Como recuperar o tempo perdido? escrita por bells


Capítulo 4
Capítulo 3




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Estava terminando o meu turno no restaurante. Morria de vontade de ver os meus bebês.

_ Aninhaaaaaa! Você tem o dia livre amanhã, não é? Perguntou Kate pelas minhas costas me assustando.

_Sim eu tenho e já falei pra você para de me chamar de Aninha, é irritante! Odiava quando ela me chamava assim.

_ E já tem planos?

_ Sim, vou levar a Emma ao médico durante a manhã e passar a tarde com meus bebês. Por que? ela parecia querer me pedir algo.

_ Bom... eu achei que podíamos sair, sabe? Saída de garota. quase ri da cara dela, ela parecia uma adolescente.

_ Kate, eu adoraria sair com você, mas eu não posso deixar meus filhos sozinhos e... Quis terminar mais fui interrompida.

_ Pode deixar comigo! Eu adoraria cuidar dos meus afilhados. Disse Leo entrando na cozinha.

_ Você não vai trabalhar amanhã? Perguntei.

_ Só de manhã, à tarde estou livre. Respondeu sorrindo.

_ Vamos Ana!!! Os meninos vão se divertir com o Leo, eles precisam sair um pouco daquele apartamento e eu realmente preciso de algumas horas com minha melhor amiga. ela me olhou com aqueles olhinhos do gato do Shrek.

_ Bom... eu tenho certeza que os meninos vão adorar e eles realmente sentem falta de passar mais tempo com você... tudo bem! Vou ser toda sua amanha de tarde Kate!

_ SIIIIIIIIIM!! Você é a melhor amiga do mundo! Você vai ver, vamos nos divertir muito. Espero você no meu apartamento depois de você deixar os meninos com o Leo. Ignorei o ataque de alegria dela e me dirigi ao Leo.

_ Posso deixar os meninos na sua casa depois do almoço?

_ Claro que sim, estarei esperando. Agora vocês duas podem ir pra casa, já está ficando tarde.

Kate e eu nos despedimos e fomos cada uma por um lado, eu ainda tinha que pegar os meninos. Quando eu trabalhava de noite a minha vizinha, uma senhora de uns 60 anos, cuidava dele. Ela era um anjo e considerava os meus bebês como seus pequenos netinhos, mas ela só podia fazer isso duas vezes por semana, para minha sorte, bem nos dias que eu tinha turno à noite.

Corri até o meu prédio e fui ao apartamento da senhora Charlote, ela e recebeu com um sorriso no rosto e me informou que mês bebes já estavam dormindo, tive que fazer duas viagens para levar os dois dormidos ao quarto deles. Vê-los dormir era sempre uma delícia, seus pequenos corpos embrulhados no cobertor e o peito deles subindo e descendo pela respiração. Pareciam tão tranquilos e em paz. A minha vida podia ser uma loucura e podia estar cheia de problemas, mas vê-los assim de deixava em paz, feliz de tê-los comigo.

No dia seguinte acordei cedo, Emma tinha consulta no medico às 8 horas e se eu perdesse essa consulta teria que esperar para poder marcar outra. Levantei da cama e me arrumei muito rápido, estando pronta corri para arrumar os meus filhos, eles deram o mesmo trabalha de todas as manhãs, mas conseguimos sair com tempo suficiente de chegar ao hospital no horário da consulta.

Emma tinha consultas mensais, devido à doença dela eu precisava seguir cada mudança de seu estado. Depois que os exames terminaram, uma enfermeira levou Emma para botar sua roupa de volta e Noah, que não quis se separar da irmã, foi junto. Enquanto meus filhos não estavam o médico pediu pra falar comigo.

_ Senhora Steele, precisamos conversar sobre o estado da Emma. a seriedade em sua voz me deixou assustada.

_ É algo sério, doutor? Ela toma os remédios todos os dias, eu controlo isso sempre e ela vem todos os messes ao médico. Já era pra ela estar melhor não? Comecei a falar sem parar.

_ Senhora, preciso que relaxe e me escute. Me silenciei e fitei o médico esperando suas palavras. _ Emma não apresenta nenhuma melhora em sua condição e hoje eu pude notar que ela está regredindo.

_ Regredindo? Como isso é possível? Ela toma seus remédios todos os dias sem falta, ela deveria estar melhorando e não piorando! Estava desesperada. Como era possível? Ela deveria estar melhor.

_ Os remédios que ela está tomando não estão fazendo mais efeito. Desde o começo sabíamos que isto podia acontecer, no final das contas este nunca foi o tratamento adequado para o caso de Emma.

_ Mas o senhor disse que estes remédios a ajudariam!

_ E ajudaram, até agora. Mas eles não estão sendo mais efetivos.

_ Deve existir outra opção. Temos que tentar outra coisa! Minha voz subiu alguns tons, eu estava quase gritando com o médio.

_ Eu sinto muito Senhora Steele, mas só tem um tratamento efetivo no caso de Emma e...

_ Mais eu não posso pagar por ele e o seguro não cobre! Tem que ter outra opção, outro tratamento, algo que possamos fazer!!! eu entrei em pânico, precisava achar uma solução para isto, não podia deixar minha filha sofrer por minha incompetência.

_ Por enquanto vamos seguir com o mesmo tratamento, esperando que a mantenha estável por algum tempo, mas... eu recomendo que a senhora consiga o dinheiro urgentemente, não sei por quanto tempo estes remédios vão manter Emma estável.

Naquele momento meu mundo desabou, estava sem chão, não fazia a menor ideia do que iria fazer, precisava daquele dinheiro e o precisava agora. Minha cabeça caiu entre minhas mãos e as lagrimas, que até o momento segurava, começaram a cair.

_ Sinto muito senhora Steele, gostaria poder lhe dizer algo diferente, mas é o único que podemos fazer no momento.

Sentia meu corpo pesado, como se carregasse o peso do mundo nas costas. Enquanto me entregava ao sofrimento ouvi meus bebês rindo no corredor. Eles não poderiam me ver assim, eu tinha que ser forte, forte por eles, não podia me render, tinha que lutar! Lutar pela minha filha. Sequei minha lagrimas e abri o maior sorriso para os meus bebês quando eles entraram pela porta.

_ Já podemos ir mamãe, eu tô com fome! reclamou meu pequeno guloso.

_ Podemos sim meus amores, mamãe vai levar vocês pra comer uma coisa bem gostosa, vocês podem escolher e depois vou deixar vocês com seu padrinho! disse tentando parecer animada, eles pareceram não notar.

_ OBA!!! gritaram os dois. Peguei minha bolsa e depois peguei as mãozinhas dos dois saindo da sala, mas antes de sair me virei em direção ao médico.

_ Eu vou conseguir o dinheiro, doutro, eu vou conseguir. disse só para o médico escutar. _ Boa tarde doutor, obrigada por tudo. Meninos digam tchau pro doutor!

_ Boa tade doutor! os dois disseram juntos. _ Obligada. completou Emma.
Depois de sair do hospital levei meus pequenos pra comer. Eles queriam comer hambúrguer, então os levei pro Mc Donalds. Eles não costumavam comer esse tipo de comida, mas de vez em quando eu gostava de fazer um mimo pra eles e os deixava. Depois de observar meus dois filhos comendo felizes os levei para a cada do Leo. Ele já estava esperando por nós e nos recebeu com um sorriso gigante, os meninos entraram correndo depois de se despedir de mim.

_ Você está bem? Perguntou Leo preocupado. Ele me conhecia muito bem, com certeza ele tinha notado que meu sorriso forçado.

_ Estou bem. tentei mentir.

_ Eu sei que não está, posso ver nos seus olhos. nunca podia mentir pra ele, soltei um risinho triste e respondi.

_ Prometo te contar depois. ele parecia querer responder, mas não deixei. Cuide bem dos meus filhos, eu passo por eles a noite.

_ Tudo bem e pode deixar eu sempre cuido bem dos meus afilhados. sorri pra ele e andei em direção ao elevador.

Sai do prédio do Leo e decidi ir andando até a casa da Kate, andar me faria bem, eu precisava arejar a cabeça, tentar achar uma solução a tudo isso. A caminhada não ajudou muito, sentia como se alguém estivesse martelando minha cabeça, não conseguia pensar corretamente. Continuei andando e antes de perceber eu já estava em frente ao prédio dela. Chamei pelo interfone e Kate liberou minha entrada. Quando ela abriu a porta eu só consegui fazer uma coisa, chorar. Desabei na frente de minha melhor amiga, chorei como nunca tinha chorado antes, muito mais do que eu chorei quando ele me abandonou. Kate me segurou, fechou a porta e me guiou até o sofá, lá eu deitei no colo dela e chorei até ficar sem lagrimas. Ela não disse nada, só ficou ali fazendo carinho na minha cabeça e nas minhas costas, era isso o que precisava, um colo de mãe. Depois, de não sei tanto tempo, eu estava mais calma.

_ Agora você vai me contar o que aconteceu? disse carinhosamente. Eu não conseguia falar. _ Você sabe que eu te amo, não sabe? Você é minha melhor amiga e eu faria qualquer coisa por você. Se você não quiser falar eu entendo, mas saiba que eu estou aqui pra você. eu realmente tinha a melhor amiga do mundo.

_ É a Emma. respondi com a voz embargada. _ Os remédios não estão fazendo mais efeito e ela pode piorar Kate, eu não sei que fazer. Kate pareceu estar assimilando a informação porque demorou um pouco até responder.

_ Mas deve ter alguma coisa que possamos fazer! O que o médico disse? perguntou preocupada.

_ Ela precisa de um tratamento mais especifico, mas ele é muito caro, eu não tenho dinheiro pra bancar esse tratamento. Se eu não conseguir o dinheiro ela... eu não sei quanto mais ela vai resistir. Os remédios atuais só a mantém estável, mas o médico não sabe por quanto tempo mais isso vai funcionar.

_ Meu Deus, isto não pode estar acontecendo... agora era ela quem chorava.

_ Eu não posso perde-la Kate, não posso perder minha princesinha, não suportaria perde-la. minhas palavras pareciam mais um suspiro e as lagrimas começaram a cair de novo.

_ Anastasia! Olha pra mim. disse Kate me olhando com os olhos marejados, mas podia ver determinação neles também. _ Você não vai perder a Emma, está me ouvindo? Nós vamos dar um jeito de conseguir esse dinheiro, eu sei que vamos. Emma é uma criança forte e eu sei que ela vai aguentar até a gente conseguir esse dinheiro. Vamos lutar até o final. suas palavras me comoveram e reacenderam a esperança dentro de mim.

Ficamos abraçadas por muito tempo, nos apoiando uma na outra e um silencia reconfortante. Até que ela quebrou esse silencio.

_ Ana, eu sei que você não gosta de falar disso, mas... eu não sabia a onde ela queria chegar com isso. _ Você me contou que o pai dos gêmeos é de uma família rica. Eu sei que a última coisa que você quer é se encontrar com esse homem, mas ele poderia ajudar, no final das contas ele é o pai da Emma, é responsabilidade dele também. sua pergunta me chocou, claro que tinha pensado nessa possibilidade antes, muito antes.

_ Kate, pela minha filha eu faria qualquer coisa, enfrentaria aquele homem de novo e seria capaz até de me ajoelhar aos seus pés se fosse necessário, mas eu não sei como acha-lo. Eu procurei por ele anos atrás quando descobri sobre a doença da Emma. era difícil me lembrar disso, o desespero que senti ao saber da doença de minha filha. _ Eu ligue pra casa dele algumas vezes, no começo só uma empregada atendia dizendo que ele tinha viajado e que não podia me dar o contato dele. Mesmo assim eu continuei ligando, mas da última vez fiquei sabendo que eles não moravam mais lá e que ninguém sabia onde eles estavam.

_ Sinto muito, Ana, eu pensei que... ela parecia arrependida por ter mencionado ele.

_ Tudo bem Kate , você não sabia.

_Olha, nós não precisamos dele. Vamos conseguir o dinheiro e curar minha pequena, eu prometo.

_ Obrigada, eu não sei o que eu faria sem você. Você o Leo são a única família que eu o os meninos temos, não sabe?

_ Sei sim e como família, nós vamos proteger vocês. Ela me abraçou mais uma vez, só que desta vez foi mais curto. Nesse momento eu notei o motivo deu estar na casa de Kate.

_ Oh, Kate eu sinto muito! Você me chamou pra falar e ter um dia de meninas e eu acabei jogando meus problemas encima de você!

_ Hey! Para com isso, não seja boba. Seus problemas são meus também, além disso, isto e bem mais importante que meus problemas ridículos de adolescente. Disse fazendo bico, e pela primeira vez nesse dia consegui sorrir de verdade, sem ter que fingir. Tenho que admitir que depois da conversa com Kate me sentia mais aliviada

_ Você não é mais uma adolescentes Kate. Disse rindo dela.

_ Eu sei, mas ultimamente estou parecendo uma, mas não quero te importunar com meus problemas.

_ Não diga isso, você sempre está aqui pra me ouvir, eu quero estar aqui pra você também.

_ Não é nada importante, é sério. É só aquele cara com quem eu saí, ele só queria me levar para cama, ele é um maldito porco.

_ Eu sinto muito Kate, você merece algo mil vezes melhor.

_ Eu sei, eu chamei você aqui pra reclamar dele e me empanturra com comida gordurosa. nos duas rimos depois disso. _ Bom já te contei o meu problema, agora vamos iniciar com o plano.

_ Plano? Que plano?

_ O plano para conseguir o dinheiro, claro. Primeiro: você e as crianças vão se mudar pra cá, depois pensamos no resto. Disse ela muito séria sobre sua decisão.

_ O que? Não Kate, eu não posso simplesmente invadir sua casa com duas crianças.

_ Para com isso, essas crianças são meus afilhados e eu os amo. Se você se mudar pra cá pode guardar o dinheiro do aluguel, não é muito, mas é um começo.

_ Kate, eu não quero atrapalhar sua vida, eu sei que você ama as crianças, mas tê-las aqui na sua casa todos os dias não vai ser fácil. Você tem sua própria vida e... Ela me interrompeu.

_ Se você falar mais alguma coisa sobre me atrapalhar eu vou bater em você! Eu quero vocês aqui! Não consegui dizer mais nada. Kate era uma pessoa maravilhosa e ela demonstrava isso pra mim todos os dias. _ Meu apartamento é um pouco maior que o seu, mas só tenho dois quartos, você eu vamos ter que dividir um.

_ Você é uma pessoa maravilhosa Kate. Agradeço muito pelo que você está fazendo por mim e pelos meus filhos. Pelo menos me deixa ajudar com uma parte do aluguel.

_ Claro que não! Você sabe que meus pais me ajudam com o aluguel, até eu me formar. Você não precisa se preocupar com isso. Você e as crianças vão se mudar ainda esta semana.

_ Eu não tenho outra opção, tenho?

_ Não mesmo! Vocês não vão fugir de mim senhorita Anastasia. Eu ri de novo.

_ Tudo bem então, mas depois não vem dizer que eu não avisei. Ela sorriu pra mim e se levantou de um pulo.

_ Bom agora acho que poderíamos seguir a programação original e nos encher de comida gordurosa! ela parecia muito anima por isso, toda a tensão que sentia desde que sai do hospital tinha sumido, a preocupação ainda está lá, mas eu me sentia muito mais calma, eu sabia que conseguiríamos o dinheiro. _ O que você acha de pizza? Ou prefere hambúrguer?

_ Pizza está ótimo!

Assim passamos o resto da tarde, comendo pizza e conversando sobre amenidades e sobre a mudança. Kate já tinha planejado tudo, eu e os meninos não tínhamos muita coisa, então seria fácil. Ficar assim com Kate me ajudou muito, saber que eu não estava sozinha era um grande alivio.

Já estava escuro lá fora e era hora de pegar os meus pequenos na casa do Leo. Despedi-me de Kate, prometendo que nos mudarias no final de semana, e fui procurar meus bebês. O porteiro do prédio de Leo já me conhece então me deixa entrar sem problemas. Subi até o andar dele e toquei a campainha. Alguns segundos depois Leo abriu a porta com lindo sorriso, mas ele estava todo descabelado e parecia muito cansado.

_ Oi.- disse ele me dando espaço para entrar.

_ Oi, Tô vendo que meus filhos deixaram você cansado. Disse rindo.

_ Você não faz ideia, esses meninos têm energia de sobra. Mas agora eles já estão dormindo.

_ Eles devem estar cansados, estavam morrendo de vontade de passar um tempo com você.

_ Eu também estava. Respondeu ainda sorrindo. Nos dois ficamos em silencio por algum tempo até que decidiu terminar com ele. _ Então, acha que pode me contar o que está te atormentado agora? Você parece muito melhor, mas ainda assim percebo que tem alguma coisa te incomodando. Sabia que não poderia fugir dessa conversa, eu devia isso a ele. Ele sempre esteve pra mim e pros meus filhos e trata-os como se fossem seus próprios filhos, ele tinha direito de saber.

_ Achei que você já tivesse se esquecido disso... tentei enrolar um pouco.

_ Você sabe que não, eu sei que tem alguma coisa erra e eu quero saber o que é. Vem senta aqui. Disse apontando o lugar no sofá ao lado dele. Sabendo que não tinha escapatória, me sentei ao seu lado.

_ É sobre a Emma... ao ouvir isso o rosto dele mudou completamente, a sua preocupação inicial se transformou em desespero. Eu sabia o quanto ele amava a Emma e o Noah e sempre se preocupou pela saúde dos dois, principalmente a da Emma. _ O tratamento não está fazendo mais efeito... ela precisa de um mais especifico, mas... é muito caro. Mesmo já tendo chorado muito hoje, algumas lagrimas teimaram em cair.

Ele não disse nada apenas me puxou e me abraçou. Podia ver que ela se segurando pra não chorar.

_ Nós vamos dar um jeito, eu prometo. Disse ele ainda me abraçando.

_ Obrigada, eu sei que vamos. Ficamos abraçados mais um pouco, mas eu não queria dar falsas esperanças a ele, então me soltei do seu abraço.

_ Bom acho que você e os meninos deveriam voltar pra cá, assim você poderia guardar o dinheiro do aluguel. eu não consegui evitar e comecei a rir. Eu realmente tinha amigos incríveis, tão incríveis que os dois tinham pensado o mesmo.

_ Posso saber por que está rindo? Eu estou falando sério, aqui tem espaço suficiente e eu adoraria ter as crianças mais perto de mim.

_ Eu sei , não e disso que eu estou rindo, sei que você nos receberia de braços abertos e eu agradeço por isso, mas Kate já me fez a mesma oferta e eu aceitei... bom eu fui quase obrigada a aceitar mas... antes de terminar ele me interrompeu.

_ Você e as crianças morando com aquela maluca?! De jeito nenhum! Ela mal consegue cuidar dela mesma, além disso... desta vez foi minha vez de interromper.

_ Leo, eu sei que você tem boas intenções, mas nós vamos ficar bem com a Kate, além disso eu já aceitei, não posso simplesmente falar pra ela que mudei de ideia.

_ Droga, a Kate sempre está um passo à frente! Disse rindo. _ Mas você sabe que se quiser vocês são bem-vindos em minha casa sempre.

_ Eu sei, obrigada. Acho melhor ir pra casa. Fiquei de pé e Leo veio atrás de mim.

_ Fiquem aqui hoje. Os meninos já estão dormindo e é tarde demais pra vocês saírem, eles podem ficar doentes. tentei recursar mais ele continuou. _ Eu prometo deixar você em casa amanhã bem cedo!

_ E posso saber onde eu vou dormir, já que meus pequenos estão no quarto de hospedes? eles deveriam estar todos esparramados pela cama.

_ Você pode dormir no meu quarto. eu já ia me opor quando ele continuou. _ Não se preocupe que durmo aqui no sofá, você pode ficar com minha cama todinha pra você.

Eu não podia fazer isso com ele, eu sabia que era errado, não era nem por tirar a cama dele, mas eu sabia o que ele sentia por mim, não queria que ele criasse expectativa sobre algo que provavelmente não iria acontecer. Eu queria realmente me apaixonar por Leo, com todas as minhas forças, mas eu não podia. Meu coração tinha congelado anos atrás, pelos menos era isso o que sentia. Mas será que eu estava certa? Será que eu realmente nunca amaria ninguém como eu amei ele? Se existe alguém neste mundo que merece meu amor, esse era o Leo. Um homem com um coração de ouro, que cuidou de mim e de meus filhos. Se existe alguém capaz de derreter meu coração, esse com certeza é o Leo. Seria tão ruim assim dar uma chance a ele? Fiquei divagando por alguns segundos.

_ Então? Topa? perguntou Leo esperando minha resposta.

_ Eu não quero botar você pra fora de sua cama Leo.

_ Bom... eu não me importaria comparti-la com você. disse olhando para o chão. Eu senti meu coração perder uma batida.

_ Leo, eu... ele chegou mais perto e segurou meus ombros.

_ Não fala nada... olha eu sei que você sofreu muito e entendo que você tenha medo de iniciar um relacionamento novamente, mas... eu amo você Ana, amo você e as crianças. Eu jamais faria nada pra machucar vocês. Eu só estou pedindo uma chance de te mostrar que eu posso fazer vocês felizes. Você disse que precisava de tempo e eu te dei 3 anos. Meu coração agora batia em uma velocidade incontrolável. _ Você merece uma chance de ser feliz, eu quero dar ela à você. Disse segurando meu rosto com as duas mãos.

Será que eu posso? Esquecer o passado e continuar com minha vida? Ele estava realmente disposto a me aceitar a pesar de meu passado. Eu estaria disposta a ficar com ele, mesmo não sentindo o mesmo que ele sentia? Uma parte de mim dizia que era errado, mas outra parte, agora mais forte, gritava para dar uma chance a este novo sentimento. Ele podia não ser tão intenso quanto o anterior, mas era puro e cálido.

_ Tudo bem. Respondi baixinho.

Pude ver um grande sorriso se formando em seu rosto, ele parecia não acreditar nas minhas palavras.

_É sério? Você realmente vai me dar uma chance? Só consegui balançar a cabeça afirmando. _ Você não faz ideia de quão feliz estou me sentindo neste momento, você me fez o homem mais feliz do planeta! Disse me abraçando forte.
Segundos depois nos separou um pouco mais sem descolar os nossos corpos por completo. Seu rosto estava a milímetros do meu, eu sabia o que iria acontecer e no mesmo segundo me vi desejando o mesmo. Pude sentir seus lábios tocando os meus levemente, ele parecia esperar uma reação em contra, mais eu fiz o contrário, diminui nossa distância e o beijei. O beijo foi calmo e cálido, tenho que admitir que eu realmente gostei. Era diferente do beijo... dele.

Nos separamos quando o ar começou a faltar, mas sem soltar-nos.

_ Esse foi um bom começo. Comentei envergonhada.

_ Fo um excelente começo. Ele sorriu olhando diretamente nos meus olhos. _ É melhor irmos dormir, amanhã eu levo você e as crianças para casa.

_ Ok, mas deixa que eu fico no sofá. Eu realmente não queria expulsar ele do quarto dele.

_ De jeito nenhum, a cama é toda sua, eu fico no sofá. Jamais deixaria uma dama dormindo no sofá. Disse sorrindo e me dando selinho. _ Eu vou pegar um cobertor e uma almofada, se você quiser pode tomar um banho e pegar uma roupa minha pra dormir.

Foi isso que eu fiz, fui até o quarto do Leo e entrei no banheiro para tomar meu banho. Devo admitir que não era tão estranho quanto eu achei que seria. Eu sempre vi o Leo como um irmão mais velho e eu sempre me senti confortável perto dele, mas agora a situação é outra. Leo é uma pessoa maravilhosa e eu sei que se eu der uma chance eu consigo me apaixonar por ele.

Tomei meu banho calmamente, já tinha pegado uma camiseta do Leo na gaveta dele, á vesti e sai. Quando passei pela porta me encontre com Leo pegando umas coisas no armário, quando ele me notou ele se virou e me encarou.

_ Você não faz a mínima ideia de como fica linda com minha roupa. disse com um sorriso sapeca no rosto. Eu fiquei muito sem graça e tenho certeza que meu rosto ficou que nem um tomate.

_ Para de me olhar assim, está me deixando sem graça! Respondi olhando para o chão.

_ Melhor ainda, você fica ainda mais linda com o rostinho corado, a Emma herdou isso de você, sabia? nesse momento me lembre de minha menininha, ela realmente ficava corada facilmente, mas a diferença de mim, ela fica corada quando estava irritada ou com raiva, não constrangida, já que isso quase não acontecia.

_ Pois é, mal de família! Disse resmungando.

_ Pois eu acho que é uma característica adorável! Disse chegando perto de mim e segurando meu rosto para poder me olhar nos olhos. _ Boa noite pequena. Disse me dando um selinho.

_ Boa noite. Respondi sem graça e ele saiu pela porta.

Deitei-me na cama consciente de que partir desse dia as coisas seriam diferentes, eu teria que lutar pela minha pequena, mas eu não estava sozinha, eu tinha a Kate, minha melhor amiga, correção, minha irmã, e agora tinha um namorado que me amava e amava meus filhos. Eu sabia que nunca estaria sozinha, nem eu e nem meus filhos.


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Notas finais do capítulo

Eles estão namorando!!! Pode parecer rápido, mas vocês tem que considerar que eles se conhecem há 3 anos! e ela também está fragilisada e precisando de alguem ao seu lado. Espero que tenham gostado.