So Lucky To Have You escrita por Anasofi Sakura


Capítulo 1
Capítulo 01


Notas iniciais do capítulo

[ATENÇÃO! LER! IMPORTANTE!]Please, não deixem de ler este cap até ao fim, e é tmb muito importante k leiam as notas finais :)Muito obrigado por terem começado a ler esta mini-fic xDBoa leitura ^w^/



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Capítulo 01

Amar é uma coisa estranha. Tanto pode acontecer de um momento para o outro, como pode ser um acontecimento lento. Ninguém sabe como é que se ama, nem ninguém sabe como este amor se forma e transforma. Mas isto toda a gente sabe: ele está lá. As pessoas sentem; as pessoas choram, riem, sofrem; isto tudo porque o nosso psicológico é fraco e traiçoeiro. Se todos nós conseguíssemos controlar os nossos sentimentos, será que choraríamos? Será que nos iriamos rir de livre vontade, e será que existiriam as famosas doenças psicológicas? Será que seriamos realmente humanos? Tudo o que respira sente. Tudo o que respira já sofreu.

Toda a gente tem, ou deveria ter, o direito de se expressar. Deitar tudo o que nos atormenta cá para fora, e podermos ser felizes com as coisas que queremos. Dinheiro não deveria ser a coisa que mais falta no mundo: deveria ser o amor. Um coração apaixonado vale mais do que todas as riquezas do mundo. Além disso, não é o amor que nos faz ultrapassar todos os males que existem à nossa volta? É pena que hoje em dia já não haja assim tanto deste sentimento: tudo é movido e visto com dinheiro e falsidade. Há pessoas que nunca sentiram a felicidade de ver a pessoa amada à frente, e ter aquela sensação e vontade de a ter nos braços, protege-la, e nunca mais a largar.

Amor. Quem não o quer sentir? E foi isso que aconteceu a Anna Santos. Um dia o amor apanhou-a desprevenida, e apunhalou-a pelas costas com uma força incrível. Como um punhal a atravessar a sua carne lentamente.

Anna era uma rapariga normal. O seu pai, estrangeiro, era um emigrante que tinha vindo da América para Portugal apenas para conhecer o país, mas acabou por ficar lá por se ter apaixonado pela sua mulher, mãe de Anna. Ambos sempre foram muito felizes juntos, e todo esse amor acabou por lhes dar uma filha de olhos castanhos cor de avelã com cabelos da mesma cor. Decidiram dar-lhe um nome inglês em homenagem ao país de origem do pai, e deixar o último nome ao trabalho da mãe.

Anna cresceu feliz, como uma criança normal. Tinha amigos, aprendia com muita facilidade, e era a terceira melhor aluna da sua turma. Sociável, amiga, bonita, com uma casa e pais perfeitos. Não havia nada que ela tivesse que pedir, pois tinha tudo.

Teve o seu primeiro namorado aos 12 anos. Um rapaz da sua turma pediu-a em namoro pois ‘achava-a muito bonita e elegante’. Ela é claro que aceitou; o rapaz também era bonito, e ela, inocente como era, sabia que não tinha nada a perder. O namoro durou 3 meses, pois, como era óbvio, eles os dois se fartaram um do outro. Mas Anna estava na idade que querer descobrir tudo. Como era popular com todos os que conhecia, não era difícil arranjar um outro namorado – e foi isso que ela foi fazendo ao longo do tempo. A sua mente curiosa descobriu o que eram os beijos, carícias, andar de mãos dadas, e ouvir palavras bonitas vindas de uma pessoa diferente dos seus pais. Mas havia algo que ela ainda não tinha descoberto: ‘aquele’ sentimento. ‘Aquele’ forte sentimento.

Todos os filmes, livros, séries, revistas que ela via e lia falavam de ‘corações apertados’, ‘dores no peito’, ‘vontade de chorar’, ‘respirações aceleradas’, e até ‘desespero’. Mas ela nunca tinha sentido e vivido algo como aquilo. De todos os namorados que ela tivera, nunca nenhum lhe tinha proporcionado aqueles sintomas, e sempre que ela estava com eles agia normalmente e permanecia calma e serena (apesar de melosa). Todas aquelas raparigas chorosas, felizes e desesperadas que apareciam nos filmes e séries… Metiam-lhe muita impressão. Porque é que elas estavam a agir assim? Porque é que elas simplesmente não paravam de chorar? Porque é que tinham de ficar tão tristes ao ponto de desesperarem? Anna não entendia nada do que aquelas pessoas faziam. Beijar; normal. Abraçar; também. Andar de mãos dadas; ainda mais. Nada do que ela tinha feito a tirava do normal, por isso, apesar de já ter alguma experiência em namoros… Não sabia o que era amar.

Bom dia alunos. – mais uma aula entediante de história iria começar para a Anna. A sua professora e directora de turma tinha já um aspecto envelhecido e o seu cabelo era claramente pintado pois as suas raízes eram cinzentas-claras. Os seus olhos verdes claros foram direccionados para a turma à sua frente, e um sorriso apareceu nos seus grossos lábios encharcados de batom – “Hoje vamos ter uma nova aluna transferida. Por isso, espero que se possam dar bem com ela. – Anna parou de olhar para as próprias unhas, e o seu interesse cresceu um pouco após a sua professora ter dito aquelas palavras – Podes entrar, querida. – todos os olhos curiosos fitaram a porta da sala, e por esta passou timidamente uma rapariga. A nova desconhecida encarou toda a gente e fez um sorriso tímido com os seus lábios finos. O seu cabelo era negro e fino, o que combinava perfeitamente bem com a sua pele clara e bem cuidada. O seu nariz era fino e os seus olhos eram ‘puxados’ e profundamente escuros. Anna ficou encantada com tamanha beleza; aquela rapariga nova era realmente bonita! Gostava do seu ar asiático, assim como a sua postura tímida e feliz. A rapariga portuguesa simpatizou logo com a aparência da nova aluna e colega: depois iria querer conhecê-la melhor, pois parecia ser uma boa pessoa.

B-Bom dia. O meu nome é Ji Yeonhee. Os meus pais são coreanos, mas quando eu nasci vieram viver para aqui, portanto sou totalmente portuguesa. Espero que nos possamos dar todos bem. – a coreana apresentou-se com uma vénia, fazendo toda a turma começar com múrmuros. A única que sorria alegremente era Anna.

Aquilo que Anna desejou tornou-se realidade. Logo depois da aula, ela foi a primeira a ir falar com a nova aluna, deixando as suas melhores amigas de lado. Estas, como se sentiram traídas, praticamente a abandonaram, fazendo com que a portuguesa e a coreana ficassem praticamente isoladas do resto da turma. Anna, pela primeira vez, não estava a ser social com toda a gente. Mas isso não a incomodou, e muito pelo contrário: ela até ficou aliviada. Tantos anos rodeada de pessoas só a sufocava; ela queria espaço e tempo para ter uma amiga só dela – e o destino tinha-lhe dado uma.

Ji era, tal como Anna tinha pensado, gentil, tímida e muito alegre. Só o seu sorriso a fazia feliz, e tinha um sentido de humor óptimo. Ambas tinham muitas coisas em comum, e isso só tornava aquela amizade ainda mais intensa. Em 3 semanas, elas já se tinham tornado melhores amigas, e confiavam totalmente uma na outra. Até que um dia, Ji iria mostrar uma coisa a Anna, que lhe mudaria completamente a vida.

Ei, An, sabes o que é k-pop? – era o décimo quinto verão das suas vidas, e as duas amigas estavam no quarto de Ji, num tédio total, com 34ºC lá fora. Estava tanto calor que Ji estava esparramada na sua cama, e Anna deitada no chão, de barriga para baixo, e apoiada com os cotovelos numa almofada. Como não tinham nenhum tema de conversa, Ji resolveu mostrar o que era o k-pop à sua amiga.

K-pop? Isso não é pop coreano? Aquela coisa que estás sempre a ouvir quando tens os fones nos ouvidos. – perguntou Anna, curiosa.

Hum hum! – Ji acenou positivamente com a cabeça – Eu amo k-pop! Sabes, como os meus pais são coreanos, eu passo muito tempo a pesquisar coisas sobre lá, e já fazem uns 5 anos desde que descobri o que o k-pop era. – a coreana levantou-se da sua cama e dirigiu-se à sua escrevaninha. Lá ligou o seu computador, e rapidamente foi à internet, seguido do Youtube. Anna, interessada no que a amiga fazia, levantou-se também do chão, e puxou de uma outra cadeira para também se sentar à frente do ecrã – Olha, vou-te mandar o nome e músicas de alguns grupos coreanos para tu poderes ouvir. Depois diz-me de qual gostaste mais! – a rapariga de cabelos negros suspirou, e fez um ar apaixonado – O grupo que eu mais gosto são os EXO.

EXO? – Anna fez um ar desentendido – Quem são esses?

São um dos grupos mais famosos da Coreia! – exclamou Ji – Quem gosta de k-pop, não pode deixar de gostar deles! São todos lindos, talentosos, e muito engraçados. Os meus dois favoritos chamam-se Kai e Chanyeol.

Hum…” – Anna olhou para o fundo do computador de Ji, onde estava o logotipo oficial dos EXO. Depois iria ver se os tais EXO eram assim tão bestiais como a amiga ‘os pintava’. Afinal de contas, não era todos os dias que a coreana fazia aquela cara de total apaixonada, e isso surpreendeu-a.

Algumas horas depois, Anna despediu-se da amiga e foi para casa, ainda a pensar nos tais EXO. Não sabia porque, mas ela estava totalmente curiosa! Quem eram eles? Porque é que o grupo se chamava EXO? Quantos eram? Porque é que eram assim tão adorados? As músicas deles eram assim tão boas? Eram assim tão bonitos? Talentosos? Engraçados? Como é que tinham conseguido por a Ji daquela maneira?

Anna chegou a casa com estas perguntas na cabeça. Sem dizer nada aos pais, subiu as escadas em direcção ao seu quarto, e mal entrou, trancou à chave a sua porta. Não queria que ninguém a incomodasse, pois a sua habitual curiosidade estava ao rubro nesse dia. Dirigiu-se à sua cama carregando o seu computador debaixo do braço, sentou-se confortavelmente lá, e tecnicamente correu para ir à internet. Clicou no link do Youtube, e lá escreveu no ícone de pesquisa: ‘EXO’. Milhares de vídeos apareceram à sua frente, e ela não soube o que fazer, pois estava desorientada. Lembrou-se da sua amiga lhe ter recomendado uma música deles para ela ouvir… Se não se enganava, a música chamava-se ‘Overdose’, e era uma das favoritas da coreana. Escreveu outra vez ‘EXO’, mas com ‘Overdose’ à frente, e lá apareceu finalmente o videoclipe. Sem mais demoras, ela clicou no link, e pôs os fones rosas nos ouvidos.

A música ia começar.

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Sabem aquela sensação de repetidos arrepios que temos ao ver uma coisa que gostamos muito? Arrepios que não conseguimos controlar, mas mesmo assim não os queremos parar pois estamos demasiado concentrados a ver a coisa que gostamos. Tanto faz o que é: uma pessoa, uma canção, uma comida, um livro, um filme; o que interessa é que aquilo que estamos a ver ou a sentir faz-nos sentir tão bem, tão felizes, que existe sempre aquele arrepio que vem do fim da medula espinhal até ao inicio da nossa nuca. As nossas pupilas dilatam, e sentimos vontade de rir e chorar ao mesmo tempo. Nada nos impede de o fazer. Depois, quando a primeira lágrima cai, vem sempre mais uma, e mais uma, e mais uma, quase que não havendo um fim. Rimos, choramos, e parecemos uns idiotas. Mas uns idiotas alegres. E não há cura para esta felicidade tão pura e suave. Mas também… Quem se quer curar disto?

Quem é que ainda não se sentiu assim? Nem que seja por uma coisa simples ou pequena, quando o sentimento de gostar é imenso, isso é que vale por tudo. Mesmo que os outros gozem ou não compreendam, mesmo que isso nos deprima, não podemos ser deitados abaixo. Se aquilo é maravilhoso para nós, temos que protege-lo a todo o custo; com os nossos dois braços e com as nossas duas pernas. Não podemos deixar de gostar de uma coisa só para alegrar alguém. Toda a gente gosta do que gosta e ponto final. Mas é claro que há pessoas que não percebem estes simples direitos.

Anna teve este sentimento nos seus 15 anos de idade. Não foi um simples arrepio, nem uma simples alegria. Não. Foi um amor tão grande a entrar no seu coração logo de uma vez que ela quase que não se conseguiu aguentar de tantas lágrimas que lhe caiam dos olhos. Os repetidos arrepios tinham um espaço de tempo tão pequeno entre eles que ela parecia que ia hiperventilar. Se aquilo era amor, ela estava a descobri-lo pela primeira vez. Os seus olhos tremiam, deixando algumas lágrimas escorrerem pelo seu rosto abaixo. O seu coração parecia querer quebrar a sua caixa toráxida e sair-lhe pelo peito, de tão acelerado que estava. As suas mãos tremiam, em conjunto com os seus lábios. Ela não conseguia desviar os olhos. Ela estava completamente hipnotizada, apaixonada.

Tal como a sua amiga Ji tinha sugerido, ela tinha ido ouvir a música ‘Overdose’ do grupo coreano, os EXO. Antes de clicar no link ela não sabia mas, aquele grupo; aquelas pessoas; eram realmente viciantes. Assim como uma pessoa magra se vicia em chocolates e depois engorda demais, ou uma pessoa que começa a fumar e não consegue largar um cigarro; uma pessoa que ouve pela primeira vez os EXO depois não os consegue largar, e vai querendo mais e mais.

O grupo era composto por 12 maravilhosos membros: Chanyeol, Kai, D.O., Baekhyun, Xiumin, Luhan, Kris, Tao, Chen, Sehun, Suho e Lay, e todos tinham as suas fãs, fanclubs, posters, camisolas e t-shirts com os seus nomes, fanfics, blogs, e tudo mais que se possa imaginar. O mais velho: Xiumin; o mais novo: Sehun. Dos 12, Suho era o líder, pois ele era o que tinha treinado mais anos para se tornar num k-idol. As fãs e pessoas em geral não gostavam deles só por eles serem uns simples cantores; as pessoas gostavam deles por causa das suas personalidades e maneiras de serem. Cada um era único, e isso tornava os EXO únicos, incríveis, talentosos e bonitos. Todos foram adorados mesmo antes da sua estreia, e nunca mais foram largados. Os EXO tinham conquistado o coração de milhões de fãs por todo o mundo. Bem, essa conquista não foi à toa: eles tinham mesmo algo de especial, como um íman para atrair as pessoas. O engraçado Baekhyun; o adorável Chanyeol; o calado D.O.; o conquistador Kai; o bebé Sehun; o feminino Tao; o frio Kris; o gentil Chen; o forte Xiumin; o ‘viril’ Luhan; o solitário Lay; e o protector Suho. Todos eles tinham as suas características e maneiras de ser, atraindo todos à sua volta apenas com um sorriso ou uma piada. Os EXO mudaram a vida a muita gente, e isso ninguém o pode negar. Quem os conhecia, amava-os.

Mas para Anna, não foi bem assim que começou a sua vida com eles. Para começar, ela nem sequer prestou atenção ao videoclipe que viu. Não viu a coreografia, não ouviu bem a música, nem olhou com atenção para cada um deles. Não. Ela esteve a prestar atenção numa coisa ainda mais importante para ela. Uma coisa que lhe iria mudar a vida por completo. Que iria mais tarde decidir o destino da sua vida.

Depois do vídeo acabar, Anna ficou uns segundos parada a olhar para o ecrã sem quase respirar. Quando voltou a ficar normal, pegou rapidamente no telemóvel e marcou o número de Ji. A coreana atendeu após 4 toques.

Oh, Olá A-

Ji! Como é que ele se chama?! – quase gritou a portuguesa.

Hã? Quê? Quem? – Ji parecia confusa e preocupada com a pergunta da amiga – Estiveste a chorar? Tens a voz um pouco mud-

Isso não interessa agora! Diz-me o nome dele! – interrompeu-a mais uma vez, quase a chorar outra vez. Os seus lábios e mãos ainda não tinham parado de tremer, mas mesmo assim ela agarrava com força o telemóvel ao pé da orelha, pois queria aquela informação o mais rápido possível.

Estás a falar do quê, afinal de contas?

Overdose! Nos 56 segundos! De camisola branca e cabelo em pé! Quem é ele?!” – a rapariga já não conseguia controlar a sua voz. Ela tinha parado o vídeo nos exactos 56 segundos para voltar a ver o seu rosto, as suas expressões, e movimentos.

Overdose? Ok, espera aí um minuto, que estou a ir ver…” – um silêncio um pouco perturbador consumiu a chamada entre as duas, podendo só se ouvir os batimentos cardíacos de Anna – Ah! Encontrei!

E-E Então? – os olhos de Anna abriam-se cada vez mais, assim como o tremor dos seus lábios – Qual é o nome dele? – perguntou quase num sussurro.

Do Kyungsoo. – respondeu simplesmente a coreana, como se aquilo fosse algo muito normal – Porque é que querias saber?

Do Kyungsoo…” – Anna proferiu estas palavras como se elas fossem a letra da canção mais bonita do mundo, ou como se fossem um encantamento. Um nome, um simples nome, tinha posto a cara de Anna com o maior sorriso que ela podia ter feito. Uma lágrima escorreu solitária e silenciosa pelo seu rosto, e lentamente fechou os olhos apenas para voltar a dizer aquele nome doce na sua mente.

Mas afinal porquê esse desespero todo? Porque querias saber o nome do D.O.? – Ji ainda estava confusa com as reacções da amiga, e por isso queria satisfações.

Não interessa. Obrigada Ji, devo-te um almoço e um milhão de abraços. – sem esperar uma resposta, Anna desligou a chamada, e deitou-se na cama com o computador ao lado, ainda com a cara do suposto Kyungsoo estampada no ecrã – Do Kyungsoo…” – suspirou ela, com o coração acelerado – Que sentimento é este? Quem são estes EXO, afinal de contas? Porque é que me fazem sentir assim?

Sem dar por isso, Anna Santos já tinha adormecido pelo cansaço das repentinas e exageradas emoções. Os seus olhos lacrimejavam mesmo fechados, e os seus lábios entreabertos deitavam sons inaudíveis e sem sentido. Ao seu lado, a cara de Do Kyungsoo ainda continuava ali no ecrã, em grande, como se estivesse a olhar intensamente para ela, e somente para ela. Era assim que Anna se sentia.

~~~~~~~~~~~~ ~~~~~~~~~~~~~

Depois do dia em que Anna começou a conhecer melhor os EXO, a sua vida mudou tanto ao ponto de virar do avesso. Tal como era previsto, o seu vicio foi demasiado intenso. Decorou o nome de todos os membros em 2 dias, apesar de em toda a sua vida nunca ter tido contacto nenhum com a língua coreana. Com o tempo começou a ver programas, entrevistas, videoclipes, sessões de fotografias… Tudo o que continha os EXO a punha inteiramente feliz. Na sua vida, ela podia dizer claramente que, mesmo que seja através de um ecrã de computador, conhecer os EXO foi o período mais colorido e feliz da sua vida. Ela não precisava de os conhecer; só queria ver o que faziam, ouvir as suas músicas, saber que estavam bem, e rir-se deles e com eles.

Mas não era só isso que punha a Anna feliz. É verdade que ela amava os EXO muito mais do que outros grupos coreanos que estava a começar a conhecer, mas… Havia algo que, para ela, tornava os EXO ainda mais… EXO. Aliás, não era algo, mas sim alguém. Uma pessoa que lhe entrou dentro da cabeça e nunca mais saiu. Conquistou-a com a sua personalidade, aspecto, e com tudo o que nele estava envolvido. Nem a própria Anna sabia o porquê de o amar; tinha sido uma coisa de apenas alguns segundos. O famoso ‘amor à primeira vista’? Talvez. Anna não podia negar que cada vez que via uma foto ou um vídeo dele não podia deixar de ter um arrepio, deitar um suspiro, e de sorrir que nem uma idiota. O seu coração acelerava; sorria sem pensar; as lágrimas insistiam em cair… Anna estava apaixonada pela primeira vez na sua vida. Ela não queria saber se era um amor não-correspondido. Aliás, ela ainda não sabia muito bem o que fazer com tanto amor para dar. Por ele ser um ídolo, ainda por cima coreano (quase no outro lado do mundo), era impossível ela ao menos poder vê-lo uma vez. Somente uma vez. Poder trocar um único olhar, nem que seja por apenas um segundo… Era esse o sonho da Anna. Caso ela tivesse o privilégio de alguma vez poder ver ao vivo o amor da sua vida, ela queria apenas uma troca de olhares. Queria que ele fitasse o seu rosto por um segundo. Queria estar na sua mente apenas um segundo. Um simples segundo. Seria uma felicidade tão grande, mas tão grande, que Anna tinha a certeza que seria o momento mais feliz em toda a sua vida. Que iria explodir de felicidade; que não iria precisar de mais nada após isso.

Do Kyungsoo. Era esse o amor da sua vida. Mesmo nunca o tendo visto em toda a sua vida, ela já o conhecia de uma ponta à outra: o seu nome, idade, data de nascimento, altura, peso, personalidade, pontos de vista, tudo. Tinha comprado posters e outras coisas dele com todas as suas poupanças, e também tinha já mais de 3000 fotos, todas do famoso coreano. Ao falar dele à sua amiga Ji, ria como uma maluca, corava, e nunca conseguia parar de sorrir. Sentia-se envergonhada, como se estivesse a igualá-lo a um rapaz da sua escola. Ela falava dele como se ele morasse na mesma cidade que ela, ou como se andassem na mesma escola. Ela não queria imaginar a realidade: ele era um cantor coreano famoso mundialmente, e ela era uma simples e desconhecida estudante portuguesa. Se nem as suas fãs coreanas se conseguiam aproximar dele, como é que ela, uma simples e mais nova rapariga portuguesa conseguiria? Tinham 7 anos de diferença! Eram de nacionalidades diferentes! Era impossível. Mas Anna não queria pensar assim. Ela acreditava que, como os dois estavam vivos e a morarem no mesmo planeta, isso era possível. A percentagem de possibilidade podia ser de 0,01%, mas… No fundo não era impossível.

Ei, An, não achas que estás a exagerar? – perguntou-lhe Ji enquanto estavam as duas a almoçar num café. Tinham combinado almoçar juntas por serem férias de verão, mas desde que tinham pedido a comida que Anna não tinha parado de olhar para as diversas fotos do Kyungsoo que tinha no telemóvel – Gostas assim tanto do D.O.?

Hã? É claro que gosto. – Anna fez um ar de quem não a entendia, parando de olhar fixamente para as fotos – Eu amo-o.

Olha lá…” – Ji suspirou – Eu não te queria dizer isto, mas já tiveste muitos namorados, por isso devias distinguir se isso é amor ou não. E sabes muito bem que isso não o é… É apenas admiração. Aliás, é impossível amá–lo. Tu nem o conheces!

Ji! – a voz da portuguesa saiu mais alto do que devia – Porque é que estás a duvidar de mim? Se eu te estou a dizer que o amo, é porque o amo! E o que é que tem não o conhecer? É como gostar de alguém da nossa escola e também não o conhecer.

Não é não Tens de perceber que se fosse alguém da nossa escola, poderias ir lá falar com ele, ou pelo menos tentar alguma coisa. Mas se for com um cantor, é impossível. Ainda mais um cantor globalmente famoso como o D.O. – explicou Ji – Tens de ser mais realista, senão acabas por morrer sozinha com mais 5 gatos.

Hunf. Eu não me importo de não ter alguma oportunidade. Só quero que acredites em mim quando te digo que o amo mesmo a sério. – Anna cruzou os braços à frente do peito e fez uma expressão amuada e magoada ao mesmo tempo. Ela não gostava que a melhor amiga duvidasse dos seus sentimentos, nem que falasse do D.O. à frente dela. Sentia-se incomodada quando ela lhe dizia para ser mais ‘realista’, mas como é que ela podia ser assim? Tinha-se apaixonado, e o destino escolheu-lhe um cantor para isso. Só calhou o Kyungsoo por acaso – Mas afinal o que é que tinhas para me contar? Era assim tão importante ao ponto de me chamares para almoçar? – a atenção das duas mudou de rumo, levando-as ao seu objectivo inicial.

Ah! Sim…” – os olhos da coreana entristeceram, fazendo Anna estranhar. Normalmente Ji era muito alegre e positiva, por isso porque é que estava assim tão incomodada? O assunto seria assim tão sério? – Eu queria falar contigo Porque queria-te contar uma coisa que vai acontecer no futuro.

E o que é? – perguntou Anna, dando um gole do refrigerante que tinha à sua frente, tirando alguma da sua sede.

E-Eu Vou mudar de escola em Setembro. – a voz de Ji foi baixando lentamente – Aliás, não vou só mudar de escola. Vou mudar de país. Vou voltar Para a Coreia do Sul com os meus pais. – Ji voltou a olhar para a amiga, já com os olhos lacrimejantes – Desculpa An.

Anna não conseguia falar. Não queria, nem não conseguia. A sua bebida voltou a pousar em cima da mesa, lentamente, enquanto os seus lábios tremiam. Receber uma noticia assim tão dramática do nada... Como é que Ji tinha coragem de a abandonar daquela maneira? Elas tinham sido amigas desde que se tinham conhecido! Tinham-se apoiado uma à outra, e ajudado uma à outra. Tinham feitos promessas, e dito segredos que mais ninguém saberia sem ser elas as duas. Uma notícia assim... Como é que ela a podia dar com aquela expressão triste? Como é que ela podia partir assim do nada?

O quê? – murmurou a rapariga de cabelos castanhos – Ji... Então e o que nós tinhamos prometido?! Acerca do nosso futuro...? – a angústia ia crescendo no seu peito, apertando aos poucos o seu coração – Nós... Nós não iamos tornar-nos actrizes famosas para depois irmos para a Coreia? Fazermos publicidade, ou atuar em doramas. Não iamos fazer isso juntas? Porque é que estás a ir tu primeiro?!

Desculpa An... – a coreana abaixou a cabeça, envergonhada com as palavras da amiga – Os meus pais tem que voltar para lá devido ao emprego deles... E eu vou ter que ir com eles. Sabes como é que eles são... Nunca me deixariam num país estrangeiro sozinha. Lamento An... Eu também não queria ir já, mas...

Ji... – a voz de Anna tornou-se mais calma ao ver o quanto Ji estava realmente triste. Aos poucos começou a entender a amiga: ela também não queria se separar de Anna. Elas eram amigas, e tinham prometido uma à outra irem juntas, no futuro, para a Coreia do Sul. Era o sonho delas, e tornara-se óbvio que Ji se sentia mal com o que se estava a passar. Ela também não queria ir sozinha – Então vamos fazer uma promessa. – pediu a portuguesa com um sorriso gentil.

Uma promessa? – Ji levantou novamente o olhar, já com uma lágrima a escorrer-lhe por um canto do olho.

Hum. – concordou Anna – Promete-me que te vais esforçar lá. Que não vais desistir de fazer amigos. Enquanto isso, eu vou me esforçar aqui em Portugal, para poder ir para lá. E quando nos encontrar-mos lá, jura-me... – Anna levantou o seu dedo mindinho em direção da amiga – ...Que iremos a um concerto dos EXO. Juntas. Tal como tinhamos prometido.

An, é claro que sim! Eu nunca iria a um concerto deles sem ti! – Ji sorriu, e pegou no dedo mindinho de Anna com o seu – Eu sei muito bem o quanto os amas, principalmente o Kyungsoo. – este comentário fez Anna corar – Eu vou-me embora dia 1 de Setembro. Até lá, vamos divertir-nos o quanto podermos. – as duas sorriram alegremente, tentando tirar a tristeza daquela conversa.

O tempo passou tão rapidamente, que Anna nem queria acreditar quando o dia 1 de Setembro chegou. Ao acordar olhou tristemente para o calendário que tinha na parede, e não pode deixar de chorar. Ia deixar a sua melhor amiga ir embora, e ficaria totalmente sozinha. Percorreria um caminho complicado sozinha. Viveria os próximos anos totalmente sozinha, pois saberia que nunca iria conhecer alguém como Ji. A sua amiga tinha-lhe feito uma mudança completa; e para melhor. Aliás, a amiga tinha-lhe dado uma dádiva que ela nunca saberia como lhe agradecer: apresentar-lhe os EXO. Se não fosse ela, Anna nunca teria conhecido os EXO, e nunca se teria apaixonado intensamente pelo Do Kyungsoo. Anna era grata por isso.

Foi ter com a amiga até ao aeroporto. Lá abraçaram-se, choraram, e fizeram mais promessas sem sentido para o futuro. Anna ficou a ver o avião a levantar voo, até ele se tornar apenas um pontinho preto no céu. E até aí não parou de chorar.

Agora teria de se safar sozinha.

Continua


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Notas finais do capítulo

Olá a todas as pessoas que gostam de K-pop, e, principalmente, dos EXO.O meu objectivo com esta fic é demonstrar um pouco os meus sentimentos como fã. A personagem principal tem o nome semelhante ao meu (Anna é praticamente igual a Ana), além de também amar a msma pessoa que eu.Eu quero mostrar e tentar deitar cá para fora os sentimentos de uma EXOTIC (fã dos EXO), e tentar explicar por palavras o que todos sentimos quando os vemos, a felicidade que nos dão, e também a alegria de viver.Anna, a persongem desta história, nunca soube o que era amar. Amar alguém apesar dos seus defeitos e gostos. Ela vai descobrir o que é isso graças aos EXO, apesar de eles serem simplesmente um grupo coreano.Mas, para nós, as EXOTIC's, os EXO n são apenas os EXO. Eles, apesarem de serem apenas 'um' (EXO, WE ARE ONE), cada um tem um pedacinho especial que faz com que mexam nos nossos corações.Por favor, n desistam desta fic só pk a personagem principal é uma personagem inventada. Imaginem-se no lugar dela; tenham os mesmos sentimentos k ela em relação à pessoa que amam nos EXO; e tentem ao máximo compreende-la.Anna não interpreta só cada uma de nós, uma EXOTIC, como tmb demonstra o quanto uma pessoa deve lutar por aquilo que quer; nem que isso seja o amor de uma pessoa. Espero que continuem a ler, e a acompanhar esta mini-fic :) Muito obrigado pelo vosso apoio, e vamos lutar por nós, e tmb pela Anna ^-^/ (eu prometo k o próximo cap vai ser mt mais interessante xD)EXO, SARANGHAJA! ♥



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