Titio Ace escrita por Fujisaki D Nina


Capítulo 1
1 - Luna, a Sobrinha


Notas iniciais do capítulo

Olá, leitores dispostos e me aturarem!! Cá estou eu com mais uma fic de One Piece que, vejam a raridade, não é one-shot! No começo era pra ser, mas eu não aguentei deixar uma ideia linda dessas tão curta.
Há bastante tempo venho trabalhando nesse projeto, então espero bastante que gostem e se divirtam lendo.

Boa leitura, pessoal ^^



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/635286/chapter/1

- Oe, Ace, tem certeza que dá pra ir pra casa? – Marco perguntou pelo que deveria ser a décima vez desde que entraram no carro, tirando momentaneamente os olhos da estrada para mirar o corpo enfaixado do amigo e companheiro.

- Eu já disse que estou bem, Marco. – Ace suspirou cansado de repetir a mesma coisa. Mas logo sorriu debochado para o amigo. – Só porque eu te pedi uma carona, não quer dizer que eu precisaria ficar mais tempo com aquele médico maluco.

- Ele pode até ser maluco, mas já salvou nossas peles e de todos os outros no corpo de bombeiros várias vezes. – O loiro rebateu.

Ace preferiu não revidar, Marco tinha razão em estar preocupado; afinal, ter um andar inteiro em chamas caindo em cima de você não é pra qualquer um. Mas Portgas D. Ace não era qualquer um. Desde muito pequeno, ele sempre fora resistente ao fogo; então que área melhor para se trabalhar do que no corpo de Bombeiros? Ele amava seu trabalho, gostava de proteger as pessoas e admitia que a adrenalina de ficar frente a frente com a morte o motivava também.

- Estou falando sério, cara, você precisa dar mais valor à sua vida. – Marco continuou a importuná-lo. Estava realmente preocupado com o amigo. – Qual foi a última vez que você fez alguma coisa além de apagar incêndios e sair para beber?

- Ontem a noite mesmo! Eu peguei a maior gata lá no bar do- Epa!!

Ace não pôde completar seu “trunfo” contra os argumentos do loiro, pois uma forte brecada de Marco quase o fez voar pelo vidro do carro. Quem manda andar sem cinto, senhor Portgas?

- Não estou falando disso! – Marco se virou para o amigo, agora realmente irritado. – Ace, você é uma das pessoas mais sensatas e maduras que eu conheço, mas em termos de responsabilidade social você ganha um ZERO bem redondo!

- Hm... – O moreno murmurou, pondo a mão no queixo pensativo. Ficou assim por uns cinco segundos, até que respondeu: - Mas o zero não é oval?

Marco encarou o companheiro, atônito e de boca aberta. Teve vontade de gritar mais, de esmurrar Ace ou simplesmente tacar o amigo em outro prédio em chamas para terminar o serviço daquela manhã. Mas ele apenas suspirou, dando-se por vencido.

- Já chegamos na sua casa. – Avisou, pois o Portgas parecia ainda não ter se tocado desse fato. E realmente, Ace ficou surpreso quando encarou a simples e pequena casa amarela onde morava.

- Então tá, até amanhã. – O moreno se despediu saindo do carro. E antes que Marco desse a partida, acrescentou: - E mande lembranças para a Yuzo-san e aquele seu pirralho.

- Mandarei. Se cuide. – E dizendo isso, o loiro deu a partida no carro e foi embora.

Ace ficou olhando até que o veículo virasse a esquina. Abriu o portão branco de sua casa e, passando pelo pequeno e mal cuidado jardim da frente, chegou até a porta vermelha. Mas travou ali com a mão na maçaneta.

Sabia que seu amigo Marco tinha razão, já estava com trinta anos e a única coisa que tomava com responsabilidade era seu trabalho. A geladeira, abarrotada de cerveja e outras bebidas, era prova disso. Mas Ace não queria outras responsabilidades. Ora, pra que?! Ele vivia muito bem sem uma esposa ou uma criança... nem bichinho de estimação tinha!

“- Você precisa dar mais valor à sua vida.” – As palavras de Marco se repetiam em sua mente.

- Tsk. Besteira. – Decretou, tratando de afastar aquela conversa de seus pensamentos.

Girou enfim a maçaneta, abrindo a porta.

E avistou uma garotinha.

Uma. Garotinha.

Não deveria ter mais do que cinco anos. Os cabelos alaranjados estavam presos em duas marias-chiquinhas e enfeitados por um chapeuzinho de palha. Os olhinhos negros o encaravam com curiosidade e inocência, chegando até a ser fofo. Usava um vestidinho simples, rosa e com o desenho de um girassol. E em suas mãos, havia um macaquinho de pelúcia.

- Oe... Quem é você?

A menina pareceu ficar surpresa por ele lhe dirigir a palavra. Apertou um pouco mais o macaquinho e, com a voz doce e baixinha, respondeu:

- Luna.

“Luna, heim?” – Ace repetiu em pensamentos. Ele tinha uma vaga lembrança de já ter ouvido aquele nome em algum lugar. Mas onde? E por quê?

- Está bem... Luna. – Começou a falar. – Como foi que você entrou aqui?

- Meu papai tem a chave daqui. – Aquela resposta surpreendeu Ace, não se lembrava de ninguém além de si mesmo tendo a chave da casa. – Ele me mandou esperar aqui, pra cumprimentar meu tio quando ele chegar.

Ah, tá. Então aquela garotinha que nunca tinha visto na vida estava esperando o tio. Realmente, era uma explicação bem simples e bem lógica. Exceto por uma questão:

- COMO ASSIM “TIO”? – Ace não se aguentou, gritou, sem nem pensar que aquilo poderia assustar a garotinha.

Ela deu um passo em falso para trás, o que acabou resultando em cair de bunda no chão de madeira.

- Luna, tudo bem?! Que barulho foi esse? – Uma voz gritou de repente, vindo do interior da casa.

E Ace sabia a quem ela pertencia.

Logo a figura de Monkey D. Luffy, seu irmãozinho de criação, surgiu ali no hall. O moreno correu até a menininha, parecendo preocupado, e ajudou-a a se levantar o mais rápido possível.

- Estou bem, papai. – Luna respondeu.

- P-PA... PAPAI?!

Ah, sim, agora ele se lembrava de onde já tinha ouvido o nome Luna. Assim era chamada a única filha de Luffy, de seu irmão, a qual ele só vira uma vez quando nasceu e depois por fotos. Sendo assim, aquela garotinha era... Sua sobrinha.

Luffy finalmente pareceu se tocar na presença de Ace totalmente em choque. E como se nem percebesse o estado do irmão, sorriu e disse alegre:

- Até que enfim você chegou, Ace. A Nami já estava dizendo que você tinha se esquecido.

- Ahh... Eu? Me esquecido? – Ace tentou dar um sorriso convencido, se recuperando do choque. - Até parece que eu iria me esquecer de... De...

- Que você vai passar os próximos dez dias cuidando da Luna. – Ele reconheceu de imediato a voz rígida de sua cunhada. Nami logo apareceu ali também, com os braços cruzados e a expressão severa. Agora, reparando melhor, podia-se dizer que Luna era muito parecida com a mãe, se não fossem pelos olhos negros e, talvez, pelo nariz. – E como eu já suspeitava, você esqueceu.

- E... Epa, epa, epa! EU vou tomar conta dela? – Ace questionou exasperado, sem se importar que aquilo entregasse totalmente seu teatro. – Por que?!

- Porque eu e o Luffy vamos viajar. – Nami declarou, como se aquilo resolvesse tudo. – E já tínhamos combinado com você que a Luna ficaria aqui.

- Quando nós combinamos isso?!

- No mês passado. – Quem respondeu foi Luffy.

- E vocês queriam que eu me lembrasse como? !

- Anotando, talvez. – Nami arqueou uma sobrancelha. – Eu te disse na hora: Anota em algum lugar que você olhe sempre, ou então marque no celular.

- Celular...? – O Portgas repetiu, rapidamente pegando o aparelho, que não usara o dia todo, de seu bolso.

Na tela, a seguinte mensagem: “Não posso esquecer, hoje o Luffy vai deixar a filha aqui em casa por dez dias”.

“Por que justo quando tenho algo importante, eu deixo essa droga no silenciador?” – Era tudo o que Ace pensava, indignado consigo mesmo.

- Ma-mas, mas... Eu não posso ficar com ela sem mais nem menos! – Tentou argumentar. – Eu tenho meu trabalho e...

- Mas seu expediente não é só de manhã até o fim da tarde? – Indagou Luffy. – Nesse tempo, a Luna está na escolinha. Você só vai precisar ficar com ela durante a noite praticamente.

- E acho que os barmans da cidade podem sobreviver sem você por dez noites. – Nami alfinetou.

Ace olhou feio para a cunhada, mas sabia que entrar em uma discussão com ela seria inútil (principalmente quando ela estava certa). Então melhor se concentrar no problema atual.

- Mas por que justo comigo? – Questionou novamente. – Vocês nunca precisaram deixar ela aqui justamente porque tem muito mais gente qualificada que eu pra isso! E os padrinhos? O Sabo? A sua irmã, Nami... como é que era- Nojiko!

- Zoro e Robin estão com a filha doente. – Luffy começou a responder. – E Sabo e Koala precisaram até contratar uma babá para o Eren pela falta de tempo.

- E a Nojiko está em Lua de Mel. – Finalizou Nami.

Ace conteve um palavrão. Droga, será que não tinha escapatória? Ele não queria cuidar de uma criança, nem que fosse só por dez dias!

Ele abriu a boca novamente, pronto para falar qualquer argumento contra que lhe viesse a mente, quando sentiu algo puxar de leve sua calça. Olhou para baixo e viu Luna, provavelmente tentando chamar sua atenção com aquele ato.

- Etto... Tio Ace. – A menina começou, parecendo estranhar falar aquilo tanto quanto Ace entranhou ouvir. Ele nunca se imaginou como tio e provavelmente ela via Sabo como seu único tio também. – Eu juro que fico boazinha e não faço bagunça. Vou te obedecer direitinho. Então... – Luna soltou-se da calça e afastou dois passos, antes de fazer uma leve reverência. – Por favor, cuide de mim para que o papai e a mamãe possam viajar bem!

Aquilo foi uma surpresa para Ace, não esperava uma atitude dessas de uma menina de cinco anos. Até Luffy e Nami pareceram espantados diante os modos da filha.

Luna ergueu-se novamente e fitou-o com os olhinhos esperançosos. Olhos que continham um brilho infantil. E que de algum modo encantaram Ace, fazendo com que a decisão de cuidar dela ou não se tornasse difícil para o moreno. Muito mais difícil.

- É só por dez dias, certo? – Ele virou-se para Luffy e Nami. Vai saber ao que mais aqueles olhinhos iriam persuadi-lo a fazer se os mirasse mais tempo.

- Sim, estaremos de volta no próximo domingo. – Nami respondeu, com um sorrisinho vitorioso. – As coisas da Luna já estão todas na sala. Ela sabe onde está o que nas malas. – Olhou no relógio de pulso e completou: - Nós precisamos ir, ou perderemos o voo.

- Certo. – Luffy concordou. Virou-se para Luna e, com um sorriso enorme, a pegou no colo. A pequena apenas riu. – Vem cá, meu tesouro! Vou sentir muita, muita, muita saudade. Mas nós voltamos logo, tá?

- Hai! – Luna concordou.

- Se comporte direitinho com o tio Ace. E não perca a hora da escolinha. – Foram as indicações de Nami, enquanto ajeitava de leve os cabelos da filha. Ace não se lembrava da última vez que viu os olhos daquela ruiva maluca tão tranquilos como agora. – Nós te amamos.

- Também amo vocês. – Respondeu a menina. E logo após, Luffy a pôs no chão.

Ace deu passagem para os dois (já que, com tantas surpresas, até tinha esquecido de fechar a porta) e ficou olhando, com Luna ao seu lado, enquanto Luffy e Nami sumiam pela rua à caminho do metrô.

Agora, só voltariam daqui a dez dias.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E esse é o início de tudo! Espero que tenham gostado.
Não sei ainda a velocidade que vou poder atualizar a fic porque minhas aulas voltarão nessa sexta (sim, vocês não leram errado, minhas aulas voltam numa SEXTA T-T). Mas vou tentar acabar o dois o mais rápido possível e talvez poste ainda essa semana.


Um beijo pra quem leu e espero as opiniões nos reviews '-^