Amargo Amor escrita por Loreline Potter


Capítulo 1
Amargo Amor


Notas iniciais do capítulo

Esse primeiro capítulo era uma oneshot porém resolvi transformar em uma série de momentos da vida do "não casal" Dominique e James.



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E lá estava ele me encarando de novo, com os olhos castanhos calorosos, o cabelo preto despenteado, a camisa do uniforme com alguns botões abertos e a gravata vermelha e dourada frouxa.

Não que eu me importasse, até parece que aquele garoto mimado poderia despertar minha atenção, nem hoje e nem nunca. James Sirius Potter era apenas um filhinho de papai com a sorte de ser meu primo.

Um imbecil que andava pela escola como se fosse o dono e que fazia questão de esfregar na cara de todos o quanto ele se achava superior. Um intrometido que não podia ver ninguém mais feliz que ele. Deveria estar na Sonserina se quer saber minha opinião.

Ou não, já que o irmão mais novo dele é um sonserino e não é nem metade do idiota que Sirius é. Eu tinha milhões de teorias para explicar os motivos para ele ser um completo idiota quando tinha dois irmãos mais novos tão fofos.

Talvez fosse adotado, é quem sabe ele fosse algum filho de comensal que tio Harry adotou por pena?

–E então Dominique? – Tornou a perguntar sorrindo ao seu modo galanteador, mas ao mesmo tempo ameaçador.

–Não. – Respondi na lata me afastando para em seguida ser puxada pelo braço com força, tal força essa que fez com que nossos corpos se colassem quase que de modo instantâneo.

–Acho que você não está me entendendo, você pegou algo meu, algo que é muito valioso. E eu quero de volta, agora. – Disse me apertando e fazendo com que eu fosse obrigada a encará-lo, eu odiava o fato dele ser maior que eu. Eu era alta droga, não havia muita gente que pudesse me encarar, mas ali estava ele me obrigando a levantar o queixo como se tivesse algum tipo de poder sobre mim.

–Eu já cansei de responder que eu não peguei nada. – Falei com firmeza tentando me soltar de seu abraço que aos poucos se tornava doloroso.

–Só que eu não acredito em você. – Disse o Potter me apertando mais ao ver que eu tentava me debater.

–Me solta, está me machucando seu trasgo! – Pedi ainda tentando me mexer.

–Só quando me disser toda a verdade. – Ordenou ele aproximando seu rosto perigosamente do meu.

–A VERDADE? – Perguntei me exaltando, graças a Merlin era hora do almoço e os corredores estavam praticamente vazios.

–Apenas a verdade Nique e prometo que não vou fazer nada com você. – Disse de modo ameaçador.

–Bom, aí vai uma verdade Potter. – Antes de terminar minha frase fiz questão de ficar nas pontas dos pés para sussurrar o que queria em seus ouvidos, estávamos tão próximos que nossas respirações se chocavam.

– Eu não tenho medo de você.

–Pois devia Weasley. – Sussurrou ele de volta, seu hálito de hortelã fez minha cabeça dar voltas e logo me vi obrigada a me afastar. Assim que o fiz ele começou a rir me deixando ainda mais enjoada por estar em sua presença.

–O Ted morreu? – Perguntei com as mãos na cintura.

–Ted? – Pediu ele parando de rir subitamente.

–Sim, claro porque você está rindo como uma hiena, então supus que o Ted seu último neurônio acabou de falecer. – Respondi rindo ao ver sua expressão de raiva.

–Não se faça de boba Nique, já que ambos sabemos que você não é. Além disso, eu ria de você. – Comentou de modo charmoso se aproximando um passo de mim, em reação a sua aproximação dei um passo pra trás.

–Rindo de mim? – Perguntei fechando a cara.

–Sim, é claro. Você não consegue nem mais esconder, não aguenta nem ficar perto. Quando vai admitir que é louca por mim? – Questionou James Sirius com os olhos castanhos brilhando de malícia.

–Você bem que gostaria Jamezito, mas a verdade é que se não fico perto, é porque não suporto esse seu perfume vadio. Ele me dá nojo. – Falei lançando o melhor olhar de desprezo que possuía.

–MENTIRA! – Gritou ele me pegando de surpresa e mais uma vez tornando a proximidade insuportável. A merda toda é que James não era apenas mais alto, era também mais forte, de modo que me empurrou na parede com tamanha facilidade como se eu fosse uma boneca de trapos.

–Está na hora de começar a contar a verdade garota. – Ordenou ele com uma das mãos segurando em minha garganta e pela primeira vez me assustando de verdade.

–Quando o inferno congelar. – Respondi atrevidamente sem querer deixar com que ele percebesse meu medo.

–Agora Dominique, eu quero que me devolva agora o que me roubou, e quem sabe deixo você ir sem fazê-la confessar sua grande paixão por mim. – Desdenhou ele, colocando mais pressão sobre minha garganta, eu sentia que logo estaria chorando. Lágrimas de medo, raiva e até uma certa decepção por ter sido deixada tão vulnerável.

–Eu já disse que não. – James me soltou repentinamente, parecia mais bravo do que jamais estivera, passava a mãos pelos cabelos de modo compulsivo e deu um soco na parede oposta do corredor.

– Assim que encontra-lo Dominique você vai pagar. Vai pagar por isso. – Ameaçou me apontando o dedo, porém tudo que eu conseguia era segurar meu pescoço com minhas próprias mãos. Aquele cretino me apertara pra valer.

– E o que você vai fazer seu covarde? Me bater? – Perguntei me descontrolando sem ainda deixar de estar encolhida junta a parede de pedras. Devia ser uma cena deplorável, a pobre garota loira com o uniforme da grifinória amassado e a maquiagem negra ameaçada de ser borrada por lágrimas mal contidas.

Por algum motivo absurdo algo do que eu disse pareceu atingi-lo, sua expressão passou de um ódio desmedido para alguma outra, James fechou os olhos e levou as mãos atrás da nuca antes de me responder.

–Sabe que jamais, jamais te machucaria Dominique.

–ENTÃO POR QUE CONTINUA ME MACHUCANDO? – Praticamente implorei por uma resposta decente, já nem me importava mais com meus olhos marejados, só queria entender o motivo daquilo tudo.

–Eu só quero o que você roubou Dominique, só isso. – Falou ele passando a mão nos cabelos agora sem me encarar.

–Eu já te respondi James, não peguei nada. – Insisti secando meus olhos e tentando me recompor.

–Então quem foi? Quem mais poderia ter feito isso? – Pediu James sem parecer convencido.

– Não sei, algum sonserino? – Sugeri alisando minha camisa que após tantos puxões estava ainda pior do que o normal.

–DROGA! Por que mente, por que mente Dominique! Você sabe que mais ninguém nessa escola se atreveria a mexer comigo! – Gritou James voltando a se exaltar e consequentemente voltando a se aproximar de mim.

–E ninguém mais se atreve por quê? Você ameaçou todos eles? Eles têm medo de você James? – Pedi voltando a encará-lo e trazendo toda a fúria que possuía comigo.

–Eu não diria medo e sim respeito. Nenhum deles faria isso. – Respondeu ele simplesmente, logo me vi mais uma vez encurralada entre seu corpo e a parede. Por que eu continuava deixando aquilo acontecer? Por que não aproveitara o momento anterior pra correr pra bem longe dali.

–Mas você Dominique, eu sei que você faria algo assim. – Acusou ele segurando minha cintura.

–Eu já cansei de repetir. Eu não peguei o maldito mapa. – Respondi pausadamente como se estivesse falando com uma criança de quatro anos e não um rapaz de 17, para minha surpresa assim que falei um sorriso vitorioso se fez no rosto de James.

–Não me lembro de ter dito que o que tinham me roubado era o mapa do maroto. – Comentou ele, e acho que ele deve ter visto a expressão de derrota em meu rosto, aposto como meu olhos estavam involuntariamente enormes.

MERDA!

Me sentia como uma lebre presa em uma armadilha, James me pegara, não tinha mais como escapar, eu não saberia que o mapa havia sumido, ao menos que estivesse com ele.

SIM EU TINHA ROUBADO O MALDITO MAPA. Mas bom, eu meio que precisava fazê-lo, situações desesperadas pedem medidas desesperadas.

–Será que você se esqueceu Nique, que eu te conheço como a palma da minha mão? – James apenas me encarava, a expressão vitoriosa ainda em seu rosto me fazia querer sumir por ter sido ganha tão facilmente.

–Eu precisava dele. Para uma passagem secreta. – Respondi com um fio de voz, não me custava tentar mesmo tendo certeza que a desculpa arranjada às pressas não o convenceria de absolutamente nada.

–Você acharia todas as passagens mesmo se estivesse com os olhos vendados. – Constatou ele me encarando. – Me devolva o mapa.

–Não. – Respondi o encarando com firmeza.

–Está louca? Como pode ainda se negar? O mapa é meu Dominique você roubou algo, isso é sério! Te aconteceria mais do que perder pontos para nossa casa. – James fazia as acusações e constatações com uma rapidez impressionante, ainda me mantinha presa a ele e eu logo sentia que precisaria respirar um ar que não contivesse o cheio viciante de hortelã.

–O mapa é ilegal, você não pode me denunciar. – Falei me sentindo esperta por ter me lembrado do fato, já sem medo o encarava de queixo erguido seus olhos esquadrinhavam os meus e eu não podia mais ler o que se passava com James Potter.

Raiva? Decepção? Tristeza? Alegria?

Aquele olhar estava indecifrável.

–Por que não me diz a verdade Nique? Tudo seria tão mais fácil se apenas me dissesse. – Pediu ele apertando minhas costas.

Então eu me vi vencida, porque no final não importava o quanto eu dissesse pra mim mesma que nada nele me importava. Quando eu me deitasse seus olhos ainda seriam a última coisa em que pensaria e ao acordar seria o gosto de nosso último beijo que estaria em minha boca.

–Que verdade você quer ouvir? – Perguntei baixando o olhar.

–A única que me importa. – Respondeu ele erguendo meu rosto.

–É verdade que planejou uma noite romântica para aquela loira falsa? – Mais rendida que nunca eu só precisava de uma frase de James para me ver completamente entregue, um brilho divertido estava agora em seus olhos.

–Não diga sandices Nique, por que eu ficaria com a falsa quando tenho você bem aqui? – Perguntou sorrindo e aproximando seu rosto do meu. Meu coração poderia ter parado naquele exato momento, porém, no último minuto virei o rosto.

–Então porque eu ouvi você contando para o Alvo que precisava do mapa essa noite? Se não iria se encontrar com alguma garota por aí? – Pedi fazendo bico ao me lembrar em como ele parecia animado com a noite que teria.

–Você estava com ciúmes? Por isso pegou o mapa? – James concluiu astutamente e não pude evitar de ficar corada, mas qual é! Eu poderia ser estupida se tratando dele, mas nem tanto. Minutos atrás estávamos nos ameaçando, como podíamos ir do inferno ao céu em tão pouco tempo?

–Continue sonhando com isso James. – Falei sorrindo atrevidamente.

–Pode apostar que eu vou. – Foi o que ele disse antes de me puxar de surpresa para mais um de nossos beijos roubados, apressados e sempre afobados.

James era um grosso ao seu modo.

Infelizmente eu amava isso, o modo como segurava meu rosto com força e me beijava com intensidade. Os gestos rudes acendiam algo em mim, algo incontrolável que só me fazia querer ficar mais e mais próxima dele, sentir seu cheiro e se possível me fundir ao seu corpo.

Com a respiração ofegante nos separamos, eu tinha medo de abrir os olhos pra me lembrar do motivo de estarmos ali, me recordar que estávamos brigando e que ele me machucara. Tinha medo de abrir os olhos e me lembrar que o odiava, tudo nele era intragável e sua personalidade se chocava de frente com a minha.

–O mapa Dominique. – Exigiu ele novamente me fazendo abrir os olhos e sair do universo particular em que James Sirius Potter era uma pessoa diferente.

Logo percebi a oportunidade de fugir bem ali, após o beijo James não me prendia mais, rapidamente sai de seus braços e comecei a me afastar sentindo as lágrimas caírem de modo involuntário.

–Já disse que não. – Gritei sem me virar para responder.

–Foda-se então! Você tinha razão Dominique estava sim planejando uma noite com Belle. Mas uma noite prazerosa e não romântica! – Gritou James de volta, sem poder ignorar aquilo me virei com raiva.

–Odeio você James Sirius! Tomara que suma com ela. E não se engane você sabe que vai estar com ela pensando em mim! – Deixei cada palavra carregada com uma raiva guardada somente pra ele. Como já disse, éramos tão impulsivos e orgulhosos que céu e inferno estavam a uma palavra de distancia.

–Bom eu preciso do mapa pra isso! – Falou James calmamente me deixando ainda mais nervosa.

–ESTÁ FIXADO ATRÁS DO QUADRO DOS MONGES BÊBADOS! FAÇA BOM PROVEITO! – Gritei me sentindo enojada.

–Farei. – Foi tudo que ele disse antes de tomar a direção oposta a que eu tomara anteriormente. Pouco antes que James Sirius Potter sumisse de minha vista meus joelhos já tinham encontrado o chão de pedra.

Por quê?

O que de tão errado eu fizera pra merecer isso? No momento eu não encontrava resposta alguma, tudo que conseguia fazer era chorar no meio do corredor.

Patética, como mais uma dessas garotas que se apaixona pela cara errado, logo eu que sempre fora durona. Que sempre jurara que nunca deixaria nem sequer uma única lágrima escorrer por garoto algum.

Era certo gostar de alguém quando isso te machuca tanto?

O pior talvez fosse saber que eu era e sempre seria tão culpada quanto ele por as coisas jamais se acertarem entre nós.


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Notas finais do capítulo

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Loreline Potter



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