Meus Pequenos Fragmentos escrita por Carol Sequetho


Capítulo 13
Você - Feito em 30/01/2016




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Tantas histórias do passado
que se repetem sem parar
Mudam-se os personagens
mas os finais ficam a reinar
Tantos momentos da sua vida
que ''cê'' pensou em desistir
Tantos cortes tantas lagrimas
e os sorrisos a sumir...
Pequena sempre tão calada
a alma tão barulhenta
falava pouco na realidade
na internet soltava a língua
Por fora calma e tranquila
por dentro o furacão katrina
Quantos sorrisos falsos ela soltou
quantos dias longos no fim superou
e ela sempre se gabava de não precisar de ninguém
por dentro a alma gritava pedindo por algum amigo
reclamando da solidão e das paredes de concreto
mas por fora ela fingia e dizia sempre assim
a mesma frase decorada de todas as temporadas
''ta tudo bem comigo, eu me viro sempre só
As verdades dessa vida to decorando de cor
não preciso de ninguém e ninguém precisa de mim
O meu caminho tem espinhos mas eu já nem sinto mais dor''
Toda menina tem seus sonhos, tem seus amores, seus desejos
mas ela já só queria o tão falado abraço da morte
O que é que a gente faz quando a própria alma cansa?
Quando os sorrisos já não existem e nem se conhece mais a paz?
Quando o amor é tão confuso que nem se sabe o que é real?
Quando os cortes fazem falta como se fossem o ar?
Não se corre não se grita
Você fica e aguenta
Diz pra se mesma
''vai passar, um dia eu volto a sorrir''
Segura firme e suspira
mas não se deixa esquecer
de todas as vezes que acreditou e no final só fez sofrer
Menina tola e assustada
bancando sempre a bad girl
O que te mantem nesse mundo acho que nem você sabe mais
talvez sejam as amizades mas essas nunca ficam
talvez sejam os amores e seus corações partidos
talvez sejam a família que sempre está a te ferir
talvez seja o desejo de ser alguém no final...
Cê é porto pra geral mas ninguém quer ser o seu
Cê segura tantos mundos e deixa o seu cair
Quantas noites cê chorou trancada no teu quarto
as laminas te implorando :
''Me escuta que eu te salvo dessa tua agonia
Vem e deixa eu te beijar pra sua dar amenizar
Segure-me que eu te guio, eu nunca te deixei só
Do teu sangue que eu provo é o meu vício maior''
A vozinha na tua mente sempre a te diminuir
''cê é feia horrorosa, ninguém vai gostar de ti
Que ser humano seria louco pra te querer por perto?
Cê é sempre aquela chata que todo mundo despreza
Quando que cê vai perceber que a cova é que é teu lugar?''
Um dia você se pega já pensando em desistir
Olha pro céu a noitinha e nem consegue resistir
A caneta e o papel e as histórias pra contar
Os poemas já escritos e cê pensar ‘’ pra que ficar?’’
A lamina nas tuas mãos e os remédios no teu quarto
O veneno que usaram pra matar o teu gato
Olha pra fotos espalhadas na estante do teu quarto
Os teus livros tão amados não parecem quase nada
Pensa em todas as frases que cê já sabe de cor
E todo o conforto que elas vem te oferecendo
Quando foi última vez que alguém te abraçou?
Acho que ta tão distante que você nem lembra mais
Quando foi o último ‘’ eu te amo’’ que não partiu seu coração?
Quando foi o último beijo que te tirou o teu folego
Que te fez ficar vermelha e esquecer até a fala?
Quando foi última vez que teu coração acelerou
Só porque alguém de novo tinha entrado?
Um dia você cantou serenata pra alguém
Um dia você deu flores e chocolates também
Um dia te prometeram ‘’ pra sempre irei te amar’’
Mas a verdade verdadeira é que o pra sempre sempre vai acabar
Dois cortes em linha reta, talvez na horizontal
‘’ M’’ ‘’ D’’ ‘’ J’’ já quase se apagando
mas a sombra do passado ainda quente te sufocando
Irmãs sempre indo e vindo
Irmãos sempre te deixando
Amores que nunca ficam
Saudades que sempre voltam
Passado que se recusa a ficar no teu passado
A morte beijando todos aqueles que você ama e te deixando de fora
O choro da criancinha de persegue noite a dentro
As lembranças do teu passado esquentam o frio da noite
Os sonhos acorrentados a todos teus pesadelos
O medo da morte é forte mas o da vida é maior
Menina o que cê faz quando teu mundo desaba?
Coloca o fone de ouvido
Pega a caneta e desabafa
Menina o que cê faz quando partem teu coração?
Vê series o dia todo e escuta as velhas canções
Menina o que cê faz quando a solidão te pega?
Abraça os teus livrinhos e se joga em outros mundos
Menina qual a solução quando a depressão vem?
Essa nem você sabe, só se deixa perder também
As perguntas sem respostas e as noites tão mal dormidas
Ela só queria a atenção que eles nunca podiam dar
E ela pedia todas as noites pros anjos os protegerem
Pedia com as mãos juntas ao pé da cama
Toda noite antes de dormir
E pedia de manhãzinha antes de pra aula ir
Cresceu virou perdida esqueceu as orações
Culpado disso ninguém soube mas era o próprio coração
Cansado das ilusões cansado da solidão
Cansado de tanto horar pra no fim só se ferrar
Menina o que cê fez com o teu anjo da guarda?
E ela tinha as perguntas mas nunca achava as respostas
E ela tava cansada, cansada até a alma
E ela fazia as rimas, fazia as belas historias
Tirava a dor dos outros, mas sofria em si calada
Menina dos cabelos curtos que um dia foram tão longos
Menina dos olhos escuros sem brilho feitos pra morte
Um dia já foram luz, um dia foram calor
Menina dos sorriso frios e amargos a ferroar
Um dia já foram quentes e cheios de amor pra dar
Menina das noites longas em claro sempre a virar
Dos dias a se esconder sorrir e acenar
Esquece do teu passado sempre que eles te chamam
Esquece da tua dor sempre que vê a deles
Criada pra se importar, criada pra ser assim
Mas no fundo se foge, foge até de mim
Se esqueceu de como é o abraço sem nada em troca
O beijo sem ser só beijo
Se esqueceu de como é saber que alguém se importa
De tanto que te mentiram tá tão difícil de crer
Mas você nunca desiste, tem de acreditar
Um dia o sol volta a brilha
Um dia cê vai sorrir, e vai amar de verdade
Um dia cê vai confiar e vai ficar tudo bem
Um dia o dia nasce sem toda aquela escuridão
Um dia a depressão se vai e tudo fica feliz
Um dia que ta tão longe
Será que cê chega lá?
Essa é outra questão que cê tenta desvendar...


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