O Relógio de Areia escrita por beautifulfantasy


Capítulo 26
Capítulo 26 – Passos




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Teen Titans não me pertence.

Capítulo 26 – Passos

15 de Julho de 2010, 12h32min

"Posso olhar agora?"

"Não"

"E agora?"

"Eu aviso quando você puder olhar" disse Ravena com um ar misterioso. "Até lá, fica quieto."

A empata o guiou pela mão até certo ponto e então retirou a venda que cobria os olhos do namorado.

"Tudo bem, pode olhar"

Mutano abriu os olhos e se viu na frente de um prédio pintado de verde claro, com muitas plantas ao redor e portas de vidro. Acima dessa porta, lia-se: 'Veggie – Restaurante Vegano'. Ele se voltou para a namorada, a boca aberta.

"Feliz aniversário!" ela disse com um leve tom de entusiasmo, que era o máximo que podia fazer. "Adiantado, eu sei, mas amanhã todo mundo vai querer comemorar com você e eu sei que Ciborgue nunca aceitaria..."

Sua pequena explicação foi interrompida por um beijo muito longo e apaixonado.

"Você... Isso é incrível!" ele exclamou, indicando o restaurante, ao se separar dela, a outra mão ainda eu sua cintura. "Obrigado."

"Bom, diga isso depois que sairmos..." ela murmurou, ainda com um sorrisinho. "Não sei quanto de tofu eu posso realmente aguentar..."

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16 de Julho de 2010, 9h54min

"Oh, isso foi tão romântico!" disse Estelar na manhã seguinte, as mãos juntas e os olhos brilhando, quando Mutano contou sobre a pequena surpresa de Ravena.

"Não acredito que você fez isso, Ravena" comentou Ciborgue, com uma cara de nojo. "Mutano, nunca a deixe escapar, porque essa é a maior prova de amor que já ouvi falar..."

"Não precisa falar duas vezes!" exclamou o aniversariante, abraçando Ravena, que fez uma cara de impaciência e o empurrou, com um pequeno sorriso.

"Bom, Ciborgue, em minha defesa, eu descobri que comida vegetariana não é tão ruim quanto Mutano cozinha mal" ela explicou, e estava sendo sincera. Alguns pratos que comera ela nunca teria percebido que não era carne de verdade, mas o que mais apreciara eram os feitos com legumes e verduras variados, como bolinhos e sopas, e uma lasanha de espinafre que ela nunca admitiria, mas era a melhor lasanha que tinha provado.

"Namorado Robin, por que você nunca me levou em um restaurante Tamaraneano, ou um especializado em mostarda?"

"Hã, porque... Essas coisas não existem, Estelar" argumentou o moreno, parecendo chateado. Estelar fez um biquinho e voltou a comer seus waffles.

Robin olhou feio para Ravena. Estava claramente dizendo: você fez isso pegar mal pra mim!

A empata, porém, não podia se importar menos.

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17 de Março de 2010, 14h43min

A equipe estava na escola especial onde Sarah trabalhava. Eles tinham ido se apresentar e dar uma força para as crianças, e agora estavam ajudando a pintar uma nova sala que seria inaugurada.

As crianças também estavam ajudando, pois era uma atividade de integração. Assim, os pequeninos podiam socializar e dar um ar próprio à sala que seria deles.

Ravena terminou de pintar uma das paredes de amarelo claro e se virou, procurando seu namorado. Mutano estava no chão, brincando com as crianças como se fosse uma delas, e parecendo estar se divertindo imensamente.

"Hey!" ele disse ao flagrá-la olhando para ele, e se levantou, indo em sua direção.

"Você realmente gosta de crianças..." ela constatou, se sentando e abrindo uma garrafa de água.

"Muito!" ele concordou, olhando para os pequenos com carinho. "Mal posso esperar para termos uma!"

Ravena engasgou com a água que estava bebendo.

"Tudo bem?" ele perguntou, pegando a garrafa enquanto ela tossia.

"Sim... Você... Você disse: nós termos uma? Criança?" ela repetiu, sem conseguir esconder seu olhar de terror.

"Sim" ele respondeu simplesmente, ainda sorrindo. "Estou ansioso para uma pequena Raveninha para brincar e mimar e... Ravena, tudo bem com você?"

"Eu..." a empata estava mais pálida que o normal e olhando para ele como se estivesse falando sobre pegar gatinhos e arrancar toda a sua pele. Então olhou em volta e o pegou pela mão, levando-o para o lado de fora, onde estavam sozinhos e longe da bagunça.

"Mutano" ela começou, com a voz séria. "Não quero mais que você fale disso."

"Falar do que? Filhos?"

"Sim! Eu não quero!" ela disse com dificuldade, encarando o olhar surpreso do metamorfo. "Eu tive uma infância muito difícil... Se eu tiver uma criança, ela pode ter os meus poderes e vai sofrer tanto quanto eu. Eu não quero..."

"Pode parar por aí" avisou Mutano, levantando uma mão e com uma expressão séria. "Se nós tivermos um filho, não vamos criá-lo como você foi criada."

"Oh, você apenas vai deixá-lo destruir tudo ao redor dele, então?" ela questionou com sarcasmo.

"Não. Nós vamos encontrar outra maneira. Uma em que ele possa ser feliz e brincar ao mesmo tempo em que mantém os poderes sob controle." Ele explicou como se fosse a coisa mais óbvia do mundo. "Não é por esse motivo que você vai me convencer a não ter um filho."

"Você não pode só parar?" ela perguntou, exasperada. "Você quer ter um filho agora?"

"Não"

"Então..."

"Não!" ele repetiu, a interrompendo. "Foi você quem aceitou namorar comigo! Você concordou em me aceitar, sendo palhaço, bobo ou pensando em ter filhos com você!"

Ravena ficou sem fala, o encarando. Mutano parecia muito nervoso, e, frente à resposta muda da namorada, se virou para ir embora.

"Espera!" pediu Ravena, estendendo um braço.

"O que?" ele perguntou agressivamente, se voltando.

"Eu te amo" ela disse, sem mudar sua expressão de espanto. Um silêncio anormal desceu entre eles, até que Ravena deu uma risadinha. "Eu disse. Consegui. E nada explodiu."

Ela se atirou nos braços do namorado, e ele a apertou com força contra o peito. Ela sentiu seus olhos úmidos, mas não conseguia parar de sorrir.

"Você não pode fazer isso toda vez que eu ficar bravo" murmurou Mutano, com a voz embargada, e Ravena riu de novo.

"Tio! Vem ver isso!" chamou uma vozinha de dentro da sala sendo pintada, e os dois se dirigiram para lá, de mãos dadas.

As diferentes tintas estavam saindo sozinhas de dentro das latas, em um movimento circular, se misturando e se espalhando, pintando as paredes com montes de pontos e pinceladas, deixando-a extremamente colorida e alegre. Crianças e adultos olhavam para o fenômeno com admiração e entusiasmo.

Mutano se virou para a namorada.

"Você fez isso?" perguntou, com um sorriso e os olhos vermelhos.

"Não" ela disse com um sorriso muito doce. "Você fez."

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22 de Setembro, 2h34min

Mutano e Ravena tinham ido ao seu cinema preferido de novo, aquele do seu primeiro encontro, e voltaram bem tarde, quando todos na Torre já estavam dormindo. E Mutano os parou no corredor, beijando-a com vontade contra a parede fria.

Ravena enroscou seus dedos no cabelo de Mutano e sentiu as mãos apoiadas em sua cintura começarem a subir. Levantou uma perna, que foi rapidamente enganchada pelo braço dele, que se aproximou mais, todo o seu corpo contra o dela.

Era normalmente por aí que alguém entrava ou o alarme tocava, os interrompendo. Dessa vez, porém, nada aconteceu e ninguém veio. Ravena sentiu seu coração bater mais forte e se separou dele, respirando fundo.

"Algum problema?" perguntou Mutano, arfando.

"Não..." ela murmurou, arrumando uma mecha de cabelo atrás da orelha. "Acho melhor eu... Ir para o meu quarto."

"Ah, sim. Eu te acompanho" ele ofereceu. Ravena podia sentir emanando dele um forte desapontamento. Eles andaram em silêncio até o seu quarto, onde ela parou, abriu a porta e se voltou para se despedir.

"Boa noite, Rae" ele disse, sorrindo. "Eu te amo."

Naquele momento, o desapontamento tinha desaparecido, e ela sentia apenas a emoção morna e quase macia que ela sentia toda vez que ele dizia isso. Quando ele se inclinou para beijá-la, Ravena subitamente tomou uma decisão. Ela pegou a mão quente e verde dele e o puxou, fechando a porta atrás dele.

"Eu posso entrar no seu quarto agora?" ele perguntou, com uma expressão de choque.

"Sim" ela disse, com o rosto vermelho e um ar de rebeldia. "Estou te dando permissão para entrar... E para ficar, se quiser."

Os dois saíram de lá só na manhã seguinte.

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22 de Setembro, 8h43min

"Bom dia!" exclamou Ciborgue, entrando na sala comum, com um sorriso e um olhar sonhador.

"Bom dia..." respondeu Robin, olhando Estelar com um olhar apaixonado.

"Bom dia" repetiu Estelar, retornando seu olhar doce.

"Bom dia..." disse Terra, também com um sorriso no rosto e olhando para o horizonte.

"Tive um sonho maravilhoso" contou Ciborgue, abrindo a geladeira. "Vocês também dormiram bem?"

"Sim! Eu tive o melhor dos sonhos" respondeu Estelar com uma risadinha. "E Robin também, quando ele acordou..."

"Estelar, lembra daquelas coisas que a gente não conta pros outros?" murmurou Robin, a impedindo de continuar.

"Eu também tive um bom sono, como não tinha há muito tempo" falou Terra. "Eu até dormi a noite toda..."

Os quatro colegas continuaram com olhares sonhadores e sorrisos, até que Robin franziu a testa.

"Espera um pouco... Isso não é estranho?" ele se perguntou, colocando a mão direita no queixo. "Todos nós tivemos bons sonhos... Será que algum vilão colocou algum tipo de gás ou droga na Torre?"

"Robin... Corta essa, só dessa vez" pediu Terra, revirando os olhos. Ciborgue nem parecia tê-lo ouvido.

Naquele momento Ravena e Mutano entraram na sala, de mãos dadas e também com expressões felizes e sonhadoras.

"Vocês também tiveram bons sonhos?" interrogou ele imediatamente para o casal, que o encarou, surpreso.

"Tá falando do que?" perguntou Mutano.

"Bom, todos nós acordamos de boas noites de sono e sonhos muito agradáveis" ele contou, e não reparou que Ravena levou a mão à boca com uma expressão culpada e Mutano apontou para ela com as sobrancelhas levantadas.

'Foi você?' dizia seu olhar.

'Acho que sim... ' ela respondeu com um encolher de ombros.

"... então acho que devemos revistar a Torre e colocar máscaras de gás imediatamente e..." continuou o líder, sem ninguém realmente prestando atenção nele.

"Hã, não!" exclamou Mutano, o interrompendo. "Minha noite foi bem normal."

"É, a minha também" acrescentou Ravena, subindo seu capuz para que ninguém visse sua verdadeira expressão. "Até tive um pesadelo..."

"É mesmo?" ele perguntou, relaxando. "Ah, então acho que foi apenas coincidência..."

"Isso aí" assegurou Mutano, se sentando ao lado da namorada. "Só coincidência..."

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Terra agora estava em sua pedreira, sozinha, explodindo pedras aqui e ali. O que isso significava?

Sentou, se sentindo solitária, e por um breve momento, pensou em deixar aquilo para lá e tentar seguir em frente. Então se lembrou da voz, muitos anos atrás. Ela estivera certa em dizer para não confiar em Slade, então devia estar certa sobre Mutano ser seu caminho para a felicidade.

Pegou uma pedra lisa e a jogou no mar. Ela quicou três vezes antes de afundar.

Suspirou e se lembrou do que tinha escutado. Ciborgue reclamando que Mutano e Ravena passaram a noite sozinhos no quarto.

E o pior de tudo, quando entrou na Torre silenciosamente e os escutara se despedindo com um te amo. Mutano nunca falara isso com tanto sentimento para ela antes.

Estava na hora de uma abordagem mais direta.

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Notas finais do capítulo

N/A: Queridos leitores,

Muito obrigada pelas reviews e pelo incentivo à continuidade dessa fic.

Aqui termina a segunda parte de três da história.

Espero que continuem acompanhando e gostando. Todas as críticas são bem-vindas.

Abraços!



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