Enquanto Regina ainda está encarando Emma, sem falar nenhuma palavra, Killian chega observando o clima estranho em que elas se encontram. Ele acredita ser ciúmes de sua irmã mais velha, que sempre foi possessiva com seus entes queridos. Regina nunca apoiou que sua mãe encontrasse outro companheiro, após o falecimento do pai deles. E sempre foi muito hostil e implicante com as namoradas que ele apresentou a ela. Ela nunca achou mulher nenhuma boa o suficiente para ele. Por isso, sabe que chegar de viagem com Emma, não foi bem recebido pela morena.

— Irmãzinha, trouxe Emma para conhecer a nossa redação!

Regina tira seus olhos de Emma, e se vira para seu irmão.

— Então vamos entrar? A não ser que a Miss Swan, prefira continuar admirando a arquitetura do prédio pelo lado de fora! – Regina volta a encarar Emma nos olhos, observando o quanto ela está irritada – Posso te garantir, que vai encontrar outras coisas para apreciar do lado de dentro do nosso jornal!

Emma respira fundo, pedindo aos céus paciência para aguentar tanta provocação. Olha para Killian, que continua tentando entender o que está acontecendo, e balança a cabeça afirmando que sim. Ele entrelaça suas mãos, e ambos seguem Regina, que vai na frente, fazendo as honras da casa.

Regina age extremamente profissional, ao apresentar toda a redação do jornal para Emma. Que fica pensando na possibilidade da morena ser bipolar. Após mostrarem tudo a loira, os dois irmãos a levam para tomar um drink, no escritório de Regina. Enquanto Killian prepara as bebidas, Emma continua observando e analisando tudo ao seu redor. O que desperta a atenção de Regina, que resolve puxar assunto.

— Gosta do que vê?

Emma olha para ela, se perguntando se ela sempre é tão ambígua em suas conversas, ou apenas gosta de lhe incomodar.

— É tudo de muito bom gosto. – Responde com um sorriso sincero, que não passa despercebido pela morena. – É raro encontrar redações com um ar nostálgico e tradicional como a de vocês.

Regina nota que ela está sendo honesta, o que a faz perguntar por impulso.

— Conhece muitas redações? Achei que fosse do ramo da arquitetura!

Emma sorri novamente, e faz que sim com a cabeça.

— Sou jornalista, mas tenho certeza que isso não é novidade para você. Duvido muito que Killian já não tenha falado disso.

Regina sorri, e Emma observa que é o primeiro sorriso verdadeiro que recebe da morena.

— Na verdade, foi a minha mãe que falou a respeito.

— O que reforça a minha teoria que Killian está tentando me arrumar um emprego aqui!

— Não é a sua intenção? – Questiona com a sobrancelha levantada.

Emma revira os olhos, que mania essa mulher tem de achar que ela é uma interesseira.

— Por mais que você não acredite, sou extremamente capaz de arrumar um serviço sozinha. Nunca consegui nada com facilidade em minha vida, tudo que tenho e construí, foi pelo meu esforço e dedicação. Então não é agora que vou começar a usar de influências de terceiros. Além do mais, já tenho emprego em Boston, e Killian sabe muito bem disso.

Regina novamente se surpreende. Começa a achar que fez um mal juízo de Emma, mas não que dar o braço a torcer, então simplesmente responde a primeira coisa que lhe vem à cabeça.

— Saber e aceitar são duas coisas completamente diferentes.

Killian chega com as bebidas, entregando para cada uma a sua. E se senta ao lado de Emma.

— Do que estavam falando?

Regina se adianta a responder.

— Swan estava me contando que é jornalista!

Killian coloca um braço ao redor dos ombros da loira, e rebate alegremente.

— Sim, e é uma grande jornalista. Já fez coberturas para vários grandes jornais do país. Qualquer jornal tem sorte de a ter em sua equipe!

Regina revira os olhos. Seu irmão é óbvio demais, não é à toa que a loira já percebeu a jogada dele. Termina de beber sua bebida, colocando o copo na mesinha de centro, se levantando em seguida.

— Melhor irmos, senão dona Cora Mills manda nos buscarem para o jantar! Deus nos livre, de chegarmos atrasados em um compromisso planejado por ela!

Killian e Emma riem, acompanhando a morena para fora do jornal. Regina vai embora em seu carro, enquanto os outros voltam de moto.

Já na mansão, Cora que já estava ansiosa pela demora, se sente aliviada ao ver Killian entrando pela porta com Emma. Logo em seguida, Regina também chega, e todos se encaminham para a sala de jantar.

O jantar transcorre calmamente, para a surpresa de Cora, Regina realmente estava se comportando bem. Killian não poderia estar mais feliz, ao se ver rodeado pelas mulheres de sua vida. Emma já estava mais pensativa, o dia tinha sido recheado de novidades, estava tentando assimilar tudo que vinha acontecendo em sua vida ultimamente. Não podia negar que estava adorando estar ali em Storybrooke, mas era apenas o primeiro dia. Sabia que não ia demorar muito, para começar a se sentir claustrofóbica.

Após o jantar, todos vão para a sala de estar. Entre uma conversa e outra, Emma pede licença para ir ao banheiro. Regina dá uma desculpa qualquer para sua mãe e irmão, e vai atrás da loira.

Emma leva um susto ao sair do banheiro, e encontrar Regina na frente da porta. Franze o cenho e questiona.

— Aconteceu alguma coisa?

— Ainda não!

— Como assim?

— Eu posso ter lhe julgado mal, mas não acredito nem por um segundo que ama meu irmão!

— Eu nunca afirmei isso.

Regina ergue a sobrancelha, tinha certeza que receberia alguma declaração apaixonada como resposta.

— Ah, não? E Killian sabe disso?

— Estamos juntos há duas semanas. Não acha que seria imprudente, falar de amor neste ponto do relacionamento?

— Para falar a verdade, acho sim. O que acho curioso, é você também pensar assim. Costumo ouvir que sou insensível, por não acreditar em utopias!

— Deve estar rodeada de hipócritas então!

Regina sorri amplamente. A garota realmente tinha coragem, parece que desta vez Killian soube escolher bem a namorada, não que ela pretenda deixar ele saber disso. De forma alguma, não precisa inflar mais ainda, o ego do seu irmão mais novo.

— Você não faz ideia!