Destino: Encontros e Desavenças escrita por Alexiel Suhn


Capítulo 2
Capítulo II: Árvore Sagrada.


Notas iniciais do capítulo

Recadinho: Todos sabe que os personagens de Inu Yasha pertencem a Rumiko-sensei né?! XD



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/63177/chapter/2

Destino: Encontros e Desavenças

-

-

-

Capítulo II: Árvore Sagrada.

-

-

-

// - No capítulo anterior... //

Estava andando pela cidade. Ambas as mãos apoiadas na nuca enquanto resmungava sobre ter que trabalhar para aquela garota. Nem notava por onde caminhava apenas continuava a mover suas pernas a frente sem se importar por estar próximo ao meio-dia e sua barriga roncar pedindo algum alimento.

- Feh! Maldição! – reclamou Inu Yasha fechando os olhos por alguns instantes.

Ao dobrar a esquina esbarrou-se em alguém. Notando que havia derrubado a pessoa enquanto ele mantinha-se firme em pé. Abriu o olho direito para ver quem havia derrubado e em seguida esbugalhou os olhos apontando para a pessoa derrubada Estava.

- VOCÊ!!!

- - -

Olhava o céu enquanto caminhava perdida em pensamentos. Trazia nas mãos a bolsa e algumas sacolas de compras à pedido da mãe. Estava voltando para casa quando ao dobrar a esquina sente o corpo contra algo, ou melhor, alguém que a fez cair. Ela olhou para cima e pôde pensar por um momento ser um deus grego na sua frente, mas esqueceu disso ao lembrar que tal "deus grego" a chamou de bruxa.

- Sim. Eu. Por quê? Algum problema com isso? – Kagome perguntou levantando-se e pegando a bolsa e as sacolas que havia deixado cair também.

Inu Yasha abaixou-se e pegou algumas frutas que haviam caído no chão pondo-as de volta a sacola e estendendo à Kagome.

- Feh! Quer deixar de ser grossa pelo menos um minuto mulher? – perguntou Inu Yasha.

- Eu grossa? Arrr... eu nem vou falar sabe. – ela respondeu pegando a sacola que ele havia lhe estendido, mas quase a deixando cair devido a tantas outras compras.

Nem ao menos sabia por que iria fazer isso, mas ao ver Kagome toda atrapalhada ele segurou a sacola e as outras que ela carregava consigo. Viu a expressão de surpresa dela e apenas empinou o nariz virando a cara.

- Não pense que estou fazendo gentilezas. Apenas estou cumprindo o acordo de trabalhar para pagar os estragos dos carros para Sesshoumaru. – Inu Yasha disse caminhando na direção que antes estava seguindo.

- Hmm, pode até ser, mas a menos que esteja roubando minhas compras a minha casa fica para o outro lado. – Kagome disse pondo a mão frente a boca para segurar o riso.

Inu Yasha parou de andar ainda virado de costas para a garota, e suas bochechas tomaram um tom avermelhado pela mancada. Mas ao ouvir a risada de Kagome ele se virou para encará-la e não pôde deixar de dar um pequeno sorriso também devido a bela visão que estava tendo.

Kagome parou de rir, mas ainda assim sorrindo olhou para Inu Yasha e ambos se encararam por alguns instantes fazendo-a inclinar o rosto um pouco para o lado o que fez Inu Yasha pensar ser uma mania meiga e adorável.

Andaram por algum tempo enquanto conversavam calmamente, mas o queixo de Inu Yasha quase caiu ao ver a quantidade de escadas que deveria subir, com as bolsas, para o templo.

- Co..co...co..como consegue? – era o que perguntou pasmado.

- Com o tempo você se acostuma. – Kagome respondeu já subindo as escadarias.

O garoto de cabelos prateados subiu o último degrau quase rastejando, enquanto via uma animada Kagome regando as flores do templo.

- Ah! Você demorou hein! – ela disse sorrindo a ele.

Nem ao menos responder ele conseguiu. Levantou-se e esticou as pernas tentando parar as câimbras que estavam lhe machucando agora. Olhou para o céu azul e logo após para Kagome.

- E então?! Em que devo ajudar? – perguntou com certo receio da resposta.

- Ah! – ela sorriu, o que a ele foi um sinal de que ele deveria ficar com medo – Ajude meu avô, por favor, ele precisa de ajuda para arrumar algumas coisas do templo.

- Hm... e...

Não houve tempo de terminar a frase já que em seguida veio o avô de Kagome com um cajado antigo nas mãos olhando ameaçadoramente para Inu Yasha.

- O que esse meio-youkai faz aqui Kagome? – perguntou o homem aos sussurros, mas que pôde ser ouvido por Inu Yasha.

- Meio-youkai? Já sei de onde você herdou a loucura Kagome. – falou Inu Yasha com as mãos na nuca observando algum ponto ao lado da garota.

- Oras! Seu... seu... seu... PASPALHO!!! – ela gritou aproximando-se de Inu Yasha e lhe dando um belo cascudo.

- Ita-ta-tai!! – choramingou um mal-humorado Inu Yasha.

Kagome entrou em sua casa que ficava no templo Higurashi para fazer o jantar enquanto Inu Yasha olhava com pesar para as caixas e caixas que deveria carregar pelos comandos do avô de Kagome.

- Cuidado! Muito cuidado! Nesta caixa você esta levando as porcelanas mais raras de todo o Japão. Pertenceu aos maiores senhores feudais que já existi...

Não terminou de falar, pois ouviu várias louças estilhaçarem-se no chão como se fossem cachoeiras batendo em pedras. Os olhos do senhor esbugalharam-se, não acreditava no que estava vendo.

- Minhas porcelanas... minhas porcelanas!

A garota de longas madeixas negras estava pegando a faca quando ouviu um berro ao longe. Ela saiu correndo da cozinha e estancou na entrada da casa ao ver Inu Yasha correr rapidamente e subir numa árvore qualquer do templo.

- Isso foi muito... – ela parou por alguns instantes refletindo qual palavra escolher para poder definir a cena - ... estranho???!!!!

Depois de muita conversa tentando convencer ao avô de que nadadeiras de karpas não iriam afastar o mau agouro de Inu Yasha, Kagome conseguiu fazer com que o garoto de cabelos prateados descesse a salvo da árvore.

- Para evitar mais confusões você irá me ajudar com os enfeites. – Kagome falou normalmente enquanto depositava uma caixa enorme de enfeites decorativos no chão.

- Pelo menos elas não quebram. – foi o que Inu Yasha falou segurando uma lamparina esférica.

Ao terminar de falar uma bola de beisebol passou pela porta acertando a lâmpada que havia dentro da lamparina estilhaçando-a. Inu Yasha olhou para onde deveria estar a lamparina e apenas estava segurando os fios que mexiam de um lado a outro.

O garoto de orbes dourados observou aquilo, abismado. De repente surgiu aquela sensação de que sua dívida para com a garota, ou melhor, para com o irmão, Sesshoumaru, apenas aumentaria até o final do dia.

- Desta vez não foi minha culpa. – InuYasha falou olhando os estilhaços.

Houve aquele momento de silêncio em que o garoto pensou estar sozinho fazendo-o olhar para cima e ver uma Kagome com um rosto muito vermelho e contorcido de raiva.

- KOUTAAAAAA!!! – e InuYasha acreditou que o berro da garota tenha sido escutado por todo o bairro.

Após ver o irmão mais novo de Kagome levar alguns cascudos por jogar beisebol no templo tudo pareceu dar certo naquele dia. Ao anoitecer InuYasha esticou seus braços ao máximo, havia trabalhado tanto. Ele respirou fundo sentindo um cheiro tão bom parecia que aquela fumacinha estava o contornando para conduzi-lo até a sua origem, foi caminhando e caminhando pela casa até chegar na cozinha.

Ela parecia estar sozinha, algo gostoso fervia no fogo e a observava cortar algum legume que não fazia idéia o nome, mas era verde, isto o garoto havia notado. Por alguns segundos seu olhar não desgrudava do belo rosto da garota, seus delicados traços, sua pele macia e alva, seus olhos azuis como um vasto mar e... lábios tão bem desenhados...

Estava tão perdido nos lábios da garota que nem notou que agora quem era observado era ele.

- Inu! O jantar está quase pronto. Espero que não esteja tão cansado a ponto de não esperar! – foi o que ela disse sorrindo maravilhosamente pra ele.

- Nossa!! Até parece que vou negar. O cheiro está tão bom. – foi o que ele disse sem jeito tentando disfarçar a vergonha.

Kagome estava tão entretida com o "hannyou", como seu avô o denominou, que deixou a faca escapar de sua mão e cair fazendo um corte em seu dedo. Instintivamente puxou sua mão para trás e seus olhos encheram-se de lágrimas pela dor. InuYasha se apressou até ela para ver o ferimento, rapidamente a levou até a pia para lavar o dedo notando que não era corte profundo, mas aquele olhar dela de sofrimento fez seu coração apertar fortemente

- Está doendo ainda? – perguntou InuYasha de um jeito tão carinhoso e gentil que até a fez esquecer a dor por alguns instantes.

- E...eu, sim, sim. A dor já está passando. – foi o que respondeu inclinando a cabeça para o lado o encarando.

Ele levou sua mão até o rosto dela lhe tocando a face com o dedo para secar as gotas de lágrimas que ainda estavam ali.

- Que bom. – ele falou aos sussurros sem notar que estava aproximando seu rosto ao dela.

A garota fechou seus olhos na medida que ele se aproximava e respirou fundo quase que no mesmo momento os reabriu.

- Vai queimar. – falou enquanto corria para desligar o fogão.

A família de Kagome entrara na cozinha e já se sentavam a mesa para que o jantar fosse servido. Jantaram no completo silêncio enquanto o resto da família da garota ficavam conversando. De cabeças baixas olhavam fixamente o que seus pratos possuíam. Inu Yasha, ao final, ajudou com a louça e estava para ir embora.

Ele e a garota pararam próximos a escada do templo e ficaram alguns segundos observando qualquer coisa que fosse possivelmente mais interessante o que, para ambos, parecia ser algo difícil.

- Hm! Então, amanhã de manhã eu estudo e a tarde trabalho... então...

- Só a noite que estará em casa. – completou InuYasha coçando a nuca desajeitadamente.

- Isto. – ela falou sorrindo.

- Parece que não vou ter quem me proteja de exorcismos. – ele disse brincando enquanto ouvia uma risada vindo da garota, mas continuou falando – Tenho aula de manhã também, então chegarei após o meio-dia se você não se importar.

- Oh! Imagine. Não se preocupe. – Kagome disse desviando seus olhos para as árvores que ali havia.

- Hmmm. Já vou indo então.

- Está certo.

E parecia que cada ação e cada fala de ambos levava uma longa jornada para se concluir.

- Obrigado pelo jantar. – InuYasha comentou já de costas e começando a descer as escadas.

A garota deu uma nova risada, InuYasha não parecia ser alguém ruim agora, ao contrário, parecia ser alguém muito legal.

- Boa noite Inu-kun. – se despediu virando-se e correndo para dentro do templo.

- - -

- Quer dizer que para paga-lo o InuYasha vai trabalhar para Higurashi? – perguntou Rin se acomodando no sofá enquanto dava play para o filme começar.

- Uhum. – foi a resposta de Sesshoumaru, que parecia incomodado com algo, quando se sentou ao lado de Rin e a abraçou.

Rin aconchegou sua cabeça no ombro dele e enquanto ainda passava a introdução ela ergueu seu rosto e o olhou.

- Algo lhe incomoda? – ela perguntou tocando o rosto dele suavemente.

- Não. Não se preocupe, menina! – respondeu frisando bem o "menina".

Ele ouviu um leve bufar dela por te-la chamado por aquele termo que detestava, mas em momento algum o abraço fora desfeito, então ele ainda poderia provocar quando quisesse.

Assistiram ao filme por alguns minutos até que Sesshoumaru se incomodou por completo pegando o controle e pausando o filme.

- O que há de errado, Sesshy? – este era o apelido carinhoso que ela havia dado ao homem de cabelos prateados quando estavam sozinhos.

Rin se desvencilhou do abraço dele para poder encara-lo, mas acabou por fechar seus olhos ao sentir o rosto ser tocado pelas mãos firmes de seu amado. Ela abriu seus orbes achocolatados e o observou.

Era incrível a forma carinhosa de como ela o olhava. O homem deixou que seus dedos percorressem a face tão perfeita da garota. Naquele momento, ele, Inokuma Sesshoumaru havia perdido suas palavras admirando toda aquela beleza que era apenas dele. Não lhe fazia idéia de como pedir algo a alguém, mas ela não era um simples alguém, era Rin... sua Rin. Foi guiado por este sentimento, por este pensamento que ele, de seu bolso, retirou uma caixinha de veludo negro.

Não havia feito isto antes não por estar indeciso, só que apenas reagiam tão naturalmente que aliança parecia ser algo supérfluo comparado a como se sentiam juntos, mas fora observando a forma de como outros homens a tratavam que ele decidiu que estava na hora de oficializar as coisas.

- Inokuma Sesshoumaru diz a vossa senhoria que seria o homem mais feliz se sua Rin o aceitasse como namorado. – as palavras simplesmente saíram sem ele ao menos perceber, enquanto abria a pequena caixinha mosntrando o anel prateado brilhante, de uma larga espessura e largura.

Ficou a esperar por uma resposta, mas esta não vinha. Uma sobrancelha na expressão impassível dele se arqueou ao observar que a garota estava em algum estado de choque o que o fez esboçar um meio sorriso.

- Claro que irei entender se você não quiser. – falou agora num tom sério, observando a garota entreabrir os lábios a cada palavra que ele havia dito – Se ficar assim por muito tempo, algum inseto entrará aí.

A garota fechou a boca e coçou a cabeça de modo desajeitado. Esboçou um largo sorriso e jogou-se para cima dele num abraço apertado, fazendo-o cair de costas no sofá.

- Só se você aceitar esta Rin como sua.

- Eu já a aceitei como minha desde o momento em que a conheci. – respondeu pegando a mão dela e colocando a aliança em seu dedo.

- - -

Aquela semana estava agitada. A família de Kagome se dedicava para que o templo ficasse muito bonito com o festival que se aproximava. Lamparinas nipônicas cheias das mais lindas estampas e detalhes iluminavam o templo. A decoração fazia com que o lugar, sério e opaco, ganhasse vida até no mais simples detalhe.

O garoto terminou de montar uma das barracas e limpou suas mãos olhando o trabalho que havia feito, o modo como ele se esforçava para deixar tudo do jeito que ela faria. E era pensando nela que ele relembrou como ficaram amigos nesta semana, mas rápido acabaria. Depois daquela semana ele não precisaria mais ajudar, tudo estaria feito e... acabado. Tudo estava quase pronto, faltavam pequenos detalhes, mas naquele instante, ele estava estagnado.

- Uau!!!! – ele ouviu a voz da garota que estava no último degrau da escada – Ficou muito bonito!!!

InuYasha sorriu e caminhou até ela.

- Quebrou alguma coisa hoje? – perguntou ela bagunçando o cabelo dele.

- Feh! – o garoto cruzou os braços e sua expressão enrijeceu como se estivesse bravo, virando-se de costas a ela.

- Vamos. Farei algo para jantarmos. – Kagome pôs as mãos nas costas dele e começou a empurra-lo na direção da cozinha – Mamãe e vovô saíram e deixaram você aqui sozinho, capaz de morrer de fome.

- Faz lámen? – perguntou InuYasha como se fosse um garotinho cheio de fome, seus olhinhos chegavam a brilhar com a imagem da especiaria que ele tanto gostava.

- Vou pensar no seu caso. – ela riu quando ele soltou mais um "Feh" e entraram para que ela pudesse fazer o jantar deles.

- - -

- HMMMMMM!!!!! – eram os suspiros do garoto – "Deliiiixxxxiiiiaaaaa!!!!!"

- Argh! Você não sabe comer de boca fechada, não? – perguntou Kagome olhando o modo rápido que ele comia.

- "Max ta tão bão". – foi a resposta dele.

Ela balançou a cabeça para os lados em reprovação e fixou seu olhar no pequenino pedaço de macarrão que havia "colado" na bochecha dele. Uma risada alta foi dada e a garota obrigou-se a por o próprio prato sobre a mesa.

- Que foi? – perguntou InuYasha confuso com o que havia ocorrido.

Resposta alguma veio, apenas o som da risada sendo abafada pela mão dela. Alguns minutos se passaram assim, ele estagnado, como estátua, pasmo com a longa risada enquanto ela limpava as lágrimas que lhe escorriam dos olhos.

- Ainda não parou? – perguntou novamente coçando a testa.

- Desculpa Inu. É que este macarrão no seu rosto ficou muito engraçado. Hihi.

- Tanto escândalo por causa de um macarrãozinho? – ele passou a mão na bochecha errada.

- É na outra. – ela comentou com as bochechas vermelhas de tanto rir.

Ele passou a mão na outra bochecha, mas, por incrível que pareça, ele não conseguiu tirar, talvez por querer, talvez por falta de coordenação mesmo, pois era isto que Kagome estava pensando no momento. Injuriada com a incapacidade dele de tirar um mínimo macarrão da bochecha, a garota se levantou e foi até ele.

- Nunca vi pior hein!!! – ela falou passando o guardanapo no local exato.

Assustaram-se com o barulho da lata de lixo caindo e fazendo um estardalhaço. Kagome saltou desequilibrando-se e caindo sobre Inu. O garoto a olhou, estava pasmo, não com ela que havia caído, mas consigo mesmo. O corpo do garoto se arrepiou e sua face ficou vermelha como nunca havia ficado com qualquer outra mulher.

- Nossa Inu. "tais com febre? - perguntou Kagome pondo a mão na testa dele e consequentemente mais peso sobre o corpo dele.

- Er... "to bem. Só que você é tão pesada que não consigo respirar. - ele se safou dando um sorriso constrangido.

- Oras seu... rabugento. - fez bico e saiu de cima dele com os braços cruzados e voltando para seu lugar.

A única coisa que Inu Yasha conseguiu fazer enquanto ela estava de costas indo para o próprio lugar foi passar a mão na testa tirando uma gotícula de suor que se formava e apenas mover os lábios em um "ufa"silencioso.

- - -

Noite de festa no templo. Muitas pessoas trajadas dos mais diversos kimonos. Cores diferentes. Estilos diferentes. Estampas diferentes. Barracas de doces, salgados, especiarias, jogos, pequenas lembrancinhas e até oficinas de aprendizagem. Kagome estava surpresa com tudo aquilo e Inuyasha... bem... ele estava gostando, mas não conseguia parar de vislumbrar a linda garota que estava com o braço agarrado ao dele.

Ela liberou o braço dele e andou um pouco mais a frente olhando como a decoração do templo havia ficado perfeita. Seus olhos azuis se iluminaram e ela abriu seus braços girando para poder absorver cada detalhe. Foi nesse momento que para Inuyasha o mundo começou a passar em câmera lenta. Observava as ondulações do kimono branco com estampas de sakuras enquanto o vento balançava o tecido, a cintura fina que o laço que a envolvia desenhava, as mãos macias, a face alva com as bochechas rosadas. Isto... parecia que aquele rosto o hipnotizava. Olhos que pareciam dois lagos azuis profundos, orelhas no tamanho ideal, nariz perfeito e os lábios... tão bem desenhados, pareciam que haviam sido moldados a mão de tão perfeitos que eram.

- Inu! Tudo ficou tão lindo. Muito obrigadal. - ela correu até InuYasha segurando suas mãos dando aquele sorriso que o garoto sempre gostava.

- Como você mandava. - ele sorriu também coçando a nuca.

- Você é ótimo. - Kagome ficou nas pontas dos pés beijando a bochecha dele.

Os lábios dele entreabriram de surpresa, mas nem ao menos teve tempo de desfrutar da sensação, pois ela já o havia puxado para uma das barracas de especiarias para se empanturrarem.

- - -

Estava ótimo passar todos aqueles momentos com ele. Kagome observava-o tentar acertar as argolas nos lugares certos, a forma de como se concentrava estreitando os olhos dourados e fixando aonde deveria encaixar as argolas só faltava por a língua no canto dos lábios para demonstrar o esforço que fazia para conseguir. E aquele kimono vermelho o descrevia certinho como um youkai das lendas, ou melhor, meio youkai, como dizia seu vô, até mesmo os pés descalços a fazia lembrar das histórias contadas. O cabelo prateado dele mexeu-se com o vento e ela entristeceu, lembrando-se que o tempo estava passando e que daqui a pouco seu "amigo" iria embora e provavelmente nunca mais se veriam. A garota engoliu em seco pousando a mão sobre o coração como se quisesse acalma-lo, mas estava tão difícil, ele se negava a bater mais devagar. Kagome virou-se e foi para os fundos do templo, aonde não havia muita gente e estava menos iluminado.

A mulher que cuidava da barraca sorriu para Inuyasha ao acertar a última argola e o parabenizou entregando-lhe um belo cachorrinho de pelúcia branco de olhos dourados e pelos que ele notou serem meio prateados. Ele franziu o cenho, afinal, tinha certa semelhança, o cachorro até mesmo usava um lenço vermelho no pescoço. Não que Inu Yasha usasse um lenço, mas era vermelho, por fim ele deu de ombros e virou-se sorridente procurando Kagome para lhe mostrar o que havia ganhado, mas não a encontrou e seu sorriso aos poucos fora se perdendo.

Inu Yasha começou a andar procurando Kagome, mas não a achava em lugar algum., chegou a pensar que a garota havia passado mal e entrara na casa para procura-la, mas a mãe dela não a havia visto.

- Aonde é que você está hein, Kagome? - ele perguntou se recostando na porta de trás da casa e observando que havia alguém no meio da escuridão.

Ele estreitou os olhos para poder ver se sabia quem era e surpreendeu-se ao reconhecer o kimono de sakuras. Caminhou até ela e sentou ao seu lado no banco de madeira.

- O que está fazendo aqui, Kagome? - perguntou Inu virando seus olhos na direção dela - Está escuro.

- Estava apenas lembrando das histórias da árvore sagrada. - ela respondeu olhando para o nada a sua frente.

- Árvore sagrada? - ele perguntou de novo.

- Sim. Se tivesse lu... - por algum motivo as luzes se acenderam ali atrás iluminando o lugar em que estavam - Nossa... será que se eu pedir dinheiro também aparece?

- Err...

Nem deu tempo para ele rir dela quando olhou para frente viu uma grande árvore, possuía um ar imperial para uma planta, mas possuía. Era alta e tinha um largo tronco e no centro havia uma corrente de pano branco que a envolvia, até suas raízes saíam da terra. Olhou para a copa e teve que erguer muito sua cabeça, só não caindo para trás por causa do apoio do banco.

- Uau. - foi a única expressão que conseguiu fazer.

- Hihi. Todo mundo age assim.

- E quais são as lendas que envolvem ela? - ele começou a expressar sua curiosidade.

- Na realidade muitas, mas a que mais chama minha atenção...

- Nossa!

- Que foi?

- Chamar sua atenção é difícil. - ele respondeu rindo da interrogação que havia antes no olhar dela.

- Ai ai, deixe-me continuar seu bobo. - Kagome voltou a olhar para a árvore e continuou - Hm, a que mais me interessava era a que contava a história de um hannyou e uma sacerdotisa.

- Não vai me dizer que é um romance meloso. - falou Inu suspirando, não gostava de romancezinhos.

- Fica quieto e escuta. - ela ameaçou estreitando os olhos o que o fez calar rapidamente a boca - Diz a lenda que a sacertdotisa era a guardiã de uma jóia muito poderosa, a shikon no tama. Muitos youkais queriam a jóia, pois ela lhes concedia o que quisessem.

- Hmm, não é tão meloso assim.

- Uma vez um hannyou, meio youkai, meio humano, foi tentar roubar a jóia para si e virar um youkai, mas a sacerdotisa não permitiu. Por tempos ele a acompanhava em qualquer lugar que fosse e por fim ambos se apaixonaram.

- Here we goo [1]...

- Um dia o hannyou atacou a vila em que a sacerdotisa vivia, para que pudesse fazer seu desejo, enquanto isso a miko, que estava em outro lugar, voltava gravemente ferida pelo mestiço. Ele havia a traído e isto a feriu mais ainda. Quando o meio youkai corria a miko o chamara, apontara sua flecha para seu amado e usara suas últimas forças para acerta-lo. A flecha percorreu seu caminho e no momento em que ele se virara para ver da onde vinha o ataque fora acertado... - ela parou por alguns segundos levantando-se e caminhando entre as raízes da árvore sagrada até chegar em frente ao grande tronco -... diretamente no peito. Com a força do ataque ele fora selado junto a árvore... - e neste momento ela tocara numa pequena "cicatriz" que o tronco possuía - ... e adormeceu.

- E a miko? - ele perguntara suavemente seguindo a garota e pondo sua mão sobre a dela quando tocou o tronco da árvore.

- Seu corpo foi que...queimado e com sua alma fora levada a jóia. - ela vacilou por alguns instantes ao sentir a mão dele sobre a sua.

- Esta história é triste. - InuYasha falou baixinho quase sussurrante.

- Hoje o trato acaba e você não precisará mais ser incomodado. - ela comentou baixando a cabeça e olhando o chão.

Inu Yasha notou o tom de voz triste quando ela falava o que o fez engolir em seco. Não queria vê-la triste.

- Não quero ficar longe de você. - ele sussurrou próximo a orelha da garota deixando a ponta de seu nariz deslizar pela bochecha rosada dela até deixar seus lábios tocarem nos dela.

Sentiram seus gostos. Arrepiaram-se quando uma corrente elétrica passou por seus corpos no tocar dos lábios. Sentiu o cheiro de jasmim adentrar suas narinas fazendo suas mãos segurarem-na pela cintura e a aproximar de si... e aquela cintura era tão fina, com aquele corpo tão frágil. Com a falta de ar seus lábios tiveram que se afastar, seus olhos abriram-se, enquanto suas respirações voltavam ao normal. Deixaram seus rostos próximos, nariz tocando nariz e InuYasha apenas acariciou-lhe a face com um passar suave dos dedos.

- Parece que esta árvore presencia grandes paixões. - ele disse suavemente dando-lhe um novo beijo.

- Parece que o destino nos pregou uma peça né meu vesgo? - ela o abraçou deixando seu rosto apoiado ao peito dele.

- Parece mesmo minha bruxa. - e ele não deixou de rir ao ouvi-la bufar por causa do apelido.

Ali ficaram até a noite acabar. Apoiados na árvore que contemplava o amor deles nascer. Abraçados apenas sentindo a brisa leve e refrescante passar-lhes a face. E apenas relembrando da forma mais alucinante de conhecer alguém, pois era isto que o destino fizera, entre encontros e desavenças sempre há algum sentimento bom a ser preservado.

Fim.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

yooooooooooooooooooooo minna-san. Não me xinguem pelos erros, nào tive tempo de corrigi-los i.i Tenho mais alguns projetos de fic's para Kagome e Inu, gostei de escrever com esse casal e espero mesmo que tenha sido agradável para vocês. Pleaseee deixem uma menina feliz mandando vários reviewns de sugestões, críticas **nada de xingamentos okay?** e qualquer outra coisa... Adoro vocês minna-san...   Beijão... XDDDDD