And In This Pool Of Blood escrita por gaara do deserto


Capítulo 3
The Way & Company


Notas iniciais do capítulo

Hum... tive como referência ''I'm Not Okay'', pq amo esse clip. Pareceu-me o mais apropriado para uma história assim...



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Ele caminhou na minha direção, e quanto mais se aproximava, mais medo eu sentia. Então, quando a distancia se tornou mínima, ele passou por mim, indo sentar-se numa das ultimas cadeiras perto da janela (geralmente usada por alunos que queriam dormir sem serem notados ou pegos pelos professores).

Ainda continuei meio assustada com a situação, mais voltei ao que estava escrevendo:

"...mesmo que chegue o fim dos tempos,

Lembrarei de seus olhos, entenderei o que você quis dizer com aquele:

Não adeus.

Pois foi naquele instante que minha vida mudou.

A sua também.

Pra sempre, com o soar dos tempos, com as vidas passadas.

Com nossas outras épocas.

Mesmo que eu talvez nunca tenha acreditado nisso.

E o soar dos tempos é o que comanda nossa história.

Como o céu estrelado, o céu celeste,

O céu do inferno.

E com o fim de...".


De repente, senti um ar no meu pescoço. Virei-me assustada e dei de cara com o garoto pálido. Sai imediatamente da carteira e recuei.

Ele meramente me olhou surpreso com o meu espanto. Mas se recompôs quase que instantaneamente.

- Você tá doido? - exclamei para ele.

Ele fez um ar desentendido.

- Não. - respondeu.

- Então porque fez isso?

- Isso o que? - perguntou ele, erguendo uma sobrancelha.

*Isso o que? Isso o que?*

O meu medo dava lugar para raiva.

-Porque você tava atrás de mim?- tentei novamente.

Ele se aproximou. Não consegui me mexer.

- Você escreve bem, Natallie.

* O.o Wow?*

Nosso momento estranho foi interrompido pelo barulho da porta que se abria mais uma vez. Olhei para o recém-chegado: era o garoto de cabelos encaracolados. Ele parou estático na porta, piscando meio abobado para cena, incerto se deveria entrar na sala.

- Ah... Gerard... tava procurando você. Não sabia que já tinha vindo pra sala.

O Gerard pareceu um pouco desconcertado também. Afastou-se de mim para falar com o colega:

- O que você quer Ray? - perguntou Gerard em voz baixa.

Ray respondeu alguma coisa que eu não pude ouvir. Em seguida os dois saíram da sala.

Voltei ao meu lugar, um pouco confusa com o que acabara de acontecer.

Alguns minutos depois a campa tocou, avisando o inicio das aulas. A sala onde eu estava finalmente se encheu com aquelas pessoas que eu não suportava. Gerard e o tal Ray foram uns dos últimos a entrar, com aquele fluxo de gente que era uma mistura de arrogância, futilidade e transgressão.

*Ai, como eu adoro falar difícil!*

Rasguei a folha do poema inacabado e escondi a pagina na mochila. A aula começara. Biologia. Prof. Donnovan.


Após 45 minutos de aula e um trabalho muito chato (pois eu não suportava Biologia, apesar de ser uma das matérias em que me sais melhor - vai entender?), outra aula começara - Álgebra.

*Aff, que chato. *

Blá, blá, blá e um monte de contas.

Historia Americana... (como será que depois de tanto estudar essa matéria no ensino fundamental eles ainda tenham Historia pra contar? É FANTÁSTICO!)... ahhh... Intervalo.

Fiquei na sala por alguns minutos, ouvindo mesmo sem querer comentários das garotas fúteis de sempre:

"Menina, você não sabe o que eu vi ontem no Shopping...".

"Sabe aquele Fulano de Tal de ontem? Ele me ligou...".

"Você vai à festa da Sicrana?"

"Olha, vê se não falta hoje em tal lugar...".

"Clube da Luluzinha...".

"Vão reviver a Ku Klux Klan...".

*ops, o ultimo é MENTIRA. *

Resolvi sair da sala, tanto por não suportar aquelas garotas que eu não me lembrava os nomes, quanto porque tinha que ver o Frankie.

- E aí, Natallie? O cabelo ainda morto? - perguntou uma voz, quando eu chegara à porta.

Virei-me sem querer para a autora de tal comentário.

Minha expressão era indecifrável. Olhava para a garota e não lembrava o nome dela.

- O que foi Natallie? Magoada? - ela caçoava. As outras teleguiadas riam que nem ridículas. Decidi agir.

- Nem um nem outro. O problema é que eu não lembro o seu infeliz nome. - expliquei sorrindo.

A garota congelou. Em geral, não era comum garotas "populares" como ela terem seus nomes esquecidos.

- O que? - perguntou ela com histerismo - Você não sabe meu nome?

- Não - admiti.

- Charlotte. Charlotte Portman - disse ela, com uma raiva entalada na garganta - Não se esqueça.

- Vou tentar - ironizei, dando-lhe as costas e saindo para o corredor.

*^o^ Eu me amo...kkkk!*

Descobri Frankie sentado sozinho no laboratório de Química, dois andares abaixo. Entrei despercebida e cheguei por trás dele. Provavelmente ele estaria de castigo por alguma burrada feita em sala de aula.

- OI FRANKIE!!! - berrei.

Nós dois levamos sustos: ele, por causa do meu grito. Eu, por causa da aparência dele - Frankie usava uma estranha combinação de uniforme: avental de cozinha florido por cima do jaleco de trabalho, luvas daquelas que se usa para não pegar no forno quente e um óculos de mergulhador em lugar dos óculos normais de proteção. Quase morri de rir, depois que me recuperei do susto.

- Porque você fez isso, Natallie? - ele perguntava indignado, respirando fundo.

- Porque você tá assim? - perguntava eu, chorando de tanto rir da aparência dele.

- Ah... surpresa para o Prof. - Ele respondeu, rindo comigo. - Cuidado pra ele não te ver ou você pode se encrencar. A sua imagem de certinha estaria arruinada - concluiu ele dramático.

Isso me lembrou do que possivelmente ele estaria tramando com o tal Gerard & Cia.

Mas resolvi deixar o assunto pra depois. Sabia que ele não ia me contar agora.

- Quer suco, Natallie? - Frankie perguntou, pegando uma garrafa da mochila.

Olhei-o admirada. Suco???

- Ah...

- Vou entender isso como um "sim" - ele comentou pegando um daqueles recipientes em que se depositavam líquidos químicos.

* A gente vai tomar suco aí?*

Ele despejou o que parecia ser a metade da garrafa dentro de um dos recipientes e me empurrou o suco.

- Vitamina C - disse, pegando o seu suco - Saúde!

E virou de um gole só o conteúdo. Depois limpou a boca com a luva de cozinha. Continuei com o meu recipiente nas mãos.

- Você não vai tomar o seu? - ele perguntou animado.

- Acho que depois, Frankie...

Ele puxou o suco das minhas mãos.

- Ótimo. Mais pra mim. - e tomou tudo.

E limpou novamente a boca com as luvas.

- Pra que me ofereceu se você ia beber depois?

- Ah, você fez bem em não tomar - ele respondeu, sério - Esse suco é horrível...

- Sei...

Conversamos um pouco depois disso e não demorou muito e a campa avisava o termino do recreio.

- Que droga. - murmurei.

- O que é isso, Dona Natallie Alice Hill?- ele exclamou surpreso - Isso não combina com a sua imagem.

- Não enche Frankie - disse um pouco exaltada.

Virei-me para ir embora quando ele me puxou pelo braço.

- O que...? - comecei, mas Frankie me calara com um beijo.

Pega de surpresa, não entendi nada quando ele me soltou, sorrindo.

- Você tem que me avisar quando vai fazer isso - censurei-o.

- Se avisasse não ia ter graça - ele replicou, saindo comigo daquele laboratório.

Voltei para minha sala e Frankie para a dele. Sentia-me nas nuvens e esquecera o assunto Gerard & Cia.

E depois... mais aulas!

Blá, blá, blá e etc.

*O que é que eu tô dizendo? Isso é importante!*

E finalmente... hora da saída!

*Que infantil... *

Como é de praxe, tudo sempre é uma correria no fim das aulas. Arrumei minhas coisas devagar, sem pressa nenhuma, porém, pelo canto do olho pude ver o Gerard e aquele outro menino, Ray ou o que seja, saindo o mais depressa possível. Não sei por que, mas isso não poderia significar boa coisa.

Fui uma das ultimas a saírem e andei por todo o lado procurando Frankie. No terceiro andar (que eu sabia que era lá que ficava a sala dele), finalmente encontrei o pigmeu (que maldade!)... conversando com ... Gerard & Cia.

O sangue subiu à minha cabeça e eu fiquei realmente estressada de vê-lo com aqueles imbecis mais uma vez. Parei estática a poucos metros da sala do Frankie, olhando pra ele, esperando o idiota perceber que eu estava ali - e muito irritada com ele.

(In) felizmente, quem acabou por me ver foi o menino de óculos; ele me olhou assustado e depois cutucou Frankie. Este, em questão de nanossegundos, me viu. No seu rosto estava uma expressão de "agora ferrou". Satisfeita com tudo isso, me virei e sai andando.

Não olhei pra trás quando ele me chamou. Meramente continuei andando. Rapidamente, me misturei com o pessoal que ia embora aos montes e desapareci da vista do Frankie.

Em questão de minutos já tinha saído pelos portões.

A rua estava movimentada, mas eu achei que era a única a pé. O resto dos indivíduos ia de carro, porém eu não ligava: era a 1º vez que ficava com raiva do Frankie.

Não olhava pra ninguém. Só queria saber de chegar em casa. De repente, esbarrei em alguém; era um cara da mesma sala que a minha. Não me lembrava seu nome (era alguma coisa parecida com Alan, não, Albert, sei lá). Ele me encarou um pouco aborrecido com o acontecido. Esfregando o braço, disse:

- Olhe por onde anda, Hill - e foi embora, carrancudo.

Nem liguei. Continuava na duvida entre o Alan e o Albert.


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Notas finais do capítulo

O Bert McCracken não é uma pessoa, como posso dizer... esquisita nessa fic. Tbm não sou lá muito fã dele. Mas precisava de alguém... ah, deixa pra depois.
*carregando uma placa* Quero reviews, okay?
Mas não estou pressionando ninguém.



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