É você o meu destino? escrita por Kethy


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Espero que goste, e ainda não acabou, vou com certeza escrever mais, pois amo esse casal lindo e maravilhoso! Feliz aniversário, de novo!



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– Ei, Percy! - ouvi Jay me chamar e já coloquei minha melhor expressão de desanimo. – Não precisa me olhar assim, grupo três, e nada de menores de três anos perto dos golfinhos.

– Já entendi! – resmunguei e ela saiu andando. Jay não era a melhor chefe, e era muito chata às vezes, mas eu gostava dela – Irritante.

Levantei-me e desliguei o console, eu adorava minha uma hora à toa antes de começar o trabalho, mas Jay sempre vinha me atrapalhar antes da hora. Depois de dar uma ajeitada no cabelo coloquei meu crachá e fui para a entrada. Alguns grupos já saiam, o meu não tinha mais de 19 pessoas, a maioria delas eram crianças. Eu trabalhava naquele aquário há dois anos e eu amava meu trabalho, havia me formado em biologia marinha e ganhava muito bem por minhas palestras ali, servia de guia quase sempre, para ganhar um extra.

Cheguei perto do grupo que pareceu entusiasmado com minha chegada, acho que o boné ridículo com uma baleia me denunciou. Eles se reuniram em um semicírculo a minha volta.

– Olá, meu nome é Percy e eu sou o guia de vocês. – me apresentei sorrindo e recebi um Olá animado de volta. Expliquei-lhes as regras e nosso trajeto. – Espero que gostem de nosso passeio. Perguntas só no final das explicações.

Uma garota levantou a mão, lhe sorri para que falasse. Ela estava com um cara bem maior que ela, ele parecia amigável e o tipo de pessoa com quem eu gostaria de passar o tempo, já ela parecia o tipo de garota que eu tinha pavor. Eles eram um casal é claro.

– Iremos parar para ir ao banheiro ou coisas do tipo? – perguntou ela após abaixar a mão.

– Não, o nosso trajeto não vai passar de uma hora. Uma e meia no máximo, então apenas no final do passeio. Mas você pode se distanciar do grupo a hora que quiser. Mas crianças só se acompanhadas dos pais, então peço que não as percam de vista. – expliquei e ela assentiu, senti algo perto do meu quadril e um garotinho me cutucava.

– Vamos ver cavalos marinhos? – perguntou o garoto alegre.

– Sim, com certeza vamos. – respondi sorrindo.

– Vou poder montar neles?! – quis saber ele ainda mais ansioso. Dei uma risada e lhe baguncei os cabelos.

– Infelizmente não. – respondi.

– Como não? Eu vim só para montar um cavalo marinho. – disse o cara que estava com a garota que não me parecia legal.

– É uma pena senhor. – respondi e sorri. – Bem, vamos iniciar nosso passeio.

Começamos pelos pequenos animais marinhos, houve perguntas apenas dos mais velhos e do casal. Em alguns momentos eu queria ser a garota só por causa do sorriso do namorado dela. Ele parecia incrível, e em certos momentos eu achava que eu estava dando a maior bandeira, pois ele franzia o cenho e eu percebia que tinha parado de falar. Então tentava disfarçar e voltava com a explicação.

Quando chegamos ao tanque das arraias as crianças nem me deram ouvidos e correram para a beira do tanque. As arraias se aproximavam e iam embora, só para voltarem novamente. Comecei a explicação para os poucos que restaram, depois de algumas perguntas eles se aproximaram do tanque para acariciar as arraias. O garoto que formava o casal se agachou e as acariciou, mas a garota demorou um pouco. Depois disso fomos para os tanques maiores, isso sim deixou as crianças animadas, elas grudavam os rostos no vidro e davam risadas. Expliquei um pouco sobre as espécies ali contidas e depois os chamei para uma das melhores partes, que era os tanques dos tubarões.

No final todos pareciam muito felizes.

– Infelizmente acabou, porém, por mais 60 dólares por pessoa podemos fazer uma visita aos golfinhos, assim como alimentá-los e tocá-los. – falei e eles continuaram em silêncio. – Para os que não vão ver os golfinhos, não se esqueçam de dar um pulo na loja de presentes. – pedi e lhes indiquei. – Meu nome é Percy e eu ficaria muito feliz caso vocês me dessem uma carinha sorridente na minha avaliação. – lhes entreguei o pequeno papel enquanto eu explicava. – Na saída há uma caixa para que vocês coloquem esse papel, mais comentários escrevam no verso. Muito obrigado pela visita.

Os casais com crianças foram embora e me agradeceram, ficou apenas duas mulheres por volta de trinta anos e o casal. Sorri e sai andando lhes pedindo para que me seguissem. Passamos pelos tanques dos tubarões e então para o corredor esquerdo, no final havia uma porta vermelha com uma placa.

“Proibida à entrada de pessoal não autorizado.”

– Quando eu era pequeno sempre quis passar por essas portas. – disse o garoto que fazia parte do casal, dei uma risada.

– Eu também ficava me coçando para entrar. – comentei. – Tudo que é proibido é mais interessante.

As garotas riram e passamos pela porta, Leo estava ali, mexendo em algumas coisas, me aproximei dele e pedi que chamasse Jay. Ele resmungou e saiu andando, passamos por ele e andamos algum tempo antes de chegar à área restrita de treinamento. Fomos até a área dos golfinhos e eles pareciam animados, não havia ninguém ali a não ser o treinador que mexia no telefone. Neguei com a cabeça e fui até um barril lá havia peixes boiando no gelo. Enchi um balde e voltei ao grupo.

As garotas estavam animadas.

– Temos algumas regras, primeiro, eu preciso de um sinal do pagamento, para eu não perder o emprego... – comecei e logo levei um tapa na nuca, Jay apareceu, carregava uma máquina de cartão de crédito e parecia irritada. – Ela também pode perder o emprego. – brinquei e as garotas riram.

– Cartão ou dinheiro? – perguntou ela e todos responderam dinheiro, depois do pagamento ela agradeceu e saiu andando.

– Agora podemos dar inicio a festa. – falei chamando a atenção deles. – Temos três golfinhos, que nos respeitam, os outros são cabeças duras, Shasta e Jasper serão nossos anfitriões hoje. – expliquei e me aproximei do tanque. – Eles são amigos desde pequenos, e são muito amigáveis. Ei Josh! Fotos não são permitidas, não façam muito barulho, isso irrita eles. Preciso que sigam exatamente o que eu e o treinador, o Josh, que já está vindo, dissermos. Espero que aproveitem.

Josh não demorou, se aproximou ainda teclando, olhou para mim e depois para o grupo. Suspirou e colocou dois dedos na boca assobiando, não demorou muito para os dois aparecerem na superfície dando saltos. Eles eram exibidos. As garotas se aproximaram da borda e lhes estendi o balde, elas pegaram os peixes meio hesitantes, sorri.

– Outra coisa, quando eles não gostam de uma pessoa costumam cuspir água na cara deles, estão de acordo com isso? – elas assentiram meio irritadas, o cara não pareceu se incomodar já sua namorada passou a mão no cabelo meio com cara de poucos amigos. – Não toquem neles até que eu diga que vocês podem, eles vão se aproximar e fazer barulho, aí vocês podem alimentá-los.

O cara se aproximou de mim e apontou para o balde, o estendi e ele pareceu escolher o peixe morto e frio de dentro do balde. Como eu havia dito, os golfinhos se aproximaram, me agachei perto da borda enquanto eles guinchavam. Peguei um peixe do balde e dei para Jasper que estava à direita, o cara se abaixou do meu lado sorrindo.

– Eu posso dar? – perguntou ele, eu realmente não queria ter pensado besteira, mas meio que foi mais forte que eu.

– Claro, é só jogar. – expliquei e ele o fez, quando Jasper pegou ele abriu um largo sorriso. – Isso!

– Incrível! Ei Silena, venha aqui! – chamou ele.

– Ah, Charles, sabe. Isso não foi uma boa ideia. – respondeu ela cruzando os braços, as outras duas garotas brincavam com Shasta. – Sério, não quero que cuspam em mim.

– Não vão cuspir em você. – respondeu ele, dei uma risada discreta e dei outro peixe para Jasper.

– Acho que você pode tocá-la agora. – disse eu fazendo carinho nela. Olhei para Silena. – Tem certeza? Ela está bem calma hoje, ela vai gostar de você. Não posso prometer, mas ela provavelmente vai gostar de você. – Charles sorriu para mim, e eu pedia aos céus para que eu não corasse. – Venha, pegue um peixe.

As outras garotas pareciam se divertir com Shasta e Josh. Silena se abaixou e pegou um peixe da mão de Charles, Jasper abaixou a cabeça e levantou guinchando.

– Pode dar a ela o peixe. – falei e ela jogou, Jasper pegou e engoliu. Sorri e lhe acariciei. – Pode tocá-la.

Charles estendeu a mão e Jasper fechou a boca lhe deixando acariciá-la, ele sorriu e Jasper guinchou. Silena estendeu a mão e tocou nela, os dois deram uma risada e eu me levantei.

– Ei Josh, vamos que está na hora. – chamei e ele sorriu assobiando mais uma vez e fazendo sinais com as mãos, Jasper e Shasta se afastaram e todos se levantaram. – Uma palhinha dos nossos shows.

Jasper e Shasta sumiram da superfície e alguns segundos depois apareceram novamente saltando em um arco cruzado. Joguei-lhes peixes e eles nadaram de costas guinchando, Josh e eu aplaudimos e eles começaram a dar saltos trançados. Demos-lhes mais peixes e os dispensamos, Josh se despediu do grupo e saiu andando.

– Eles são incríveis. – disse Charles no caminho de volta. – Como se tornou treinador?

– Eu não sou treinador, sou ajudante do treinador. Sou biólogo marinho, e fiz faculdade para isso. – expliquei e ele fez “ahhh” – Eu gosto muito daqui, o ambiente é ótimo e os animais são incríveis.

– Sim, eles são incríveis. – confirmou Charles.

Na entrada do lugar lhes falei sobre minha avaliação mais uma vez e depois me despedi. Foi um dia comum, mas divertido.

[...]

Três semanas depois.

Era o final de uma apresentação de Shasta, Jasper e Melody, o show ficou lotado por ser um feriado, o que finalizou em muito bagunça. Eu estava pegando coisas das arquibancadas, apenas pertences esquecidos, iriam todos para o achados e perdidos. Na maioria das vezes as pessoas não apareciam para pegar de volta. Então em um mês Jay dava tudo para quem quisesse. Ela odiava esse tipo de bagunça. E acredite, eu já descolei muitas coisas legais assim. Depois de encontrar três bonecas eu estiquei as costas, como as pessoas perdiam suas coisas com tanta facilidade. Avistei um par de óculos escuros e fui até lá, eles eram bem legais, mas eu detestava óculos.

Depois de pegar tudo fui para a entrada onde havia nossa maravilhosa barraca de achados e perdidos. Coloquei a caixa cheia perto das outras e me levantei, dei de cara com um homem na entrada da barraca, logo o reconheci, mas não me lembrava de seu nome.

– Oi, eu perdi um óculos escuro. – disse ele e eu demorei um pouco para pensar. – Vocês o encontraram?

Me abaixei e peguei todos os óculos escuros que tínhamos ali, ele pegou o dele e sorriu.

– Percy certo? Pensei que fosse biólogo marinho. – disse ele e eu sorri.

– Eu sou biólogo marinho. – falei e ele franziu o cenho. – Isso aqui é só por que minha chefe é uma aproveitadora. – olhei para o lado tentando ver atrás dele. – Onde está a garota? Aquela que estava com você.

– Silena? Ah, era minha namorada. – falou ele e quase fiquei feliz por ouvir aquele era, mas triste por saber que ele era mesmo hétero. – Nem me apresentei, sou Charles Beckendorf. O show de hoje foi incrível.

– Obrigado...

Jay apareceu por trás de Charles ela parecia super irritada.

– Diga tchau porque tenho trabalho para você. – disse ela.

– Mas meu turno acaba em vinte minutos. – reclamei e Charles deu uma risada. – Foi um prazer te ver, de novo. Adoraria conversar mais...

– Se quiser, eu posso pegar seu telefone. – sugeriu Charles sorrindo, quis beijá-lo na frente de Jay. Ele tirou o celular do bolso e lhe ditei os números. – Te ligo mais tarde, prazer em te conhecer. – ele sorriu e foi embora.

– Até eu tenho que admitir que ele é lindo. – disse Jay quando ele já não poderia nos escutar. – Vamos trabalhar porque sua noite está garantida.

– Pare com isso, ele gosta de garotas. – afirmei e ela deu uma risada.

– Não por muito tempo. – rebateu ela.

Rezei para que os deuses escutassem Jay.


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Notas finais do capítulo

E aí? Obrigada por ler, até!



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