Nunca Fui Beijada escrita por Larissa Carvalho


Capítulo 14
Cristais


Notas iniciais do capítulo

Oi gente.
Me perdooem.
Com sorte eu consigo postar um capitulo na semana que vem, mas eu realmente estou atarefada. Semana que vem é semana de revisão e depois provinhas finais, então, por favor rezem para que eu e meus amigos e quem for fazer provas finais de escola e facul, passem... Hahha
Sem mais delongas, mas um capitulo ALÁ Rose Hathaway.
Boa leitura
Beijooos



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São quatro fases:
Primeiro: Você ignora sua razão. Esse é o motivo pelo qual as garotas que correm atrás quando um casal termina, ou pelo menos, algumas delas.
Segundo: Você aposta todas as suas fichas em uma promessa própria de que, ele vai vir falar alguma hora, é só você não falar. E aí, o telefone vira seu mais novo melhor amigo.
Terceiro: Depois de uma semana de abstinência, você apenas fantasia o futuro. Que haverá um reencontro e que ele vai se apaixonar e te pedir perdão. Que foi tudo algo para te provar, que o que é seu volta para você.
Quarto: Você supera.

A falta dele vai se dissipando, à medida que você lembra das últimas palavras que quebraram seu coração: EU NÃO TE AMO MAIS. E então, você finalmente sorri, conhecendo duas contra regras para a primeira e a terceira fase.

UM: Correr é na esteira.
DOIS: Não existe contra regra.

***
– Eu juro que não demoro, mãe. – eu disse, ainda rezando para que aquele barulho todo do shopping não me denunciasse.
– Eu confio em você, Rose. Mas não no fato de você não me dizer aonde está. – ela disse, com sua falsa voz severa.
– Oh, por favor, mãe. – resmunguei. – Estou viva e ainda virgem.
– Sabe, eu não quis dizer isso... – falou.
– Então, também sabe que estou bem. – murmurei. – Não se preocupe, logo estarei em casa.
– Vem para o jantar?
– Claro. – falei. – Tenho trabalho.
– Oh, claro que sim. – disse. – Até mais tarde, querida.
– Até, mamãe. – disse, desligando o telefone.
Respirei fundo e voltei a me concentrar na figura clássica que atravessava a praça de alimentação do shopping daquela cidade pequena e irritante. Olena Belikov.
Ela estava divina como sempre. Seu vestido tubinho azul, marcava sua presença, assim como sua postura perfeita e seu andar confiante. Lembrei-me rapidamente de ajeitar-me, jogada naquela cadeira. Passei a mão pelo meu ninho de rato, mas não ajudou muito.
Levantei-me assim que percebi que ela estava cada vez mais perto e percebi seu olhar observador para a minha calça larga surrada e minha blusa regata suja de tinta das placas que eu tinha feito para o bar hoje pela manhã.
Estávamos na sexta e eu tinha pedido para Lissa assumir meu lugar no bar com Dimitri. Prometi que depois que buscássemos Sid e Mia no aeroporto, eu cantaria no turno da noite, cobrindo a minha mãe e Dimitri.
Olena andou até mim de modo mais rápido e com sua bolsa apoiada de um jeito chique em seu braço, que eu nunca ia entender, ela sorriu para mim, parando na minha frente.
– Pronta? – perguntou.
Nenhum: Tudo bem? – pensei.
– Claro. – respondi.

***
Passo 1:
Eu sabia o que Dimitri queria comigo.
Eu entendia a necessidade idiota de provar a masculinidade.
Eu queria ajuda-lo a me tornar a rainha da escola.

Passo 2:
Eu sabia que ele não era assim.
Eu ia me vingar.
Eu ia tonar ele aquele velho garoto.

Passo 3:
Eu precisava de ajuda.
Eu não podia contar para ninguém quem eu era.
Então, alguém descobriu me fazendo continuar de boca fechada.

Olena queria o filha de volta e eu queria o velho amigo de Adrian na jogada. Eu não ia me apaixonar por um idiota e muito menos beijar um. Então, eu me juntei à Olena.
Ela me ligou no dia seguinte que Dimitri tinha confessado estar apaixonado por mim e disse o meu verdadeiro sobrenome. Mazur. Ela ficou feliz em saber que a minha família tinha nome e que eu não era mais uma garota querendo o dinheiro do filho dela, e então eu pedi ajuda.
Queria o garoto que deixou seus olhos brilharem no dia que eu falei sobre a minha história favorita. Aquele devia ser o Dimitri e foi ali que eu vi quem eu realmente eu queria beijar. E não me importava nem um pouco em fazer a sobrancelha pra isso. Por mais que doesse.
Olena parecia não se importar com os meus gemidos ou com o tempo que tudo estava levando. Ela ingressou no meu plano e como qualquer fada madrinha, soube o que fazer.
Ela continuava lá com a sua taça de champanhe e sua revista, e mal me notava tremendo. Primeiro eles arrancaram pelos que não deveriam estar lá, mas no fim, a minha quase monocelha foi embora.
Depois aquele creme horrível e aquela comida nos meus olhos. Eu gostava de comer e não colocar como enfeite de natal antecipado. Teve uma das vezes que eu quase corri com a vasilha de pepinos, mas Olena me ofereceu chocolate, o que me fez desistir.
Eu nunca tinha tirado cotícula, mas até que não foi tão ruim depois que eu parei de choramingar por causa da acetona nos bifes que aquela japonesa baixinha tinha arrancado de mim. Ela poderia abrir um açougue agora.
E por fim, mas não tão entediante, elas foram em meus cabelos. Eles sempre foram longos e da minha cor natural. Eram perfeitos, a única parte de mim bem cuidada e que eu achava demais. Então, cortar estava fora de qualquer cogitação. Pintar menos ainda.
Channel, como se chamava o cabelereiro de Olena e a própria tiveram um pouco de trabalho me convencendo a repica-lo, mas deixar o comprimento. Quase chorei ao sentir a tesoura em alguns dos meus fios queridos, mas depois de escovado e massageado, eu vi que não teve tanta diferença no tamanho dele e sim na forma. Ele estava valorizando mais o meu rosto e um pouco repicado.
Não estava tão ruim no final.
Depois que saímos dali, Olena me levou às compras. Eu sabia que Lissa ia ficar feliz em queimar todas as minhas roupas malucas e desleixadas, mas eu gostava delas.
Depois de vestir as roupas que eu pensei só ficar bem em pessoas como ela, eu acabei vendo que também não ficava ruim em mim. Mas preferi os vestidos de alça e renda que iam até o joelho. Calças jeans apertadas ao meu corpo cheio de curva e shorts decentes. Eu estava voltando a ser a garotinha do papai. A garotinha que ele abandonou.

***
Ajeitei a minha postura na frente do enorme espelho com borda de madeira envernizada. Olena tinha me feito vestir um vestido de festa longo. Era vermelho com renda nas partes mais decotadas. Minha barriga e seios estariam mais avantajados e aparecendo se não fosse a renda fina que obriga ao vestido à ser comportado e chique.
Era o tipo de roupa que meu pai, obrigava a mim e a Lissa a vestir em casamentos ou festas de amigos dele. Eu aturava sua mulher e meu irmão, semanas mais velho, e teve uma hora em que guardei, toda a educação dada, em um armário dentro de uma caixa.
– Eu pensei que teria que te ensinar postura. – disse Olena. Assustando-me. Eu sorri, depois de encará-la pelo espelho.
– Era uma das coisas que meu pai obrigava a mim e a Lissa a termos. Uma vez na semana, com uma senhora ranzinza que nos ensinava etiqueta desde os sete anos. – expliquei.
– E como você virou a filha revoltada? – perguntou Olena, aproximando-se de mim, com um colar, do que parecia ser diamantes, em mãos.
– Eu joguei um livro nela, ao invés de colocá-lo em minha cabeça.
Olena gargalhou. Mas não foi a gargalhada que eu dava. Foi a de uma mulher educada e fina. A mulher que meu pai queria que eu fosse.
– Uma criança incrível, imagino. – disse enquanto retirava meus óculos. Eu sorri. Ela colocou-os em algum lugar perto de nossas bolsas, e nós voltamos para o espelho. Ela sorriu docemente, já com as mãos em meus ombros.
– Se eu não conseguir, eu não errarei só comigo.
– Você vai, querida. – ela disse. – Você é a garota que a alma do meu filho estava esperando.

***
Depois de chegar em casa e escutar tudo que minha mãe disse sobre o quão incrível eu estava e uma bronca de Lissa por não a ter levado comigo, eu finalmente jantei e arrumei minhas coisas.
Olhei pela janela do meu quarto e vi o meu alvo na casa aonde eu ia trabalhar agora. Peguei minha pequena mala e coloquei meu casaco de couro preto recém adquirido. Corri pelas escadas com a minha nova bota e deixei que minha mãe me desse até logo com o sorriso por eu estar maquiada, o que raramente acontecia.
Corri até a casa de Sonya, ainda colocando meus óculos, e a vi na porta com um sorriso encantador. Seus olhos azuis eram a parte mais incrível de trabalhar naquela casa. Não era só ela com aqueles olhos. A pequena Meredith também os tinha.
– Ela já está dormindo. – disse Sonya. Ela tinha seu terninho cinza e seus cabelos presos em um rabo de cavalo.
– Tudo bem, eu tomo conta dela até você voltar.
– Obrigada. – falou. – Não se interessa mesmo por festas? Eu adoraria uma ajudante para os fotógrafos e sua mãe disse que você trabalhava com isso.
– Não. – respondi, sorrindo. – Mas posso pensar se for o caso.
– Adoraria que pensasse. – falou. Eu sorri.
– Claro. – disse, entrando em sua casa. – Até mais tarde.
– Até, Rose. – gritou correndo até o carro. Eu sorri.
Assim que entrei em sua casa, verifiquei Meredith e fechei a porta de seu quarto, todo decorado em tons de coral, depois de pegar o copo do leite quente que estava em cima da escrivaninha, desci novamente as escadas e o lavei, junto ao restante da louça na pia.
Eu veria televisão depois que guardei a última colher na gaveta, se não fosse o barulho que escutei. Era uma porta sendo abertas e gargalhadas. Logo, Meredith veio a minha mente, mas seu sono estava tão pesado, que fui em seu quarto apenas para confirmar que ela ainda estava dormindo.
Subi as escadas e percebi a porta do quarto de Meredith ainda fechada como eu havia imaginado. Ao contrário da de Tasha, que tinha uma pequena brechinha aberta, dando luz ao curto corredor.
Caminhei lentamente até lá, e escutei os gemidos aumentarem. Empurrei sua porta e levei a mão à boca, em um susto. Assim como Tasha e Jesse, completamente nus, sem nenhum lençol por perto.
OK.
Eu era virgem... Completamente virgem. Eu nunca beijei ninguém. Mas eu não precisava ver isso agora. Acho que ver em filmes já estava de bom tamanho.
Virei de costas e esperei que pelo menos, Jesse conseguisse algo para que se cobrisse. Aquele sorriso cafajeste em seu rosto dizia claramente que ele demoraria a fazer isso.
– Mas que droga. – disse Tasha. – Sonya te paga para entrar no meu quarto? – perguntou ofegante.
– Não. – falei, ainda de costas. – Você acha mesmo que eu entrei aqui de propósito para ver a bunda do seu namorado.
– Eu não duvido muito. – disse Jesse, também ofegante. – Eu tenho uma bunda linda.
Revirei os olhos, reprimindo uma gargalhada.
– Então coloque-a, para fora daqui, ou conto para Sonya. – disse, virando-me.
Tasha tinha o lençol na frente de seu corpo. Seus olhos azuis estavam arregalados e alarmados, assim como seus cabelos desgrenhados. Mas que droga, não sabia que sexo acabaria com meu visual.
Jesse fechou os olhos e suspirou. Ele já tinha posto as calças e apenas exibia seu tanquinho. Era bom para lavar roupa, mas não melhor que o do meu camarada.
Olhei para Tasha tentando não rir da situação e parecer séria. Ela revirou os olhos e encarou Jesse, que fez o mesmo com ela. Eles ficaram alguns segundos daquele jeito, e depois de uma última bufada, Jesse recolheu o resto de suas roupas do jeito mais estressado possível. Passando por mim, feito um louco.
Tasha me encarava como quem se perguntava o que eu ainda fazia ali. Mas eu sabia o que estava acontecendo ali. Eu já a tinha visto no quarto com Jesse e eu apenas esperei que eles acabassem, mas com a animação dos dois, seria difícil.
Então, eu só me adiantei.
– Já acabou com a minha noite. – disse Tasha. – Pode sair agora.
– Não posso. – falei.
Ela me olhou mais observadora.
– Cortou o cabelo? – perguntou, assustada.
– Não. – falei, irritada. – Só repiquei. – expliquei. Ela abriu a boca em entendimento, mas logo voltou a sua feição irritada.
– O que quer? – perguntou, irritada.
– Sua ajuda.
Ela arfou.
– Bom, seu novo visual não está tão ruim. Não precisa da minha ajuda, patinha.
Eu respirei fundo e sorri, debochada.
– É com outra coisa. – disse. Ela levantou o cenho.
– Que outra coisa? – perguntou. Ela parecia curiosa agora.
– Com Dimitri. – disse. – Preciso de ajuda com Dimitri.
– Ohh... – murmurou. – Não precisa se encantar tanto por ele querida. Ele vai te magoar.
Eu cruzei meus braços na frente do peito e sorri para Tasha.
– Não se eu fizer primeiro. – falei.
– O que? – perguntou, confusa.
– Eu já sei da aposta. – falei. Ela abriu a boca em exasperação. Eu sorri. – E não vai ficar como está.
Ela me encarou boquiaberta, com força apenas para segurar o lençol na frente de seu corpo magro e sem curvas. Ela balançou a cabeça para ajeitar a franja ao seu rosto e engoliu a seco.
– Não faça nada contra Jesse... – começou. Eu levantei a mão para ela.
– Seu namorado já é caso perdido, florzinha. – ela deu uma gargalhada interrompida.
– Então, o que vai fazer? – perguntou irritada. – Por que eu vou ajudar?
– Porquê Dimitri é o alvo. – falei. Ela encarou-me pensativa por alguns segundos. – E sei mais que ninguém, que não gosta desse Dimitri que te deu um pé, certo? Que ele pode prejudicar seu irmão e Meredith. Querem aquele velho amigo altruísta de volta.
Ela pensou por alguns instante e respirou fundo, encarando-me.
– Certo. – falou, pensativa. – Diga o que quer e eu o faço. Pela Meredith, que gosta dele. – ela respirou fundo. – Ao contrário do que pensam, a minha irmã é importante.
Eu sorri, aliviada.
Eu tinha a segunda maior peça do quebra cabeça.
Eu tinha meu plano.
– Certo. – repeti, lentamente. – Vamos acabar com isso.


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Notas finais do capítulo

Bom, galerinha... Espero que tenham gostado.
E também espero que gostem da minha outra fic... "A Ilha" também romitri.
Deem uma olhadinha e digam o que acharam rs
Beijos e bom fim de semana.



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