Até o Fim escrita por Juh Nasch


Capítulo 1
Prólogo


Notas iniciais do capítulo

É a primeira vez que escrevo uma história desse caráter, então peço que sejam gentis e compreensivos.
Boa leitura :)



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O divórcio é quase sempre encarado para as pessoas como o fim da linha. Bom, fico feliz em dizer que no caso dos meus pais isso é completamente equivocado. O divórcio foi sem dúvida o começo.

Eles eram o típico casal adolescente que tinham se casado cedo demais, por estarem extremamente apaixonados no final do ensino médio. E é claro que minha mãe tinha que engravidar e eles tinham que comprar um pequeno apartamento e dividir as contas de forma sensata, como adultos responsáveis, coisa que certamente não eram.

No inicio, como sempre, foi uma maravilha. Conseguiram um bom apartamento, e meu pai, Stevens, conseguiu um bom emprego de meio-período enquanto no outro terminava a faculdade de Direito. Minha mãe se equilibrava entre cuidar de um pequeno restaurante da família, que pertencia ao meu avô, e claro, a ser uma excelente e preocupada mãe.

Durante minha infância, os dois se acostumaram a mesmice da vida a dois. Meu pai chegava em casa, cansado pelo dia de trabalho, dava um beijo suave na testa de minha mãe, que estava de avental cozinhando, e me dava um beijo na bochecha enquanto eu brincava com minhas bonecas. Jogava-se sobre o sofá e era ali que permanecia até a hora do jantar, focado nos telejornais ou em algum canal de esportes.

E com o tempo, isso foi cansando aos dois. Eles não se pareciam em nada com os pais de minha amiga Eliza. Tinham perdido aquele brilho no olhar ao olharem um para o outro.

Até que um dia, eu já havia completado doze anos, eles me chamaram para a sala:

“Samanta!” escutei a voz do meu pai no corredor.

“Já estou descendo.” gritei por cima do ombro enquanto dava pausa em um episódio de Teen Wolf e descia correndo as escadas.

“Já disse pra não descer assim, você vai acabar caindo.” minha mãe, Cristina, disse enquanto se sentava no sofá.

Não pude evitar e revirei os olhos. Sentei-me no tapete, de frente para eles e de pernas cruzadas.

“Então?” ergui uma das sobrancelhas. Eles se entreolharam e meu pai pigarreou antes de prosseguir.

“Filha, você sabe que eu e sua mãe te amamos independente de qualquer coisa, certo?”

Acenei afirmativamente com a cabeça e esperei, esperando que prosseguissem. Minha mãe esfregou uma mão na outra antes de falar.

“Querida, eu e seu pai conversamos e...” ela soltou um suspiro. “Achamos que isto...” ela apontou pra ela e, em seguida, para ele. “Que nós não estamos mais dando certo.”

“Decidimos que seria melhor se, bem, eu fosse morar em outro lugar, entende?” meu pai continuou.

“Estão me dizendo que vão se separar?” perguntei cética e mamãe balançou a cabeça em concordância.

“Mas isso não vai mudar nada, Sam.” meu pai disse. “Continuaremos se vendo. Nenhum de nós dois será mesquinho e não deixaremos isso te afetar. Só pense nisso como... Você poderá ter duas casas. Poderemos sair mais.”

“Não fique preocupada.” minha mãe completou.

“Eu não estou.” e naquele momento estava sendo completamente sincera. Parte de mim sentia-se aliviada. Não aguentava mais conviver com aquele clima em casa. Tinha medo que as coisas se agravassem, como alguma traição, brigas ou algo assim. Mas não, meus pais realmente haviam amadurecido e resolvido as coisas de forma responsável. Me sentia orgulhosa por eles.

“Que tal comermos uma pizza, então?” meu pai disse descontraído e vi minha mãe abrir um sorriso.

Não era tão ruim assim. Ambos tinham trinta anos, eram jovens e tiveram que assumir um compromisso sério cedo demais. Eles poderiam ainda ser amigos, certo? Eu esperava que sim.

Me levantei e fui arrumar a mesa com minha mãe, enquanto meu pai discava o número da pizzaria.


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Notas finais do capítulo

A introdução não nos dá nada empolgante para continuar, mas prometo que aos poucos, o clima vai começar a melhorar.
Um beijo, um queijo e até o próximo capítulo!



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