As Máscaras de Sakura escrita por Siryen Blue


Capítulo 28
Primeira Fase: Desaparecidos


Notas iniciais do capítulo

Oi, meus amores! Aaaaeeee!!! AMDS recebeu mais DUAS RECOMENDAÇÕES!! *--*

rans: Eeeeiii!!!!! To muito contente em saber que vc gosta tanto assim da fic! E espero que continue gostando!!! MUITO OBRIGADA, LINDA!!!!

NaruShibuya: AAAHH!!!!! Que recomendação liiinda!! *--* Estou MEGA feliz em saber que vc gostou tanto da fic e que captou os sentimentos que eu quis passar! Haha! Sakura é uma personagem em constante construção ainda! MUITO OBRIGADA!! *--*

Pessoas do meu coração! Senti saudades, acreditem. Eu estou envolvida em um projeto que está roubando todo o meu tempo (projeto este que não tem nada haver com o mundo das fics). Enfim... Como eu prometi capítulo pra hj, tive que virar a madruga escrevendo. E bom... Aqui está o que consegui escrever.

Enjoy!

Ps.: Capítulo dedicado às duas gatinhas que recomendaram a fic!



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POV: Hyuuga Neji

"O número do Sasuke só dá fora de área!" Naruto disse, nervoso.

"E por que Sakura tinha que deixar o celular aqui?" Tenten completou, andando de um lado pro outro.

Estávamos pirando. Já fazia mais de duas horas que Sasuke e Sakura tinham saído para comprar o jantar e até agora nada de voltarem.

Shikamaru e Ino haviam saído há alguns minutos para procurá-los no supermercado. Esperávamos por notícias ansiosamente.

Hinata dizia que não estava com um bom pressentimento e isso só deixava nossos nervos mais à flor da pele. Minha prima tinha certa sensibilidade. Não me lembrava de alguma vez em que ela dissesse que algo ruim estava acontecendo e estivesse errada.

Sem conter minha agonia, peguei o celular de Sakura na tentativa de ligar para... Sei lá... O Sabaku, talvez... Ele podia saber de algo.

O problema, no entanto, era que o aparelho tinha senha. Larguei-o no sofá, com raiva.

Algo tinha acontecido. E todos nós estávamos enlouquecendo sem saber o quê. Sasuke e Sakura não sumiriam do nada.

Desviando minha atenção, o barulho da porta se abrindo me fez pular do sofá, em expectativa.

Era Shikamaru e Ino. Sozinhos. Sem Sasuke e Sakura.

"Alguma notícia?" Naruto se apressou a perguntar.

Shikamaru abaixou a cabeça. Ino carregava medo no olhar.

"No supermercado disseram que os viram." A loira falou. "Segundo os funcionários, os dois compraram algumas coisas e saíram. Mas já faz tempo. Eles estiveram lá há mais de duas horas."

"Meu Deus!" Tenten disse, em tom de desespero.

"Aconteceu algo de ruim." Hinata tomou a palavra. "Eu sinto."

E eu sentia meu corpo trêmulo de pavor.

"Vamos até a polícia." Falei.

"É o certo." Shikamaru concordou.

"Tenten, Naruto e Hinata ficam aqui, no caso de eles voltarem." Continuei. "Eu, Shikamaru e Ino iremos até a polícia. Qualquer novidade, liguem."
Todos assentiram.

"Vocês também." Naruto disse. "Qualquer novidade liguem."

Peguei meu casaco, apressado. Quando dei o primeiro passo em direção à porta, o telefone de Sakura tocou.

Meu coração deu uma leve disparada, em ansiedade.

Corri até o aparelho e li o nome 'Shizune' na tela. Não sabia quem era. Mesmo assim, atendi. "Alô?"

"Quem fala?" A mulher de voz desconhecida perguntou. "Esse não é o celular da Sakura?"

"É sim." Respondi. "Eu sou Neji, amigo dela."

"Hum. Pode passar o telefone pra ela, por favor?"

Pensei que talvez a mulher fosse alguma pessoa ligada ao Soul Talent e Gaara. Alguém que pudesse me ajudar. Afinal, eu estava tão desesperado que aceitaria qualquer ajuda.

"Sakura sumiu." Soltei, sem pensar duas vezes.

A mulher engasgou, do outro lado da linha. "O quê?!"

"Ela saiu pra comprar o jantar com um de nossos amigos há mais de duas horas e ainda não voltou. O celular de nosso amigo está desligado e, como você pode perceber, Sakura deixou o dela. Estamos indo para a polícia." Expliquei.

"Isso não é nenhum tipo de trote?"

Irritei-me. "Eu nunca brincaria com algo tão sério."

A mulher passou alguns segundos em silêncio e então, falou: "Tem uma delegacia próxima de onde você mora, certo?"

"Sim." Confirmei, não deixando passar despercebido o fato de ela saber onde estávamos. Devia ser realmente próxima à Sakura.

"Nos encontramos lá, então." Falou, com voz tensa. Desligou antes que eu pudesse responder.

"Quem era?" Tenten perguntou.

"Alguém do trabalho da Sakura." Falei. Talvez não fosse mentira. Talvez essa tal de Shizune realmente trabalhasse com a rosada.

"Um dos velhos?" Naruto quis saber. "Eles não sabiam de nada?"

"Não sei... Talvez fosse algum parente dos velhos. E não. Não sabia de nada." Coloquei o celular de Sakura no bolso. "Não temos tempo a perder. Shikamaru, Ino... Vamos logo!"

Apressei-me até a porta, sendo seguido por meus amigos.

Eu não sabia se a polícia iria nos levar a sério. Tudo que sabia era que tínhamos que fazer alguma coisa para encontrar Sasuke e Sakura.

*

*

*

POV: Senju Shizune

Estacionei o carro na primeira vaga disponível que encontrei.

O lugar era longe de minha casa. Delegacia de subúrbio. Por isso, provavelmente o amigo de Sakura já tinha chegado há tempos e feito o boletim de ocorrência.

Saí do carro apressadamente, sendo seguida por Karin.

Resolvi checar essa história de desaparecimento antes de falar qualquer coisa para alguém. Inclusive Tsunade. Ela surtaria. Só Karin, que estava comigo no momento da ligação do tal Neji, é quem sabia do ocorrido.

Liguei para o número de Sakura, que prontamente foi atendido.

"Já estou aqui." Apressei-me em dizer.

"Estamos na entrada." O garoto falou.

Logo, pude avistar um grupo de três adolescentes parados nas escadas do local. Um deles, falando ao telefone.

Acenei, desligando o celular. O garoto acenou de volta.

"Eu sou Shizune." Aproximei-me do grupo. "E essa é Karin." Apontei para a ruiva que me seguia.

"Sou Neji." Um garoto de longos cabelos castanhos e maravilhosos olhos perolados se apresentou. "E esses são meus amigos: Shikamaru e Ino."

"Muito prazer." Assenti com a cabeça, rapidamente. "Prestaram queixa? Alguma notícia de Sakura?"

Neji parecia muito frustrado. "Nenhuma notícia. E a polícia não quer fazer o boletim. Segundo eles o tempo de sumiço é curto e nós precisamos que alguém maior de idade faça a denúncia. Aparentemente eles acham que Sakura e Sasuke estão em algum tipo de aventura romântica." Torceu a boca.

"Deixem comigo." Falei. "Eu vou fazer eles revirarem cada canto de Nova York até acharem os dois. Mas vocês precisam me explicar essa história direito!"

"A gente não sabe muito." A menina loira falou. Era realmente linda. "Os dois saíram pra comprar o jantar e não voltaram."

"Eu e Ino fomos até o supermercado onde eles foram." O moreno de cabelos em um rabo de cavalo espetado tomou a palavra. "Funcionários os viram. Eles compraram algumas coisas, deixaram a loja... E sumiram."

"As câmeras de segurança vão nos ajudar. Como vocês sabem a hora em que eles saíram e os locais pelos quais passaram... Creio que não será difícil saber o que houve." Eu disse.

"Pensei nisso." Neji falou. "Mas os policiais estão irredutíveis."

"Não serão irredutíveis para mim." Afirmei.

Dei alguns passos para entrar na delegacia.

"E a senhora... Quem é?" A garota loira perguntou, fazendo-me parar.

"Sou amiga de Sakura." Respondi, simplesmente.

"Do trabalho?" Continuou perguntando.

Lembrei da mentira que Sakura inventou para seus amigos, sobre trabalhar em casa de família.

"É... Moro no prédio em que ela trabalha." Menti. A garota assentiu. "Esperem aqui. Eu vou resolver esse assunto com os policiais e já volto."

Marchei até a porta da delegacia, abrindo-a em um rompante.

"O que você acha que pode ter acontecido?" Karin perguntou.

"Não sei..." Apressei o passo. "Mas nós vamos descobrir."

*

*

*

"Eles provavelmente estão namorando por aí..." O policial Hanks, barbudo de meia idade e proporções grandes, riu.

Bati o punho na mesa. "Você vai olhar as câmeras de segurança, para ter certeza."

"Minha senhora... Nós temos assuntos mais importantes para cuidar do que escapulidas adolescentes." O homem disse, entediado.

Respirei fundo. "Quanto?" Perguntei.

"Desculpe-me?" Ergueu uma sobrancelha.

"Quanto quer pra olhar as câmeras?" Repeti. "Você sabe que não é difícil. Temos a hora e o local a ser analisado. Será rápido. Diga seu preço."

"Eu não estou à venda, minha senhora." O policial sorriu. "E posso prendê-la agora mesmo por tentativa de suborno."

Não perdi a pose, dando um pequeno sorriso arrogante. "Eu sou Shizune Senju. Trabalho para Gaara Sabaku e tenho contatos de todos os tipos. Contatos, inclusive, que podem acabar com sua vida. A única razão para eu estar perdendo meu tempo com você, é por este ser o caminho mais rápido para conseguir o que quero."

"Agora você está mentindo e me ameaçando." Ele disse. "Está mesmo com vontade de ser presa, não é?"

"Pesquise meu nome na internet. Com certeza verá que eu não minto." Cruzei os braços.

O homem estreitou os olhos, mas, realmente, digitou algo em seu computador.

Seus olhos se arregalaram levemente, com algo que viu.

Sorri, arrogantemente.

"Quanto?" Voltei a perguntar.

Ele virou seu olhar para mim. "Por que alguém como a senhora está em uma delegacia do subúrbio, atrás de garotos do subúrbio?"

"Você não faz ideia de quem a 'garota do subúrbio' é." Respondi, entredentes. "Vai me mostrar as câmeras de segurança ou não?"

O cara suspirou. "Claro, senhora." Levantou. "Siga-me."

Ouvi Karin soltar um suspiro aliviado ao meu lado.

Então, seguimos o policial para uma sala com inúmeros televisores e apenas duas pessoas. Pouca gente para muitas câmeras a serem vigiadas.

"Algum movimento estranho?" O policial perguntou aos outros.

"Assaltos e brigas apenas." Um dos homens respondeu.

"Nada realmente anormal em nossa região, hein?" O policial Hanks riu.

Logo, pediu que voltassem a gravação da câmera até a hora e o local que eu determinei.

Não demorou até que identificássemos Sakura saindo de um supermercado, com um garoto ao seu lado.

Mudamos para a câmera da rua menos movimentada. Em certo ponto, os dois pararam, e pareceram conversar algo sério.

E foi então que aconteceu.

Com horror, assisti enquanto uma van parou ao lado deles e homens enormes saíram de lá, atacando-os. Os dois tentaram lutar, mas foram dominados. Houve um ponto em que um dos caras acertou Sakura fortemente na cabeça e seu amigo se desesperou.

Em seguida, jogaram-na na van, junto com o garoto, fecharam a porta e partiram.

"Meu Deus!" Karin choramingou, levando as mãos à boca.

Eu tremia. De medo. De raiva.

"Então, eles estavam namorando, hã?" Apertei os punhos.

O policial engoliu em seco. "Ampliem a imagem e consigam o número da placa." Ordenou a um dos homens da sala de vigilância.

O homem saiu pisando duro. Tentando me recuperar, segui-o a passos lentos.

"Nós temos um caso de sequestro, pessoal!" O policial avisou à sua equipe.

Apertei meu passo, parando em frente a ele.

"Você vai descobrir quem fez isso!" Sibilei, furiosa. "E você vai encontrar a Sakura nem que seja a última coisa que faça nessa sua vida inútil!"

"Atacar-me não resolverá nada, minha senhora." O policial disse. "Registraremos o boletim e faremos o possível para encontrar não só a garota, como o garoto também."

"Temos o número da placa!" O cara da sala de vigilância apareceu, correndo.

O policial deu-me um último olhar antes de se afastar, seguindo até o vigilante.

"Temos que contar ao Gaara." Karin falou. Foi quando percebi que ela tinha lágrimas nos olhos.

"Amanhã." Respirei fundo. "Agora vamos conversar com os garotos lá fora. Eles precisam saber."

Karin assentiu e seguimos ao encontro dos amigos de Sakura.

Não seria uma notícia fácil de dar.

*

*

*

"Sequestrados?!" A loira — Ino — ficou extremamente branca e quase desmaiou, sendo apoiada por seu amigo — Shikamaru.

"Você tem certeza disso?" Neji perguntou, com agonia aparente.

"Nós vimos as fitas de segurança." Respondi. "Uma van parou ao lado deles e homens grandes saíram de lá, pegando-os. Um deles atingiu Sakura na cabeça e ela desmaiou. Levaram os dois."

"Meu Deus!" Ino estava claramente desesperada. "E agora?"

"Faremos o boletim de ocorrência e aguardaremos notícias." Falei. "Conseguiram o número da placa, pelo menos."

"Eu vou ligar pros outros." Neji disse, afastando-se.

"Quem faria algo assim?" Shikamaru balançou a cabeça inconformado. "Nós não temos dinheiro nenhum! Por que pegaram eles?"

"Será que foi ao acaso?" Ino perguntou.

"Não. Não parecia ser ao acaso." Respondi.

Talvez fosse alguém que tivesse descoberto que Sakura e Lümina são a mesma pessoa. Talvez fosse alguém querendo atrapalhar sua participação no concurso.

Mas quem faria algo assim?

*

*

*

Gaara estava vindo. Tsunade já sabia sobre o sequestro e me ajudaria a contar ao ruivo, quando ele chegasse em nossa casa.

O que não demorou a acontecer.

"Credo..." Falou, assim que passou pela porta. "Que caras de enterro são essas?" Continuamos em silêncio. "E então? O que tinham pra me contar?"

Engoli em seco. "É sobre a Sakura..." Comecei.

Ele piscou, esperando.

"Sakura e Sasuke foram sequestrados." Tsunade soltou.

Gaara ficou estático por alguns segundos, parecendo processar a informação.

"É... O quê...?" Franziu o cenho, com expressão em um misto de descrença e medo.

"Você ouviu." Tsunade disse. "Foi ontem à noite, quando ela foi visitar os amigos. Sakura e Sasuke saíram para comprar o jantar e não voltaram. Shizune ligou pro celular dela e seu amigo, Neji, atendeu. E então, foi com Karin até a delegacia, onde viram as câmeras de segurança. Sakura foi sequestrada em uma van preta."

Os olhos de Gaara cresceram em pavor. Eu quase podia sentir uma corrente sombria percorrendo seu corpo. Seus punhos se apertaram e seu maxilar trincou.

"Calma, Gaara." Falei. "Nós vamos encontrar a Sakura. Já fiz um departamento inteiro de polícia se mover para achá-la."

"Eu quero a porra de Nova York inteira se movendo pra encontrá-la!" Gritou, em fúria. "Por que não me avisaram ontem?!"

"Achei melhor conversar com você hoje." Respondi.

Gaara teve um momento de explosão, assustando-me ao socar um vaso de decoração, fazendo-o se estraçalhar no chão.

"Você tinha que ter me contado!" Gritou, tremendo.

"Eu fiz o que achei melhor." Mantive-me firme.

"Qual é a porra da delegacia em que vocês foram?!" Perguntou, dirigindo-se até a porta, apressadamente.

"Viu?" Segui-o, tentando impedi-lo de fazer alguma besteira. "Era por isso que eu não queria te contar! Você não pode fazer nenhuma besteira! Já pensou se cruza com algum dos amigos da Sakura na delegacia?"

"Eu estou pouco me fodendo pra isso!" Passou pela porta, saindo de minha casa em um furacão.

Corri atrás dele. "Eu posso cuidar dos assuntos com a polícia. Eu vou garantir que encontremos a Sakura."

Mas Gaara continuou marchando até seu carro.

"Vai me dizer ou não qual a delegacia que pegou o caso dela?" Sibilou.

Suspirei. Do jeito que ele estava seria impossível fazê-lo mudar de ideia. Eu só tinha a opção de tentar evitar maiores danos.

"Eu te levo lá." Falei, quando ele chegou até o carro. "Mas eu dirijo." Avisei. Não o deixaria dirigir na sua atual condição.

Gaara apenas me entregou as chaves, contornando o veículo e entrando no lado do passageiro.

Respirei fundo, rezando pra que não encontrássemos com nenhum dos amigos de Sakura.

*

*

*

Gaara entrou na delegacia como um furacão, sem se importar com os olhares curiosos.

Senti dor de cabeça só de pensar em quantas pessoas Tsunade e eu teríamos que subornar pra que não vazasse para a imprensa nenhuma ida de Gaara à polícia.

No caminho para a delegacia, o ruivo ligou para Temari e avisou do ocorrido. Quando chegamos ao local, a Sabaku já se encontrava em uma das cadeiras da sala de espera.

Os irmãos se abraçaram, em apoio.

"Queremos falar com o policial Hanks." Dirigi-me a um dos funcionários, procurando pelo homem que me atendeu no dia anterior.

O funcionário, vidrado na figura de Gaara, simplesmente apontou para a a direção da sala que eu já sabia ser a do policial.

"Vamos." Disse aos Sabaku.

Hanks pareceu surpreso ao notar Gaara entrando por sua porta.

"Alguma novidade?" Fui logo perguntando.

O homem pigarreou, tirando seus olhos de Gaara e voltando sua atenção para mim.

"Como eu já lhe disse ontem... A placa da van era falsificada." Começou. "Procuramos pelas câmera de segurança da cidade, mas houve um ponto em que eles passaram a pegar ruas sem vigilância. Perdemos o rastro."

Percebi Gaara apertando os punhos. "Encontre-a." O ruivo falou. "Nem que você tenha que descer até o inferno... Encontre-a."

O policial o olhou com curiosidade. "Esse é o meu trabalho, garoto. Farei o possível para achar essas crianças." Disse, sem se intimidar. "No entanto... As informações que temos são pouquíssimas. Precisamos identificar algum suspeito e saber que razões motivaram o sequestro. No momento... Nada faz sentido. Por que sequestrariam dois adolescentes estrangeiros e sem dinheiro?"

Desviei o olhar. Se queríamos obter qualquer resposta, precisávamos dar todas as informações.

Olhei em volta, notando que a porta da sala do policial continuava aberta. Tomei a liberdade de fechá-la, dando mais privacidade para conversarmos.

"Você sabe que eu ainda preciso do seu depoimento para saber exatamente por que está tão interessada no caso. Qual a relação de pessoas como vocês com uma garota comum?" O policial nos olhou, acusadoramente. "Sinto como se as respostas para essas perguntas fossem uma peça importante do quebra-cabeça."

"E são." Respondi, sentando-me em uma cadeira de frente a Hanks. Gaara e Temari me acompanharam.

"Há um fato importante que eu acho que possa ter motivado o sequestro." Contei. "Mas preciso que jure sigilo."

"Tem a minha palavra, senhora." Hanks disse.

Eu não estava em posição de duvidar. De qualquer maneira, teria que dar meu depoimento sobre minha relação com Sakura. Caso me negasse, provavelmente seria intimada.

Com isso, a verdade era a melhor opção.

"Sakura é a garota por trás de..." Hesitei, por um segundo. "...Lümina."

Os olhos de Hanks praticamente saltaram.

"Lümina?" Perguntou, parecendo desnorteado. "A Lümina?"

"Sim. A Lümina." Confirmei.

"Nossa!" Ele balançou a cabeça, aturdido. "Agora você me pegou desprevenido. Sou fã dessa garota..." Demorou alguns segundos antes de voltar a falar. "Isso explica muita coisa. Colocarei todos os concorrentes de Lümina na lista de supeitos. Ela se dava bem com todo mundo?"

"Com os finalistas, sim." Temari tomou a palavra. "Era bem amiga de Sai e tinha algo próximo à amizade com Mike e Bia. Com os outros, agia com camaradagem. Não acho que nenhum deles tenha feito algo contra Sakura."

"Quem é você, senhorita?" Perguntou, educadamente.

"Sou Temari. Irmã de Gaara." Respondeu. "Trabalho no Soul Talent. Primeiro fui tradutora e agora estou na equipe de produção."

"De todos nós, Temari era a única que realmente estava dentro do Soul Talent, convivendo com os participantes." Falei. "Ela sabe mais sobre a relação entre eles do que eu e Gaara."

"Sim, mas não podemos descartar as hipóteses de que algum concorrente esteja querendo derrubar Lümina." O policial franziu o cenho. "Digo... Sakura."

"Sasori Akasuna." Temari falou. "Se alguém faria algo assim... Seria ele."

"Por que diz isso?" Hanks a olhou, interessado. "Tudo bem que todos ficamos sabendo que ele não tinha o melhor comportamento, mas daí dizer que ele sequestrou Sakura... A não ser que você tenha mais alguma informação."

"Sim." Temari assentiu. "Ele era muito amigo de um dos seguranças do Soul Talent. Cheguei até a impedir que eles colocassem veneno na comida de Sakura."

"Veneno? Tem certeza disso?"

"Claro que tenho! O pessoal da cozinha me contou tudo. O fato... É que Sasori e o segurança não eram exatamente bons." A Sabaku continuou.

"Há algo que prove o que está dizendo?" Hanks perguntou.

"Na internet tem um vídeo de um momento em que Sasori e Lümina estão se encarando, logo quando os indicados e audicionados se encontraram no palco pela primeira vez. Sasori fez um gesto de ameaça para Lümina." Informou. "E há também fotos do Akasuna deixando o hotel do Soul Talent e sendo seguido por fotógrafos e curiosos, prontamente sendo ajudado por Roger, o segurança de quem falo."

"Ótimo." O policial falou. "Isso já nos dá algum material com o qual trabalhar."

Enquanto Temari continuava jogando informações em cima do policial e respondendo perguntas, notei que Gaara permanecia quieto.

Ele não aparentava mais fúria. No momento ele estava, visivelmente... Triste.

*

*

*

POV: Haruno Sakura

O primeiro sinal de que a consciência estava retornando, foi a dor excruciante em minha cabeça. O segundo, foi o cheiro mofo e ferrugem invadindo minhas narinas.

Gemi, lutando para abrir os olhos. Quando o fiz, tudo rodou.

"Vai com calma." Ouvi a tão conhecida voz de Sasuke-kun.

Minha visão clareou aos poucos, fazendo-me perceber o lugar estranho e escuro em que eu estava. Sentei-me em um pulo, recebendo outra onda de tontura, quase me jogando de volta à inconsciência.
Senti uma mão apoiar minhas costas, impedindo que eu caísse para trás.

Respirei fundo algumas vezes, tentando me manter consciente.

"Melhor?" Ouvi meu amigo perguntar.

Levantei a cabeça, observando onde estávamos e sentindo o desespero superar a dor em minha cabeça e tomar conta de mim.

O lugar era mais aterrorizante que qualquer cativeiro que eu já tivesse visto em filmes. Provavelmente porque esse era real.

Parecia um quarto — sem móveis — de uma casa velha.

O espaço era grande, sujo e mal iluminado. Algumas caixas e ferragens velhas estavam empilhadas perto das paredes — todas cinzas e mofadas. Encanações decoravam o local. Um dos canos, aliás, vazava pingos de água, formando uma pequena goteira. E havia duas portas — trancadas, previ.

Comecei a hiperventilar, em desespero.

"Sasuke-kun!" Chamei, virando-me pra ele, assustada. "Nós fomos sequestrados!" Afirmei o óbvio. Dizer em voz alta parecia tornar tudo ainda mais apavorante.

Sasuke-kun me olhou, parecendo tentar se conter.

"Sakura." Falou, sério. "Precisamos manter a calma. Precisamos bolar um jeito de sair daqui."

"Que porra de calma!" Esbravejei. "Não é hora de sentir calma!"

Fiquei de pé, com minha cabeça girando. Quase senti meus joelhos falharem, mas, novamente, Sasuke-kun me apoiou, segurando meus braços.

"Você levou uma pancada forte na cabeça."

"Foda-se a pancada! Como pode estar tão calmo?!" Gritei, afastando suas mãos de mim.

O semblante do moreno ficou irritado. "Quem dera eu estivesse calmo! No momento, só estou tentando estar!" Rebateu. "Por um instante eu achei que você não fosse mais acordar." Medo tremulou em seus olhos.

Suas palavras me calaram.

Tentei imaginar como seria se fosse eu a ter que lidar com Sasuke-kun desmaiado ao meu lado, ao mesmo tempo em que era trazida para um lugar como este.

Estremeci com o pensamento.

Seu olhar estava tão intenso no meu que eu tive que desviar. "Quem fez isso?" Mudei de assunto.

"Não faço a mínima ideia." O moreno respondeu, balançando a cabeça. "Nós não temos grana... Ou qualquer coisa que possa interessar a sequestradores. Nada está fazendo sentido."

Passei as mãos nos cabelos. "Mas alguma coisa tem que ser! Os caras pareciam saber bem quem queriam."

"Eles queriam a mim." Afirmou. "Só a mim. Você apenas estava no lugar errado, na hora errada." Trincou o maxilar.

"Não é sua culpa. Você não tinha como saber."
Mas Sasuke-kun não suavizou a expressão.

"Ninguém veio aqui?" Perguntei.

"Só nos jogaram aqui, Sakura." Respondeu. "Trancaram a porta... E foi isso."

Assenti. "Vamos vasculhar nessas caixas pra ver se encontramos algo útil." Sugeri.

"Aí só tem papel velho." Falou. "Já olhei tudo."

"E esses pedaços de ferro? Podemos usar como armas!"

"Eles são muitos, Sakura! Provavelmente estaríamos mortos antes de passar pela porta."

"Mas tem que ter algo que possamos fazer, porra!" Minha irritação aumentou.

"Pensar em algo é tudo que eu tenho feito desde que chegamos!" Respondeu, tão irritado quanto eu.

Sem saber o que responder — ou o que dizer —, fiz a única coisa que me era permitida: comecei a chorar de aflição.

Puxei meus cabelos com força, enquanto sentia as lágrimas se formando em meus olhos.

Estávamos perdidos! Iriam nos fazer mal! Talvez nem mesmo saíssemos vivos daqui. E não havia nada que eu pudesse fazer a não ser me desesperar.

Sasuke-kun segurou meus braços, impedindo que eu continuasse a arrancar tufos de meus cabelos.

"Sakura. A gente precisa pensar em algo! Não deixa o medo te dominar. Precisamos fazer alguma coisa!" Falou, sério.

"Eu sei! Eu sei, droga!" Meus lábios tremeram. "Mas isso é apavorante! Quem fez isso, Sasuke-kun?"

O olhar dele foi compreensivo.

Sasuke-kun me puxou para mais perto, envolvendo seus braços ao meu redor. Agarrei-me a ele desesperadamente.

"Não sei... Realmente não sei." Sussurrou. Ele me afastou, para olhar em meus olhos. "Mas eu vou fazer tudo que eu puder pra te proteger e tirar a gente daqui, ok?"

Assenti, sentindo uma lágrima me escapar. Voltei a abraçar Sasuke-kun, buscando seu apoio.

Foi quando um barulho na porta chamou nossa atenção.

Alguém estava vindo.

Sasuke-kun me soltou, colocando-se em minha frente, protetoramente.

E uma pessoa totalmente inesperada entrou no local, com passos de gato e um sorriso arrogante.

"D-Deidara?" Arregalei os olhos, descrente.


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Notas finais do capítulo

Esse capítulo, como perceberam, foi mais focado em como o pessoal reagiu ao sequestro e bem menos no cativeiro, com Sasuke e Sakura.

Provavelmente o próximo será o inverso: foco em Sasuke e Sakura e menos no povo de fora.

XOXO

P.S.: Pra quem não sabe, XOXO representa beijos e abraços. Nos EUA usam muito, e eu meio que adotei pra mim. X para beijos e O para abraços. (Lê-se: ÉCSOU ÉCSOU, kk)



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