Come As You Are

Ray Palmer bebia um copo de rum, enquanto observava um mapa da Ásia, marcando com alfinetes os locais mais importantes quando ouviu um pigarro.

— General. - Ray virou-se e se deparou com Petrik, seu fiel soldado.

— Sim? - Ray indagou encostado na mesa.

— A ... - Petrik ia dizendo mas foi interrompido por uma voz conhecida entrou na tenda.

— Não preciso ser anunciada, querido. Já sou muito bem conhecida do seu General. - Disse dando uma piscadela para Petrik que ficou constrangido na mesma hora.

— Laurel. - Sorriu. — Está dispensado, Soldado.

Petrik apenas fez continência e saiu da tenda deixando os dois a sós.

— Então ... O que te trouxe até aqui, Laurel? - Ray disse com um sotaque russo exalando ao dizer "Laurel", coisa que a própria Laurel adorava.

— Ah, Ray ... - Laurel disse enquanto caminhava em passos sensualmente até ele. — Estava com saudades.

— Mesmo? - arqueou as sobrancelhas cético.

— Sim. - Laurel beijou o canto da boca de Ray enquanto ele entrelaçava os dedos na cintura dela. — Mas antes do prazer, vem os negócios. - Rapidamente ela se desvincilhou dos braços de Ray enquanto andava pela tenda observando tudo ao seu redor. — Como vai o andamento do nosso plano?

— Eu ainda não sei. Não tive nenhum contato com Felicity até agora.

— Acha mesmo que ela vai ser capaz de fazer o serviço? - Indagou Laurel. — Quer dizer ... Pelo que me disse da sua irmã, ela é uma soldado de grande valor.

— O que está querendo insinuar? - Ray questionou impaciente.

— Que se você me garante que Felicity não se envolverá com Oliver e conseguira mata-lo quando for a hora.

Ray engoliu em seco. Isso era um assunto um tanto delicado. Sabia que depois de Felicity ouvir a história sobre seu pai, mataria Oliver sem pena. Mas seu maior medo era ela se apaixonar por ele, já que além dos soldados, Felicity não tinha nenhuma experiência no amor.

— Claro que tenho, Laurel. Felicity não é qualquer uma. Eu jamais a mandaria para lá se não confiasse nela. - Disse Ray a centímetros do rosto de Laurel. — Ela vai acabar com ele.

— Assim espero. - Disse ela sorrindo maldosa. — Oliver é um monstro, perder a perna é pouco para o que ele merece.

Ray encheu um copo de Rum enquanto o empurrava garganta adentro sentindo o líquido queimar sua garganta.

— Você já me contou sobre ele arruinar sua vida e matar seu namorado, mas ... Ainda sinto que tem algo mais. - Disse ele a analisando. — Pelo que contou foi um acidente, o navio naufragou.

— Ele podia ter salvado ele, Ray! - Laurel gritou histérica. — Eu sempre soube que essa história de "aceitar" nosso relacionamento era mentira. Oliver só estava a espera de uma boa oportunidade de acabar com nós. - Laurel encarava o nada, quando subiu um olhar frio para Ray.

— Está cogitando a ideia de cair fora, Ray? - Laurel murmurou com escárnio. — Depois de tudo que Ivan te contou? Robert matou seu pai! E você jogar fora a chance de matar seu filho?

— Robert matou meu pai, não Oliver! - Ray gritou com toda a força que seus pumões lhe permitiam.

A tenda ficou em silêncio por um bom tempo até Laurel se pronunciar.

— Sinto muito, Baby. - Laurel murmurou melosa colocando as mãos no peito de Ray. — Não queria te aborrecer.

Ray apertou a cintura de Laurel sorrindo.

— Não aborreceu. - Murmurou no ouvido dela maliciosamente. — Ainda podemos nos divertir.

Laurel sorriu divertida enquanto desabotoava os botões de sua blusa.

...

Oliver Queen

— Estamos progredindo bastante! - Helena murmurou me olhando feliz. Hoje era um daqueles dias de fisioterapia na qual eu fazia em quinze em quinze dias. No pagamento de Helena já estava incluindo o valor das passagens que ela comprava para poder continuar com as sessões de fisioterapia.

— Ainda estou manco. - Murmurei infeliz. Desde que perdi a perna, andar era uma coisa extremamente trabalhosa. John e os soldados me ajudaram no começo, agora ao menos eu conseguia andar sozinho, mas me dava muito cansaço.

Helena segurou minha mão.

— Ollie, a recuperação é demorada, a adaptação do seu corpo a prótese está indo devagar, mas ao menos está indo. Você tem que ter paciência.

Revirei os olhos, eu odiava ter que ouvir Helena me dando esperanças falsas.

— Paciência é uma das coisas que eu não tenho, Doutora. - Pisquei sorrindo. Ela pareceu ficar envergonhada e abaixou a cabeça sorrindo.

— Está sentindo dor? - Disse com a mão em minhas coxas. Meu corpo ferveu com aquele toque, não era de hoje que eu tinha alguns pensamentos com ela, mas logo fui atingido por uma dor aguda.

— Sim ... - Murmurei reprimindo um gemido de dor. — Está doendo.

— Então chega de exercícios por hoje. - Disse Helena enquanto guardava seus materiais dentro da maleta. — Tire o dia de folga.

— Sabe que não posso. - Disse sorrindo fraco. — Alguém tem que comandar isso aqui.

Helena ia dizer algo mas foi interrompida por uma figura loira que adentrou a cabana.

— General. - Disse ela e logo alternou seus olhares para mim e para Helena, pude até ver uma certa antipatia para com Helena. — Desculpe, não sabia que o senhor estaria acompanhado.

Ela disse a palavra "acompanhado" com um palavrão e eu franzi o cenho.

— Essa é minha fisioterapeuta Helena, Smoak. - Disse enquanto a encarava.

Helena largou a maleta e sorriu esticando sua mão para Felicity.

— Prazer, sou Helena. - Felicity a encarou com deboche e deixou sua mão no ar e Helena abaixou a mão constrangida.

— Sou Felicity. - Murmurou seca.

— Que lindo nome! - Ela disse sorrindo simpática. — Jamais achei que veria um mulher no exército.

Helena deu um riso e eu dei um pequeno sorriso, mas logo foi murchado pela cara que Felicity lhe deu.

— Você tem algum problema com isso, Doutora? - A loira disse cruzando os braços e encarando ela com um caçador encara sua caça.

— Não, não foi isso que eu quis dizer ... Eu só ... - Helena disse balbuciando e se embaralhando cada vez mais com as palavras. Podia jurar que vi ela até palidecer. Felicity realmente intimidadora.

— Eu entendi exatamente o que você quis dizer. - Disse rude.

Helena então abaixou o olhar enquanto me dava um beijo na bochecha e saia da cabana me deixando sozinha com Felicity.

— O que diabos foi isso? - Murmurei incrédulo olhando para ela.

— Não é culpa minha se sua amiga não sabe se expressar bem, General. - Felicity disse irônica e eu não pude evitar de sorrir.

— Queria me dizer algo, Soldado? - Questionei já me levantando da cama.

— Sim. - Disse se aproximando e me estendendo uma pasta. — O FBI nos enviou isto essa manhã. Essa é uma ligação de Cassius com Slade, um dia antes de mata-lo. - Percebei a raiva ainda presente daquele dia ao mencionar que eu matei mas eu simplesmente ignorei.

Abri a pasta e pude ler todos os diálogos, eles falavam por códigos que eu não compreendia direito, mas também aquele não era o meu ponto. O ponto principal foi ao fim da ligação a Slade mencionar uma festa para Cassius.

— Eles darão uma festa? - Murmurei incrédulo. - Por que?

Felicity deu de ombros.

— Eu não sei. John acha que é em comemoração de algo. Vê. - Ela apontou para um determinado dialogo. — "Commérazione", nós pesquisamos enquanto você estava aqui e como Slade é Frânces e Cassius Italiano, "Commérazione" é a junção de commémoration e commemorazione, que significa comemoração em Italiano e Frânces.

— Por que eles estariam comemorando? - Indaguei cético. — Acabamos de matar um de seus capangas.

— Eu não sei. - Disse Felicity. — Acho que teremos que ir até lá para ver.

Pensei um pouco, talvez essa fosse nossa chance.

— Convoque os soldados para uma reunião após o almoço, Smoak. Quero todos aqui.

Ela apenas assentiu e me deixou sozinho com meus próprios pensamentos.

...

Felicity Smoak

— Por que diabos ele quer uma reunião? - Steve reclamou enquanto enfiava um garfo na boca.

— Não sei ao certo, é algo a respeito de Slade. - Disse simplesmente, poucos soldados disseram algo quando eu os comuniquei sobre a reunião, surgiram muitos murmúrios mas só o de Steve era pra mim.

— E por que ele mesmo não veio nos dizer, hein? - Ted disse enquanto sorria e um pedaço de salada aparecia em seus dentes amarelados. — É a cadela nova do General?

Bati meus punhos na mesa me preparando para ir até lá mas Steve me segurou.

— Ei, pega leve Ted. - Disse enquanto o encarava. Puxei meu braço rudemente e me sentei novamente no meu lugar tentando me concentrar naquela comida horrorosa e não naquele imbecil.

— Fica na sua, Willians. - Rugiu Ted.

— Se está tão curioso, por que não vai lá e pergunta você mesmo para ele, Ted? - Disse irritada.

Ted apenas deu de ombros e continuamos comendo em silêncio, eu não vi Barry comendo, mas também preferi não perguntar para ninguém.

[...]

Após o almoço todos estávamos todos reunidos em volta da mesa na cabana do General enquanto discutíamos sobre como atacar. Franzi o cenho ao notar que Barry também não estava lá.

— ... O que acha, Smoak? - Alguém me perguntou e eu pude ver o sorriso presunçoso de Oliver. Ele sabia que eu não estava prestando atenção.

— Ahm ... Eu ... - Balbuciei e fui interrompida por uma voz.

— A opinião dela conta desde quando? - Lancei um olhar fulminante para o soldado engraçadinho. — Ela é irrelevante.

— Ela é mais relevante aqui em quatro meses Flynn, do que você em um ano. - Encarei Oliver surpresa, ele jamais me defendia. Era sempre eu que tinha ameaçar socar alguém para isso parar. Todos encaravam Flynn com diversão e eu deu um inevitável sorriso para Oliver que retribuiu.

— O plano é o seguinte, vocês - apontou para os soldados - Se infiltraram na festa como garçons, e nós - apontou para mim, John, ele e Ted - Vamos disfarçados de milionários.

Fechei a cara, além de ter que usar roupas chiques e fingir que eu era rica teria que fazer isso ao lado de Ted Grant.

— Eu não posso ser garçom, também? - Questionei com uma visível carranca, todos me olhavam e John sorriu para mim.

— Já que você deseja tanto ... - Oliver disse sorrindo e eu abri um sorriso também. — Não.

Fechei a cara instantaneamente e John deu um riso curto.

— Partimos ao fim da noite.

...

Roy Harper

Encarava o papel atônito, não acreditava que eu finalmente tinha conseguido.

— Você tem certeza? - Questionei o encarando. Hector sorriu.

Hector Vance era um soldado aqui da Rússia, eu pedi um pequeno favor para ele, levando em consideração em que ele tinha amigos em todos os quartéis.

— Tenho cara, meu irmão serve lá. Ele me contou numa ligação sobre uma certa garota que apareceu por lá. Só um tolo para acreditar nessa história de dispensa.

Suspirei abrindo um sorriso, depois de quatro meses a procurando finalmente sabia a localização dela. Coisa que não fora fácil já que o exército se mudava sempre como nomândes.

— Não pode contar isso para ninguém, Hector. - Disse olhando firmemente em seus olhos.

Ele me olhou confuso.

— Por que não, Roy? Todos vão amar saber disso!

Cerrei os punhos, maldita hora na qual eu confiei em Hector Vance.

— Se contar a alguém , eu conto a todos sobre a Verônica. - Sussurrei em seu ouvido e vi sua pele ficar branca e seus olhos se arregalarem.

— Foi mal, Cara ... Eu não vou contar a ninguém sobre o paradeiro da sua namorada.

Ele me deu um tapinha nas costas e saiu me deixando sozinho.

— Ela não é minha namorada. - Murmurei sozinho enquanto encarava o papel onde dizia exatamente o local onde Felicity Smoak e o exército dos EUA estava.

— Ainda.