And In This Pool Of Blood escrita por gaara do deserto


Capítulo 28
Contrapartida - O ódio que se dissipa


Notas iniciais do capítulo

Bem gente, é com pesar que anuncio que estou chegando ao apice dessa fic, a partir daí já me encaminho pro fim dela.
É claro, muita água ainda vai rolar!
Gee: Não literalmente, espero.



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Ele se aproximou de mim displicentemente e também se apoiou no parapeito, deixando de me encarar.

- Não é todo mundo que sabe apreciar a beleza delas...

- Do que você tá falando?

- Estrelas... - respondeu ele, com a voz calma, diferente daquele cinismo ao qual eu já estava acostumada - Você é a ultima pessoa que eu esperava ver por aqui hoje, sabia?

- Sério? Por quê?

Ele demorou um pouco para responder, fitando com um semblante irreconhecível o céu.

- Ah... Não faz seu estilo, só isso.

Emudeci, olhando-o surpresa. Ele tava diferente, parecia não querer discutir ou brigar. Será que era outro truque seu?

- E como você sabe qual é meu estilo? - perguntei, sorrindo levemente.

- Observo você - respondeu ele.

Calei-me de novo. Não sabia se o Way era a companhia perfeita para essas horas, mas... Não estava sentindo-me mal por tê-lo perto de mim ali.

- Natallie, você é muito... certinha pra vim num lugar cheio de malucos e turistas à noite.

- Mas eu não venho.

Uma onda se desfez perto de onde estávamos com um barulho surdo.

- Por que está aqui, então?

- Uns... Problemas...

Way sorriu, muitos flocos de neve amontoando-se em seus ombros.

- Não conseguiu resolver esses "problemas" em casa?

- Dessa vez não deu  muito certo.

Os olhos dele, muito verdes, deslocaram-se das estrelas e fixaram-se em mim.

- Frank?

- Talvez - respondi vagamente.

- Pela última vez, eu quero que saiba que...

- Tudo bem - interrompi-o - Esquece o que eu disse antes e...

- E?

- Me desculpa. Tô disposta a acreditar em você dessa vez.

- E por que não acreditou antes?

Uma corrente de ar muita fria bagunçou nossos cabelos e me fez tremer.

- Eu... Estava com raiva de você. Naquela hora... - fiquei pensando o que ele diria agora, Se iria se gabar, se iria se calar ou ir embora -, tava pensando em um monte de coisas...

- Isso significa que você não está mais?

- Não... Eu tenho outros assuntos melhores.

Aquilo saiu sem querer, de tão habituada que estava a responder daquela maneira a ele.

- Que bom - murmurou Way inesperadamente.

- E você? Teve raiva de mim?

- Não. - e voltou a contemplar o céu.

- Isso sim que não faz seu estilo - comentei rindo.

- Qual seria meu estilo, Natallie?

- Vejamos... - meu tom deixava transparecer a clara e sábia ironia de sempre - Vingança?

Fora a vez de ele rir sombriamente.

- Nem sempre...

Calamos-nos mais uma vez. Sentia que o desespero de outrora não me afligia tanto naquele momento.

- É difícil imaginar a gente conversando civilizadamente - deixei escapar, intrigada.

- Bem... tem dias em que milagres acontecem.

O silencio que se instalava a cada novo comentário não era opressivo ou embaraçador, de forma alguma. As horas passavam devagar, mas não me importavam; o tempo de repente não era tão precioso assim.

- Way?

- Que foi?

- Se lembra do que me disse mais cedo? Sobre ser drogado? Era verdade?

- Pra quê foi lembrar disso?

- Sei lá... Mas me responde.

A expressão dele alterou-se, ficara reflexiva. Ele deveria estar levando um monte de coisas em consideração, avaliando se valia a pena ou não responder minha pergunta. Quando achei que ele não diria nada, Way se pronunciou.

- Sou.

-... Quê?

- Por que o espanto, Natallie?

- Nada não, só pensei que você estava mentindo antes.

- Eu não minto. Não pra você, pelo menos - acrescentou.

Fiquei encarando meus pés, não querendo que ele me visse corada.

- Por que você... Se droga? - perguntei, ainda olhando pra baixo.

- Me deixa ver... Antes, eu bem que não sabia...

- Mas, e agora?

- Simples. Eu gosto, só isso.

- Você...? - voltara a olhá-lo quando achei que era seguro.

- É, eu gosto - ele repetiu sorrindo - Me sinto melhor.

- Acabar com sua vida faz você se sentir melhor? - indaguei sobriamente.

- É isso aí. Mas... talvez eu pare qualquer dia desses, quem sabe?

Não consegui pensar no que dizer.

- É o que eu sempre digo para os outros - e encerrou sua resposta com um surpreendente olhar cínico que eu não esperava - Mas alguma coisa te incomodando?

- Seus pais sabem disso?

Ele riu friamente, mais alto do que o normal.

- Que piada! Meus pais nem sabem se eu estou vivo.

- Hã? Como assim?

- Sempre ocupados com seus negócios, dinheiro e afins...

- Não te incomoda essa ausência?

- Não mais. Na verdade, me poupa muito sermão.

Estremeci. Eu achava que sabia tanto sobre o Way e agora percebera que eu não tiha conhecimento da metade de sua vida.

O Way que eu pensava que conhecia parecia se resumir somente ao que eu presenciava na escola e não alguém com problemas familiares. Quanto engano...

Meus problemas pareciam tão simplórios perto do que ele devia enfrentar... Era incrível o que se passava na minha cabeça a partir do que eu ouvira.

Tirei o excesso de neve que se acumulara nos meus ombros e evitei olhá-lo. O que ele deveria estar pensando naquele momento? Eu não tinha idéia. Mas, também, tinha certeza de que Way era uma pessoa que não precisava de consolo nenhum da minha parte.

O que acontecera no jardim de sua casa jamais poderia voltar a se repetir. Já admitira para mim mesma que tudo não passara de impulso, puro impulso. Mas... não podia negar o que eu havia sentido quando o beijara; fora diferente de qualquer coisa que eu já vivenciara com Bert...

- Eu... acho que preciso ir - anunciei em voz baixa e saindo de perto do parapeito.

- Okay... Quer que eu te leve pra casa? - perguntou Way.

- Hã... erm, não precisa não...

- Tô de carro, e não precisa ter medo que não sou nenhum maníaco. Eu acho...

- É serio, não tô dizendo que você é um maníaco - disse, rindo - Mas, sei o caminho de casa, não quero estragar a sua noite.

- O quê? - exclamou ele, incrédulo - Tive sorte de encontrar você aqui.

- Esquece... Tô indo nessa.

Mas antes que desse dois passos, ele me puxou pelo braço. Subitamente, senti a respiração dele perto do meu ouvido.

- Que fique claro, Natallie - sussurrou em seu inconfundível tom cínico - Se tem uma pessoa que não estraga a minha noite, é você. Até mais.

Tive que respirar fortemente para continuar em pé e seguir em frente.

Definitivamente, não era pena o que eu sentia pelo Way.


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Notas finais do capítulo

Peninha, mas minha ideias pra tiras estão se acabando-se.
Gee: Que erro dramatico é esse??? Você assassinou o português!
Português: O.o? Acho que se enganaste, gajo, tô bem aqui, vivinho!
Frank *debaixo da mesa pra vê se cresce - que coisa estupida*: Estão, meu bom velhinho, é melhor você se esconder.
Português: Estás me confundindo com o Papai Noel??? Não sou nada seu, gnomo de meia tijela *e foi-se*
eu: tsk, Frank, mais um que você confunde com o Papai Noel...



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