O Acordo Perfeito escrita por Mila Karenina


Capítulo 35
Juízo Final


Notas iniciais do capítulo

Primeiramente eu gostaria de agradecer as lindas: Merida, Daiane Falcão e Lika Guedes que recomendaram a história! Li cada uma das recomendações e amei todas, vocês são maravilhosas ♥ e o capítulo é dedicado a vocês!
Esse capítulo foi escrito em 3 horas por isso erros serão encontrados aqui e ali, mas espero que gostem mesmo assim!
A cantora da vez foi a Clarice Falcão. Survivor é vida, escutem...
Só isso,
XOXO



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Matt:

Acordar com a Mel em meus braços com certeza é algo incrível. O jeito que seu delicado corpo se encaixa ao meu é maravilhoso e o seu cheiro de perfume doce me encanta totalmente. É, parece que a vida de farra acabou e a paixão nasceu e por estranho que pareça, eu gosto disso. Gostar de estar apaixonado? É, isso mesmo! Eu sempre associei paixão com suicídio, mas com a Mel foi tudo diferente. A ideia de trocar juras de amor e falar com voz de neném sempre me embrulhou o estômago e na verdade, ainda embrulha, mas admito que cometi um erro ao generalizar as mulheres. Eu achava que no alto de meus dezoito, quase dezenove anos, já havia conhecido todo tipo de mulher. As delicadas e as brutas, as pegajosas e as que não se importavam, as chatas e as divertidas, as calmas e as raivosas. São muitos tipos de mulheres mesmo, mas eu me surpreendi ao descobrir uma que era tudo isso, a nossa querida Mel. Não me culpem por dizer que ela é tudo isso, vamos lá, vocês vão concordar comigo. Ela possui um rosto delicado e ás vezes me lembra uma boneca, mas pode dar excelentes socos e ótimas respostas em discussões e talvez por isso, eu possa dizer que ela também é bruta. Quando ela se apaixonou por Mike ela não media esforços para conquistá-lo e era até um pouco pegajosa, mas quando se apaixonou por mim (sempre soube) não se importou e se manteve firme até eu admitir o que sentia por ela, então ela também faz o tipo "não se importa". Ela pode me deixar entediado ao falar dos livros de Jane Austen, mas também me deixa fascinado com seus conhecimentos sobre games. Chata e divertida. Normalmente, a Mel é a calmaria em pessoa, mas basta algumas palavras e você consegue tirá-la do sério. Calma e raivosa. A Mel é em si, contraditória e isso me encanta.

Me movi vagarosamente para o lado, não queria acordá-la, mas foi inevitável. Mel arregalou os olhos verdes que sempre pareciam enxergar a sua alma e sorriu em seguida. Ela me abraçou com uma ternura que eu seria incapaz de sentir em outra pessoa. Ela parecia serena e eu não pude deixar de sorrir quando ela brincou com a própria franja. Nós finalmente parecíamos acertados. A pequena brincou com meu cordão e em seguida o tirou.

— O que está fazendo com isso? — perguntei enquanto ela examinava o cordão em suas mãos.

— Isso agora fica comigo.

— Não seja boba, Mel Melada. Esse é o meu cordão da sorte, preciso dele para o jogo.

— Não acredito que o astro do time acredita nessas coisas de sorte! — ela me provocou como sempre amava fazer.

— Sempre desconfiei que eu era o astro do time, já que amava babar por mim nos treinos.

—Não seja babaca — ela falou finalmente se levantando.

Melanie ainda estava nua, mas não mostrou qualquer vergonha de me olhar desse jeito e piscar um olho.

— Já ia esquecendo, eu aceito. Acho que ontem não deu tempo de responder ao seu tão forte pedido de namoro...

Ela falou isso e eu me segurei para não puxá-la de volta para o chão.

Mel:

Agora é oficial. Sim, Melanie Clarckson Guire não é mais virgem! Tá bom que isso não lá algo que eu deveria comemorar, mas quando seu agora namorado, resolve fazer um pedido de namoro maravilhoso com direito a rosas e afins, você meio que pira. E eu meio pirei. Tá bom, respira.

Já faziam algumas horas que nós havíamos nos separado e eu me sentia incompleta de alguma forma. Cada vez mais eu sentia que estava sendo tomada pela maldita baboseira romântica que eu sempre odiei. Por alguns segundos eu até cogitei ligar para ele e perguntar se faltava muito tempo para o jogo, mas o último resquício de sanidade que havia me sobrado impediu que eu fizesse tamanha babaquice. Eu ainda estava um pouco dolorida e minhas pernas doíam. Decidi que vestiria um vestido fresco, acabei por vestir um verde que era quase da minha idade e me senti linda assim mesmo. Prendi meu cabelo em um coque e saí do quarto like a boss.

Breeze se encontrava apoiada em uma das portas enquanto segurava uma ridícula bolsinha rosa choque. Seus cabelos estavam mais curtos agora e ela pareceu mais feia assim. Parte de seu branquíssimo pescoço estava à mostra e ela vestia shorts jeans e usava uma tomara que caia que lhe deixava ainda mais sem peito. A ruiva havia perdido o encanto pra mim, mas meu irmão parecia discordar.

Cory logo apareceu. O imbecil vestia uma camiseta preta que realçava seus olhos idênticos aos meus e calças jeans. Seu cabelo estava penteado para trás.

— Hey maninha! — ele cumprimentou.

— Bom dia, queridos fãs da majestade!

Breeze e Cory se entreolharam e caíram na gargalhada. Pareciam mesmo apaixonados por alguns segundos. Talvez Breeze fosse uma boa menina, diferentemente de sua amada tia. Mas só talvez.

Breeze veio até mim e cheirou meu pescoço como se fossemos íntimas.

— Seu perfume é bom! — ela elogiou e eu sorri.

— Obrigada, cunhada — dei o braço a torcer.

Saí pela porta cantarolando e meu pai que estava no jardim me observou curioso.

— Minha filha toda feliz! — ele disse regando as plantas como não fazia há anos.

— A vida é bela! — gritei enquanto caminhava para casa de Matt.

Ele riu e balançou a cabeça em negação.

Bati na porta algumas vezes e logo minha mais nova sogra, atendeu a porta. A senhora Hamilton parecia nervosa, mas assim que me viu sorriu.

— Oi Melanie, tudo bem? — ela perguntou de alguma forma sem graça.

— Oi! Estou bem e a senhora?

— Na medida do possível — ela riu. — Entre, o Matt está lá em cima, mas não recomendo que suba.

Ela falou e eu não entendi suas palavras no mesmo instante. O que estava acontecendo? Estaria o Matt com outra? Não, ele não poderia fazer algo assim. Apertei seu cordão que estava comigo. Eu precisava saber o que estava acontecendo, por isso ignorei as recomendações de minha querida sogrinha.

Subi as escadas com uma crescente sensação ruim. A porta do quarto de Matt estava aberta e eu escutava vozes altas vindas de lá e vozes masculinas. Quando cheguei ao quarto de Matt me deparei com a seguinte cena: Matt em cima de Mike o socando com força. No mesmo instante quis entrar no meio e fui ficando cada vez mais nervosa. A cara de Mike já era uma poça de sangue e Matt não parecia ter pressa em parar.

— Sempre soube que você era um canalha invejoso! — Matt falava enquanto socava o companheiro de time.

— Socorro! — gritei e recebi o olhar de Matt.

Essa distração foi o suficiente para que Mike acertasse um soco bem no olho esquerdo de Matt que pôs a mão no local e se levantou chutando a barriga do loiro.

A mãe de Matt apareceu na porta e pareceu tão chocada quanto eu. O sangue no uniforme de Mike era assustador e eu tinha certeza de que ele não poderia jogar nessas condições. Ela puxou Matt para o corredor e eu pude ouvir gritos como "você pirou"? E coisas do tipo.

Me aproximei de Mike que já se levantava do chão. Rasguei uma parte do meu vestido e aproximei do rosto do loiro, afim de limpá-lo. Passei o tecido por seu rosto e consegui amenizar a situação, mas sua boca sangrava muito e seus dois olhos estavam inchados. Matt havia feito um belo estrago e eu queria saber o que tinha acontecido.

— Pode me explicar o que diabos aconteceu aqui?

— Aconteceu que eu percebi o quanto o Matt é um traíra. Ele veio me dizer que vocês estão namorando, acredita? Que excelente amigo eu tenho! Ele sempre soube que sou apaixonado por você e fez isso comigo! Eu te amo Melanie e me arrependo de não ter dito isso antes que esse babaca tenha enchido a sua mente de insanidades! Você ainda vai perceber que sou a pessoa certa — Mike falou com lágrimas nos olhos e eu acabei por acreditar.

Pisquei os olhos várias vezes antes de finalmente perceber a presença de minha sogra.

— Mike, meu filho. Se eu fosse você eu ia embora, não sei o que você e o Matt arrumaram, mas não sei por quanto tempo posso mantê-lo quieto.

— Já passou da minha hora mesmo! — ele exclamou se levantando e levando o pedaço de meu vestido.

Continuei parada. Estava perplexa com aquilo tudo. A senhora Hamilton veio até mim e me puxou para que eu me sentasse na cama. Ela agora parecia calma.

— Melanie, minha querida — ela exclamou. — Eu nunca tinha visto o Matthew tão nervoso, meu Deus! Perguntei o que aconteceu, no entanto ele não disse nada, apenas sussurrou algo como "Mel". Você sabe o que aconteceu? Pode ser sincera, não vou te julgar.

Suspirei.

— O Mike disse que é apaixonado por mim e eu acho que o Matt disse que estamos namorando e os dois perderam a cabeça.

— Hum... O Matthew parecia bem nervoso, você sabe de mais alguma coisa? — ela questionou.

— Não.

— Ok. O Mike é bom garoto, eu gosto muito dele e o considero como um filho pra mim, seja lá o que aconteceu entre os dois, espero que se resolva logo. Agora vá ver o seu namorado — ela disse parecendo simpática.

Saí do quarto e logo dei de cara com Matt que agora parecia mais calmo e igualmente envergonhado. Sem pensar duas vezes, lhe dei um belo soco no braço.

— Ai! — ele gritou fingindo dor e rindo em seguida.

— O que foi que te possuiu desse jeito? O demônio? Se benze menino! Você é um jogador de vôlei, não um lutador de MMA!

— Aquele babaca mereceu.

O rosto de Matt não tinha muitas evidências da briga. Apenas um leve roxeado em seu olho esquerdo entregava que ele havia brigado.

— Pode me contar exatamente o que aconteceu? — pedi.

— Posso claro. Esse imbecil veio aqui dizer que estava apaixonado por uma garota e eu aproveitei e contei do nosso namoro e ele começou a me acusar disso e aquilo dizendo que gosta de você, perdi a cabeça e soquei a cara dele. Simples.

— Você está louco! Brigar por mulher, Matt? Você? Me poupe! — falei.

— Quando você sabe que a mulher é a mulher da sua vida, você não se importa em ganhar um olho roxo — ele respondeu e foi como um tapa na cara.

Fiquei vermelha.

— Ei! Não precisa ter vergonha, é a mais pura verdade. Eu odeio essas coisinhas de amor, mas me sinto mal se não disser — ele continuou.

Me aproximei dele e beijei sua bochecha de leve. Ele logo me puxou ainda mais para si, enquanto descia uma das alças de meu vestido. O contato de suas mãos em minha pele, me despertaram, mas quando abri os olhos e me deparei com a mãe de Matt, me afastei.

— Em plena luz do dia? — perguntei.

— E tem hora pra fazer isso? — ele sussurrou.

— Claro que tem! Uma hora que a sua mãe não esteja olhando.

— Vem — ele me puxou para o seu quarto.

Nos sentamos na cama e logo já nos beijávamos novamente. Matt novamente começou a tirar a minha roupa, mas eu estava sem clima.

— O que foi? Não me diz que tá pensando no babaca do Mike! — Matt falou irritado.

— Não estou pensando nele e mesmo se estivesse, você não manda nos meus pensamentos!

— Foi mal, desculpa ok? Ainda estou irritado e está quase na hora do jogo! — ele exclamou.

— Como você e o Mike vão jogar juntos? Eu duvido que ele consiga jogar nesse estado.

— Eu também duvido, mas nós temos que acabar com aqueles imbecis e tem o vídeo também... — ele falou e eu fiquei confusa. Vídeo?

— Que vídeo é este?

— Eu e o imbecil do Mike conseguimos excelentes revelações daquele mascote. Inclusive uma ótima história sobre o Henry e o Dereck. Se eu te contar quem é o passivo, você pira! — Matt falou e novamente eu fiquei surpresa.

O som de uma música tirou nossa atenção. Era o telefone de Matt.

Ele pediu licença e foi atender. Depois de alguns minutos de discussão, ele desligou o telefone e soltou uma série de palavrões.

— O que aconteceu? — perguntei.

— Eu fui suspenso. Não poderei jogar hoje.


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Notas finais do capítulo

E aí? Acha que o Mike mereceu a coça? UAHSUAHSUAH