Como recuperar o tempo perdido? escrita por bells


Capítulo 42
BÔNus 1: Phoebe


Notas iniciais do capítulo

Boa noite! Desculpem a demora, desta vez foi falta de inspiração, mas ela chega nos momentos menos esperado, como de madrugada... hahahah Espero que gostem do bônus,algumas pessoas me cobraram o que tinha acontecido com o Leo, então resolve contar um pouco sobre ele aqui... ainda temos mais um então não vou me despedir.



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—Mamãe! Teddy está mexendo nas minhas coisas de novo! – Ouvi Noah gritando desde o segundo andar. Era assim todos os dias.

Já tinha se passado cinco anos desde o nascimento de Theodore, agora meu pequeno era uma criança cheia de energia e muito travesso, sempre achei que ele fosse a cara de Christian, mas à medida que foi crescendo ficou mais parecido comigo, me deixando orgulhosa. Noah e Emma estavam com nove anos e já achavam que eram adultos, mas pra mim eles continuavam sendo bebês, meus bebês. Noah estava cada vez mais parecido com Christian, era a cara dele, já Emma continuava parecida comigo, mesmo cabelo e olhos, até o formato do rosto. Sofia, com sete anos, continuava linda, com os olhos ainda mais azuis e cabelos loiros e brilhantes como o ouro, ela definitivamente destacava entre os irmãos.

Nestes anos muita coisa mudou. Alguns sonhos foram deixados para atrás e foram substituídos por outros. Voltar para a universidade foi se tornando uma coisa cada vez mais distante, mesmo com o apoio de Christian eu decidi pospor minha volta até hoje, tinha quatro crianças que precisavam de mim, não queria que eles crescessem e fossem educados por empregadas, mesmo elas sendo incríveis, queria fazer parte da vida deles pelo maior tempo possível, um dia eles tomariam seus próprios caminhos e eu não queria me arrepender por não ter passado mais tempo com eles. Pode parecer um pensamento um pouco arcaico, mas era assim que eu me sentia. Eu nasci para ser mãe e queria aproveitar cada momento disso.

Mas, mesmo ficando em casa, não consegui ficar parada. Com a ajuda de Mia e Kate, abri uma ONG para ajudar mulheres gravidas sem condições financeiras, muitas delas abandonadas e mães solteiras. Christian apoiou o projeto e hoje ele é um dos maiores benfeitores. Além de trabalhar com a ONG, iniciei um projeto pessoal. Sempre pensei em escrever um livro, mas nunca tive o tempo ou me senti capaz de começar. Com tudo que aconteceu com a minha vida, senti a necessitada de colocá-lo no papel, queria que as pessoas soubessem o que tinha acontecido, não para sentir pena de mim e sim para saber que há sempre uma saída aos nossos problemas, que podemos superar as coisas ruins que a vida nos apresenta e a importância do perdão e o amor de amigos e família nas nossas vidas. Me surpreendi muito quando uma editora quis publicar meu livro e muito mais quando o mesmo fez sucesso. Hoje teríamos um jantar em comemoração pelo meu “best-seller”. Não queria nada elegante nem muito grande, por isso seria apenas um jantar com família, amigos e meus editores.

—Mãe! – Gritou Noah de novo, desta vez ele estava no pé da escada.

—O que foi, filho? – Perguntei me aproximando.

—Teddy está no meu quarto mexendo nas minhas coisas. Já falei com ele, mas ele não quer sair.

—Amor, você tem que ter mais paciência com seu irmão, ele é mais novo.

—Eu sei, mas não gosto que mexam nas minhas coisas. – Quando ficava chateado ele parecia, mais ainda com o pai.

—Tudo bem, vou falar com ele. Enquanto isso vai ver se suas irmãs já estão prontas, o pai de vocês deve chegar daqui a pouco.

—Tudo bem. – Dei um beijo em sua testa e Noah saiu correndo em direção ao quarto de Emma. Lá ela e Sofia estavam terminando de se arrumar com a ajuda Isabel, a sobrinha de Gail. A chegada dela foi uma benção, não teria dado conta de cuidar dos quatro sem a ajuda dela.

Subi até o quarto de Noah, entrei devagar e encontrei Theodore com metade do corpo dentro do baú onde Noah guardava seus brinquedos. A cena por si só era muito engraçada, mas eu precisava manter a seriedade, ele precisava entender que não podia pegar as coisas do irmão sem autorização.

—Theodore Grey. – Falei calmamente e Teddy deu um pulo pra fora do baú. _O que você está fazendo no quarto do seu irmão? – Perguntei. Podia ver o medo em seus olhos, ele sabia que estava fazendo algo errado. _O seu irmão falou que você está mexendo nas coisas dele sem autorização. Já conversamos sobre isso.

—Eu queria brinca com ele, mas ele não quer! – Resmungou.

—É porque ele é mais velho, filho. Mas eu vou falar com ele pra brincar mais com você. – Eu disse deixando meu filho feliz. _Em troca você vai ter que me prometer que não vai mais pegar as coisas do seu irmão sem autorização. – Disse seria.

—Tudo bem, mamãe. – Respondeu um pouco mais feliz.

—Muito bem, agora vamos até seu quarto para eu terminar de te arrumar. – Peguei na mão de Teddy e andamos até o quarto dele.

Todos os quartos ficavam no segundo andar no corredor leste – ainda não me acostumava a falar dessa forma, mas a casa era tão grande que era necessário dividi-la em áreas – assim estávamos perto das crianças caso elas precisassem de alguma coisa, mas Christian já tinha falado que os mudaria para o corredor oeste assim que eles ficassem mais velhos, dessa forma teríamos mais privacidade. Entre com Teddy em seu quarto e comecei arruma-lo, Isabel tinha tentado, mas ele não quis colaborar preferindo brincar.

—Você vai ganhar um premio, mamãe? – Perguntou meu filho enquanto eu colocava sua camisa.

—Não meu amor, já expliquei. A mamãe escreveu um livro e muitas pessoas gostaram, por isso vamos celebrar. Você não quer ir? – Perguntei. Sei que esse tipo de coisas pode ser entediante para crianças, mas eu queria que eles estivesse comigo nesse momento. Meus filhos são o maior motivo de eu ter escrito o livro em primeiro lugar.

—Eu quero sim! Porque eu já sou um menino grande. – Respondeu sorrindo.

—Muito bem, então precisamos deixar você mais lindo do que você já é. – Disse dando um beijo em sua bochecha gordinha.

—Mamãe! – Sofia entrou correndo no quarto. _Papai já chegou. – Sofia estava com um vestido azul bebê de renda com uma fita na cintura, minha princesinha estava linda.

—Já estamos descendo, amor. Seus irmãos já estão prontos? – Perguntei.

—Emma e Noah já estão lá embaixo. – Respondeu.

—Então precisamos nos apresar. – Terminei de arrumar Teddy e desci as escadas com os dois. Assim que Teddy viu o pai, soltou minha mão e correu até ele.

—Papai! – Disse pulando em seu colo.

—Oi campeão! – Christian abraçou o filho e beijou sua testa, como sempre fazia. _Ouvi dizer que andou dando trabalho para sua mãe. – O reprendeu de forma brincalhona. Teddy abaixou a cabeça envergonhado.

—Não foi nada, a gente já conversou sobre isso. – Falei me aproximando. Christian levantou a cabeça e olhou diretamente para mim. Me deu um daqueles seus sorrisos de lado e colocou Teddy no chão.

—Você está linda, senhora Grey. – Era incrível como depois de tantos anos suas palavras e olhares podiam mexer comigo daquela forma. Christian e eu nos casamos quando Theodore tinha dois anos, se dependesse dele teríamos nos casado na mesma semana em que ele me pediu em casamento, mas Teddy era muito pequeno e eu queria esperar até ele ficar mais velho.

—Você também não está nada mal. – Respondi sorrindo. _Se arrumou no trabalho?

—Achei que seria mais rápido, já que depois de coloco um pé nesta casa as crianças grudam em mim. – Respondeu sorrindo, segurando Sofia e Teddy no colo. _Estão todos prontos?

—Sim! – Responderam meus filhos.

—Então podemos ir! – Pegue minha bolsa e saímos de casa junto com as crianças. No caminho, Kate me ligou avisando que chegaria um pouco atrasada, já que teve um pequeno incidente com a pequena Bianca, minha afilhada de três anos. Kate e Elliot se casaram antes que a gente, o que não foi uma surpresa, estava claro que eles se amavam.

Quando chegamos no restaurante – que tinha sido fechado especialmente para nosso jantar – fomos recebidos por minha editora Ruth. Foi ela quem me deu apoio desde o começo e me convenceu a publicar meu livro, devo muito à ela.

—Ana, que bom que você chegou, estamos esperando por você.

—Desculpa pelo atraso, mas com quatro crianças as coisas ficam um pouco mais demoradas. – Me desculpei.

—Não precisa se desculpar, você é a homenageada hoje. Vamos entrando. – Peguei as mãos de Sofia e Noah, enquanto Christian estava com Emma e Theodore. Entramos juntos e fomos recebidos com palmas. Devo admitir que fiquei emocionada vendo todas essas pessoas, que me apoiaram e ficaram do meu lado, ali, torcendo por mim.

—Ana! Parabéns! – Mia saiu do meio da multidão e me deu um abraço, ou pelo menos tentou, já que a barriga de oito meses dela dificultou um pouco a ação. Mia e Ethan se casara no ano passado e agora estavam esperando um bebê.

—Parabéns Ana. – Disse Ethan logo atrás da mulher

—Obrigada! Como vocês estão neste final de gravidez? – Perguntei mesmo já sabendo que as últimas semanas eram as mais difíceis.

—Você sabe como é... mal posso esperar que este pequeno nasça. – Respondeu Mia.

—E já conseguiram saber o sexo? – Perguntei curiosa. Mia e Ethan já tentaram muitas vezes, mas o filho deles se recusa a mostrar o sexo.

—Não, nosso pequeno prefere manter o segredo até o final. – Disse Ethan

—Você está cada vez maior. – Disse Christian atrás de mim, brincando com Mia, ela odiava quando ele fazia isso.

—Oi priminho! – Disse Mia sorrindo, Christian odiava ser chamado assim. _Obrigada por reparar no meu tamanho. – Disse em tom sarcástico.

—Sem problemas baixinha. Como está meu afilhado ou afilhada? – Perguntou meu marido.

—Está ótimo e se mexendo muito. Mas agora vocês têm que ir cumprimentar os outros. – Nos despedimos de Mia e Ethan por enquanto e fomos cumprimentar os outros. Andamos ao redor dor restaurante falando com os convidados, as crianças tinham ido brincar na área de recreação com as outras crianças.

—Ana? – Ouvi uma voz atrás de mim e quando em virei encontre Leo na minha frente. Fazia muito tempo que a gente não se encontrava.

A vida do Leo tinha mudado muito, agora ele era um dos maiores acionistas de uma rede de restaurantes, se esforço tinha rendido frutos no final das contas. Ele tinha voltado para os Estados Unidos, mas morava em Nova York. A última vez que nos encontramos foi lá.

FLASH BACK ON

Christian e eu estamos em Nova York com as crianças, Christian precisava resolver algumas coisas sobre negócios e eu ainda estava negociando a publicação do meu livro, por isso decidimos ir todos para não passar muito tempo longe dos meninos. Teddy estava com três anos e não desgrudava de mim, por isso tive que leva-lo comigo à reunião, enquanto os irmão ficaram com Isabel no hotel, que tinha uma sala de jogos e piscina.

—Mamãe tô com fome. – Disse meu filho quando saímos da editora.

—Podemos ir ao hotel e comer com seus irmãos. O que você acha? – Ele estava prestes a aceitar quando viu uma carrocinha de cachorro quente.

—Quelo cacholo quente. – Disse apontando. Normalmente eu negaria, mas eu sabia que ele realmente estava com fome, a final, a reunião tinha demorado mais do esperado.

—Tudo bem, mas só um, assim você janta mais tarde. – Falei andado com ele. Taylor vinha logo atrás, como sempre. Parei na barraquinha e pedi um para ele e outro para mim, também estava morrendo de fome.

—Ana? – Alguém falou atrás de mim, eu me virei rapidamente e me encontrei com Leo.

—Leo? Oh Meu Deus! A quanto tempo. – Falei rapidamente, eu realmente sentia falta dele, no final das contas ele foi e é um grande amigo.

—Faz muito tempo mesmo. – Leo manteve contato com os meninos por anos, mas, devido à distância, foi se afastando aos poucos. –Como você está? O que faz em Nova York.

—Eu deveria perguntar isso. Achei que estivesse na Itália. – Leo passou a mão pela nuca e sorriu.

—Bom, eu voltei para os Estados Unidos. Estou morando aqui agora.

—Nossa, que notícia ótima! Devo admitir que fico um pouco ofendida por não ter me contado. – Faz cara de ofendida, fazendo Leo rir.

—Desculpa, mas foi tudo tão rápido... – Começou a explicar, mas foi interrompido.

—Mamão, meu cacholo quente. – Falou Teddy, puxando minha saia.

—Oh, desculpa meu amor. – Falei pegando nossos cachorros quente e pagando.

—E quem é este garotão. – Perguntou Leo.

—Este é o Theodore, meu caçula. Teddy, este é um amigo da mamãe, o Leo. – Apresentei os dois.

—É um prazer te conhecer Teddy. – Disse Leo sorrindo. _Ele parece muito com você, Ana.

—É o que todo mundo fala.

—E como estão os meninos? – Perguntou com um sorriso fraco, eu sabia o carinho que ele tinha por meus filhos.

—Estão enormes, ficaria surpreso ao vê-los.

—Eu imagino, eles tinha o tamanho do Theodore a última vez que os vi. – Disse parecendo triste.

—Porque você não janta com a gente hoje ou amanhã. Vamos ficar mais uns três dias e tenho certeza que os meninos vão ficar felizes em te ver. – Fiz a pergunta sem pensar, mesmo por que eu sabia que não tinha problema nenhum.

—Serio? Adoraria ver os meninos.

—Ótimo, combinado então. Esperamos você para jantar hoje. Pode ser?

—Claro, obrigado pelo convide.

—Não precisa agradecer, me dá o seu telefone e eu te mando o endereço. –Leo me passou seu telefone e nos despedimos.

Theodore e eu voltamos para o hotel com Taylor. Nossa suíte era enorme, tinha três quartos, o principal que era meu e do Christian, um para as meninas e outro para os meninos, todos eles tinham banheiro próprio e saída para a sala, que era enorme. Quando chegamos na suíte não encontramos ninguém, imaginei que estivessem ainda brincando na piscina ou na sala de jogos.

—Taylor, você sabe onde estão os meninos? – Perguntei deitando Teddy na cama, que acabou dormindo no carro.

—Sim, senhora. Estão na piscina com Isabel. Sawyer informou que estão lá desde as 15h.

—Avisa pra eles que eu já cheguei e que é pra sair da piscina, está ficando tarde e eles tem que tomar banho. – Pedi. Sawyer e Taylor são os nossos seguranças mais próximos, Taylor normalmente está com Christian e Sawyer fica com a gente, com a ajuda de mais dois seguranças.

—Isabel está tirando eles da piscina, mas parece que a pequena Sofia não quer sair. – Disse Taylor contendo um sorriso.

—Sofia decidiu liberar a teimosia ultimamente... – Sofia com cinco anos, decidiu que é dona do próprio nariz e que pode fazer o que quer. _Pode ficar com o Teddy? Vou lá embaixo tirar aquela pestinha da agua.

—Claro senhora, pode ir. – Dei um beijo na testa de Teddy e saí da suíte. Cheguei na piscina coberta do hotel e de longe podia ver a Emma e o Noah enrolados em suas toalhas do lado fora, enquanto Isabel tentava convencer Sofia a sair. Me aproximei o suficiente para ouvir a conversa.

—Sofia, você tem que sair, sua mãe já chegou e está esperando por vocês. – Disse Isabel calmamente.

—Não quero! – Gritou Sofia, fazendo birra.

—Sofia Grey! – Falei um pouco mais alto do normal. Ela estava sendo mal-educada e queria que entendesse que isso não era aceitável. Ela deu um pequeno pula na piscina e se virou na minha direção.

—Desculpe, senhora. Tentei tira-la da piscina, mas ela não quer.

—Tudo bem Isabel, não precisa se desculpar. Quem tem que se desculpar é a Sofia. – Falei olhando pra ela. _Isabel pediu para você sair da piscina. Porque ainda não fez isso? – Perguntei, mas ela permaneceu calada. _Sofia, estou falando com você.

—Eu quero continuar brincando. – Disse simplesmente.

—Você já brincou o bastante, agora é hora de sair e ir tomar um banho. – Ela continuou no mesmo lugar sem falar nada. _Sofia, eu vou contar até três e se você não sair da piscina vai ficar de castigo. – Sofia continuou olhando pra mim, como se estivesse me testando, mas eu me mantive firme. Quando contei dois ela começou a andar para fora. _Agora vamos subindo, precisam tomar um banho e descansar antes do jantar. – Emma e Noah seguraram as minhas mãos, mas Sofia andou pisando forte na minha frente. Eu sabia que essas birras eram apenas uma fase, mas não podia deixar que ela achasse isso normal.

Chegamos na suíte e Teddy continuava dormindo, daria banho em seus irmãos antes e depois o acordaria.

—Isabel. Pode dar banho na Emma e no Noah? – Perguntei para a menina sentada em uma das cadeiras da sala, coitada, parecia cansada.

—Claro, senhora.

—Assim que terminar, pode ir descansar. Eu tomo conta daqui pra frente. – Falei e ela sorriu pra mim. _E você, dona Sofia. Vamos para o banho.

Sofia se levantou ainda emburrada e andou até meu quarto do meu lado. A ajudei a tirar suas roupas e ela continuou sem falar nada. Arrumei a banheira do jeito que ela gostava para tentar acalmar a fera. A coloquei dentro da banheira e comecei a dar banho nela.

—Está chateada com a mamãe. – Perguntei e ela balançou a cabeça negando. _Então porque está chateada? – Desta vez ela nem se mexeu. _Se você não falar comigo, não tenho como saber o que está te chateando.

—Eu queria brincar mais.

—Eu sei que você queria, meu amor. Mas tem uma hora para tudo. Vocês já tinham brincado o bastante. Além do mais você tem que obedecer, não pode ficar fazendo o que quer. A Isabel deve ter ficado muito triste com você. – Disse, esperando que ela entendesse.

—Eu queria ser grande pra fazer o que eu quisesse. – Concluiu. Achava interessante como a mente das crianças funcionava.

—Um dia você vai ser e vai entender que, mesmo sendo grande, não pode fazer o que você quer, meu amor. Mas você ainda está muito longe disse, por enquanto tem que obedecer aos mais velhos.

—Mas não é justo! Theodor pode fazer o que ele quer, porque ele é pequeno! – Lá estava o problema. _Ele foi com você e eu tive que ficar aqui!

—É por isso que está chateada? Porque você queria ter ido comigo? – Perguntei. Sofia apenas abaixou a cabeça.

—Oh, meu amor. Se você queria ir porque não falou nada?

—Por que eu já sou grande como a Emma e o Noah.

—Sim, você é, mas pra mim você sempre será minha princesinha e pode me falar o que quiser, mesmo se achar que é coisa de bebê. Theodore ainda precisa mais de mim por que ele é pequeno, mas eu sempre vou estar do seu lado quando você precisar, só precisa falar. – Falei enquanto acariciava seu cabelo. Sofia apenas sorriu e balançou a cabeça afirmando. _Muito bem, então. Mas você ainda tem que pedir desculpas para a Isabel. – Sofia aceitou e ficou mais tranquila.

Eu sabia que ter três irmãos não era fácil, dividir a atenção entre eles era sempre um desafio para mim e para Christina, mas sempre tentávamos ser justos com os quatro. Sentir ciúmes era normal, só não queria que se transformasse em um problema maior. Depois do banho, Sofia se desculpou com Isabel, que logo em seguida se despediu e foi até seu quarto no mesmo andar. Deixei os meninos assistindo TV e fui dar banho no Theodor, Christian chegou logo em seguida e tive que contar sobre meu convite.

—Eu encontre o Lei na rua, hoje. – Falei enquanto ele trocava de roupa. Os meninos continuavam assistindo TV na sala.

—Leo? Seu ex, Leo? – Perguntou levantando uma das sobrancelhas.

—Meu amigo, Leo. – Corrigi. Christian apenas ficou me olhando. _O chamei para jantar hoje, acho que os meninos vão ficar felizes em vê-lo de novo. Christian respirou pesadamente e olhou pra mim.

—Não quero aquele homem nas nossas vidas de novo, não gosto dele.

—Christina, o único motivo de você não gostar dele é porque nós namorávamos, já que isso aconteceu a muito tempo, não vejo qual seria o problema. Tenho certeza que, se a situação tivesse sido outra, vocês poderiam ter sido amigos, tem muitas coisas em comum. – Falei sorrindo.

—Tudo bem, acho que um jantar não vai me matar. – Respondeu se rendendo.

Quando deu a hora marcada, descemos com as crianças até o restaurante do hotel. Não tinha falado nada para Emma e Noah, queria que fosse uma surpresa. Chegamos no restaurante e Leo já estava esperando na entrada. Pude ver seus olhos se encherem de lagrimas quando viu os meninos, eles por outro lado não o reconheceram de cara, mas quando chegaram mais perto, olharam pra ele e logo em seguida correram em sua direção gritando “Tio Leo”. Foi uma cena muito linda e comovente, eu sabia o quanto Leo amava os meninos, mesmo estando a distância. O jantar foi muito tranquilo, as crianças encheram o Leo de perguntas e ele respondeu todas com um sorriso no rosto. Ficamos sabendo da expansão da empresa e as novas filiais, sobre a mudança permanente de Leo nos Estados Unidos e sobre a noiva que estava em Itália terminando de arrumar tudo para encontrar com ele. Essa última parte deixou Christian muito feliz, talvez agora eles consigam se dar bem. Quando o jantar terminou pedi para que Christian leva-se as crianças ao quarto enquanto eu me despedia do meu amigo, ele ficou um pouco relutante mas acabou indo.

—Foi muito bom te ver, Leo. – Falei quando ficamos sozinhos.

—Digo o mesmo. Estou feliz por você, tem uma família linda e posso ver que está feliz. – Disse sorrindo. _Era isso que eu desejava para você.

—Pois eu desejava o mesmo. Que você achasse alguém que te amasse do jeito que você merece. – Ao falar isso, Leo deu um sorri bobo, típico de apaixonado. _E pelo sorriso posso ver que isso aconteceu.

—Sim, ela é incrível. – Disse orgulhoso.

—E muito sortuda. – Completei. _Realmente espero que você seja feliz e que não suma de novo, agora que está mais perto, espero te ver com mais frequência. – Falei brincando. _Os meninos vão ficar muito felizes em ter você de volta na vida deles.

—Não vou sumir, eu prometo.

—Eu preciso conhecer a mulher que roubou seu coração! – Falei sorrindo e Leo riu.

—Assim que ela chegar marcamos uma data.

—Está combinado então. Até mais Leo. – Disse lhe dando um abraço.

—Até mais, Ana. – Leo se despediu e foi embora.

FLASHBACK OFF

Desde então, Leo foi mais presente nas nossas vidas, de vez em quando ele vinha nos visitar ou levávamos os meninos a Nova York para que pudessem visitar o padrinho.

—Leo! Que bom que você veio! – Disse abraçando meu amigo.

—Não perderia isto por nada. Parabéns! – Disse sorrindo. _Christian, bom te ver. – Disse apertando a mão do meu marido.

—É bom te ver Leo. E Giovana? – Perguntou Christian.

—Está trocando a fralda do Enzo. – Leo se casou com Giovana alguns messes depois do nosso encontro em Nova York e o pequeno Enzo nasceu pouco depois, agora ele está com quase um ano.

—Estou morrendo de vontade de ver aquele pequeno, a última vez que vi tinha apenas três meses.

—Ele cresceu muito desde então. Os meninos também cresceram bastante, os encontrei agora pouco na sala de jogos. – Disse sorrido.

Ficamos conversando mais um pouco. Giovana apareceu com o pequeno Enzo um tempo depois, me deixando paparicar aquele bebê gorduchinho. Kate e Elliot chegaram logo em seguida pedindo desculpas por ter chegado atrasados, mas Bianca tinha jogado suco no vestido da Kate e ela teve que arranjar outro de última hora. Christian, Leo e Elliot foram ver os meninos na sala se jogos antes do jantar ser servido e levaram Enzo e Bianca junto, me deixando com Kate e Giovana.

—Como está se sentindo sendo a nova estrela literária? – Perguntou Kate brincando.

—Cansada! – Falei rindo.

—Dever ser satisfatório ver um projeto seu ser reconhecido. – Disse Giovana com aquele sotaque italiano.

—Tenho que admitir que é incrível, mas não chega aos pés de ver meus filhos crescendo, eles são minha maior satisfação. – Respondi som um enorme sorriso no rosto.

—Falando nisso. Já contou sobre o mais novo pimpolho? – Kate perguntou ganhando um olhar mortal meu. Giovana, claro, percebeu e entendeu o que estava acontecendo.

—Oh, você está gravida? – Perguntou baixinho.

—Sim, mas ainda não contei pro Christian. Você poderia manter o segredo?

—Claro! Não contarei nem pro Leo. – Disse cúmplice. _Meus parabéns.

—Obrigada. Estou esperando o momento indicado, não é como se estivéssemos tentando engravidar de novo.

Christian e eu tínhamos decidido que Theodore seria o último, cinco crianças já era um bom número, bom até demais. Depois do nascimento do Teddy procuramos métodos anticoncepcionais e comecei a tomar injeções todos os meses para manter o controle, mas alguma coisa deve ter dado errado. Descobri que estava gravida há três semanas e foi uma surpresa muito grande no momento, mas mesmo não sendo esperado, fiquei feliz com a notícia, só não achei o memento certo para contar. Agora estava com quase quatro meses e não tinha mais como esconder a gravidez.

—A verdade é que eu não entendo como ele ainda não descobriu. Seu corpo já mudou visivelmente, a pesar de sua barriga ainda estar plana. O médico falou alguma coisa? – Perguntou Kate parecendo preocupada.

—Ela disse que está tudo dentro do normal, a minha gravidez só não é muito aparente e eu não tenho ganhado muito peso, mas isso deve acontecer dentro de pouco, no final das contas estou entrando no quarto mês.

—Acho que Christian vai ficar chateado por não ter te acompanhado na consulta. Você sabe que ele odiava perder as consultas quando você estava gravida do Teddy.

—Eu sei, mas foi só uma. E não foi de proposito, quando estava para contar a notícia ele teve problemas na empresa e ficou muito estressado, não quis contar naquele momento.

—Bom, eu acho que a felicidade pela gravidez vai anular qualquer chateação que ele tenha no momento. – Disse Gia sorrindo.

—Estou contando com isso. – Conclui sorrindo.

O jantar foi um sucesso, não podia me sentir mais feliz com o rumo da minha vida, tendo todas as pessoas que eu mais amo reunidas em um mesmo lugar me faz pensar no sortuda que eu sou. Jantamos e conversamos por horas, teve até discurso, meu e das pessoas responsáveis pelo sucesso do livro. Mas as crianças estavam começando a ficar com sono, algumas delas já estavam, inclusive, dormindo no colo dos respectivos pais, Enzo foi o primeiro a ciar, seguido por Bianca e meu Teddy não estava longe. Por isso decidimos nos retirar. Voltamos no carro com quatro crianças sonolentas, que tiveram que ser carregadas para dentro de casa.

—Estou morrendo. – Disse Christian depois de ter deixado os meninos em seus quartos.

—Eu também, foi um dia cheio. – Falei andando com ele em direção ao nosso quarto, mas antes queria passar em um lugar.

—Vamos deitar, porque amanhã seus filhos vão estar gritando para que levemos ao parque. – Disse rindo.

—Nossos filhos, amor. – Corregi. _Mas antes, vem cá? – Falei puxando sua mão. Andamos até o quarto ao lado do nosso.

—O que estamos fazendo aqui? – Perguntou confuso.

—Abre a porta. – Falei sorrindo. O quarto ao lado do nosso era o berçário do Theodoro, quando ele cresceu decidimos muda-lo para um quarto maior, deixando o antigo vazio, até aquela manhã. Christian abriu a porta com cautela, rindo da minha tentativa de mistério, mas assim que a porta ficou aberta ele congelou no lugar. No meio do quarto se encontrava um berço, decorado com fitas e balões, em um deles estava escrito: “Parabéns papai”.

—Você está falando sério? – Disse ainda congelado no lugar.

—Sim, daqui a pouco vamos ter mais uma crianças gritado de manhã.

—Mas como? Você está tomando os remédios?

—Aconteceu com o Teddy também, deve ter acontecido alguma coisa que atrapalhou o anticoncepcional. – Nesse momento Christian saiu o chope e me abraçou, me levantando do chão e girando pelo quarto.

—Meu deus! Estou tão feliz! Eu sei que tínhamos combinado em parar no Teddy, mas é impossível não ficar feliz com uma notícia dessas.

—Eu sei, também estou feliz, muito feliz.

—Te amo, Ana. Pode não acreditar, mas te amo mais a cada dia.

—Bom saber senhor Grey, por que eu também te amo.

CINCO MESES DEPOIS

Christian e eu estávamos no hospital a quase dois dias e nossa pequena Phoebe se recusava a nascer. Os nove meses se completaram há quase uma semana, mas ainda não havia sinal do nascimento de nossa pequena, sem contrações ou dilatação, nada, eu não sentia nada. Estava começando a ficar preocupada.

—E então doutora? – Perguntou Christian, quando minha obstetra entrou no quarto.

—Os exames não demostram nada. A pequena Phoebe está muito bem, então não precisam se preocupar. Mas precisamos tira-la logo. Já marquei sua sessaria para esta tarde. – Disse a medica. Eu não queria cessaria, todos os meus filhos tinham nascido de parto normal, mas aparentemente, Phoebe tinha o próprio tempo e estava nos forçando a agir antes dela.

—Achei que cessarias fossem só para emergência. – Perguntei preocupada.

—E deveria ser assim mesmo. Alguns médicos fazem cessarias sem necessidade, mas neste caso é necessário, ela pode estar bem agora, mas não sabemos o que pode acontecer se esperamos mais, uma semana é um tempo significativo de espera.

—Tudo bem, então.

—Imagino que o senhor vai querer entrar na sala. – Disse olhando para meu marido.

—Claro que eu vou. – Responde seguro.

—Muito bem, daqui a pouco uma enfermeira vai vir preparar você. Te espero na sala de cirurgia. – Sorriu pra mim.

Estava nervosa com cessaria, nunca tinha feito uma e tinha medo de que desse alguma coisa errado, uma ideia idiota considerando que cessarias são usadas em caso de emergência, ou seja, são seguras. Christian ficou do meu lado o tempo toso, assim como fez quando Teddy nasceu e eu agradeci por isso, não sei se conseguiria sozinha.

A cessaria foi muito rápida, em alguns minutos conseguimos ouvir o chora da minha pequena Phoebe, um choro forte, ela não parecia feliz em ter sido retirada do seu esconderijo quentinho. Christian cortou o cordão e a lavou até mim em seguida.

—Oi, minha pequena Phoebe. Estava morrendo de vontade de te conhecer, mas você não parece muito feliz de ter saído. – Disse brincando.

—Ela gostava do lugar quentinho onde estava, mas daqui a pouco vai perceber que aqui fora é melhor. – Disse Christian sorrindo.

—Sim, ela vai. Por que vai ser muito amada.


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Notas finais do capítulo

Eu sei que o bônus era para ser da Phoebe, mas acabei me empolgando com outras coisas, mas prometo ter mais coisas dela no proximo bônus!