Deito minha cabeça em cima do seu ombro e ele passa seus braços pela minha cintura. Me apertando contra ele.

– Boa noite, Pee – sussurro e dou-lhe um ultimo selinho

– Boa noite, Niniss.

Pov Katniss

– Uma semana depois –

Depois de tudo o que aconteceu, Peeta se afastou de mim. Eu não sei por que ele fez isso. Só sei que ele sempre inventa uma desculpa para ficar longe de mim. Doe. E ele vem me escondendo algo.

Estou no sótão, que há muito tempo atrás já havia virado uma biblioteca, quando escutei a porta da frente da casa dele se abrir e de lá sair ele e uma mulher. Ambos rindo. Senti o ciúme crescer dentro de mim.

Eu não pude ver muito dela, mas vi o bastante para gravar em minha mente o tom de loiro de seus cabelos e o formato bem esculpido do seu rosto. Ela vestia uma saia risca de giz, saltos e uma camisa.

Eles se abraçaram e trocaram um beijo na bochecha. Ele fica olhando-a até ela entrar no carro e ir embora. Corri até meu quarto e tentei ouvir se havia algum barulho vindo do quarto do moreno. Tudo silencioso. Calcei meias e abri a porta com cuidado. Não havia ninguém no quarto.

Desci alguns degraus da escada e chequei onde ele estava. Peeta estava deitado no sofá da sala vendo um jogo de Basquete. Subi novamente e fui olhar em seu escritório.

Peeta é roteirista, trabalha para os nossos pais assim como eu. Nossas mães, Effie e Cashmere, são estilistas e nossos pais diretores. Eu sou musicista e ele roteirista. Quando nossos pais saíram da faculdade, todos casados, compraram casas uma ao lado da outra e então depois de trabalhar com vários atores fundaram a Everllark´s Entertainments.

Nada! Não tinha nada nem em cima da escrivaninha! Nem na gaveta! Muito menos nas pastas dele!

Suspirei. E desci as escadas fingindo que eu acabei de chegar na casa do moreno.

– Peeta?!

– Que? – ele diz olhando a escada

– Tá com fome? Quer jantar?

– Não já jantei – ele diz indiferente - tem pizza na geladeira se quiser

– Ah – digo sentindo um aperto no meu peito – Obrigada eu... Eu vou beber água. – digo e vou para a cozinha.

– O que foi menina? – dou um pulo quando Greasy Sae aparece na cozinha

– Greasy você pode me dar um abraço?

– Claro – ela me abraça e afaga minhas costas.

Greasy criou a mim e á Peeta. É como uma segunda mãe. Ela melhor do que ninguém percebe quando estamos tristes ou tem algo nos incomodando.

– Quem é ela Greasy?

– Eu não sei querida. Peeta pediu para que eu fizesse o jantar e me retirasse. E foi o que fiz. – solucei contra o ombro da senhora grisalha. – Vem. – ela diz me puxando até a sua casa no fundo da casa dele.

Ela entrou e se sentou no sofá. Me sentei ao lado dela e deitei minha cabeça em seu colo. Ela começou a passar os dedos no meu cabelo e deixou-me chorar.

– Por que ele não sente o mesmo? – reclamei e solucei

– Calma criança ele sente algo de tempo á ele.

– Mais tempo? – olhei para ela – Eu tenho esperado por ele desde pequena! Eu cansei de esperar por ele! Eu tentei! Tentei esquecer ele varias vezes! Namorei vários tentando esquecer ele! E mesmo assim ele não liga pra mim! Eu estou cansada de sofrer por ele! Eu estou cansada de olhar para ele e imaginar ele me pedindo em namoro!

– Calma menina, calma! – ela faz cafuné na tentativa de me acalmar.

Fiquei ali chorando até que escutamos a voz de Peeta no quintal chamando pelo meu nome. Olhei para Greasy sem saber o que fazer. Dei um pulo e me escondi. No quarto dela. Escutei os murmurinhos vindos da sala e a porta batendo.

Sai do meu esconderijo e dou um beijo em Mags sentindo as lagrimas voltarem a escorrer pelo meu rosto. Corri até a minha casa e sentei na sala da minha casa. Ela parecia tão sem vida e triste. Parecia até refletir o que eu sentia.

oOo

Aquela decididamente foi uma noite difícil. Acordei varias vezes gritando e Peeta não estava lá. Pela primeira vez em anos a solidão daquela casa parecia consumir cada parte do meu ser. Eu voltei a dormir e acordei com ele me abraçando dizendo que estava todo bem.

Meu coração se alegrou com isso e eu pela quinta vez nessa noite voltei a dormir. Acordei me sentindo em paz. Porem essa sensação durou pouco. Quando eu me virei para dar bom dia á ele, ele não estava ali. Percebi com pesar que ele podia simplesmente ter se cansado de mim.

E se fosse isso? Ele me beijou, viu que não era nada de mais e deixou de dar atenção a mim? Senti algo quente escorrer pela minha bochecha e solucei. O Peeta de uma semana atrás não existe. Quem sabe se ele realmente existiu. Ou foi apenas um sonho bom?

Não podia ser um sonho! Eu vi ele e Blight brigando, eu passei pomada nele, eu cuidei dele, eu o beijei e dormi abraçada á ele! Sonho eu já sei que não foi.

Suspirei e me levantei da cama. Vou até o banheiro e me olho no espelho. Meu rosto de alguma forma não está manchado nem vermelho. Só esta com uma marca do meu travesseiro mais isso em alguns minutos some. Tomo um banho e desço para a cozinha. Geralmente faço minhas refeições na casa dele. Então na minha cozinha não tem praticamente nada de comida.

Pego um pão amanhecido e como com cream cheese, tomo um copo de leite e só. Subo para o meu estúdio de escrevo algumas partituras. Logo tenho quatro musicas terminadas e uma começada. Olho no relógio do meu celular 17;39.

Suspiro e vou até a sacada do meu quarto. Então Greasy me chama e entro na casa dele.

– O que foi? Está tudo bem?

– Está querida. Mas pode melhorar...

– Como assim?

– Aquela mulher vem hoje de novo aqui.

– E?

– E que podemos fazer o seguinte...

~~ Horas mais tarde ~~

Estou linda. Meu cabelo está num coque elegante e meu vestido é um vermelho escuro. Greasy me deu a ideia de fazer uma coisa nova. Um tanto diferente. Já sabendo que Peeta receberia a loira misteriosa mais uma vez em sua casa, ela deu uma ideia diferente que eu ainda não tinha tentado...

Fui até a casa dele chamando por ele. Peeta surgiu da cozinha e parou quando me viu. Seus olhos percorreram o meu corpo todo. Boquiaberto ele tentava, de alguma forma dizer algo, mas de sua boca nada saiu. Sorri.

– Como estou? – digo dando uma rodadinha.

– Você... você...

– Você está linda minha menina – diz Greasy saindo da cozinha – Não é Peeta? – vi ele acenar debilmente com a cabeça fazendo que sim. – Onde você vai assim?

– Vou jantar com o Logan. Lembra – se dele Greasy?

– Claro! Como me esqueceria dele?

Logan é um colega meu de faculdade. Eu ele e Peeta éramos muito amigos na faculdade.

– Logan? – disse Peeta acordando do seu estado de torpor

– Sim

– Onde vocês vão?

– Vamos jantar e ir dançar naquele salão perto da faculdade.

Tanto eu quanto Sae saiamos que aquele era o programa favorito de Peeta quando estávamos na faculdade. Adorávamos ir lá e dançar até que os nosso pés doessem. Na faculdade Logan namorava uma belga muito bela chamada Tamila, mas ela foi embora e o deixou. Peeta me olhava num misto de ciúmes, incredulidade, admiração, tristeza e algo que eu não sei o que era. Ouvimos a campainha da casa do moreno soar e Greasy abriu a porta.

– Greasy Sae! Como vai a senhora! – exclama Logan e depois abraça a senhora que o abraça de volta

– Bem! Entre!

– Okay. Uau Nix você esta linda! – ele diz me chamando pelo apelido que ele me deu

– Obrigada! Você esta... apresentável –digo fazendo graça e ele sorri me dando um beijo na bochecha

– Peeta! – ele diz e estende a mão ao moreno que o olha fingindo entusiasmo.

– Vamos Nix?

– Vamos!

Essa noite será... interessante