Derby Girl - Um Mundo sob Rodas escrita por issiawa


Capítulo 8
Posso voltar a sonhar?


Notas iniciais do capítulo

Demorei né??? De proposito!!! Esse cap já estava postado no NO TITLE há dois dias, é que resolvi dar a vantagem para o blog né!!! Pra quem não sabe o que eu estou falando... Dá uma olhadinha no post anterior...

Mais no final...



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Sonhei que estava flutuando, e que um cara muito gato sorria pra mim. E não era qualquer sorriso não, era aquele sorriso de tirar o fôlego, de nos fazer esquecer até de quem eu era, na verdade, quando eu tentei lembrar de quem eu era, e comecei a me sentir dolorida e gelada. Nossa como fazia frio no meu sonho, acho que foi ai que comecei a despertar.

- Hey garota? – Ao abrir os olhos eu vi aquele par de olhos verdes me encarando. – Você está bem? 

- Você é lindo. – Saiu da minha boca sem querer. Ele não se fez de rogado, me deu um belo de um sorriso e eu percebi o que eu tinha falado. Três ou quatro xingamentos passaram pela minha cabeça. 

Tentei me levantar, mas minha cabeça doeu mais, e o cara que eu conhecia de vista da escola me segurou pelos ombros para que eu ficasse deitada.

- Fique quieta, você bateu a cabeça com muita força. – Ele falou tão perto de mim que senti o ar faltando em meus pulmões. – Você patina muito bem.

- Ah... – Lembrei que alguém havia me chamado um momento antes de eu cair, olhei para ele e percebi que ele estava praticamente deitado em cima de mim. A proximidade não tava me ajudando a pensar direito. Acho que nessa hora ele percebeu também, pois ele se levantou aumentando a distancia entre nós. – Preciso ir pra casa. – Eu falei simplesmente, fui me levantando e minha cabeça ainda latejava.

Ele se voltou para me ajudar e estendeu as mãos para que eu as segurasse, mas não sei se foi a corrente elétrica que passou por nossas mãos na hora que nos tocamos, ou se foi a minha total falta de equilíbrio em momentos constrangedores, sei que sem querer eu escorrei de novo (como se eu não tivesse passado anos suficiente em cima de um par de patins pra já ter caído o bastante), sei que o momento cômico que passou de eu tentando me equilibrar, para nós tentando nos equilibrar, para finalmente eu caindo por cima dele.

- Desculpa... – Eu consegui dizer ainda em cima dele.

- Não tem problema, mas já que estamos assim, tão próximos... – Ele falou notando que nossa distancia era mínima, claro que eu já havia notado, mas o seu hálito gelado batia no meu rosto e de alguma forma eu me sentia tonta. – Poderíamos pelo menos nos apresentar. – Ele falou com um leve sorriso torto no rosto.

- Bella – Eu falei

- Edwarddddddddddd – Um voz feminina gritou do outro lado do lago.

- Bem, esse é o meu nome.

- Ah... – Fiquei ali em cima dele como uma tonta. Até que ele pigareou.

- Acho melhor irmos.

- É sim. – Falei, mas nem me mexi, coisa que só consegui fazer depois que ele olhou ainda pro nosso corpo colado no meio do lago.

- Acho que você terá que se levantar primeiro. – Claro, no que eu estava pensando pra continuar em cima dele? É claro que ele já deveria me querer longe dele a tempos. Me levantei com um pouco de dificuldade e fui deslizando no sentido de minha casa.

- Hey... – Ele falou de novo e eu me virei, dessa vez sem cair.

- Sim?

- Foi um prazer Bella. – Ele falou e foi embora, devo ter ficado vermelha até o último fio do cabelo, pois senti meu rosto queimar em contato com o vento gelado que batia em meu rosto.

- Perdedora. – Eu falava em quanto colocava uma grande fatia de pizza na boca.

- Cala boca. – Ângela me fitava como se eu tivesse enlouquecido. – Você não é nenhuma perdedora, você só é um pouco desajeitada.

Olhei para ela, mas ela me interrompeu antes de eu falar alguma coisa

- Objeto de desejo de 99% da FHS há sete horas. – Angela falou e um frio percorreu a minha espinha e lentamente eu me virei para olhar.

Sério, maldita hora que eu tive a idéia de olhar, ele estava lindo em uma camiseta azul marinho e seus cabelos esvoaçavam com o ar. Ele parecia andar em câmera lenta, até que ele olhou pra mim, e deu um sorriso, que me fez palpitar. Mas minha falta de sorte estava mais presente que nunca, nosso olhar foi cortado por uma namorada/loira/tufão que pulou em seu pescoço e lhe deu um molhado beijo no rosto. Me senti até enjoada com a demonstração de afeto em público do casal, rapidamente voltei a fitar Ang.

- É amiga, acho que azarada é uma melhor definição para você. – Ela voltou a dizer

O sinal do final das aulas tinha batido e os adolescentes em fúria da minha sala praticamente saíram correndo, eu não estava com pressa, não iria pegar carona com a Ang, então fui arrumando as minhas coisas com a maior calma do mundo. Mas o meu dia não tinha começado muito bem, por que iria terminar?

- Ora, ora, veja só quem encontramos aqui.

O frio na minha espinha se fez presente e logo que me virei vi Tanya com suas famosas capangas Kate e Irina. As três com seus uniformes de lideres de torcidas azul e branco que provavelmente usavam desde o primeiro dia no ensino médio, contando que realmente era tão curto que chegava a ser vulgar.

Nada falei, voltei para minha bolsa terminei de colocar as coisas dentro dela sem me incomodar com o fato que um alarme soava em minha cabeça gritando que o perigo estava perto demais.

- Então Barbie Malibu, não vai falar? Virou o que? A Barbie Mudinha? – Kate e Irina riam atrás de Tanya como duas gralhas velhas, rolei os olhos achando a visão mais tosca que eu tinha visto. Na hora em que tentei passar por elas Tanya segurou o meu braço, com força e me puxou.

- Hey, Barbie, não sou de ficar dando avisos. Não se meta em meu caminho! – Com um empurrão ela me jogou na porta da sala, me fazendo bater as costas com força, mas sendo amortecido pelo volumoso casaco que eu estava. Ela me olhou bem nos olhos e saiu rindo ela e suas seguidoras do inferno.

Fui chorando para casa, tive um ódio tão grande de mim mesma. Eu simplesmente não conseguia reagir, me sentia impotente toda vez que Tanya encostava em mim. Quando cheguei em casa minha visão não passou despercebido por Sue.

- O que foi menina?

- Ai, Sue, não agüento mais! Tem uma garota, uma líder de torcida metida a besta, que me tira do sério, fica falando que é para eu sair do caminho dela, para eu não me meter, mas eu nem sei do que ela tá falando ela deve ser louca ou algo do tipo, sei que quando ela me ameaça eu simplesmente não consigo ter reação, é como se eu não conseguisse me mexer, daí eu agora to aqui na sua frente como uma idiota chorando como um bebê.

- Oh minha criança, não fique assim. – Sue veio me abraçar e após alguns minutos chorando em seu colo ela falou. – Venha deixa eu te mostrar algo.
Ela foi até a pequena estante na sala e pegou um livro com capa azul.

- Esse é o meu livro do ano, do último ano do colegial. – Ela pegou o livro e foi folheando ao meu lado. – Olhe esta aqui sou eu. – Ela falou apontando para uma linda moça de cabelos castanhos e óculos quadrados.

- Você tinha cara de Nerd. – Eu falei e ela riu.

- Eu era, fui uma das poucas que fiz faculdade da minha turma. – Ela falou pensativa. Ela folheou um pouco mais e abriu em uma pagina dedicada aos esportistas. Uma foto me chamou a atenção, era um rapaz de profundos olhos verdes e imensos cabelos negros, formando uma espécie de mullets e uma garota loira linda com o uniforme de líder de torcida agarrada ao pescoço do rapaz que trajava um uniforme de futebol americano. – E esses são seus pais.

Tá, choquei.


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