Na segunda à noite eu quase não consegui dormir, dando somente algumas cochiladas de vez em quando, a verdade é que eu estava tão agitada sobre toda aquela coisa que quando deu seis horas da manhã eu já havia pulado da cama e ido tomar meu banho.

Sue estranhou me ver de pé tão cedo, mas nada comentou.

- Quero pintar meus cabelos! – Declarei assim que sentei para tomar café.

- Por que? Seus cabelos são lindos dessa cor. – Ela falou colocando o bule de café na mesa.

- Quero pintar da cor dos meus cabelos mesmo. Odeio ser loira! Chama muito a atenção. – Falei emburrada.

- Meu bem, com esse rostinho de princesa que você tem, até se tiver escondido por um chapéu você chamará a atenção. – Ela falou com um sorriso nos lábios. – Mas você é grandinha, já deve ter idade suficiente para saber a cor de cabelos que quer usar, mas, por favor, mantenha-se a utilizar as cores normais de cabelo. – Com essa não pude deixar de rir, Sue era exatamente o que eu desejava para mãe. Além de exalar maternidade por aonde ia, ela sempre sabia como conversar. Deus estava realmente de brincadeira quando resolveu que Renné que seria a minha mãe.

As aulas tinha sido normais, nada muito fora do comum, até a hora do intervalo. Angela tentou fazer com que almoçássemos no pátio, mas eu não ia deixar Tanya passar por cima de mim. Fomos para o refeitório que estava quase vazio, sentamos em uma mesa próxima as janelas, eu e Ang discutíamos sobre qual seria o melhor filme do John Travolta, quando sétimos que alguém havia se aproximado da gente. Não foi minha surpresa quando vimos Alice Cullen e Rosalie Hale paradas com as bandejas nas mãos.

- Podemos sentar com vocês? – Alice falou já se sentando, sem esperar por alguma resposta, que é obvio que permitiríamos.

- Desculpe pelo jeito dela, Alice só é muito folgada. – Rose falou como se já estivesse tão acostumada.

- Tudo bem. – foi a única coisa que consegui falar.

- Então... Você vai fazer o teste mais tarde, não é? – Alice falou colocando um enorme pedaço de pizza na boca.

- S-sim. Quer dizer, claro. – Eu falei gaguejando, e isso me fez sentir a pessoa mais idiota do mundo.

- Que bom, por que imaginamos que você não iria desistir, não depois do episodio de ontem, com aquela vaca da Tanya.

- Mas ela teve o que mereceu hoje. – Alice falou ainda mastigando.

- É Alice, por isso eu tenho medo de você. – Rose falou lançando um risinho para Alice que continuava a comer despreocupadamente a pizza.

- Do que vocês estão falando? – Dessa vez foi Ang que perguntou.

- Aparentemente, Vitoria dormiu na casa dos Cullens essa noite, de manhã quando Edward se atrasou para pegar a Tanya, ela ligou no celular dele, e adivinhem quem atendeu? – Antes que Rosalie terminasse de contar a historia um barulho alto nos tirou a concentração, foi quando vimos Tanya e Victoria se agarrando em pleno refeitório. Xingamentos e unhadas era espalhados por todo lado, como se para ilustrar a cena que Rose havia acabado de contar. Edward nessa hora vendo a cena se desenrolando, tentava separar as meninas, mas ele acabava sendo alvo da maior parte das unhas bem feitas daquelas meninas. Seria trágico se não fosse tão engraçado. Nós quatro desabamos em rir, e nem notamos quando o sinal tocou, só vimos os cansado diretor e um dos professores segurando as meninas e as levando para diretoria.

Eu estava na frente do antigo galpão conhecido como Casa das Bonecas, nos meus ombros estavam os meus velhos patins de patinação artística. Eu tremia da cabeça aos pés, e nem sabia ao menos como começar. Junto comigo havia varias garotas com mais estilo que eu, visivelmente mais cascudas do que eu. E nessa hora eu só me perguntava o que eu estava fazendo ali.

- Vai entrar, não vai?

- Não sei se vou conseguir... Olhe essas meninas. – Eu falei sem olhar para a garota ao meu lado.

- É realmente parece que elas nasceram pra chutar bundas. – Eu me virei e olhei para Nessie, que usava um vestido hippie, com tranças nos cabelos avermelhados. – Mas não se preocupe com isso agora, só vá lá dentro e mostra pra essas meninas o que você sabe fazer.

Depois dessa eu reuni toda a minha coragem e entrei no galpão. Já deveria ter umas trinta meninas pra fazer o teste lá dentro. Todas elas me olharam com cara de dó, não só por minhas roupas totalmente fora dos padrões derby, ou pelos meus patins brancos e clássicos. Eu me sinto a nerd tentando ser uma lider de torcida e uma onda de insegurança me atingiu.

Rapidamente ponho os patins nos pés, Nessie me ajuda com as cotoveleiras, joelheiras e capacete, e finalmente quando eu tendo me levantar. – BAM. – Vou direto com minha bunda pra pista, mas antes de poder processar qualquer humilhação, Alice e Nessie me ajudam a levantar.

- Calma. – Fala Alice. – Só está começando.

Dou um longo suspiro, lembro de cada minuto passado em cima de um patins durante todos esses anos, de cada salto, cada pirueta dada. Eu olho para cada garota ali, e vejo que cada uma delas poderia facilmente acabar comigo, mas ergo meu lindo queixinho e vou à luta. No final das contas me sinto melhor, apesar da pista ser totalmente diferente do que eu estava acostumada, consigo dar alguns saltos e algumas voltas, fazendo com que Alice e Rose gritem “Nada mal, Barbie.” a cada volta dada.

Então, três capitãs dos times se apresentam, Iva Secret do Hospital Derby Girls, uma loira estilo pin up, de aparecia de que saiu de algum filme dos anos 50 se não fosse pela quantidade de tatuagens adornando o seu corpo, Juliet Bravo das Rat City Rollergirls, que tinha a animação de líder de torcida e se vestia como uma perigosa fuzileira do exercito. E por ultimo Ness apareceu em seu habitual uniforme de vampira.

Agora a competição pelas vagas parece realmente real, deslanchamos em uma serie de manobras para demonstrar os nossos talentos, todas sendo avaliadas, pelas capitãs e algumas competidoras. Vou especialmente bem, mas quando temos que patinar todas juntas, num grupo, batendo umas nas outras, deslancho uns bons dois metros atrás, com o medo latente para participar.

E dessa vez eu sinto que talvez eu não seja boa o bastante para aquilo tudo, enquanto bebo água sinto alguns olhares de pena em cima de mim, e aquilo só me faz querer afundar mais, se pelo menos Ang estivesse aqui comigo.

- Hey. – Sinto Alice do meu lado. – Não se julgue demais, viu?!? Só tente se divertir, ok?

- Ok. – Respondo e volto pra pista para o ultimo teste.

Nesse temos que correr em volta da pista a fim de conseguir o melhor tempo. Nada muito difícil, digo pra mim mesma. E é quando o apito soa que disparo, a verdade que me concentro tanto que me esqueço da competição, e eu vôo pela pista com o meu corpo vibrando em cima dos patins, e a sensação de liberdade é tão grande que flexiono mais os joelhos, indo cada vez mais rápida. Quando finalmente o apito soa me tirando do meu mundo vejo todas olhando pra mim, com uma cara de assombro. Bedda Roses (Rose) me dá um sorriso e Malice grita “É disso que eu estou falando.”