Era final de outubro o dia estava frio nos corredores do McKinley Rachel Berry não ligava para o frio, ela só pensava em como fugiria do seu aniversário no final de semana seguinte, ate que um movimento suspeito no camarote da quadra da escola fez com que seu corpo tencionasse e o pensamento anterior fosse completamente esquecido, principalmente quando viu uma menina caminhando em direção à saída da quadra.

–Santana! – Rachel chamou tentando manter o tom de voz mais baixo possível, no entanto alto o suficiente para que a garota a escutasse, Santana como sempre ignorou e Rachel teve que se esconder e rezar para que nada de mal acontecesse.

Santana estava saindo do vestiário da quadra quando ouviu alguém chamando. Era impossível não reconhecer a voz suave de Rachel Berry, a garota estava sempre atrás dela e ela sempre fazia o possível para fugir, afinal não eram amigas, ela não tinha nada a ver com a perdedora Rachel Berry. Não aguentava mais. Desde o ano anterior Rachel vinha tentando se aproximar dela, parecia que a morena baixinha estava completamente obcecada em conseguir algo de Santana.

Rachel tinha seus motivos para estar sempre atrás de Santana e somente quatro pessoas em toda a escola, sabiam os motivos de Rachel e deveriam manter sigilo. Rachel tentara de todas as formas se aproximar de Santana no ano anterior e novamente naquele, pedia duetos no glee, inventava desculpas como um treino vocal, ou ajuda em alguma matéria que ela não precisava realmente, nada, Santana mantinha-se completamente afastada como se Rachel estivesse com uma doença contagiosa.

Cada vez que Santana fugia, Rachel ficava desolada e se apoiava nas únicas pessoas que a entenderiam.

“De novo essa anã me chamando, o que eu fiz para merecer isso” – Pensou irritada. “Se eu ignorar, talvez ela desista”. Com esse pensamento seguiu distraída pela quadra em direção à saída quando ouviu um estampido seco e alguém se atirando em cima dela, mas isso não impediu que fosse atingida e sentisse uma dor dilacerante no ombro direito.

–Berry, o que porra você está fazendo?

–Salvando a sua vida, agora cala a boca e fica quieta aí. – Rachel muito lentamente levantou, olhou atentamente para a parte superior da quadra, não tinha nada, somente vazio, ela soube que era um aviso.

Rachel rapidamente pegou seu celular e mandou uma mensagem.

Santana foi atingida, venha para a quadra rápido, não chame ninguém vamos direto para o hospital. – Rachel .

–Berry, o que está acontecendo?

–Não posso te explicar agora, vou fazer um curativo de emergência e te levar para o hospital, se não vai ser pior e não tenta mexer o braço. – Rachel delicadamente fez um curativo .

Santana sentia tanta dor que nem reclamou quando Rachel a puxou para o seu colo acariciando levemente os seus cabelos.

–O que estamos esperando mesmo?

–Nossa carona.

Nesse momento ouviu passos rápidos atrás dela e puxou o revolver que tinha em um bolso escondido de seu casaco apontando para a pessoa que estava logo atrás dela.

–Parado! – Disse sem desviar o olhar do corpo de Santana.

–Calma, sou eu. – Rachel soltou o ar ao reconhecer a voz da loira. – O que aconteceu?

–Eu estava saindo da quadra depois da aula de educação física e vi um movimento suspeito no camarote superior fiquei escondida ate que vi a Santana saindo do vestiário, chamei por ela para que ela saísse para o outro lado, mas ela me ignorou como sempre – resmungou mal humorada – quando eu coloquei um pé para fora ela entrou no campo de visão do atirador, eu tive que me atirar por cima dela, mas não evitou que ela fosse atingida.a pessoa disparou ao mesmo tempo que eu cheguei a ela, tinha silenciador, mas eu sabia que vinha lá de cima, tive que fazer um curativo de emergência, procurar ajuda criaria pânico, e eu não quero ninguém envolvido, é problema meu.

–Na verdade é um problema nosso Rach e concordo criar pânico agora seria pior.

–Você consegue levantar? – A loira perguntou.

–Sim eu fui atingida no ombro, não foi na perna.

–Bom, então vamos que precisamos te levar para o hospital. Rach, avisa o seu pai que estamos chegando.

Rachel ligou para Leroy no caminho falando resumidamente sobre o que acontecera, ele prometeu reservar a sala de operação.

–Resolvido. – Rachel suspirou aliviada ao chegarem ao carro da loira e se acomodarem. – Quinn eu vou atrás com essa idiota.

–Tudo bem Rach.

Rachel deitou Santana no banco e posicionou a cabeça da menina em suas pernas, acariciando levemente seus cabelos.

–Quando vocês vão me explicar o que está acontecendo? E Berry, tira essas mãos deformadas de cima de mim.

–Menos Santana. – Quinn se irritou com a latina.

–Desde quando você defende a Hobbit.

–Olha Santana, eu sei que você me odeia, embora não tenha feito nada para merecer isso,mas por favor, pega leve, ok, eu estou tentando manter você consciente enquanto não chegamos no hospital.
Santana bufou no entanto ficou quieta, resto do trajeto foi tranquilo e Rachel somente se movimentava para ver se Santana ainda estava consciente.

Quando Quinn estacionou o carro, Rachel já ajudava Santana a sair do mesmo e entraram no hospital, Leroy já as aguardava.

– Vamos colocar ela em uma maca, que bom que você já fez a primeira parte do procedimento, assim não vai infeccionar.

–Eu tenho treinamento para isso papai, sabia o que fazer.

–Eu sei filha.

–Posso ir junto?

–Vamos – Leroy falou, correndo na frente e Rachel correndo atrás dele.

Quinn ficou para trás pois precisava ligar para a mãe de Santana e informá-la o que havia acontecido.

Rachel corria atrás do pai quando ouviu uma voz chamando-a.

–Não pode passar senhorita – O segurança tentou barrar Rachel.

A menina prontamente puxou o distintivo de dento do bolso de sua jaqueta e mostrou para o segurança.

–Isso diz que eu posso, alem de ser filha do chefe da cirurgia, agora se me der licença – Rachel passou correndo e encontrou o pai entrando na sala 1.

–Desculpa, o segurança me barrou.

–Eu sei, afinal é proibido entrar na cirurgia.

–Pai, é a Santana, eu preciso estar aqui.

Santana ficou confusa quando ouviu as palavras de Rachel, o que diabos estava acontecendo afinal, porque a Berry precisava assistir a cirurgia? O mais estranho e Santana se recusava a falar isso em voz alta é que ela se sentia mais segura sabendo que Rachel estaria lá. O porquê disso ela não entendia,no entanto, ela sentiu-se aliviada ao saber que Rachel assistiria a cirurgia.

–Tudo bem, mas você vai ficar na galeria, não podemos nos desconcentrar.

Rachel deu um beijo no pai encarou Santana com um sorriso tímido como que dissesse que depois conversariam e seguiu para onde fora mandada. Rachel se sentia novamente uma criança frágil de três anos de idade, depois de tanto tempo, ela nunca sentira tanto medo. No entanto não podia deixar transparecer, se não todo esforço dos últimos cinco anos iria pelo ralo.

“Eu não posso perdê-la, não antes de ela saber tudo, não posso perdê-la.”

Quando o procedimento terminou, ela saiu discretamente e voltou para a recepção junto a Quinn.

–Onde você estava?

–Onde você acha que eu estava? Precisava ter certeza que tudo daria certo.

–Seu pai é o melhor cirurgião de Ohio Rach, ele tem a melhor equipe, não iria ser menos que um sucesso essa cirurgia.

–Eu sei, mas ainda assim Q, eu precisava saber! – Rachel bateu o pé e fechou a cara fazendo um bico emburrada.

–Ok, não faz essa carinha, você vai ficar aqui?

–Depende! Você ligou para a mãe dela? A mãe dela está vindo?

–Sim, ela está vindo.

–Ótimo, então estou indo para casa, quando ela acordar me mande notícias.

–Prometo.

Rachel mal conseguiu dormir naquela noite, em seus sonhos sempre via Santana sendo assassinada das piores maneiras possíveis, em algumas cenas era estuprada, em outras esquartejada, em outras espancada ou mesmo sequestrada, todas as vezes acordava tremendo, suando e chorando, isso se repetira todas as noites daquela semana, se Santana soubesse.... Rachel não queria nem pensar nessa possibilidade.