And In This Pool Of Blood escrita por gaara do deserto


Capítulo 8
Lembranças do Passado


Notas iniciais do capítulo

Hum, cadê minhas reviews???
Aproveitem a história, obrigada!



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  "O carro freiou sem barulho naquela neve que descia aos montes do céu. A porta se abriu e pude ver aonde tinha chegado.

- São 17 doláres - o motorista falou.

Minha avó tirou da bolsa a quantia referida. Saimos do carro e ele partiu em instantes. A neve caia lentamente ao meu redor, nos meus ombros e em toda parte. Meu rosto ardia no frio. Ela pegou na minha mão. Olhei para cima e ela me olhava com um sorriso bondoso.

- Vamos querida - disse Elisabeth carinhosamente.

Segui-a, sem pressa, olhando o enorme parque no qual tinhamos parado. Estava cheio de neve e crianças, que corriam, vigiadas por seus pais. Crianças que faziam bonecos de neve em todos os lugares, pequenas guerras de bolas de neve, tudo neve; e todas elas deviam ter pais: pais que as vigiavam atentamente, por todo o lado.

E eu havia acabado de perder os meus. Portanto, meu coração era só neve, mas sem crianças e sem pais.

Andamos, eu calada e ela também. Olhava tudo na minha curiosidade de nove anos, porém não deixava de pensar que em algum lugar eles não existiam mais, que estavam silenciosos e que a história de que haviam virado anjos era uma tola mentira.

Não pensava no quanto a morte deles afetara minha avó. Não sabia se eu a incomodava ou não. Não sabia se ligava para a morte da filha. Eu não me lembrava muito dela. Enfim, o que viria a seguir era como dar um passo  no escuro.

Chegamos na soleira de uma casa: nem pequena, nem grande, normal. Branca, com janelas verdes, dois andares. Percebi que aquele seria o meu novo lar. Peguei na mão dela, puxando-a para trás.

- Não precisa ter medo, Natallie - ela disse, segurando a minha mão e se abaixando até seus olhos chegarem ao nivel dos meus - Essa vai ser sua nova casa, se quiser.

Eu tinha escolha? Entramos na casa. Tudo soava a silêncio. Silêncio. Aos poucos fui explorando todos os compartimentos: o novo quarto, a nova sala, a nova cozinha, a nova casa. A nova vida.

Dessarumei minhas malas n quarto novo. Sentei na cama e meus pés mal tocavam o chão. Olhei pela janela por onde entrava uma luz solar palída de Dezembro. A neve continuava caindo...

A porta se abriu. Minha avó voltara.

-Quer comer alguma coisa, querida? - ela perguntou.

Mas continuava olhando para a janela. Aquela neve era sempre ligada ao Natal. Natal me lembrava que eu não ia mais vê-los. Lágrimas começaram a cair contra minha vontade. Elisabeth veio ao meu socorro. Abraçou-me. Era praticamente a mesma ternura que a minha mãe tinha.

Almoçamos. Parecia que estava me acostumando rapidamente com o ar daquela casa. Coisa de criança...

Subi para meu quarto novo e dormi quase sem querer. Mas meus pesadelos não me deixavam em paz.

No dia seguinte, minha avó convidou-me para sair de casa. Não sabia se queria sair de casa, mas ela me convenceu.

Saimos de mãos dadas e qualquer um na rua pensaria que eu era a garotinha feliz com sua avó. Será?

Andamos até o parque em que tinhamos descido do taxi no dia anterior e exatamente como havia imaginado, estava cheio de crianças. Elisabeth sentou-se em um dos bancos que haviam debaixo das arvores. Sentei ao seu lado, fitando tudo.

- Não quer brincar? - ela perguntou. Acenei que não. Eu desconhecia todas aquelas pessoas ali. Fiquei olhando para a neve.

Peguei um pouco dela nas mãos. Em segundos os flocos desapareceram. Elisabeth me observava tristemente. Eu era muito parecida com sua filha:

- Oi, dona Elisabeth!

Olhei para quem dissera isso: era um garotinho de cabelos pretos, com um aspecto meio adoentado que parecia conhecer minha avó.

- Vejo que você melhorou um pouco desde sua ultima crise - disse ela, sorrindo para o garoto - Mas não deveria estar em casa?

O garoto replicou:

- Eu sou o Super-Homem! Uma gripe não me abala!

Minha avó riu. Continuei olhando até o garoto perceber que eu estava ali.

- Quem é essa, dona Elisabeth? - perguntou ele, olhando-me.

Corei um pouco quando ele perguntou isso.

- Ah - suspirou - É minha neta.

Ele sorriu e se aproximou de mim.

- Eu sou Iero - disse, estendendo a mão - Frank Iero. Qual é seu nome?

* Nossa, como isso me lembrou os filmes do 007...*

- Na-natallie - respondi, apertando sua mão.

- Você quer brincar?

- Onde?

- Aqui, ora! Vem, eu mostro o parque para você!

Ele puxou minha mão. Olhei para minha avó e ela sinalizou para que eu o acompanhasse.

Frank me mostrava toda aquela imensidão de neve com uma expressão serena no rosto. Ele não havia soltado minha mão. Parecia me transmitir uma segurança que não sabia explicar. Fomos até uma parte em que as arvores crescia umas esconstadas nas outras e a neve fazia-as parecer um bolo com cobertura.

"Que fome..."

- Você sabe subir em arvores? - perguntou-me.

- Não.

- Que bom! - exclamou.

- Por que?

- Porque eu também não sei - Frank respondeu.

Começei a rir e registrei com um espanto imperceptivel que ele havia sido a primeira pessoa que me fizera rir desde que meus pais haviam morrido.

Sentamos em cima de um monte de neve acumulada embaixo de uma daquelas arvores. Perguntavamos, respondiamos e fiquei surpresa de necontrar um garoto tão divertido num momento tão triste.

- De onde você veio?

- Illinois. E você?

- Eu? - espantou-se - Eu não sei onde fica Illinois.

Ri novamente.

- Não - expliquei - Você veio de outro lugar?

- Claro!

- De onde?

- Da minha mãe, como todo mundo, ora.

Mais risos. Não sabia de onde ele tirava tanta "criatividade". Estava muito feliz de ter o Frank perto de mim. Até...

- Ah, olha só... o Iero!

Desviei meus olhos do Frank e vi um garoto de olhos verde-escuros, pele palida e ar arrogante. Estava acompanhado de dois garotos: um de oculos e um muito alto. Frank levantou-se com um ar apreensivo.

- O que é que você quer, Way?

- Nossa, que falta de educação, Iero... - ironizou Way. Os outros riram.

- Quem precisa de educação é você - disse, decidindo agir.

Way desviou seus olhos para mim.

- Quem é essa, Iero? - perguntou - Amiguinha sua?

- É - respondeu Frank - Então é bom você ficar LONGE dela!

Way chegou perto de mim e percebeu que era mais alto que eu. Resolveu tirar vantagem:

- Pelo visto, já pegou a falta de educação do Iero... tsk,tsk... quem é você?

- Natallie Alice Hill - respondi - Prazer em NÃO conhece-lo.

Os outro garotos pareceram preocupados comigo.

- Nova por aqui, né? Nunca te vi - dizia Way, examinando-me com os olhos - Esse é MEU território, sabe?

- Não sabia - admiti - Não vi seu nome escrito por aqui.

Frank riu pelo nariz. Way corou.

- É melhor correr pros seus pais, Natallie - retrucou perigosamente - Cadê eles, hein?

Calei-me. Parecia que ele havia adivinhado.

- Eu fiz uma pergunta, Natallie - caçoou - Você não vai responder?

- Deixa ela em paz, Way! - gritou Frank.

O garoto alto pegou Frank pelos braços e o afastou de Way.

- Você não vai responder?

Levantei-me, de cabeça baixa e cheguei perto do Way, odiando-o. Então olhei-o, com enorme desprezo.

- Meus... pais... es-estão... MORTOS! - gritei.

Ele pareceu confuso. Todos eles. Mas não me importei. Empurrei o Way e saí correndo. Fora uma péssima ideia ter acompanhado Frank.

- Já voltou? - Chegara até minha avó. Queria gritar e ir embora daquele lugar. Odiara a 1º vista aquele Way.

- Ei, Natallie!

Frank vinha correndo desesperado ao meu encontro.

- O que está acontecendo? - minha avó perguntou. Frank chegara perto de mim. Me olhava decidido.

Abri a boca para falar que queria ir pra casa, pra falar do maldito garoto dos olhos verdes, quando Frank me interrompeu:

- Sabe, Dona Elisabeth - explicou-se - A sua neta esqueceu o cachecol dela lá atrás. Estava com medo daquela aranha, né, Natallie?

Surpreendi-me. Ele bateu seu braço no meu, para afirmar o que dizia. Concordei, muda.

- Bom, Natallie - anunciou ele - De agora em diante, não vou deixar nenhum bicho te machucar, okay?

Sorri.

- Okay.

- E de agora em diante - continuou - pode me chamar de Frankie.

Viramos amigos. Frank Anthony Iero e eu. Meus pais? Ele jamais comentou aquele encontro. Nem perguntou nada."


Adormeci, encostada na parede. Way... agora sabia por que o odiava tanto.

Minha avó chegou pouco depois.


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Notas finais do capítulo

Parte do mistério solucionado! o/o/!
Galera, Feliz Ano Novo!
Vejo vcs no próximo cap.!



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