Nunca Fui Beijada escrita por Larissa Carvalho


Capítulo 1
Desajeitada


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoal.
Estou na minha segunda fic e eu espero que gostem.
Ela foi inspirada no filme ELA É DEMAIS e eu já tenho um carinho muito grande por ela. Também tenho outra fic em andamento, quase no fim e também tenho um carinho especial, pois foi a minha primeira fic e os comentários me motivaram muito.
Espero que gostem.
Boa Leitura.
Beijos.



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Sabe quando se acha que está apaixonado, e aquelas borboletas rondam seu estomago como uma brincadeira de pique pega? Bom, eu nunca senti isso. Sou só uma garota tola de 17 anos, pronta para terminar essa redação para a faculdade. Talvez sejam os óculos ou só a forma de dizer que... Eu sou Rosemarie Hathaway Mazur e eu nunca fui beijada.

Mas isso não tem muito relação com meus óculos, eu nem preciso deles. Eu só os uso para espantar as pessoas. Sou um pouco exótica. As pessoas falam que puxei ao meu pai, mas o fato de ser um pouco discreta aniquila essa possibilidade.

Sou o que chamam de nerd. Mas que droga! Poderiam ter dado um nome melhor para ser inteligente.

Estudo na St. Vladimir... Agora, todas as minhas manhãs, desde que meu pai decidiu explorar o lado da minha cabeça que pensa. Bom, minha mãe não gostou muito disso, mas acabaram decidindo que seria um último ano bom para mim. E que eu arrasaria com uma redação para a faculdade.

Não gosto muito da ideia de faculdade na minha mente.

Meus pais são divorciados desde que eu me entendo por gente. Minha mãe o odeia. Meu pai a odeia. E assim, eu estou aqui, no meio do fogo cruzado. Pode até ser difícil às vezes, mas a minha irmã Lissa me ajuda bastante em relação a isso.

Ela perdeu os pais quando era muito pequena, e por sermos da mesma idade, minha mãe decidiu cria-la. Desde então, somos melhores amigas irmãs. Ela me ajuda a rir quando minha mãe e meu pai tem uma de suas brigas sobre a minha educação e sobre a educação da Lissa.

Erick e Rhea Dragomir eram amigos dos meus pais, e por mais que tenham suas diferenças, meu pai ama a Lissa e a trata como filha. Eu fico feliz quando a Lissa chama meu pai de pai, quando nem mesmo eu consigo.

Nós moramos em Montana à aproximadamente 24 horas. Mudamos para cá por causa da St. Vladimir e porque a minha mãe comprou um bar. Não um bar pequeno. Um bar enorme. Com palco, balcão e mesas. Eu amei.

Meu avô tinha um bar em Seattle quando nós erámos pequenas e quando atingimos uma idade certa e minha mãe herdou o bar, nós começamos a trabalhar nele. Cantávamos todas as noites. Éramos a atração da noite.

Cantar era o único momento que não me fazia derrubar as bandejas ou tropeçar. Ser uma garota desajeitada era a pior parte do meu dia a dia. Lissa já teve namorados e até a sua primeira vez com um deles, mas no momento, vir para Montana estudar na melhor escola, era o que estava deixando ela tão animada.

Aquele jatinho particular nunca foi tão chato.

Minha mãe tinha ido na frente, ela não queria nada que não fosse o que ela poderia pagar. É eu me esqueci de mencionar... Meu pai é rico. Eu sou rica. A Lissa é rica. O meu pai tinha criado Lissa como filha, assim como minha mãe, mas ela tinha sua própria herança.

Não que isso ligasse para eu ou ela. Ninguém sabia quem era o nosso pai. Nós nos vestimos como duas adolescentes normais, não temos luxo, viemos de uma escola pública e temos poucas amigas. Pelo menos, eu tinha.

Eu sou o tipo de garota que chama atenção. O que nunca é tão bom assim. Pelo menos não pra mim. Meus pais tiveram um casamento conturbado e de acordo com a minha mãe, ele a traiu. Eu não queria isso. Pode ser medo, trauma ou carma. Eu só queria sentir as borboletas.

Lissa já tentara me fazer mudar de ideia, mas eu queria. Queria as borboletas. Ela mesma nunca sentira. Nem com o namorado e sua primeira vez. Eu queria ser beijada por alguém que eu conseguisse essas borboletas. Agora só me restava saber, quem seria.

***

– Rose? – minha mãe chamou.

Eu coloquei mais uma caixa em cima da cama e voltei-me para fita-la. Seus cachos vermelhos emolduravam seu rosto e sua simplicidade em roupas era o que eu mais gostava nela. Janine Hathaway ficava linda com tudo. Até mesmo jeans rasgados e botas.

– Sim. – falei. Ela sorriu ainda no batente da porta.

– Temos visita. – eu a encarei e depois meus olhos foram para o espelho. – Você está linda. – disse minha mãe. Ela sorriu e fechou a porta do meu mais novo quarto.

Olhei de novo para o espelho e peguei meus óculos em cima da escrivaninha. Endireitei-os ao meu rosto ao rosto e sorri. Meus cabelos estavam presos em um coque frouxo, e eu os soltei. Deixando meus cachos caírem como cascatas nas minhas costas.

Ajeitei minha blusa fina de manga comprida e observei minhas calças jeans rasgadas, assim como a da minha mãe. Bati-me por não ter deixado Lissa me vesti. Ela tinha posto um vestido rosa tão bonitinho e se não fosse por minha falta de animo para Montana, eu teria feito o mesmo.

Abri a porta e desci as escadas. A casa era o mais simples possível. Minha mãe quis assim. Eu tinha bastantes vizinhos. Eram casas todas iguais. A não ser por uma. Foi à primeira casa que vi. Era cheia de flores. Era tão viva e cheirosa. Assim que a BMW da minha mãe passou por ela, eu tive certeza que precisava fazer amizade com os vizinhos.

Procurei por um tempo a sala ou a cozinha. Não tinha muita certeza. Assim que me encontrei na casa, observei uma Lissa sorridente e logo em seguida olhos azuis. Eu não pude evitar sorrir. Era a mulher que estava na porta da casa das flores.

– Ah... Ai está ela. – disse minha mãe. Ela se aproximou de mim e me puxou para perto da lareira, desviando da mesinha de centro. – Essa é a Rose, a minha filha.

– Oh, claro. – disse a mulher. Ela me estendeu a mão e eu a apertei. – Bom, espero que goste de Montana. Eu sou Sonya Karp.

– Querida, a senhora Karp é viúva e precisa que alguém tome conta da filha mais nova dela. Você ainda quer ser baba?

Eu sorri. Seria maravilhoso. Eu gosto de crianças. Eu amo flores.

– Claro. – falei. Ela sorriu para mim.

– Ah que bom. Só não ligue, eu moro com meus enteados. Uma menina e um menino. Eles são gêmeos. – ela sorriu. – Cristian e Natasha. O Cristian leva muitos amigos, isso deixa minha filha agitada na maioria das vezes e a Tasha nunca dá atenção pra ela, mas Meredith é uma criança maravilhosa.

– Tudo bem. – falei. E realmente não estava mentindo. Eu e Lissa tínhamos um irmãozinho de cinco anos, Derick. Meu pai casou assim que se separou da minha mãe. A Amélia não era tão ruim, e seu filho mais velho, Antony, era também meu irmão, tínhamos quase a mesma idade. Daí vem o nome... Traição.

Eu costumava tomar conta do Derick, mas ai eu vim para Montana.

Mais uma vez meu pai me tirou uma alegria. – pensei.

Lissa me encarou com seus olhos verdes e já sabia o que eu estava pensando. Tínhamos uma conexão impressionante de irmãs. Ela sempre sabia o que eu pensava e o que eu poderia fazer, considerando o lado impulsivo das Hathaway’s.

– Bom, eu e a Rose temos um emprego no bar da nossa mãe. – falou Lissa. Oh verdade.

– Sem problemas. Nos dias que eu precisar de uma baba, prometo avisar com antecedência, só quis dar boas vindas. – eu assenti junto a minha mãe. Lissa veio para o meu lado saltitante, seus cabelos louros, eram como o sol em cima de mim. Eu sorri.

– Obrigada. – falei. Ela sorriu e seguiu minha mãe até a porta.

– Nada. Até semana que vem, Rose. Espero que goste de Montana. – falou. Eu sorri.

Enquanto ela e minha mãe se afastavam até a porta, Lissa ia até a janela da sala, afastando a cortina cor de creme que minha mãe escolhera com tanta cautela.

– Eu vou gostar de Montana. – murmurou.

Corri até a janela, tropeçando no carpete marfim e recebendo um rolar de olhos de Lissa. Debrucei-me sobre ela e olhamos na mesma direção. Era a casa da Karp... A minha nova patroa.

Tinha uma caminhonete na porta. Cinco garotos. Três na parte de trás saltando e mais dois, um saindo do banco do motorista e do carona.

Lissa sorriu ao ver o motorista. Alto, magro com alguns músculos e um cabelo negro com um topete estranho. OK. Lissa era estranha para homens. Eu podia jurar que ele tinha olhos azuis, mas resolvi não arriscar.

Depois levei meus olhos ao do carona. Alto, louro, olhos verdes... Interessante. Seus músculos por baixo de uma jaqueta azul, que provavelmente queria dizer que ele fazia parte do time da escola, me fez sorrir.

Lissa me cutucou e apontou para os outros três.

Um deles também era louro, com olhos claros... Eu sorri. O cara poderia ser o sonho molhado de qualquer garota em Montana, mas seria o meu sonho molhado essa noite.

O outro era ruivo, alto e com olhos azuis... Mas não era tão ruim.

– Ah meu Deus. – murmurou Lissa. Eu a encarei e depois segui seu dedo indicador.

Oh Deus.

O ultimo garoto era alto, com cabelos no ombro e olhos chocolate que poderiam fazer parte dos meus pensamentos do jeito que fosse. E então, como se não fosse nada demais, sorrindo e brincando com os outros, ele olhou para a janela, olhou para mim.

Algo aconteceu...

Uma eletricidade...

Encarei por um tempo, aqueles olhos que foram capazes de me atravessar, e soltei a outra parte da cortina, recuando um pouco. Lissa permanecia sorridente e vidrada no primeiro garoto, enquanto eu continuava ali, em choque...

Para uma desajeitada, nunca foi tão confuso querer ser beijada.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado.
Beijos.
Comentem!



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