveram três meninas, para a alegria de Narcissa. Sempre visitava o pai e Rose fazia questão de se aproximar dos sogros.

Numa dessas visitas, enquanto Draco observava Narcissa brincar com as bisnetas, Scorpius sentou ao seu lado. Ficaram em silêncio, como sempre, até Scorpius quebrar o gelo:

— Papai, posso te perguntar uma coisa?

Ele se virou para o filho e olhos azuis e cinza se encontraram novamente. Draco sentiu um frio na espinha de relembrar a discussão que teve com Astoria anos antes sobre o filho.

— Claro.

— Por que nós saímos da mansão quando eu era pequeno? Nunca soube o motivo da sua briga com o vovô.

­— Scorpius, quero que você saiba que minha infância não foi a melhor. Na verdade, quase minha adolescência também. Passei anos e mais anos desesperado pela aprovação, pelo amor e pelo afeto de seu avô. Tudo baseado nas crenças de nossa família. Eu e sua mãe nunca quisemos isso para você, mas seu avô estava determinado a te criar do mesmo jeito que me criou. Eu não queria isso. Queria que você crescesse sendo a pessoa que você se tornou hoje. Sinto muito por nunca ter expressado minha afeição por você tão fortemente, mas eu te amo incondicionalmente filho. Sempre vou.

O filho, com os olhos marejados, apertou a mão do pai.

— Obrigada por tudo.

Scorpius era sangue do seu sangue, mas era alguém totalmente diferente. Draco era agudamente agradecido por isso.


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Notas finais do capítulo

espero que tenham gostado ♥ e comentem, por favor!