O Relógio de Areia escrita por beautifulfantasy


Capítulo 34
Capítulo 34 – Areia




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Teen Titans não me pertence.

Capítulo 34 – Areia

And when it rains
Well, you always find an escape just running away
From all of the ones who love you
From everything
You made yourself a bed at
The bottom of the blackest hole (blackest hole)
And you'll sleep till may
You'll say that you don't want to see the sun anymore

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'Slade tem razão, Terra. Você não tem amigos'

'Você pertence a mim agora'

'Pertenço'

'Traidora! Eu confiei em você; nós confiamos em você! Te demos tudo e pisou em todos nós!'

'Terra, você não pode...'

'Meu nome é Terra. Eu fiz coisas horríveis. E não me arrependo de nada'

'Eu nunca vou esquecer você, Terra'

Terra acordou com grito preso na garganta, as cobertas e travesseiros no chão, suor frio escorrendo por sua testa e suas costas.

'Que pesadelo horrível... ' ela pensou, se abraçando para manter o calor. Lá fora, o sol se punha, e o céu estava azul escuro manchado de laranja.

Olhando para o lado, viu que o relógio marcava 18h24min. Havia dormido por quase duas horas. Passando a mão pela testa, se lembrou dos acontecimentos do dia. Pânico começou a crescer dentro de seu peito. A essa altura, eles já deviam ter descoberto. Foi tomada por um impulso de fugir.

"Isso não é justo..." ela murmurou, e o pânico deu lugar à raiva. "Isso é tudo por causa da Ravena! Se ela só... Ou se o Mutano não... Argh!"

Caiu de joelhos ao lado da cama, esmurrando o colchão macio. Foi quando ela reparou em uma luz amarela emanando abaixo dela. Apoiando a mão direita no chão, olhou debaixo da cama, onde tinha escondido o relógio. A areia dentro dele brilhava e o vidro refletia essa luz para todos os lugares. Além disso, os grãos se moviam com rapidez dentro das ampolas, como dois pequenos redemoinhos...

Terra estendeu a mão para pegá-lo, mas o relógio se afastou dela, deslizando até o outro lado e se erguendo no ar. A loira levantou e assistiu hipnotizada à ampulheta girar sem parar e se dirigir cada vez mais rápido à janela aberta. Então parou, flutuando no ar a alguns metros da Torre. Areia e terra começaram a se aproximar da caixa de vidro, a envolvendo. E a cada segundo mais material se juntava à massa, que crescia em uma velocidade alarmante.

Diante dos olhos espantados de Terra, um monstro de areia e pedras se formou. Ele tinha a altura da Torre Titã, braços e pernas grossos e fortes e a ampulheta de vidro cravada em seu peito. Duas fendas em seu rosto de pedra brilhavam amarelas como dois olhos terríveis.

Um rombo enorme se abriu revelando sua boca, mas em vez da propagação de um som, o que aconteceu foi um terremoto.

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"Que diabos foi isso?" gritou Ciborgue, depois de alguns minutos, quando o tremor cessou.

"Um terremoto" respondeu Robin, se levantando e ajudando Estelar, a quem ele havia segurando nos braços para tentar proteger. "E algo me diz que não foi exatamente natural"

"Vocês acham que isso aconteceu na cidade inteira?" perguntou Ravena, saindo de debaixo da cama, onde ela e Mutano haviam se refugiado. Estava, é claro, pensando em Caleb, na creche.

"Pela intensidade, creio que é provável" disse Estelar com a voz preocupada.

"Eu preciso ir ver Caleb. Agora" disse a empata ao se levantar.

"Me deixa ir com você!" pediu Mutano. Ravena concordou com a cabeça e segurou sua mão. Então levantou a capa com a outra mão e girou, envolvendo aos dois.

Nada aconteceu.

"Mas o que...?" ela murmurou, e repetiu o movimento. Ainda estava no mesmo lugar. "Eu... Não consigo me transportar... Não consigo abrir um portal."

"Isso é estranho" disse Mutano.

"Gente..." chamou Ciborgue, e todos se viraram ao tom sério de sua voz. Ele estava encarando a pequena tela em seu braço direito. "Eu estou detectando alguma coisa do lado de fora da Torre. Alguma coisa grande."

Robin correu para a porta e os outros o seguiram imediatamente. Os cinco titãs pararam em choque. Tudo o que conseguiam ver pela ampla janela era um aglomerado de areia, terra e pedras. E o pior: parecia ser apenas uma parte do todo. Se aproximando, eles viram que vinha desde a pequena ilha e continuava até onde os olhos alcançavam.

"Uma montanha caiu na nossa ilha?" questionou Mutano, e nesse momento, a enorme sombra girou, causando mais um tremor, embora não tão potente quanto o primeiro.

"Montanhas não se movem" disse Robin gravemente.

"Está indo para a cidade!" gritou Estelar, pois em poucos segundos, o que eles viam se distanciou subitamente, e eles conseguiram ver que tinha um formato levemente humanóide e andava pelo mar em direção ao continente.

"Ele... É gigante!" balbuciou Ciborgue. "Dá uns cinco Cinderbloks..."

"Ainda temos que impedi-lo" constatou Robin. "Titãs, atacar!"

"Preciso ir pegar Caleb" disse Ravena, resoluta, olhando para Mutano. Ele concordou com um aceno de cabeça. "A creche está do outro lado da cidade..."

"Você vai na frente" ele determinou, enquanto os amigos já corriam pelo corredor. "Nós vamos segurá-lo"

"Está bem... Cuidado"

"Você também. E, Ravena?"

A empata parou, esperando com impaciência.

"Adorei o nome Caleb" ele disse, e os dois sorriram antes de se separar novamente.

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Terra estava vagamente consciente de que seu comunicador tocava. Mas não conseguia pegá-lo para responder. Não conseguia nem mesmo se levantar. Sua cabeça doía tanto que ela tinha certeza de que estava prestes a explodir. E ansiava por esse momento, pois ao menos a dor cessaria.

Começou logo após o aparecimento do monstro de areia. Antes que pudesse fazer, sequer pensar em qualquer coisa, sentiu uma pontada forte na cabeça que não passou. O tremor a tinha derrubado no chão e no chão ela permanecia, segurando a cabeça com as duas mãos, os olhos apertados, rangendo os dentes para não gritar, embora um gemido estrangulado passasse entre eles. Suava frio e chutava o ar, rolando com a dor.

"Você não tem amigos"

Uma sala circular repleta de espelhos...

"Mutano. É verdade."

Uma rua vazia, e os cinco titãs a encaravam, em posição de luta.

"Eu não tenho amigos, lembra?"

"Sempre foi fácil enganar você"

Uma sala metálica, Ravena no chão.

"Traidora!"

"Ou é por que lá no fundo, você achou que eu fosse sua amiga?"

A cidade de Jump City, destruída, fileiras de sladbots marchando. Um clima de terror e desespero.

"Você não entende, não é mesmo? Eu não sou uma garotinha em perigo esperando pra ser resgatada!"

Com uma última visão de seus amigos caindo a seus pés na escuridão, Terra desmaiou.

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Caos reinava nas ruas, enquanto um gigante de terra passava, cobrindo um quarteirão a cada passo, esmagando o que houvesse embaixo e espalhando areia em todo lugar. As pessoas corriam, desesperadas por uma área de segurança. Uma criança chorava procurando pela mãe, e em seu pânico, tropeçou nos próprios pés e caiu. Uma sombra cobriu o local onde jazia, e um pedregulho se aproximava cada vez mais dela.

Uma moto vermelha passou a seu lado e uma mão a tirou do caminho instantes antes do pedregulho pousar e destruir o asfalto. A moto fez uma curva e se afastou, parando próximo a um aglomerado de pessoas, e Robin entregou a criança à sua desesperada mãe.

"Fujam, e levem o máximo de pessoas que conseguirem!" ele ordenou, desmontando da moto e tirando o capacete. O público não demorou a obedecer. Um carro branco e azul parou ao seu lado e dele saíram Ciborgue e Mutano.

"Mutano, ajude Estelar atacando o rosto dele pelo ar!" ele ordenou, apontando para o alto. "Ciborgue e eu vamos mirar as pernas!"

Mutano concordou com um aceno de cabeça e logo em seguida uma águia verde ganhava altura.

"Cadê a Terra?" perguntou Ciborgue enquanto eles corriam para acompanhar o gigante.

"Não responde" disse Robin. "Mas não há tempo para esperar ou procurar por ela"

"Você acha... Que ela pode estar por trás desse monstro?"

"Não sei" ele respondeu com um tom de fim de conversa. Eles estavam próximos das pernas de terra e pedras. Preparou discos na mão direita enquanto o braço direito de Ciborgue se rearrumava em seu canhão sônico.

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Ravena voava em sua velocidade máxima, mas ainda não conseguira ultrapassar o golem de terra. Uma areia irritante estava espalhada no ar, dificultando sua visão e entrando em seu nariz e boca, e ela suspeitava que era devido a essa areia que não podia abrir um portal para se transportar. O material saía do monstro e era levemente luminoso, levando Ravena a acreditar que possuía algum tipo de magia.

Aliviada, ela ouviu uma explosão familiar e o gigante cambaleou. Tomou mais impulso e conseguiu, por fim, ficar à sua frente. Estava muito preocupada. Coincidência ou não, o golem mantinha a direção da creche onde estava Caleb. E o solo continuava a tremer, ela sabia porque via os prédios balançando levemente. Seu filho podia ter caído do berço, ou, pior ainda, alguma coisa podia ter caído em cima dele, o deixando soterrado—

Balançou a cabeça, afastando esses pensamentos, e se concentrou em seu objetivo, que no momento era chegar até Caleb. Sentia energia sendo liberada, mas não dava a mínima para isso. Seus poderes, terríveis como fossem, não fariam tanta diferença nesse estado de caos. Então, o máximo que pudessem fazer para retardar o enorme monstro era bem-vindo.

Por ela, Raiva, Insegurança e Coragem podiam fazer a festa.

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Ciborgue acertou no alvo. A coluna que era a perna do gigante se esfarelou, terra sendo espalhada por todo o lado e pedras se soltando da estrutura. A vários metros, ele viu que os explosivos de Robin causaram o mesmo efeito. O monstro parou. Estava com um Boo-ya na garganta, mas então a terra no chão fez o caminho de volta, e os pedregulhos retornaram a seus lugares. Quase como se... tivessem voltado no tempo.

"Mas o que...!" ele gritou, frustrado.

Estelar e Mutano não estavam indo muito melhor. A Tamaraneana atirou seus raios estelares e causou o mesmo efeito que o canhão de Ciborgue e os explosivos de Robin: destruição seguida de uma rápida regeneração. Mutano se transformou em um pterodátilo e atacou um dos ombros do gigante. As pedras se soltaram, mas quando ele fez a volta, já havia voltado ao lugar original.

Robin atirou mais alguns discos na perna esquerda do golen, que foi congelada imediatamente, impedido-o de prosseguir. Ao mesmo tempo, Ciborgue atacou sua perna direita com um soco, atravessando a terra até o outro lado. O gigante perdeu o equilíbrio e, antes que pudesse se regenerar, Estelar girava no ar um elefante verde e o atirou em seu peito.

Por alguns minutos, choveu terra, pedras e areia. Parecia uma vitória. Porém, um enorme pedregulho caiu no bloco congelado que era a perna esquerda, e em seguida um pequeno redemoinho se formou. Quando acabou, o monstro de areia estava íntegro novamente, e andando.

Robin correu, tirando terra dos cabelos, e atirou uma pistola, que se enganchou nas pernas do golen. Ciborgue correu para ajudá-lo a segurar, porém o cabo deslizou por entre a areia e saiu do outro lado.

"O que a gente faz?!" gritou Mutano. "Esse cara é impossível de parar!"

"Só podemos continuar atacando" disse Robin. "Titãs, vamos!"

Antes que pudessem alcançar o gigante, diversos objetos começaram a ser arremessados nele, cobertos por uma aura negra familiar. Isso não o impediu, mas o atrasava. Carros, ônibus e pequenas construções detonavam o monstro, que ainda se regenerava. Dois prédios se moveram, unindo-se e ficando em seu caminho. Ele parou e levantou as mãos. Um forte terremoto ocorreu, derrubando-os no chão e lhe permitindo pisar e esmagá-los para continuar seu caminho.

Estelar voou até a barriga do monstro e estendeu os braços, empurrando-o para trás. Como o cabo de Robin, porém, ela foi absorvida pela areia e o atravessou, saindo coberta pelos grãos. Mutano voou até a cabeça do golen na forma de um pequeno e rápido beija-flor, e tomou a forma de um urso, abraçando seu rosto para atrapalhar sua visão. Mordeu e arranhou, pretendendo lesá-lo o máximo possível. Porém, ele continuou caminhando, como se não dependesse da visão para continuar seu caminho.

Canos soltos do asfalto pela destruição foram envolvidos em aura negra e direcionados para o gigante, molhando a parte de baixo de seu corpo. Ele começou a se mover com mais lentidão devido ao peso, mas a estrutura continuou íntegra. Robin atirou seus discos novamente, dessa vez congelando ambas as pernas, a água tendo facilitado.

A parte de cima do monstro se separou das pernas congeladas e ele foi ao chão com um baque. Terra e areia se espalharam por toda a região sem forma definida.

"Isso!" exclamou Mutano com um sorriso, tendo soltado o rosto do monstro antes que ele caísse.

"Glorioso!" Estelar bateu palmas.

Porém, o chão começou a tremer uma segunda vez, e quando os quatro jovens puderam se colocar em pé novamente, o monstro havia se reconstituído. Estava um pouco menor, mas ainda enorme e ainda se movendo.

"Qual é a dele?" reclamou Ciborgue, irritado, seus três colegas com expressões desanimadas.

"Titãs..." antes que Robin pudesse terminar a frase, o monstro parou.

Tinha chegado ao seu destino.

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Ravena avistou a creche, o golen ainda a certa distância. Suspirou de alívio ao ver que permanecia inteira. Um aglomerado de pessoas estava às portas, ajudando a evacuar o local. Chegando mais perto do chão, ela viu as últimas pessoas carregando crianças nos braços. Ela sentiu a presença de Caleb antes de avistá-lo: estava em uma cadeirinha de transporte próximo à saída.

Pousou no chão e correu em sua direção. Mas então houve mais um terremoto, a derrubando antes que pudesse flutuar. Ela caiu, batendo a cabeça na guia da calçada. Foi preciso muito esforço, mas ela conseguiu se manter consciente. Depois que o terremoto parou, porém, ela demorou alguns minutos para se levantar. Os minutos que o monstro precisava para chegar ao seu destino.

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O relógio seguia os desejos de sua mestra.

Mesmo quando ela não os dizia com todas as palavras. Isso porque estava ligado ao coração dela.

Quando ela chorou sobre ele, lhe disse tudo o que ele precisava saber.

Destruição.

Ela desejava destruição da relação de duas pessoas.

Para realizar esse desejo, ele precisava de informações. Por isso precisou coletar tudo o que existia. Em todos os tempos. Procurou pela mente de sua mestra, mesmo entre aquilo que ela não lembrava, por que nessa linha de tempo nunca havia acontecido.

Por fim, tinha informações suficientes.

O caminho mais rápido para a destruição daquele laço era a destruição do fruto de tal relação.

E seus grãos lhe informavam que ele estava próximo.

Muito próximo.

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Caleb chorava. Estava com muito medo, e chorar era o único modo que sabia responder a isso.

Tinha sentido brevemente a luz de sua mãe se aproximar, mas antes que o alcançasse, o mundo começou a sacudir de novo.

Era muito assustador. Ele ia de um lado para o outro, as coisas caíam e se instalava um alto barulho. E as luzes em volta ficavam fortes e incomodavam.

Então ele chorava e chorava, esperando que sua mãe o ouvisse e viesse até ele.

Quando o mundo parou de sacudir, ele não tinha mais forças para gritar, e seu choro se reduziu a longos soluços. As luzes estavam apagadas. Estava sozinho.

Pequenas coisas ásperas caíram em cima dele e ele olhou para cima, vendo uma mão. Mas era uma mão maior que a de sua mãe e irregular. Ele ficou com mais medo.

De repente, o mundo ficou negro, e ele só via as coisas em um contorno branco. A mão se aproximou, se aproximou – e parou.

Ele piscou, parou de chorar e olhou em volta, tomado por uma breve sensação de segurança. Foi tempo suficiente para ele recuperar o fôlego para voltar a chorar quando a mão começou a baixar com força, causando um barulho alto e o chão a sacudir de novo.

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Terra acordou com a cabeça encostada contra o chão e saliva fria no queixo. Abriu os olhos e enxergou um borrão. Seu corpo estava completamente dolorido.

Tossiu, sentindo algo áspero na garganta. Areia...?Sentou no chão, esfregando os olhos. À distância, um cenário de completa destruição.

Ela se lembrava de tudo agora.

A traição. Slade. Seu arrependimento. Seu sacrifício.

Mutano e Ravena. E sua inveja e até onde a levara.

Passou as mãos pelo rosto. Conseguia ver tudo com clareza. Por que será que isso só acontecia quando era tarde demais?

Levantou e foi até a janela, saltando em um pedaço de terra, que flutuou na direção da cidade.

Estava na hora de fazer tudo certo.

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"Ravena!" gritou uma voz, e ela se virou, ainda confusa. Duas mãos fortes seguraram seus ombros. "Tá tudo bem?"

"Eu... Bati a cabeça" ela balbuciou, encontrando o olhar de Mutano. "Nós temos... Temos que salvar o Caleb..."

"Mas onde...?"

Sua pergunta foi interrompida por um tremor. O monstro, poucos metros à frente, socava alguma coisa com vontade. Sem parar, um punho atrás do outro. Entre a cortina de areia, ele visualizou um pequeno domo negro protegendo algo... ou alguém.

"Ah, não!" ele murmurou, e ele e Ravena correram na direção dos dois, desespero crescendo em seus corações.

Estelar atacava com raios contínuos de um lado. Robin congelara as pernas do monstro novamente e tentava chegar aos braços. Ciborgue atirava com seu canhão sônico raios azulados do outro lado.

E agora Mutano e Ravena se juntavam a eles, a empata, com quatro olhos vermelhos, prendendo um dos braços do gigante com uma grossa corda astral enquanto o metamorfo segurava o outro na forma de Fera. O choro de seu filho ecoava em seus ouvidos, torturando-os.

Ravena tentou retirar Caleb do lugar, mas o bebê estava muito assustado e seus poderes não permitiam que os da mãe interferissem no escudo gerado com sua energia. Ela estava impressionada com a força que os poderes dele apresentavam, com apenas um mês de idade.

A força do gigante estava quase os sobrepujando quando mais um terremoto se iniciou, dessa vez causando novamente sua queda.

Ravena correu para o chão e encostou no pequeno domo. Ele se desfez imediatamente, quando Caleb sentiu a presença de sua mãe, se acalmando. A empata se curvou e pegou o filho nos braços, abraçando-o de forma protetora.

O gigante estava começando a se formar novamente quando vários pedregulhos o atingiram. Os titãs estavam espalhados pela região, mas Mutano conseguiu chegar até ela, os abraçando.

Terra sabia que o único modo de parar o gigante era pegar o relógio. Ela saltou de cima do pedaço de terra flutuante que a levara até lá e atirou diversos pedaços de terra e asfalto na massa restante, a impedindo de se reconstituir. Correu entre os destroços e avistou um brilho. Correu até ele, se esforçando para respirar, pois a areia pairava no ar como uma nuvem. Ajoelhou-se, as pedras entrando em suas feridas. Tomou o objeto nas mãos e aproximou de seu rosto machucado.

Terra se levantou, e tudo em volta era areia.

Robin tirava uma Estelar desacordada do meio de pedregulhos. Ciborgue tossia, coberto de terra e areia, uma de suas pernas metálicas destroçada. Mutano e Ravena estavam ao longe, um com a testa encostada na do outro, olhando com profunda afeição para um bebê de pele esverdeada nos braços da empata.

Àquela visão, Terra finalmente entendeu o que não pudera em duas linhas temporais diferentes.

Eles pertenciam um ao outro.

Mutano nunca poderia ser feliz com ela, porque ele era de Ravena. E ela era dele. Em qualquer tempo, em qualquer lugar.

Soltou uma risadinha sem humor, voltando sua atenção para a enorme ampulheta de vidro em suas mãos. Encarou o objeto, seu contorno suave, seu peso moderado, sua cor instável. A areia deslizava da âmbula de cima para a de baixo, como deveria ser.

Ergueu a ampulheta acima de sua cabeça.

Não existem segundas chances

Uma única lágrima caiu quando estilhaçou o relógio em um milhão de pedaços contra o chão de concreto.

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Oh, how could you do it?
Oh, I, I never saw it coming and no
Oh, how could you do it?
Oh, I, I never saw it coming and no
Oh, I need an ending
So, why can't you stay just long enough to explain?

You can take your time, take my time

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Música - When It Rains por Paramore

Tradução:

Quando Chove

E quando chove
Nesse lado da cidade toca tudo
Apenas diga de novo e seja sincero
Nós não perdemos nada
Você fez uma cama para si mesmo
No fundo do buraco mais escuro (buraco mais escuro)
E se convenceu de que essa não é
A razão pela qual você não vê mais o sol

Oh, como você pôde fazer isso?
Oh, eu, eu nunca vi isso chegando e não
Oh, como você pôde fazer isso?
Oh, eu, eu nunca vi isso chegando e não
Oh, eu preciso de um final
Então, por que você não pode ficar apenas o suficiente para explicar?

Você pode não se apressar, leve meu tempo

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