Herdeiros escrita por ColorwoodGirl


Capítulo 6
Capítulo 5




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A conexão criada naquela manhã começou a sumir no meio da tarde, quando os jovens foram para seus quartos. Após almoçarem em um pequeno restaurante nas imediações, começaram a levar seus pertences para os dois quartos. Um dos beliches masculinos já estava ocupada por Pedro e João, então restava aos outros quatro se acertarem.

Cobra foi com sua mochila até a do meio, jogando os pertences na parte de cima. Encarou os demais em desafio, mas Duca apenas maneou a cabeça negativamente e se voltou aos demais.

“Bruno, Jefferson... Alguma preferência?”

“Eu prefiro a parte de baixo.” Bruno deu de ombros.

“Por mim tanto faz.”

“Não sei se quero essa florzinha dormindo embaixo de mim. Vou sentir ele olhando minha bunda o tempo todo.” Cobra comentou com sarcasmo. Estava zoando Jeff desde que ele assumira gostar de ballet, e não parecia que pararia tão cedo.

“Eu durmo na parte de baixo, Jeff, pode ficar com a parte de cima da outra.” Duca avisou, indo colocar seus pertences na cama, enquanto o outro lutador o observava de forma irônica.

“E vamos estabelecer algumas regras... Cada um faz as frufruzices que quiser do lado da própria cama, mas não to afim de dormir em um quarto cheio de bandinhas esquisitas, bailarinos sem sacos e coisas do tipo.”

“Caramba, Cobra, tu é preconceituoso para caramba.” Bruno observou, um pouco irritado. “não consegue se controlar?”

“E quem disse que eu quero? Não tenho freio na língua, mermão, então vai se preparando que vou falar o que eu quiser mesmo. E aí de quem reclamar.”

“Tu não ia durar um dia lá em Chicago, na real. Iam te botar na linha rapidinho.”

“E como você pretende fazer isso? Porque tu não tem pinta de cara que possa brigar comigo.” Diante da falta de resposta, Cobra sorriu. “Volta lá para Chicago, cara... Porque aqui é assim que a banda vai tocar.”

~*~

Bruno chegou em casa decidido a recusar. É claro que iria abrir mão daquela loucura, pelo amor de Deus. 18 meses vivendo com aqueles malucos, em uma Fábrica de artes? Ele era um arquiteto, não um artista. Seu avô que o desculpasse, mas aquilo era um belo de um presente de grego.

Ligou para a mãe na mesma hora e se pôs a explicar o drama. Marta ouviu tudo em silêncio, respeitando a irritação do filho. Quando ele soltou a última bufada, terminando sua narrativa, ela expôs sua opinião.

“Eu acho que você deveria aceitar.”

“Como?”

“É isso mesmo, Bruno, você deveria aceitar essa proposta.”

“Mãe, são 18 meses. 18 malditos meses. Isso dá mais de um ano, bem mais. Um ano e meio convivendo com aqueles malucos. Especialmente aquela idiota que não faz ideia do que foi a ditadura.” Ele se lembrou de Maria de Fátima, se irritando depressa.

“Eu sei de tudo isso, Bruno, mas pense: são R$4 milhões. Com esse dinheiro, você pode abrir um grande escritório para você. Você poderia retomar o C.R.A.U, ajudar mais, fazer mais. Bruno, você sempre quis fazer a diferença: esse pode ser o jeito.”

“E o meu trabalho? Meu sustento?”

Pelo que entendi, seu trabalho será na reestruturação da Fábrica. Vocês se sustentaram ali, juntos. Ou estou errada?”

“Ainda vou ter que sustentar vagabundo, aposta quanto.” Lembrou da cara do maldito Cobra, bufando. “Está bem... Eu vou tentar. Mas se as coisas ficarem insuportáveis, eu largo tudo na mesma hora.”

Desligou o telefone com a mãe e foi para o computador, entrando no Skype. Os pais estavam em Brasília, e Ju os estava visitando. O apê do Rio naquele momento era só dele, e preferia assim.

Fez uma chamada com sua chefe em Chicago, começando a explicar o ocorrido. Se preparava para pedir a demissão, quando ela anunciou que isso já estava providenciado. Ele perguntou o que ela queria dizer.

Quando seu advogado me ligou, alguns dias atrás, ele explicou tudo isso. Que você tinha uma herança no Brasil, uma Fábrica, e que portanto teria que passar os próximos 18 meses aí. Ele inclusive me instruiu a empacotar suas coisas e devolver seu apartamento para a imobiliária. Achei que ele estava agindo a seu pedido.”

“Pode-se dizer que aqui, pedidos são como ordens.” Ele desdenhou, massageando as têmporas.

Olha, Bruno, você é um profissional excelente, bem acima da média. Se esse seu novo negócio não vingar e você quiser voltar, sempre teremos um lugar para você, ok?

“Muito obrigado, Dianne. Pode ter certeza, eu estou louco para voltar. Mas infelizmente, tenho muito o que resolver aqui no Brasil. Pela minha família.”

Conversaram um pouco mais, de maneira breve, antes de desligar. E então, Bruno foi para a ligação que mais evitava, a que seria mais inconveniente e cheia de problemas: sua namorada, Ana.

~*~

No quarto feminino, as coisas não foram tão calmas. Logo ficou esclarecido que Bianca e Karina dividiriam a cama, como era de praxe, e a mais nova ocupou a parte de cima sem rodeios. Mari disse que poderia dormir em qualquer lugar, mas Jade, Vicki e Fatinha não iam arredar o pé facilmente.

“Eu quero essa cama.” Anunciou a jovem de Carambolas, se apoiando na parte de cima de um beliche.

“Claro que não, queridinha... Essa cama é minha.” A bailarina colocou o braço ali também.

Sorry, honeys... Prioridades de quem é VIP, ok?” Vicki já jogou a bolsa, que foi arremessada para o outro lado do quarto.

“Jesus, se o problema é dormir na parte de cima, eu cedo meu lugar. Aí cada uma fica com uma, simples.” Karina tentou conciliar, mas a briga não era pela parte de cima: era por aquela parte de cima.

A discussão seguia se tornando mais acalorada, pontuada por empurrões e suaves petelecos. Mari corria a cabeça de uma para outra, já levemente tonta, sem saber exatamente se deveria se resignar a dormir no chão.

Por fim, Bianca perdeu a paciência. Deu alguns gritos, xingando as companheiras de infantis, e determinou que fariam um sorteio. Quebrou uma lixa em três partes diferentes e segurou com a mão fechada, deixando só a pontinha para fora.

Primeiro Fatinha, depois Jade e por último Vicki, cada uma pegou um pedaço. O maior ficou com Jade, lhe dando o direito aquela cama. O segundo lugar ficou para Fatinha, que ocupou a outra parte de cima. Para a herdeira mimada, restou a parte de baixo de alguma das duas.

“A Karina tinha se oferecido para ceder o lugar dela.” Ela lembrou, enquanto Mari ocupava o lugar abaixo de Jade.

“Isso foi antes do ponto ridículo de um sorteio com uma lixa de unha.” Observou a lutadora, abrindo suas mochilas. “Podemos fazer um acordo de restringir a decoração para os lados da cama? A Bianca gosta demais de rosa.”

“Concordo. Não quero o quarto impregnado pelo mal gosto de umas e outras.” O comentário de Vicki foi direcionado à Fatinha, que tirava alguns pôsteres da bolsa.

“Querida, Rupert Grint e Zac Efron não são provas de mal gosto.” Jade observou os pôsteres, dando o braço a torcer.

“Concordo.” Mari deu de ombros.

“Idem.”

“Ok, até eu tenho que ceder. Mas se for ficar nas paredes comuns, tem que ser com o consenso das demais, pode ser?” Karina fez a proposta, e todas concordaram. “Ainda bem.”

“Hã, isso é o armário?” Mari apontou o conjunto de estruturas metálicas idênticas, posicionadas lado a lado. “Tem nossos nomes.”

“Eles esperam, realmente, que eu coloque cinco malas de roupa aí?” Questionou Jade, surpresa.

“Na verdade acho que eles não esperavam que você tivesse cinco malas, sua anormal.” Fatinha pulou de sua cama, apanhando sua mala. “Mas que vai ser difícil lidar com isso, ah vai.”

“Por sorte eu tenho só uma mochila.” Riu Karina, deitando na cama e colocando os fones de ouvido, enquanto as demais tentavam se entender com o pouco espaço.


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Notas finais do capítulo

E no próximo capítulo... Primeiro jantar na Fábrica!!!! HAHAHAHAHA Esperem por altas merdas.
To com muito sono, então conversamos nos comentários, ok?
See you ;*
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