Austin

As lágrimas rolavam no rosto da morena, eu nunca a vi chorar tanto. À medida em que o tempo passava, suas lágrimas aumentavam. Eu fiz isso. Eu fiz a garota de olhos castanhos chorar, mas era por uma boa causa, eu iria realizar meu sonho, e se ela realmente me amava, me apoiaria nesta decisão, mas parece que ela nem se importa.

- Você disse que me apoiava, Ally. - disse. Uma lágrima ameaçou cair, mas a raiva me dominava.

- Eu te apoio. - a morena disse em meio a soluços. - Mas eu também te amo, Austin.

- Se me amasse não tentaria me impedir! - eu não queria gritar daquela forma com a morena, mas foi a única forma para ela ouvir e aceitar.

O silêncio se propagou no quarto. Ally não segurava mais meu braço, estava me permitindo sair e então sair para uma nova vida, com novos desafios, novas pessoas.

Dei-lhe as costas e saí andando, estava decidido.

- Eu te amo. - essa foi a última frase que ouvi da garota. Eu poderia sentir o mesmo, mas tentei controlar meu orgulho. Quando fechei a porta, algo em mim dizia para não fazer isso, que iria me arrepender, mas outra parte também dizia que era o certo.

Pena que não resolvi seguir minha primeira opção.
...

Aquela música estava me deixando surdo, pela primeira vez eu estava enjoado da minha própria música. Mas, ouvi-lá é melhor do que escutar a televisão, que não abordava outro assundo além da minha pausa na carreira.
Sentei-me na cadeira do jatinho. Era oficial, eu estava deixando Los Angeles, deixando minha mansão, minha Ferrari, tudo. Levando apenas minha alma e aquele arrependimento que não saía da minha cabeça.

Por que eu tive que abandoná-la? Por quê?
Minha vontade era de bater em mim mesmo pelo que fiz. Sua voz não sai de minha mente. Aquela noite ficará para sempre em minha memória, suas palavras quebraram meu coração, mas as minhas quebraram mais ainda...

- Está tudo pronto, Austin! Mas, você tem certeza do que está fazendo? - Pergunta David, meu empresário.

- Nunca tive tanta certeza de algo. Eu quero minha vida de volta! - Respondo.

David apenas assente com a cabeça e sentá-se em um dos acentos.

Inclino um pouco a cadeira para que pudesse ficar deitado. Coloco novamente meus fones, mas em uma playlist diferente, a das minhas músicas já estava oficialmente apagada.

Adormeço pensando em Ally. Como será que está? Sua aparência será a mesma? Bom, apenas algumas horas me separam da morena. Com certeza saciarei minha curiosidade.

[...]

Sinto alguém me chacoalhando.

- Austin! Austin! - Ouço uma voz rouca perto no meu ouvido.

- O que foi David? - Digo esfregando os olhos.

- Chegamos em Miami! - Afirma o moreno com um sorriso.

- Sério? Okay. Manda minhas coisas para meu apartamento que eu tenho que ir à um lugar! - Levanto-me em um pulo e saio daquele jato, que espero nunca mais ver.

Coloquei o capuz de meu casaco sobre minha cabeça. Não queria correr o risco de ser abordado por paparazzis ou fãs enfurecidas.

Pego um dos táxis do aeroporto e mando o motorista seguir até o endereço de Ally. Espero que ela ainda more na mesma casa.

Em alguns minutos, chego naquela casa de primeiro andar, branca, que aparentava não receber pintura há alguns anos. A casa realemente não havia mudado. Espero que a moradora também não.

Pego fôlego e toco a campainha. Em alguns segundos uma garota morena de mechas loiras atende. Era ela. Ally realmente havia mudado. Esse tempo fez bem pra ela. ô se fez. Curvas definidas, cabelo perfeito. A morena estava MUITO diferente, mas seus olhos não mudaram e nunca mudarão, continuam brilhando da mesma maneira.

- Austin? - A expressão de felicidade da garota havia mudado. Ally ficou decepcionada ao me ver. Não era para menos.