And In This Pool Of Blood escrita por gaara do deserto


Capítulo 33
Dos Últimos Ciúmes...


Notas iniciais do capítulo

Como disse a carismática (e engraçadinha) Anninha, vai chover sim, e espero que seja aqui na minha cidade, porque esse calor tá me matando...
Mais um cap. pra vocês, meus amados integrantes do Nyah!
(eu não tomei meu remédio hoje, por isso parece que tá meio insana a comunicação...)



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And In This Pool of Blood

Cap. 33 – Dos últimos ciúmes

 

Frank Pov’s On

Que sonho era aquele? Por que havia tanta luz?

Muita luz... Que me abandonava, que não se aproximava...

Luz... Era a Natallie?

Sim, devia ser ela... A luz da minha vida.

A única que me entendia desde pequeno....

A única que não deveria ter mentido para mim.

Por mais que eu queira esquecer esse sentimento tão esculpido e protegido, não dá para ignorar totalmente...

Será que eu exigi demais dela?

Mas ela era a pessoa em que eu mais confiava...

Eu jurei naquele parque que nunca a deixaria se machucar.

Quebrei minha promessa da pior maneira possível: Eu mesmo a machuquei.

É por isso que a luz está se afastando...?

Ou isso é tudo delírio?

Não deve ser delírio essa parte que ainda dói no meu peito.

Meu pequeno e simples amor infantil...

Eu amava aquela garotinha.

Eu amava Natallie Alice Hill.

E por este motivo... Eu tinha que deixá-la.

Frank Pov’s Off

***

Eu acordava e dormia, seguidamente e de um jeito que me deixava enjoada. Quando acordei de vez, conversei com Jessica e minha avó, e ambas me repreenderam pelo susto, algo que eu já esperava.

- Bem, eu espero que você se recupere logo – ia dizendo Jessica antes de se despedir – As provas estão chegando e eu preciso de ajuda...

- Que interesseira você é – brinquei, tentando sorrir – Mas você pode começar estudando com o Bert, ele já deve estar um pouco adiantado...

- Erm... Pode ser – ela parecia ter ficado um pouco corada – Se eu não entender alguma coisa, pode pedir socorro para você?

- Tá, não precisa chorar...

Bert apareceu uns dez minutos depois, e após um rápido “olá”, se ofereceu para levar Jessica para o colégio. Ela pareceu um pouco encabulada, mas não disse nada e o acompanhou.

- Ai, ai, Natallie, eu ainda não entendo o que se passou pela sua cabeça... – murmurava minha avó, rindo – O que você estava pensando, hein?

Sentia-me uma idiota, porque não queria dizer o que eu estava pensando. Minha voz estava presa, mas ela entendeu.

- Meu amor – disse Elisabeth, tentando me acalmar – Eu sei que você ficou apavorada, mas não tem motivos para isso... O que tiver que ser, será.

- Eu não quero que você morra, vó! – gritei, por mais que me doesse – Você é a única família que me resta...!

- Que bela maneira de falar, Natallie – disse alguém carrancudo, parado à porta.

- Frank?! – era ele mesmo que estava ali. Com a perna esquerda envolta de gesso.

- Você já pode sair da sua cama, Frank? – perguntou minha avó, espantada ao ver o garoto de pé.

- Na verdade não... Mas eu fugi... Acolheriam-me nesse recinto, se não for muito incômodo? - ele fez uma cara de pidão que lembrava muito o Frank que eu estava acostumada antes da nossa briga – Tem uma enfermeira muito chata me procurando, acho que ela se amarrou em mim...

Elisabeth riu e permitiu que ele entrasse e fechasse a porta. Com muito esforço ele o fez e se juntou a nós, sentando na cadeira que Gerard usara na noite anterior.

- Eu tenho que ir agora, Natallie – disse minha avó, olhando o relógio – Ainda tenho que ir ao seu colégio informar o porquê da sua ausência... Se bem que não todos já devem saber o motivo...

Mas eu sabia que ela queria deixar-nos sozinhos.

Quando saiu, um silêncio pior do que o de ontem se instaurou. Olhei para Frank, sem saber o que dizer, mesmo que houvesse muito que dizer.

Nada estava saindo como eu planejara. Eu não conseguira falar com Bert e provavelmente o mesmo impasse acontecia entre Frank e eu.

Ele também parecia embaraçado, porque não me encarava.

Tudo bem... Eu começaria.

- Seu irresponsável – sussurrei com um antigo ar de mandona.

- O quê?

- Você ouviu, é um irresponsável. Quem mandou você sair por aí e se quebrar desse jeito?

Frank riu diante daquele incentivo primitivo de uma conversa.

- Natallie, Natallie... – disse sarcasticamente – Você também não tem muita moral para falar isso, né?

- Mas isso foi um acidente! – me defendi.

- Então vou dizer a mesma coisa, pra ver se você acredita. – retrucou ele, convencido.

- Argh! Seu pigmeu aleijado!

- Ei, vai apelar agora?!

Rimos, enquanto pegávamos travesseiros e nos batíamos mutuamente. Entretanto, nossos ferimentos nos fizeram recuar, cansados e doloridos.

- Eu não tô entendendo, pensei que a gente se odiasse. – deixei escapar, percebendo que aquilo acabaria com a alegria do momento.

Frank tornou a ficar sério.

- Erm... Eu acho que depois dessa... Bem, eu fui muito idiota... E...

Ele não falava com bastante coerência, e percebi que ia ficando muito ruborizado à medida que falava.

- Tudo bem, Frank – disse, interrompendo-o – Você não precisa falar se não quiser.

- MAS EU QUERO!

Retrocedi e fiquei calada. Ele ficou ainda mais atrapalhado, respirando com dificuldade.

- Natallie... O Gerard me contou tudo o que aconteceu entre vocês. – disse ele por fim, com a voz fraca, quase carregada de amargura.

- Ele disse...? – me lembrei da promessa que Gerard e eu tínhamos feito naquele jardim – Mas...

- Eu entendo, Natallie, e é por isso que me sinto um idiota. Pedi para você salvar meu pescoço e olha só no que deu...

- Quando ele te disse isso?

- Na noite em que eu me acidentei. Ele foi à minha casa me explicar tudo e... Eu fingi que entendi, mas perdi o controle depois...

Encostei minha mão em seus cabelos, querendo o fazer parar de sentir essa angústia, porque não havia mais motivos para alongar um assunto desagradável. Ele fechou os olhos, aproveitando aquela carícia tão fraternal; deixei meus dedos tocarem seu rosto, mas tinha medo de machucá-lo.

- Natallie... – ele segurou minha mão – Eu realmente lamento.

Ele me abraçou, mas não do mesmo jeito que Bert fizera outrora. Era terno, saudoso, e lembrava muito o a amizade estranha que tínhamos no começo e que fora ofuscada pelo aparecimento de Jamia Nestor.

- Eu tive medo de te perder pra ele. – sussurrou – Assim como você também teve.

Do que ele estava falando?

Frank se afastou um pouco, embora estivéssemos bastante perto um do outro. Nossas respirações estavam ofegantes.

Sim, eu pude entender finalmente que aquela era uma espécie de “Adeus”.

Meu melhor amigo puxou-me pela cintura e me beijou vorazmente. Cada partícula de rancor, de desejo, de amizade, estava contida naquele beijo.

Porque nossas bocas estavam familiarizadas.

Porque nada havia ficado certo entre nós.

Sempre tivemos medo daquele sentimento.

Era algo confuso e delirante.

Mas não podíamos falar sobre isso.

Ninguém jamais poderia saber.

Os lábios de Frank eram os da minha infância, da minha inocência, da fragilidade de perder todos a minha volta. Eram a segurança de alguém que não se dava bem com palavras e sim com atos.

Um puro ciúme que interligava uma coisa que não era amor.

Talvez a emoção da possessão.

Nós não sabemos direito.

Só que estávamos encerrando tudo com um beijo. Porque nossos corações decidiram trilhar caminhos diferentes.

- Você nunca vai me perder. – sussurrei para ele quando interrompemos o contato – Eu sou sua melhor amiga, lembra?

Ele sorriu triste, já que com nossos pecados perdoados, sobrara apenas nossa amizade.

Nascida diante de circunstâncias tão inimagináveis, mantida a todo o custo.

- Eu nunca mais vou te machucar, Natallie. – prometeu ele, e pude dizer que nenhum de nós estava mentindo ali.


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Notas finais do capítulo

Nossa, eu escrevi isso mesmo?
Pois é, a Natallie se dando bem... E nós aqui, querendo estar no lugar dela.
Ou não?



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