POV Katherine W.

May não aparecia a mais de uma semana na escola, depois de ter entrando na sala do Diretor Neville ela não foi mais vista. Matthew não compartilhava com ninguém o pouco que ele sabia da irmã, nem mesmo para Hanna.

As aulas voltaram e junto com isso os professores pareciam querer nos manter ocupados para nenhuma vingança rolar, mas isso estava somente aumentando a tensão que ficará no ar durante o resto da semana.

Mas logo isso acabou, pois na manhã de uma sexta-feira fora anunciado por nada menos que Antony, o capitão do time da Sonserina que May Woodley Montgomery estava expulsa do time até segunda ordem por ter deixado Lary Eaton inconsciente por tempo indeterminado durante a primeira partida de Quadribol do ano.

Nos mal podíamos imaginar como May estaria ao saber da notícia, se é que já não sabia, mas eu tinha um outro problema além dela para resolver.

Não por acaso eu ouvira Angeline disser a sua melhor amiga Brooke que estava planejando algo contra May, porque mesmo que ela fosse sua amiga, Lary era mais.

Agora tinha que ficar de olho na de olhos azuis tão superficiais que me davam náuseas.

POV Katherine C. Hills

– Não aguento mais isso! – Larguei todos os pergaminhos na cama e me levantei. – vocês não vão me deixar maluca!

– Acho que já deixaram. – Ally que também terminava seus deveres disse. – Você está falando com eles, isso não é normal.

Rimos juntas e foi bom perceber que ela não tinha mais aquele pesar nos olhos. Ally já havia passado por muita coisa desde criança, eu me sentia sempre muito melhor quando ela sorria.

– Bom, vou sair daqui para espairecer. Quer vir? – convidei.

– Não, tenho eu terminar esses deveres pra ter tempo de ver o... – Ela emperrou no meio da frase e ficou vermelha de vergonha.

– Huuumm... – Fiz maliciosamente. – Depois que eu voltar quero saber de tudo!

Ela riu enquanto eu me retirava e ia até uma parte afastada do jardim.

Chegando lá pude sentir a boa brisa que circundava o local, realmente Hogwarts era impressionante. Me sentei à beira do chafariz, apesar de gostar muito da companhia dos meus amigos, as vezes a paz também era boa quando estava sozinha.

Seria bem melhor se estivesse no ar com minha Firebolt, mas infelizmente fomos proibidos de treinar ou só voar com a vassoura por tempo indeterminado. Até mesmo as aulas de Quadribol estavam canceladas.

Suspirei frustrada, mas logo senti uma presença a mais comigo, aquilo estava estranho. Me virei e não vi nada. “Idiota.” Pensei que alguém devia estar querendo me assustar, mas ao me virar de volta à última coisa que vi foi uma luz branca e então eu apaguei.

POV Angeline

Brooke e eu nos dirigimos ao jardim da escola, ela estava me ajudando em alguma coisa ruim o suficiente para que aquelazinha pagasse. Mesmo que já houvéssemos uma vez sido amigas, isso não dizia que eu deixaria barato ela ter machucado a Lary.

Mas antes que fizemos qualquer progresso no plano, Brooke localizou um corpo um pouco a frente, quando vimos quem era, o espanto nos tomou. Katherine Clark estava inerte e branca a nossa frente.

Ian que passeava pelo lugar nos ajudou a levar Katherine para a enfermaria, Madame Jullians quando viu Katie quase enfartou, apesar de ser da Corvinal, era sociável e amada por muitos, inclusive profissionais da escola.

– Outro atentado? – Perguntou Ian.

– Atentado? – Perguntou Brooke. – É assim que estão chamando a coma da Lary?

– Não a coma em si, mas o que aconteceu com ela. A Grifinoriana quase fez Lary ir a óbito no meio do jogo.

– Isso não faz sentido. – protestou Brooke.

– E quem disse que é pra fazer sentido? Esse é o único modo dos professores não desconfiarem do que estamos falando.

– Um modo bem frágil, Ian. Bem frágil, assim como o pescoço da coisa nas minhas mãos. – minha voz estava sem muita vida, somente ódio e vingança.

Não que eu fosse amiga da Katherine, mas bem, somente alguém podia ter feito aquilo e provavelmente era ela.

POV Kimberly

Eu terminava de almoçar quando a mudança repentina de humor no pessoal da Sonserina aconteceu. Todos eles começaram a vaiar algo que estava fora da minha vista.

Me levantei curiosa e percebi o porquê da rebeldia deles, May havia aparecido depois de quase uma semana, ela como uma boa e corajosa grifinoria se encaminhou de queixo erguido a mesa da Corvinal onde seu irmão estava e o tirou de lá o mais rápido que pode.

Acho que nem mesmo o mais forte e corajoso aluno da grifinória aguentaria os olhares cortantes de muitos. Eu não apoiava eles, mas também não dava razão a elas.

Não que eu soubesse o que houvesse acontecido exatamente, mas o que Cristiana contara a todos que quiseram ouvir foi que as duas tinham culpa no cartório. Eu ouvi muito bem o que ela disse só não sabia que caminho escolher. Me levantei e comecei a caminhar pelos corredores indo em direção a um dos corredores que não eram usados na escola.

Eu queria paz longe disso tudo pra conseguir compor algo ou até mesmo só ter paz desse clima tenso que estava assolando todos uma semana inteira. O pior era que o clima me deixava mais irritada do que eu já era, então eu não estava com saco pra ninguém.

Mas claro sempre tem alguém para atrapalhar.

– Eu sabia que você viria aqui. – pronunciou Dylan. – Você sempre vem aqui quando quer escrever.

– E se você sabe disso porque não me deixa em paz? – Perguntei como se não fosse obvio.

– Se eu conseguisse Kim, se eu conseguisse. – Se lamentou. – Mas eu preciso fazer isso.

Então subitamente ele me beijou.

POV Matthew

May apareceu depois de um bom tempo as escondidas e veio até mim confiante, mas a cada passo, a cada vaia, ela suspirava para não se deixar cair no choro ali mesmo. Ela veio em minha direção e saímos de lá o mais rápido possível.

Fomos a biblioteca, provavelmente aquele seria o lugar mais seguro para conversarmos sobre o não tão desconhecido colar agora.

– Me diz que encontrou algo útil para ocupar minha mente?

– Não só algo útil, como perigoso.

– Perigoso? Um colar? – Perguntou incrédula.

– Você deveria ter mais cuidado com o que pensa Irmã, esse colar pertenceu a Rowena Ravenclaw, e nele contém todo o poder dela.

– Tod... Todo o poder? – Gaguejou ao perguntar.

Eu assenti sabendo que aquilo teria um preço e um preço alto demais para se pagar. Toda história tem o seu vilão e eu aposto que o nosso logo iria chegar.

POV Allyson

A noite cairá rápido, tão rápido quanto um Avada a notícia chegou aos meus ouvidos e aqui estou eu e Aaron fazendo companhia ao corpo de Katherine.

Minha melhor amiga podia estar morrendo e eu não podia fazer nada, minha avó havia quase morrido e eu não pude fazer nada, minha mãe... nossa mãe havia fugido e eu simplesmente não pude fazer nada.

Coloquei a mão na cicatriz da minha têmpora, nossa pai nos agredia e eu não conseguia fazer nada, meu irmão sempre me protegera dele e sempre apanhara mais por mim, talvez por isso eu me sinta fraca...

Talvez por sempre precisar de proteção e nunca conseguir salvar nada eu me sinta pior do que já estava, pôr o sofrimento me visitar todos os dias e não ter forças para retira-lo de lá.

Mas agora eu daria um fim nisso, protegeria o que eu mais amo e o que me resta com unhas e dentes assim como ele sempre fizera por mim. Aaron cuidaria de mim e eu cuidaria dele.

– Aaron? – Chamo, mas vejo que ele pegou no sono na poltrona do lado da cama.

Me levanto e o cubro com o cobertor mais quente que eu acho dentro da enfermaria. Beijo sua testa e o vejo sorrir enquanto sonha.

Olho para Katie e seguro sua mão. Lagrimas preenchem os meus olhos, mas não deixo que nenhuma delas escapem, eu havia prometido a mim mesma que não iria chorar e era isso que eu ia fazer.

– Katie? – Chamo insegura. – Sei que talvez você não esteja me ouvindo, mas se estiver espero que goste de saber disso. – Suspiro. – Eu prometi a você contar tudo sobre o que eu dizia mais cedo hoje no quarto, mas infelizmente você me deixou antes que a festa começasse. Eu juro que vou ser forte, não vou chorar, não vou ser mais a menininha que precisava de proteção eu vou achar quem te fez isso e vou te vingar. Eu não saio de Hogwarts sem descobrir quem fez isso!

A promessa estava feita, eu acharia quem fez isso e quando achasse ele ia pagar.