Emma e Regina continuavam trocando beijos apaixonados, o momento estava perfeito, ambas não poderiam sonhar estarem em outro lugar. Entre um beijo e outro, trocavam olhares significativos e suspiros de felicidade.

— Eu queria um lugar que pudesse me lembrar de você, não que em outro lugar eu fosse esquecer, mas eu queria um lugar em que a lembrança estivesse viva, sabe? Foi o único lugar aonde fomos livres e bastante felizes, e no fundo eu esperava que você me procurasse em Boston. – Emma falou olhando no fundo dos olhos castanhos, que tinham uma intensidade perturbadora. Ao notar a expressão de Regina mudar, tratou de explicar rapidamente. – Eu sei que não é justo, que eu fui embora, mas eu falei que era bobo, e eu tinha essa esperança. Eu fui covarde sim, e tinha muito medo de tentar voltar atrás, por isso escolhi um lugar que fosse fácil de me encontrar. Qual não foi a minha surpresa, encontrar Zelena em minha porta de hotel, achei que ela tinha ido brigar comigo e mandar eu nunca mais chegar perto de você, mas ela foi muito surpreendente.

— Ela costuma ser. – Regina sorriu. – Eu pensei na possibilidade de você estar aqui sim, mas por causa da proposta de emprego que você tinha, antes de aceitar trabalhar no The Mirror. E quando Zel falou que iriamos vir, eu resisti no início, eu queria que você voltasse por mim. Emma, eu desejei tanto que você simplesmente aparecesse e tudo voltasse ao normal, que eu não queria te procurar. Queria muito te encontrar sim, mas não ser a pessoa que fizesse isso acontecer. – Regina suspirou alto, olhou para longe e continuou em um tom mais baixo que o normal. – Eu senti que não era suficiente para você.

Os olhos de Emma rapidamente se encheram de lágrimas novamente, ela puxou Regina delicadamente pelo queixo, fazendo os olhares grudarem um no outro. Ficaram um bom tempo assim, apenas olhando uma para outra, até a loira romper o silêncio entre elas.

— Você é mais do que suficiente para mim, isso não teve nada a ver com a minha decisão estupida. Eu odeio que fiz você sentir esse tipo de coisas, odeio ter feito você chorar e lamentar minha covardia. Eu sei que temos muitas coisas para conversar e acertar entre nós, mas por favor, nunca duvide do meu amor por você.

Regina nada respondeu, apenas concordou com a cabeça. Ao notar que a morena não falaria nada, Emma continuou.

— Regina, eu sei que vai demorar para você voltar a confiar em mim novamente, mas eu vou fazer tudo que estiver ao meu alcance para isso acontecer. E depois de reconquistar sua confiança, te prometo nunca mais fazer nada para perdê-la.

— Quando eu falei todas essas coisas para você mais cedo, não foi apenas para te atingir, eu realmente sinto isso. Mas como te falei, eu quero muito reconstruir nossa relação.

— Passos de bebês?

— Oh céus, não! Nada de passos de bebês, quero poder te beijar a hora que eu quiser enquanto isso.

Emma soltou uma gargalhada gostosa, a expressão de Regina ao falar isso foi hilária e elas sorriram cúmplices uma para outra.

— Você continua uma pervertida. – Emma falou ainda com um sorriso enorme estampado no rosto.

— Certas coisas nunca mudam. – Regina também sorria amplo, sentindo uma paz que não sentia há semanas. – Mas falando nisso, eu acho que você já sabe que eu não estive esse tempo todo praticando o celibatário.

— Sim, eu sei. – Emma ficou séria. – Não tenho direito nenhum de lhe fazer nenhuma cobrança sobre isso.

— Não, você não tem.

— Mas prefiro não saber os detalhes. – Emma fez uma careta.

— Não pretendia contar mesmo. – Regina sorriu arrogante. – Mas dona Cora Mills, com certeza odiou presenciar alguns deles.

— Eu imagino que sim. – Emma abaixou a cabeça. – Eu só tenho uma pergunta.

— Nunca faria isso. – Regina sabia perfeitamente a dúvida da loira. – Quarto de hóspedes do primeiro andar.

— Certo. – Emma levantou a cabeça, um sorriso singelo nos lábios. – Mudança de assunto? – Ao ver a expressão engraçada no rosto da morena, continuou. – Por favor?

— Claro. – Regina segurava a risada. – Podemos falar do que você fez esse tempo por aqui.

— Quase nada...

— Além de chorar e perguntar de você, realmente não teve muita coisa, minha querida amiga. – Zelena entrou como um furacão, carregada de sacolas. – Vamos, me ajudem aqui. – Pediu ao ver as duas sem reação, a sua chegada inesperada. – Temos muito o que fazer.

— Zelena. – Regina falou em tom de alerta.

— Nada de Zelena. Eu sei que vocês têm muito o que conversar e todo esse blá blá blá sentimental, mas isso pode esperar. Vocês merecem um descanso, tem uma inauguração de um novo clube hoje, iremos ir nele.

— Eu não sei se essa é uma boa ideia. – Emma não gostou nada disso, um clube lotado de gente, era o último lugar em que queria ir. – Eu realmente queria ficar por aqui mesmo.

— Emma, você passou o último mês enfurnada dentro de um quarto de hotel. E as minhas ideias são ótimas, elas nos trouxeram até esse momento. – Zelena sorria. – Vamos lá, vai ser divertido.

— Vamos Emma? – Regina decidiu ajudar a ruiva, que com certeza tinha algum plano com isso, queria pagar para ver no que isso tudo iria dar. – Realmente acho que podemos confiar em Zelena, estamos aqui, não estamos?

Ao ouvir a palavra confiar, Emma sentiu uma pontada no estômago, não sabia se Regina havia a usado de propósito, mas o efeito foi o mesmo. Regina confiava em Zelena, coisa que havia perdido com Emma. A loira apenas concordou com a cabeça, não sabendo o que esperar desta noite não planejada por ela.

— Muito bem. – Zelena comemorou alegremente. – Trouxe roupas para as duas idiotas, pois tenho certeza que minhas opções são melhores das que vocês têm disponíveis no momento.

— Zelena, já te mandaram para aquele lugar hoje? – Regina perguntou sorrindo incrédula com a cara de pau da amiga. – Espero não me arrepender de concordar com isso, hein?

— Quando foi que eu desapontei vocês?

— Ela meio que tem um ponto. – Emma sorriu de lado. – Tudo bem, quero ver o que você nos trouxe de roupas.

— Nada disso, queridinha. – Zelena negou com a cabeça. – Regina vai ficar aqui, e nós vamos se arrumar no seu hotel. Confio no bom gosto da minha querida amiga, já você loirinha. – Zelena sorriu. – Vamos lá, nos encontraremos mais tarde.

Emma ficou emburrada, enquanto Regina gargalhava. E assim foi feito, Regina continuou no apartamento de Zelena, enquanto a ruiva foi junto de Emma para o hotel. A noite que as aguardava, estava recheada de surpresas e emoções.