O Instituto De Mutantes - Interativa escrita por Annie


Capítulo 4
Início de treino


Notas iniciais do capítulo

PELOAMORDEDEUS ME DESCULPEM PELA DEMORA!!!!!!!
Era para eu ter postado até 1 da manhã de hoje! Mas não deu, aqui vão os motivos!
Sexta feira eu fui dormir as 2 da manhã, e acordei as 6 no sábado. As 9 eu fui viajar de volta para Santa Maria, uma viagem de 5 horas, Eu cheguei, me ajeitei, tomei banho, comi, ajudei meus avós a limparem a casa, desfiz minhas malas e dei uma estudadinha. Eu continuei escrevendo o cap. que eu tinha começado no sábado as 9 da noite, e as 10 eu não aguentava mais manter os olhos abertos.
Hoje era para eu ter postado de manhã, mas eu tive que sair para pegar minha cadela na casa do meu padrasto, e eu não contava com o fato de eu ter que ficar lá até as quatro e meia da tarde sendo que meu computador e minhas anotações estavam em casa. Então só há duas horas e meia eu comecei a escrever!
EM COMPENSAÇÃO fiz um capítulo maior!
E tem mais um problema! Vou ver o que posso fazer, mas tenho prova amanhã e tenho que estudar E amanhã eu tenho aula das 8 da manhã até as 6:10 da tarde! E da UFSM para o centro de ônibus dá uma meia hora MAIS o trânsito infernal da Faixa Velha!!!!!
Então só TALVEZ eu consiga postar amanhã!
E TALVEZ... TALVEZ eu consiga postar mais um hoje! Não sei se vou conseguir esses dois até amanhã, mas JURO que vou tentar!!!!!!!!!!

Chega de enrolar Alex!!! Estou rezando para que vocês gostem!!!
Ah, uma dica: Se vocês disserem no que querem que eu foque mais no próximo capítulo quem sabe eu consiga terminar mais rápido!!!!
Então, no que querem que eu foque mais? Brigas? Casais? Quase casais? Quase casais que brigam? Drama? O que?



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Mika marchou impacientemente para seu quarto, batendo a porta. Irritada e pensando em como aquela garota ousara dizer que sua vida era fácil. Por um tempo, ela ficou lembrando de uma coisa que a tal Leah falara e não saíra de sua cabeça. “e sim, talvez eu tenha matado alguém”.

“Além de tudo uma assassina de sangue frio... Aliás, bem quente por sinal” Pensou procurando por um par de luvas enquanto notava o quarto ficando mais e mais frio conforme seu humor. “Eu sabia que aquilo não podia dar certo!”

Momentos mais tarde, ouviu batidas em sua porta.

Era o outro novato que a deixara falando sozinha... Jonas. Com seu humor naquele momento e mais o pequeno ocorrido mais cedo no corredor, Mika se preparou para esmurrar sua cara, mas ele apenas se encolheu.

– Eu só queria pedir desculpas! – Disse o garoto, o que a pegou de surpresa e com o punho cerrado no ar. – Eu não sou muito bom com pessoas, tenho leves dificuldades em comunicação, apesar de ser bom com palavras... Sou melhor em usá-las para outros fins. – Diz ajeitando seus óculos que escorregavam no nariz, e pareciam grandes demais em seu rosto fino. Ele também parecia pálido. Não como ela, é claro, e também não como alguém doente, mas como alguém cansado e que não saía muito no sol.

– Hm... Sim, claro, me desculpe. Você me pegou num mau momento. – Disse baixando a cabeça.

– Por que está tão frio aqui? Você gosta de climas frios e está tentando congelar o quarto ou algo assim? – Pergunta tentando descontrair.

– Eu não controlo totalmente, apenas deixo os lugares frios conforme meu humor, e não, não gosto de frio. Já não basta meu sangue.

– Interessante... – Disse ele analisando-a. Parecia uma garota um tanto quanto frágil desse modo, frágil, mas irritada, e perigosa nesse estado. – Me perguntei sobre suas roupas de frio desde mais cedo. Você provavelmente está irritada com a garota do fogo. Não é para menos, acabou de encontrar sua inimiga mortal. Literalmente. – Mika revirou os olhos, e começou a voltar para dentro, mas Jonas colocou o pé na porta. – Vamos para o treino da tarde? Eu sei onde é!

Por fim, Mika acabou assentindo e pegando sua Katana.

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Após sair da cozinha, Leah deve ter ficado exatamente cinco minutos com raiva, como sempre acontecia com qualquer tipo de tristeza que a atingia, esta se convertia em raiva, e Leah estava convencida de que não encontraria jeito melhor ou mais fácil de lidar com as coisas. Mas em seu quarto, tocando uma música depressiva, tudo voltou como uma onda. As lembranças. As lembranças que tanto a importunavam desde seus sete anos. De qualquer modo, ela ainda se sentia privilegiada, a maioria dos mutantes do instituto nunca tiveram uma mãe ou um pai que lhes desse carinho. Ela vivera com os dois pais até os seis anos, e isso era algo!

Ela interrompeu uma arcada quando ouviu batidas leves na porta.

Aurélio conhecia quase toda a sua história, sabia o motivo de sua tristeza, e sabia que a raiva não ia durar, e quando passasse, ela precisaria de um amigo.

Leah conhecia a batida dele, e não hesitou em abrir a porta, já sabendo quem era.

– Eu estou bem! – Disse antes que ele pudesse perguntar qualquer coisa. Puxou as mangas para cobrirem as mãos rapidamente e usou-as para secar o rosto com mais força que o necessário

– Eu sei que está. – Diz ele a abraçando. As luzes do quarto estavam apagadas, as velas que ficavam na escrivaninha também, o que deixava o quarto sombrio e deprimente. – As crianças ficaram preocupadas. E eu sei que se você estivesse “Bem”, não teria falado daquele jeito com a Mika.

– Como se fôssemos nos entender algum dia. – Diz revirando os olhos.

– Bom... Faz sentido. Mas vamos, venha! Precisamos treinar..... – Ele pausou a frase e todo o seu corpo começou a brilhar em um verde neon, a luz se intensificou até que pareceu “sair” de seu corpo, se tornando uma cópia verde neon brilhante e sem rosto de Aurélio. Ele comandou silenciosamente que sua cópia de luz ajoelhasse, assim como as outras quatro que ele havia criado em questão de segundos.

– Todos nós, imploramos que venha nos acompanhar nos treinos. – Disse em um tom bobo, se ajoelhando também. Leah soltou uma risada leve e assentiu, Pegou seu arco e duas facas para colocar no cinto.

As cópias de luz sumiram e eles se adiantaram pela porta, que se abriu, quase batendo neles.

– Que mania é essa de fazer tudo sem mim e depois me deixar limpando a bagunça de vocês? – Pergunta Len irritada. – É sério! É bem assim que vocês fazem, eu fiquei com as crianças sozinha até que terminassem! Olha, vou imitar vocês!

Nisso, Len mudou até se transformar em uma cópia de Aurélio.

– Oi, eu sou um cigano chato, e vou chamar minha amiga Leah para treinarmos sem a Len! – Disse em sua melhor imitação da voz e das gesticulações de Aurélio.

Então ela mudou de novo, até ser uma cópia de Leah.

– E eu sou a Leah, tenho problemas de raiva, odeio garotinhas geladas e vou seguir o meu amigo, Cigano para que ele me impeça de matar a garota branca, SEM A LEN! – Imitou, logo voltando à sua forma, enquanto os outros riam.

– Ok, ok! A minha imitação ficou melhor... Talvez por causa da voz! – Disse Leah ainda rindo. – Vamos logo, Cigano. A não ser que a Sra. Excluída, queira vir junto! – Dizia rindo ao passarem pelo corredor em rumo à sala de treinamento “D-2” que ficava no primeiro andar, no subterrâneo.

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Derek não estava acostumado aos horários estranhos do Instituto, e acabou por ser o primeiro a chegar, mesmo tendo se perdido duas vezes. A sala era enorme, com portas duplas de metal e super equipada. Havia uma sala adjacente com a parede de vidro com alvos em formato de pessoas próprios para diferentes tipos de armas, e paredes acolchoadas com isolamento acústico, além de mais três portas metálicas para lugares desconhecidos. Na sala principal, pequenas arenas para lutas corpo-a-corpo, outras para lutas com armas. As paredes eram brancas com vidros dando para o corredor em uma delas. Não haviam janelas por estarem no subsolo, mas exaustores e ar condicionado. O chão era todo acolchoado. Alguns agentes se sentavam em um círculo em uma das “areninhas”.

Ao lado da porta de entrada, haviam vários armários com números, nenhum deles era chaveado. Os cinco últimos pareciam claramente mais novos. Um deles possuía o número do seu quarto, “28”. Ele o abriu, lá dentro, havia uma roupa preta com um tecido aparentemente forte.

Logo que o viu, um agente com traços asiáticos chegou e explicou que primeiro os novatos passariam por uma avaliação de poder, depois poderiam vestir os uniformes e começariam o treino sério.

O agente o levou para uma das portas metálicas. Lá havia uma mesa simples de madeira clara com uma cadeira de cada lado. Se parecia assustadoramente com uma sala de interrogatório policial.

– Acalme-se garoto! – Disse o cara, que deveria ter uns trinta anos na visão de Derek, ele segurava uma prancheta e a analisava sem pressa. – Aqui diz que você muda de forma... E tem controle pleno. Mostre-me.

Derek assentiu imperceptivelmente e começou a se transformar. Seu corpo virou sombra, as garras e dentes apareceram, e os olhos brilhavam, e qualquer traço de Derek exceto sua silhueta desaparecera, dando lugar à uma silhueta disforme de Derek. A sombra se mexia e tremulava como fumaça negra, ele passou um braço pela parede para mostrar que não era sólido.

– Bom, muito bom... – Disse em tom entediado, para a surpresa de Derek. – Você se solidifica... É o que diz aqui.

– Ahm, sim, claro. – Disse, rapidamente sentindo seu corpo ficar rígido. A sombra que era seu corpo tremulava menos agora. Ele deu algumas batidinhas na parede para mostrar ao agente, quando bateu a palma da mão contra o concreto, sentiu-o rachar e ceder um pouco, filetes de sombra e fumaça pareciam lhe escapar do corpo. Derek olhava ansioso para o agente, rezando para que acabasse logo.

– Vamos testar sua força. – O cara dá uma olhadinha na rachadura da parede, e na parede oposta, abre um compartimento que Derek não notara. Tirou uma barra de aço e duas tábuas de lá. – Aqui. – Disse colocando os objetos em cima da mesa. – Faça um estrago nisso, faz parte da avaliação.

O garoto assentiu, pegou a barra de ferro, a torcendo sem dificuldade...

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Depois do teste que basicamente não serviu para muita coisa, Derek ficou treinando uma luta com adagas contra o instrutor até que os outros começaram a chegar, ele procurou por rostos conhecidos. Tinham alguns dos novatos por perto. O garotinho nerd estava na sala de tiros, disparando com uma pistola simples que Derek não conseguia identificar daquela distância.

A menina de gelo lutava contra o instrutor com uma Katana congelada.

Aurélio lutava com uma adaga contra Len, que usava uma espada. Ambos usando os uniformes pretos de luta, e Len usava uma trança lateral bem apertada. A luta parecia injusta em relação às armas, mas os dois estavam indo muito bem. Eles tinham um tipo estranho de sincronia, nunca erravam um movimento mas também nunca chegavam a se machucar.

Lex havia acabado de sair da “sala de interrogatório” e reclamava sobre como foi chato e desnecessário. Começou lutando com um facão contra Bethany, que aceitou o convite para uma luta sem problemas. Usou uma adaga grande, quase do tamanho do facão de Lex. Eles eram bons, com movimentos ágeis e rápidos, mas ainda não estavam em sintonia, não como Len e Aurélio.

Bethany descreveu um círculo no ar com a lâmina, que foi parada bruscamente pelo facão de Lex, e isso fez a arma voar da sua mão.

– Ah meu Deus, me desculpe! – Disse Lex.

– Sem problemas, agora eu já sei como não aplicar um golpe! – Disse Beth, rindo. Ela se sentou no chão, e Lex seguiu o exemplo...

Eles conversaram por um tempo antes de serem interrompidos por Derek.

– Você é... O outro novato, não? – Disse Lex.

– É, Derek! E vocês “Derrubaram isso” – Diz ele lhe entregando a adaga.

– Ok cara, obrigado. Topa uma luta?

– Por que não? – Diz em seu jeito sombrio rotineiro.

Lex se levantou, e não esperou o outro estar preparado para dar o primeiro golpe. Derek se desviou desse, surpreso, mas com facilidade. Deu sua primeira investida contra Lex, que conseguiu desviar do mesmo modo. Derek maneou as duas adagas com uma certa habilidade, dando um golpe duplo que Lex conseguiu bloque ar com o fação, Ele tentou uma ofensiva mais forte, e Derek teve usar mais um de seus golpes duplos. Mais alguns golpes assim, e Lex se viu na defensiva. Os dois mal percebiam uma pequena plateia se formando em volta. Em um deles, Derek claramente se desequilibrou, o resultado foi um golpe duas vezes mais forte. Uma das adagas venceu a defesa de Lex e lhe causou um pequeno corte no braço.

– Ah cara! Me desculpa! Foi um acidente. – Começou Derek.

– Você me paga por essa! – Diz o outro, no segundo seguinte, ele não estava mais lá. Que estava em volta, segurou a respiração.

Um corte profundo apareceu no braço de Derek, ele de um pulo para trás soltando um “Autch”, e outro corte apareceu, dessa vez no seu ombro, mais perto do pescoço.

Ouviu-se uma risada debochada. Derek não viu outra solução, seu corpo virou sombra exatamente antes de uma lâmina se materializar, junto com seu dono, que por um momento, teve o rosto coberto por uma expressão confusa, mas logo essa sumiu, dando lugar à raiva.

– Se você quer jogar sujo, então vamos jogar sujo! – Disse Derek, se solidificando, largando as adagas. As pessoas em volta estavam gritando coisas que nenhum dos dois ouvia.

Derek avançou rapidamente, dando um empurrão com 70% da força que tinha como sombra. Foi o suficiente para jogar Lex vários metros atrás, e ter quatro pontos sangrando na lateral do corpo, onde as garras de Derek perfuraram. Lex se levantou e voltou correndo, com o facão empunhado. Ele se aproximou até desaparecer, Derek ia avançar som as garras quando um barulho ensurdecedor cortou o ar. Vinha de uma espécie de “buzina” que um instrutor segurava.

Os dois voltaram a suas formas normais, sem conseguirem controlar até que o som acabasse.

– É o bastante por hoje! – Gritou o instrutor, que parecia mais velho e experiente do que os outros. Tinha cabelos pretos, marcados por mechas grisalhas, assim como a barba, mesmo assim, não podia ter mais de 43 anos, tinha o corpo forte e algumas cicatrizes nos braços. – Voltem para suas atividades. Menos os dois brigões ali no meio.

O instrutor se aproximou, enquanto todos abriam caminho e voltavam a treinar em silêncio.

– Sou o instrutor chefe, Hans. E não vou deter vocês. – Disse olhando nos olhos dos dois, que se mantinham a pelo menos dois metros de distância. – Não os deterei, não fazemos isso aqui por brigas. Mas não sejam idiotas! Guardem isso para o PEM. Aqui punimos brigas com brigas. Vou perdoar a primeira vez. Mas eu já acabei com muitos mutantes como vocês. E não precisei de nenhum tipo de poder. – Disse em um tom perigosamente baixo. Virou de costas e começou a se afastar. – Garoto sombra, vá praticar arremesso, garoto invisível, venha comigo! – Gritou com firmeza.

Os dois obedeceram sem questionar. Bethany se segurava para não rir ao ver os dois se afastando.

No meio de todos os uniformes pretos, Derek viu uma mancha laranja. A garota ruiva, a qual ele ainda não sabia o nome. Ela estava na sala de tiro, provavelmente não ouvira nada, mas vira tudo. Ela o olhou e revirou os olhos, voltando-se para o alvo, e preparando uma flecha.

Ele foi até a sala, e até onde ela estava, pegou cinco facas na parede e começou a arremessá-las no alvo ao lado do dela.

– Oi. Desculpe invadir seu quarto! Vamos recomeçar! Você não me disse seu nome... – Ele disse. Ela continuou atirando, sem prestar atenção. – É britânica, e saiu de lá a pouco tempo ou algo assim? – Ele disse, e arremessou uma faca, que acertou no braço do boneco-alvo.

– Saí de lá aos sete anos. – Disse, sem olhá-lo. – Pare de girar o pulso! Se mirou na cabeça, esse foi o motivo do seu erro.

Derek ficou quieto, olhou para o alvo ao lado do dele, haviam quatro flechas cravadas no centro da cabeça do boneco, e duas há no máximo dois centímetros, mais três no centro do peito e uma um pouco ao lado.

Ele tentou jogar mais uma faca, sem girar o pulso, e errou novamente. A viu revirar os olhos e largar o arco. No seu cinto haviam duas facas, ela pegou uma e a jogou. Esta ficou cravada no peito do boneco, bem no centro entre as flechas.

– Uau... Você é boa, senhorita britânica a qual desconheço o nome. – Disse em tom contemplativo. – Mas como se sai na luta corpo a corpo.

– Meu desempenho não é da sua conta. – Disse pegando o arco de volta.

– Ok, ok! Eu te ensino a lutar se você me ensinar a atirar! – Disse ficando à sua frente para a impedir que atirasse.

– Primeiro, eu nunca disse que não sabia atirar, segundo, saia da minha frente. Estou segurando a flecha a muito tempo. Logo meus dedos vão cansar, e se eu acidentalmente soltar essa flecha, ela vai atravessar seu pulmão! – Disse ela em um tom quase monótono, dando uma certa graça à situação.

– Segunda no treino! – Disse, saindo da frente dela, segundos antes de um sinal tocar.

“Para o chuveiro!” ouviu o instrutor dizer e saiu.

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Jonas foi o último a ser chamado para a “Avaliação dos novatos”.

A primeira coisa que notou na sala foi o fato de que o instrutor sentado em uma das cadeiras da mesa não era o asiático que fez a avaliação dos outros, mas o instrutor-chefe Hans. Isso o deixou alarmado, e o fez se lembrar de todas as saídas, como chegar até elas e um plano de fuga milimetricamente calculado.

– Entre garoto. – Disse o instrutor para o garoto, que estava na porta sem se mexer. – Não se preocupe. E pode descartar o plano de fuga. Sei que deve estar se perguntando o porquê de eu estar no lugar do outro instrutor... Você é inteligente garoto e eu sei disso. Pedi para me encarregar do seu caso pessoalmente porque sei que você desconhece a complexidade de seu poder.

Ele entrou, e se sentou na cadeira à frente de Hans. “Uma mesa entre nós, quatro portas e 197,3 metros da liberdade” pensou automaticamente.

– Precisa conhecer o seu poder para poder usá-lo, e ninguém nunca o explicou para você. – Disse. – Entenda garoto, o seu cérebro não é melhor que o de ninguém. Você apensa nasceu com a capacidade de usar mais dele! Enquanto pessoas muito inteligentes usam no máximo 13% dele, você usa uns 19%. Parece pouco, mas é muita coisa. Não temos certeza, talvez você use até 20%. Isso te permite ter pleno controle de sua mente e corpo. Você já domina o uso de sua mente, mas não entende o controle sobre seu corpo. Vamos treinar você para que aprenda a usar esse controle.

– É impossível! Eu tenho uma péssima coordenação motora, e não me entendo totalmente. Como vou entender meu corpo plenamente?

– Você tem uma péssima coordenação motora por dois motivos, um deles é que você concentra toda a sua energia em conhecimento e precisa aprender a balanceá-la, e o segundo é que você está em fase de crescimento e isso dificulta as funções do cérebro. E como seu cérebro acha que você deveria ter pleno controle de seu corpo, ele não compreende o porquê da dificuldade. Mas essa é a sua fase mais forte. Você tem mais que o triplo da força que pensa que tem garoto, todos temos, mas você tem uma coisa que nós não temos. O controle dessa força. Assim como tem controle sobre sua regeneração, sentidos, velocidade, e entendimento do mundo à sua volta... Quando aprender a controlar tudo isso, coisa que nenhum dos outros jamais terá como fazer, será cinco vezes mais rápido, forte, e ouvirá duas vezes mais. Enfim. – Ele pausou, olhando para o teto. – Sabe o garoto sombra? Mesmo quando está em forma de sombra sólida e fica muito forte, ele não tem pleno controle de sua força. Se tivesse, conseguiria quebrar uma parede de aço.... Vá agora. Eu te disse o que precisava saber. Amanhã começaremos o treinamento.

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Mika ficou feliz ao saber que os chuveiros eram à gás, e ela poderia regular a temperatura. Deixou em 50 graus. Ela sabia que mais que isso machucaria sua pele, apesar de que se pudesse escolher, colocaria em 100. Mesmo assim, não parecia que estava tão quente, ela chegou a ficar com frio. O que não a agradou era a falta de privacidade. O instrutor dissera que os banheiros da sala de treino eram separados em feminino e masculino, mas quase ninguém respeitava isso, os garotos simplesmente concordavam em não ficar espiando as garotas e elas não ficarem espiando eles. Mika duvidou a princípio, mas levou um susto ao ver quando dois garotos entraram no banheiro feminino, reclamando dobre o masculino estar cheio, um deles ia entrar em um box, mas quando uma garota o alertou que tinha outra ali dentro ele simplesmente se desculpou e foi para outro sem fazer nenhum comentário idiota. “Então o pessoal aqui é totalmente selvagem mas se respeita quanto a isso?” Se perguntou.

“Eu odeio esse banheiro!” Disse um, “O masculino é mais quente, veja, o chuveiro está com 42 graus e parece estar com 30!”

“Faz sentido” pensou tentando ouvir mais alguma coisa e quase escorregando no gelo sob seus pés. Ela fez uma nota mental para ir para o outro banheiro na próxima vez. Quem sabe assim o chão não ficasse congelado sob seus pés, coisa que ela estava acostumada.

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Leah, como sempre, foi tomar banho no banheiro dos garotos com o chuveiro ligado em 100 graus. O calor simplesmente não a incomodava. Nem o frio, considerando que ela praticamente tinha fogo nas veias.

– Leah! – Gritou Aurélio do outro lado do banheiro. – O tapete de plástico está derretendo! Esfrie essa merda agora! – Gritou irritado, mas ela sabia que ele não estava bravo de verdade. Ele nunca estava. – Te espero lá fora!

Ela desligou o chuveiro e se enrolou na toalha pronta para abrir a porta, mas esta se abriu antes. Ela se assustou e quase escorregou na água, se esforçando para não gritar.

Era Derek, com a toalha enrolada na cintura.

– Ah meu Deus! Me desculpe! – Disse quase gritando, então olhou para o chão.

– Você não vai me dar uma folga, vai? – Perguntou revirando os olhos.

– Meus Deus! O tapete está derretendo! – Disse ele alarmado. Ela apenas ergueu uma sobrancelha. Sem dar nenhum aviso prévio, tocou em seu ombro. – AUTCH! – Disse e tirou a mão rapidamente. – Você está queimando, garota! – Ela revirou os olhos.

– É minha especialidade, queimar as coisas. Agora me dê licença! Isso está ficando constrangedor. – Disse com seu sotaque carregado, ergueu uma mão e fez uma pequena chama brincar entre seus dedos. Ignorou seu olhar de criança vendo algo novo, tentando não prestar atenção no abdome do garoto. Não tinha os músculos muito aparentes, mas de algum modo, o jeito alto e magrelo ficava interessante nele, combinando com o cabelo e os olhos talvez... Ela afastou os pensamentos rapidamente. Passou por ele e saiu do banheiro.

“Faz sentido! Por isso a chamam de esquentadinha” Pensou observando-a se afastar e fazendo força para desviar o olhar de suas pernas. Tentou focar o olhar em seu cabelo, mal parecendo ruivo de tão escuro que ficava quando molhado.


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Notas finais do capítulo

Aí está! Espero que tenham gostado! COMENTE PLEEEAAASEEE!!! Comentários (Mesmo que com críticas) são o que me motiva e me dá vontade de escrever e me faz adorar vocês!!!