Beacon Falls: Parte 1 escrita por Bloody Unicorn


Capítulo 3
Lydia




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Ao entrarmos na cafeteria, O Xerife Stillinski olha para Dean com um alivio nos olhos, como se não esperasse que ele aparecesse. Stiles me contou que seu pai ajudou a criar Dean, após a morte do pai dele. Stillinski abraça Dean, que não esperava o afeto, mas acaba retribuindo. Eles pareciam constrangidos e felizes ao mesmo tempo. Me pego pensando que quando Dean e Stiles se reencontrarem, o mesmo afeto não será demonstrado. Eu consigo entender os dois lados. Fui eu que consegui convencer Stiles a ligar para o irmão. Precisava ser ele, assim Dean notaria que o problema era grande. Demorou um pouco, mas ele acabou me ouvindo. Nós estávamos nos atolando em afazeres e isso só nos fazia ser menos eficientes. Precisávamos de ajuda. E não de qualquer ajuda.

Eu só esperava que essa intriga entre irmãos não atrapalhasse nosso trabalho. Eu já havia me acostumado a prever as mortes, mas não aguentava mais achar os corpos. Não sei se aguentaria prever a morte de mais alguém que amo.

...

–-- No começo, eram apenas ataques aleatórios. Gins, fantasmas e etc. –-- Eu respondo a pergunta de Sam. --- Resolvemos um de cada vez. E eles haviam parado mas agora não está mais fazendo sentido. Três médicos sumiram, e apareceram mortos na floresta. E agora, um garoto e uma garota que estudavam com a gente sumiram também. Mas eu ainda não os encontrei. –-- Os dois me olham confusos quando eu digo isso mas não fazem nenhuma objeção.

Sam, Dean, o Xerife e eu, estávamos conversando há quase uma hora na Bloomy Coffee. Dei detalhes de tudo que já havíamos enfrentado e eles se mostraram saber de tudo sobre o assunto. Tentei não mencionar o fato de que Stiles prometeu comparecer, já que ele claramente não viria.

–-- Os médicos e esses adolescentes tem algo em comum? –-- Pergunta Sam.

–-- Não, tirando a profissão dos três e agora dois que estudavam na mesma escola, nada. –-- Eu comento sem me dar conta de que eles não sabiam.

–-- Estudavam? Acha que eles já estão mortos? –-- Dean pergunta.

–-- Bom, eu ainda não senti nada mas acho que é bem provável. –-- Eu digo sem me dar conta de que eles ainda não sabiam o que eu era. Deus, nem eu sabia direito o que eu era. Sam e Dean pareciam confusos.

–-- Você ainda não sentiu? –-- Dean me pergunta. –-- É uma vidente ou algo assim?

Ele me olha nos olhos pela primeira vez desde que entramos na cafeteria. Tive a impressão de que os estava evitando. Os olhos dele eram verdes, parecidos com os meus.

–-- Algo assim. –-- Eu começo a dizer, passando os dedos por minha xicara, que agora já estava fria. Fiquei nervosa, sempre tem a possiblidade das pessoas não entenderem. Ainda mais caçadores. Meu silêncio começou a pesar quando o Xerife se prontificou.

–-- Ela é uma Banshee. –-- Ele diz.

–-- Achei que Banshees fossem como espíritos, e só aparecessem para alertar a morte de alguém. –-- Disse Sam, ele parecia confuso, mas interessado. Os dois não deram a impressão de que iriam me prender ou atirar em mim, o que era plausível já que não havia ninguém no estabelecimento além de nós. Natalie, a dona, tinha ido buscar o irmão caçula na delegacia e iria levá-lo para casa. Como o Xerife estava conosco, ela fechou o lugar e nos deu a chave.

–-- Não exatamente. –-- Eu começo a explicar.

Contei-lhes tudo que considerei importe. A primeira vez que senti a morte, os gritos, as vozes... Quem me disse o que eu era e etc. Não deixei de fora o fato de que eu ainda não tinha plena consciência de meus poderes. Ainda estava aprendendo. Quando terminei, Dean parecia curioso e deu um meio sorriso bem charmoso.

–-- Você é a primeira criatura que não tenho vontade ou motivos pra matar. –-- Ele falou como se fosse um elogio, então eu apenas sorri.

–-- Falando nisso. Temos que ser diretos aqui. –-- Eu cruzo meus dedos na mesa e olhos para os dois caçadores na minha frente. –-- Alguns de meus amigos são lobisomens. Minha melhor amiga já namorou um, antes de morrer. –-- Minha voz falha ao lembrar-me de Allison. Eu olho para baixo, por um momento, tentando não mostrar meus olhos lacrimejando. E continuo. –-- Eu já namorei um. E são eles, junto com nós, que estão lutando contra esses monstros. Eles não são o inimigo. Ou seja, não podem matá-los. –-- Minha voz e expressão estavam firmes. Eu os olhava nos olhos e eles pareciam surpresos. Não esperavam minha atitude.

Antes que eles pudessem responder, meu celular toca. Eu peço licença e saio na rua, que agora estava menos movimentada, os policias tinham conseguido mandar a maioria das pessoas para casa. Algumas continuavam, fazendo vigília na porta da delegacia. O identificador de chamada mostrava que era Stiles.

–-- Olá Sr. Eu Prometo Que Vou Mas Não Conte Com Isso. –-- Eu digo sarcástica.

–-- É, foi mal por isso. –-- Ele diz. Ele parecia mais tranquilo do que esperava. Eu ouço o barulho da água do chuveiro e sei que ele está com a Elena. –-- Ouvi no rádio da policia que ainda não acharam o garoto e a Heather, já faz uma semana. Você não sentiu nada?

Eu senti a necessidade de confortá-lo, mas não sabia exatamente o que dizer.

–-- Não, eu não senti nada, deve ser um bom sinal. –-- O padrão havia mudado e não pareciam ser mortes sobrenaturais. Não fazíamos ideia do que estava acontecendo, e eu sentia que só iria piorar.

–-- Pois é. Vocês podem vir até o apartamento do Derek? Podemos começar a investigar.

–- Ok. Mas você está preparado pra ver seu irmão? Achei que o seu furo de hoje fosse um mau sinal. –-- Eu pergunto. Olho para o lado de dentro da cafeteria e os três parecem envolvidos em uma conversa séria.

–-- Eu tô preparado pra resolver o que temos que resolver. –-- Ele diz –-- Eu só dormi demais hoje.

Depois que desligamos o telefone eu entro na loja novamente e paro ao lado da mesa, apoiando as mãos nela.

–-- E como estamos no quesito: “Não podem matar meus amigos!”? –-- Eu mantenho minha expressão firme. Eu tinha esperanças de que quando eles os conhecessem, veriam que não havia problema ali. Eles continuavam sérios. Mas foi Dean que decidiu falar.

–-- Decidimos que não vamos matar os seus... amigos. –-- Dean parece estranhar a palavra. Como se eu tivesse falado que gostava de mulheres na frente de religiosos fanáticos. –-- Se, e apenas se, eles conseguirem se controlar e não acabar com a vida de alguém inocente. Um deslize, e eles já eram. –-- Eu o encaro firmemente.

–-- Eles não vão deslizar. –-- Eu lhes garanto. Eu conto do telefonema e nós saímos para a rua. O Xerife nos avisa que não poderá ir, então, nós seguimos em frente. Eu entro em meu carro e observo Dean e Sam me seguindo atrás. E tenho um mau pressentimento.


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