Rachel como sempre acordara cedo no domingo, se vestiu e foi para a Sinagoga, onde encontrara Noah, depois do culto ele a acompanhou ate sua casa, no caminho contara sobre a chegada de Santana no sábado de madrugada.

–Deve ter sido cômico, você quase atirando na Santana. – Noah comentou rindo.

–Não ria Noah, não tem a menor graça – Falou dando um soquinho no irmão judeu.

–Ah tem sim! Você sabe que as coisas vão ser bem difíceis agora né? Santana é uma pessoa difícil Rach, ela vai deixar os seus cabelos brancos antes da hora.

–Ela só tem que se acostumar, deve ser bem complicado para ela, descobrir em poucas horas que a toda a sua vida era uma mentira, e que a pessoa que você passou anos atormentando na verdade é sua irmã gêmea e ainda ter que mudar toda a sua vida. Não deve ser fácil. - Rachel queria convencer a si, mesmo sabendo que o amigo tinha razão.

–Rach, a Santana não obedece, não escuta, ela faz o que quer e quando quer.

–Ah Puck, eu sei que vocês querem me ajudar e tudo o mais, mas eu não ligo, é bom ter a minha irmã em casa. – Falou com um sorriso bobo no rosto.

Noah apenas assentiu revirando os olhos, ele não queria acabar com a felicidade da sua irmã judia, mas também não queria que a baixinha se machucasse.

–Eu comprei algo para você pelo seu aniversário.

–Noah, não precisava! – Falou sorrindo e já abrindo uma caixinha de veludo que continha um cordão com uma pequena estrela de Davi, Rachel abraçou o amigo e já fez questão de colocar o cordão no pescoço – É lindo, eu adorei!

–Que bom que gostou – Falou e deu um sorriso para a pequena. Se despediu no portão da casa da morena com um abraço apertado e seguiu para casa.

À tarde as gêmeas, Quinn e Brittany arrumaram o salão para esperar os convidados depois disso foram para a casa pela porta da cozinha assim que entraram já começaram a preparar o jantar, Rachel preparou sua especialidade lasanha Vegan e tradicional, quando tudo ficou pronto Brittany foi para casa se arrumar enquanto Quinn ficou na casa das Gêmeas onde tinha algumas roupas no quarto de hóspedes chamado assim por conveniência, no entanto aquele era o quarto da loira. Foram tomar banho, se vestir para a reunião, e esperar aos convidados no salão de festas que ficava atrás da casa,

–Esse salão é enorme Rachel, perfeito para uma festa.

–Eu sei, é grande mesmo. – Rachel concordou distraída.

As meninas ficaram sentadas conversando ate que o som do porteiro eletrônico soou, os primeiros convidados estavam chegando.

–Quem é? – Perguntou a baixinha pelo interfone que ficava no salão.

–Judy, Russel e seus pais. – A loira mais velha avisou.

Rachel apertou o botão e permitiu a entrada dos Fabray e dos Berry.

–Olá pessoal, pai, papai! – Disse Rachel abraçando a todos delicadamente – que bom que vieram cedo.

–Fiz a sua salada favorita querida. – Judy sorriu para a baixinha entregando uma vasilha de vidro que continha uma salada verde ao molho de queijo e ervas finas.

–Obrigada.

–Feliz aniversário para vocês meninas – Judy abraçou as duas com um sorriso no rosto entregando dois embrulhos iguais.

–Judy, não precisava, obrigada! – Rachel tinha um sorriso largo no rosto quando abriu o pacote e encontrou um porta retratos com uma foto sua e de Santana.

–Eu lembro desse dia! – Santana disse quando retirava um objeto igual com a mesma foto – Lembra Rach?

–Claro que lembro, foi… – Rachel não conseguiu falar, tinha um nó na sua garganta.

–A última vez que comemoramos nosso aniversário juntas – Falou Santana com os olhos baixos completando a frase para a irmã.

–Pois é, vocês estavam tão felizes! É muito bom vê-las juntas novamente – Leroy falou com um ar sonhador, abraçou as duas desejou felicidades sendo seguido por Hiran. Leroy entregou o presente para elas. – Espero que gostem, nós compramos ontem à tarde depois que Rachel ligou avisando sobre o motivo da reunião. - Leroy ficou emocionado ao ver que Santana usava o cordão que comprara no dia do seu nascimento. - Rachel te deu o cordão?

–Sim, ela me entregou ontem depois de conversarmos.

–Ela fez bem – Hiran falou em tom sério. - Espero que compreenda os nossos motivos algum dia Santana.

–Ainda vou levar um tempo para assimilar todas estas informações, no entanto eu vou fazer o possível para compreender Sr Berry.

–Nada de Senhor, me chame de Hiran querida.

–Vou demorar um pouco, mas me acostumarei com isso. - Falou abrindo a sua caixinha ao mesmo tempo que Rachel abria a dela.

–São lindos! – As duas falaram ao ver dois pares de brincos que combinavam com suas medalhinhas.

–Adorei, obrigada.

Holly chegou em seguida com oito agentes e Sue Sylvester sendo seguidas de perto por Brittany que fechava o grupo.

Depois dos cumprimentos, abraços e desejos de felicidades para as gêmeas eles finalmente sentaram para comer e começar a reunião durante a sobremesa.

–Bom, todos sabemos o motivo de estarmos aqui, precisamos de uma estratégia para a proteção de Santana na escola e fora dela visto que agora ela sabe e principalmente porque como ela mesma lembrou não tem como esconder na escola que somos irmãs, agora que ela está morando comigo.

–Sim, agora temos que dobrar a proteção. – Holly concordou.

–Bom, eu acho que dois agentes na cola dela além de mim e da Rachel seria o suficiente, além de proteção nas entradas da escola e na quadra que pode entrar quem quiser, não é somente a Santana que está desprotegida, o alvo pode ser ela, mas eles vão atrás de informações através de outros alunos, além do mais, ainda não sabemos que tipo de maníacos estamos lidando.

–Pessoal, espera um minuto, dois agentes chama atenção demais, e que tipo de proteção você está pensando Fabray? – Sue tomou a palavra para si – na escola isso é um chamariz, e tenho certeza que os alunos não se sentiriam confortáveis.

–Ok, pessoal, nós estamos esquecendo da maior interessada no assunto. – Rachel tomou a palavra novamente. – Nós estamos decidindo a vida da minha irmã sem saber a opinião dela.

–Eu acho que é exagero. – Todos olharam para ela estarrecidos, afinal ela não sabia a gravidade do problema? – A minha vida inteira eu andei sozinha, sem precisar de seguranças ou proteção, eu não me sinto bem com federais na minha cola 24 horas por dia.

–Você não tem noção da gravidade do problema? Santana você levou um tiro, e o alvo era você, você entende isso? – Hiran perguntou.

–Sim, eu entendo, mas sinceramente, eu ainda creio que seja exagero. Entendo a preocupação de vocês mas sinceramente. Além do mais essa semana que passou não aconteceu absolutamente nada.

–Santana, você não sabe do que está falando, você não tem ideia de com que tipo de pessoas você está lidando, você não está dando o crédito devido. Não é porque essa semana parou que eles desistiram, entende? Eles podem estar armando um plano, não sabemos quem está por trás disso.

–Quinn, deixa, ela vai entender quando acontecer algo com ela e a Rachel ou você não estiverem por perto – Holly tinha uma expressão um tanto decepcionada no olhar. – Só espero Santana, que um dia você valorize o que sua irmã tem feito por você. Vou colocar dois agentes na cola dela nos momentos fora da escola, e cada pessoa que entrar na escola deverá se identificar, seja aluno, professor ou funcionário, além de pessoas de fora e não estou fazendo isso por você Santana – Falou quando ouviu a latina bufar – estou fazendo pela Rachel que não vai sossegar ate ter certeza que você está segura. Como Quinn e Rachel trabalham a tarde você será escoltada pelos agentes ate em casa depois da aula, sempre que for para qualquer lugar você avisará um de nós, não sairá sozinha conforme provavelmente Rachel já tenha determinado.

–Não tenho outra opção? – Todos negaram – Então adeus liberdade. – Falou e foi para dentro da casa.

–Deem um tempo para ela por favor, ela recebeu uma enxurrada de informações ontem, acho que vai levar um tempo para ela assimilar isso tudo.

–Desde que ela leve a sério a gravidade da situação e te respeite, tudo bem.

–Ela irá, tenho certeza. Precisamos conversar sobre outra coisa. – Todos a encararam preocupados. – O disfarce meu e da Quinn, não me sinto confortável e segura para acabar com ele ainda.

–Concordo, acho que não tem necessidade de contar para as pessoas ainda.

–Eu prefiro assim também – Quinn suspirou aliviada.

–No entanto haverá perguntas. – Britt comentou.

–A gente só diz aos outros que é uma situação complicada e não podemos contar por envolver outras pessoas.

–Isso é uma boa ideia – Russel aprovou dando um sorriso e uma garfada na torta que Holly levara. – Holly essa torta está maravilhosa.

–Obrigada. É uma cheesecake de cereja, a favorita de Rachel. - A baixinha sorriu.

–E quanto a falar sobre meu parentesco com Santana?

–Fale a verdade, todos descobririam mais dia menos dia. – Leroy sorriu para a filha.

–Certo, acho que já resolvemos tudo. – Rachel sorriu aliviada por encerrar o assunto de trabalho de vez.

Depois de mais algumas horas conversando, os convidados se retiraram da casa e foram embora.

Rachel estava escutando o cd que Santana havia lhe dado quando escutou alguém batendo a porta.

–Está aberto. – Falou.

–Oi eu posso? – Perguntou Santana entrando timidamente no quarto da morena

–Claro! – Rachel bateu na cama ao seu lado e chamou – Senta aqui. – Santana prontamente fez o que foi lhe solicitado.

–Rachel, eu…

–Não precisa se desculpar, eu entendo perfeitamente, acredite. Quando eu era mais nova e as ameaças começaram, meus pais me consideraram me tirar da escola e me mandar para um colégio interno, assim eles acreditavam que eu estaria protegida. Eu bati o pé e me neguei a sair de Lima. Então em vez de ceder a superproteção dos meus pais, eu entrei para o FBI, assim eu aprendi a me proteger, eles viviam viajando para missões, eu praticamente morava sozinha, tinha que cuidar de mim, entende? Por isso eu pedi para ser emancipada.

–Entendo. – Falou baixinho.

–Acredite, eu não vou fazer com você o que meus pais tentaram fazer comigo, não vou tirar sua liberdade, eu só quero mesmo é garantir a tua segurança, você vai seguir fazendo o que sempre fez, no entanto vai ter uma proteção extra.

–Entendi. Rachel?

–Sim?

–O que tem no porão e no sótão? As meninas disseram que era fora dos limites.

–Calma um dia você vai saber o que tem lá. Por enquanto não, quando eu achar necessário você irá conhecer.

–Tudo bem.

–Não pense em bisbilhotar viu! Eu vou saber se você tentar. – Riu da cara frustrada da latina.

–Com quem você estava falando ontem antes de eu entrar no quarto?

–Ah eu não tive tempo de te contar, era uma prima nossa que mora na cidade de Rosewood.

–Prima nossa? Não sabia que você tinha contato com nossos parentes biológicos.

–Sim, ao contrário de nossos pais, eles mantiveram contato comigo desde que eu era pequena.

–Você ainda é pequena, tampinha.

–Falou a garota cinco centímetros mais alta que eu.

– Não deixa de ser tampinha.- Levou um soquinho – Ai – Rachel riu. - Eles sabem sobre mim?

–Sabem sim, eu contei.

–Sério? Eu gostaria de conhecê-los.

–Você irá, acho que no próximo final de semana eles virão para Lima e mais algumas amigas da Aria.

–Aria?

–Sim nossa prima, ela tem um irmão mais novo chamado Mike, os nossos tios se chamam Ella e Byron, tia Ella é irmã da nossa mãe.

–Legal. Tomara que eles venham mesmo.

–Espero que sim – Rachel pegou o notebook e mostrou algumas fotos delas, dos primos e das amigas da prima falando sobre eles.

–Eles parecem ser bem simpáticos.

–São sim, você vai adorar o pessoal.

–Bom desculpa mesmo pelo que eu falei na reunião, mas é frustrante sabe? Eu nunca precisei que cuidassem de mim, sempre soube me defender sozinha, e agora ter que andar por aí com seguranças, ser protegida por todos, precisar dar satisfação a cada passo. É frustrante demais.

–Eu sei, entendo, mas Santy, você tem que entender, que agora você está vivendo no meu mundo, e esse mundo é assustador.

–Eu estou começando a perceber isso. Bom, eu vou dormir. Boa noite Rachel. – Falou levantando e indo em direção à porta. – Eu só preciso de um tempo para assimilar tudo isso.

–Eu sei, foi muita informação para, leve o tempo que for necessário.

–Obrigada. – Falou saindo do quarto e fechando a porta.

Pela primeira vez em cinco anos Rachel ficara verdadeiramente feliz por comemorar o seu aniversário.