Herdeira do Trono - Parte I escrita por NandaHerades


Capítulo 12
Capítulo 11


Notas iniciais do capítulo

Olá!
Mais um capítulo lindo maravilhoso para meus leitores!

Beijos e boa leitura!

Nanda Herades ♥



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Quatro seres estavam reunidos. Merl, Lukiel, Irriel e Neur. Aquilo seria totalmente estranho se não estivessem reunidos para um bem comum: proteger a Salvadora. Saraí estava fora do controle, ela agia com irresponsabilidade e não conseguia entender que o futuro de todos estava na sua mão, se ela morresse antes de sua decisão as consequências seriam desastrosas, provavelmente todos sofreriam. Não sobraria Eretz, Shamayim ou Sheol para se contar história.

— Não podemos deixa-la naquele local, os Caídos já sabem — Lukiel falou olhando para os outros três.

— Também não podemos arrancá-la de lá. Saraí tem família, tem uma vida... — Irriel tentava intervir pela garota.

— A missão dela é liderar um dos exércitos, sempre foi assim. Não podemos nos importar com seus caprichos — Neur disse e os olhos negros de Irriel o encararam com raiva.

— Ela não poderia ter criado laços — Merl falou preocupada — Não com esse futuro incerto...

— A culpa é sua Merl — Neur a acusou — Ficou com pena da garota e resolveu intervir pela adoção dela... Você sabia das consequências!

— Ela estava sofrendo Neur. Se eu não intervisse ela poderia estar morta agora! — Merl se defendeu.

— E tem aquele garoto. Nós sabemos que se Saraí se apaixonar teremos mais um problema, ela nunca aceitará seu destino se estiver presa a alguém — Lukiel disse e olhou rapidamente para Irriel.

— Vamos leva-la a força, apagamos a memória dela e a fazemos entender o seu destino — Neur disse.

— Não — Irriel gritou — Não vou permitir isso.

— Você não tem que permitir nada aqui — Lukiel gritou de volta.

Merl olhou para frente e sentiu a presença de alguém. Ela sabia quem era. Saraí estava descobrindo suas habilidades, ela estava ouvindo tudo.

— Temos companhia — Merl falou e todos se calaram.

Desta vez não foi um sonho nem uma lembrança não vivida. Aquilo estava acontecendo, eu estava na hora em que tudo estava acontecendo. Lembrei-me das palavras de Neur, será mesmo que eles podiam apagar minha memória? Senti um frio na barriga. Da forma que eles falaram parecia que meu futuro seria terrível, eu não queria aquilo. Olhei para o relógio e vi que eu havia dormido só uma hora, levantei e fiquei sentada na cama.

Uma luz se formava no canto do meu quarto. Era Merl. Ela veio em minha direção e se sentou comigo, seu olhar era de preocupação, mas eu me sentia bem com a presença dela.

— Vim assim que percebi sua presença — ela falou baixo.

— Não sei como fiz aquilo — falei.

— Isso não importa. Você descobrirá suas habilidades, é só uma questão de tempo — ela falou e segurou minha mão.

— Minha família corre perigo? — perguntei com medo da resposta.

—Sim — ela respondeu — Vimos Caídos rondando a casa de seus pais. Sinto muito, mas precisamos te tirar daqui.

— E se eu me decidir agora? — perguntei sabendo que eu não seria capaz de fazer isso.

— Você tem que tomar a decisão correta, não adianta ter pressa. Venha conosco, te levaremos para um lugar seguro e sua família também ficará bem.

— Preciso pensar — soltei a mão dela.

— Sobre o que Neur disse... Fique tranquila, não permitiremos que apaguem sua memória, Irriel foi bem claro quanto a isso!

— Lukiel está zangado comigo — falei sem pensar.

— Ele está preocupado. Você não é muito fácil de lidar... E depois do que aconteceu com Irriel ele ficou com medo de você fazer a escolha errada.

— Isso não me influenciaria.

— Eu sei, mas às vezes tomamos decisões com o coração e essas decisões nem sempre são boas para todos.

Assenti.

—Irriel não vai fazer mal a você. Eu o conheço bem... Ele disse que iria te matar, mas recebeu uma proposta melhor e decidiu te proteger. Mas agora acho que nenhuma proposta o fará mudar de ideia, ele vai te proteger tão bem quanto Lukiel e eu.

— Merl... — fiquei com receio de fazer a pergunta — você e Irriel eram namorados?

Ela não pareceu surpresa com a pergunta e muito menos irritada.

— Acho que você pode descobrir isso por conta própria... — ela falou — Durma e deixe-se levar. Agora tenho que ir... Boa noite, Saraí!

—Boa noite — falei e deitei. Merl já havia ido embora. Fechei os olhos e me deixei levar pelos pensamentos que invadiam minha mente.

Merl era a única no julgamento de Irriel. O anjo estava parado em frente ao Chefe, seus olhos brancos encaravam-no com ódio, um sentimento tão incomum entre os anjos. Merl havia passado a última semana implorando a todos os anjos do Alto Escalão a terem clemência por Irriel, mas nem mesmo Lukiel estava disposto a intervir por seu irmão.

— Esse julgamento é apenas uma formalidade — o Chefe dos Anjos falou — É de consenso de todos os anjos do Alto Escalão que você não é mais um de nós. Será mandado a Eretz permanentemente, será visto como traidor entre seus iguais. Consumar uma profecia como aquela poderia te mandar para um lugar muito pior, mas Merl pediu por você — o Chefe olhou para Merl — Essa profecia vai atrasar todos os planos de Shamayim!

Irriel estava indiferente. Ouviu cada palavra dita pelo Chefe e o ignorou. Esperou ele terminar e foi levado para uma das salas do Palácio do Trono. Alguns minutos se passaram e Merl estava lá.

— Sinto muito — ela disse o abraçando — Eles não podiam fazer isso!

— Eu mereço — o anjo falou — Conjurei a profecia, mas vou ser recebido por Sheol. Eles prometeram, e quando o Salvador nascer nós vamos ter um lugar a salvo. Se Lukiel quiser também será bem-vindo... Não consigo odiar meu irmão.

— Como vou te reencontrar? — ela perguntou aflita.

— Eu te encontro — ele respondeu — Mas preciso de um favor! É muito importante.

— Qualquer coisa...

— Preciso do livro de Hayim. Pelo menos uma cópia dele. Assim vou monitorar tudo que acontece aqui e poderei te encontrar... Nós vamos ser felizes — ele acariciou o rosto de Merl e beijou seus lábios.

— Eu consigo, mas como vou te entregar? — Merl perguntou quando se separaram.

— Leve-o até o local da Queda, quando todos forem embora você joga o livro pelo portal, mas deve ser rápido. Eu o encontro em Eretz!

— Eu vou fazer isso — Merl disse e voltou a beijar o anjo que estava prestes a ser expulso do lar.

Acordei na hora exata de ir trabalhar. Um pouco atordoada, porque embora meu corpo estivesse descansado, minha mente havia trabalhando a mil durante a noite. Lembrei-me da memória que envolvia Irriel e Merl, havia algo entre eles, mas não era amor. Eles tinham uma relação de interesses, trocavam favores e depois se beijavam... Ou pelo menos foi isso que percebi. Eu agora tinha uma breve noção de como controlar as lembranças não vividas, com isso poderia responder as perguntas que me intrigavam, e isso já era uma começo para que eu me decidisse.

Cheguei à lanchonete e fiz o mesmo trabalho monótono de sempre. A parte da manhã sempre era vazia e eu pensava na possibilidade de falar para Lavínia que devíamos abrir só na hora do almoço, mas conhecendo meu tio Michael eu sabia que ele nunca aceitaria, porque para ele um turno a menos significaria menos dinheiro. Eu limpei todas as mesas e arrumei o estoque, depois fiquei sentada em uma das mesas com a mão segurando o rosto, a perfeita imagem de uma pessoa entediada.

Aline chegou adiantada e eu sorri quando ela passou pela porta, pelo menos teria com quem conversar, já que Lavínia passava horas no escritório discutindo com Michael. Ela passou por mim e colocou o uniforme, depois voltou e sentou na minha frente. Ela roía as unhas com frequência, percebi que as pontas de seus dedos estavam machucadas. Aline também me analisava e eu vi que aquilo era bem desconfortante. Desviei o olhar quando vi Scarlet entrando na lanchonete, levantei para atendê-la, mas ela me impediu.

— Vim te convidar para a minha festa — ela falou — Vou fazer 20 anos, dá para acreditar? — ela ria.

— Pensei que fosse mais nova — falei, essa era a melhor forma de elogiar uma pessoa, dizer que ela se parece mais nova. Mas Scarlet realmente não parecia ser dois anos mais velha que eu.

— Obrigada — ela sorriu —Eu não fiz convites impressos, quero algo mais íntimo, mas isso não significa que não será fantástica! Quero muito que você vá.

—Vou tentar, eu... — estava sem graça de ficar perto de João depois do que aconteceu.

— Você vai — ela usou um tom mandão, eu ri — Minha casa é bem conhecida, então você chegará com facilidade. Se quiser levar sua amiga — ela apontou para Aline — Será sábado, às 22 horas!

— Tudo bem — respondi. Scarlet se despediu e foi embora. Voltei-me para Aline que parecia extasiada.

— Fui convidada para a festa de aniversário da Scarlet Ferreira Melo — ela falou como uma criança que acabara de descobrir uma viagem para Disney — Nunca pensei que estaria viva para esse dia!

— Por quê? O que essa festa tem de especial? — perguntei, ingênua. Eu não conhecia os costumes daquela cidade, e parecia que a festa de Scarlet era um evento importante.

— As festas de Scarlet são as melhores. Sempre quis ir, mas ser uma simples garçonete não ajudava muito — ela dizia empolgada — Scarlet tem amigos do mundo todo, a casa fica repleta de famosos, gringos, caras gatos... E tudo que falta nessa cidade pacata! Você não faz ideia do quanto as garotas dessa cidade se estapeiam para entrarem na lista de convidados, algumas até tentam trabalhar na festa só para poderem ver mais de perto...

— Não sabia que Scarlet era tão popular — falei. Eu sabia que a família de Scarlet era rica, ou melhor, milionária, mas ela e João não eram o tipo de filhinhos de papai que eu imaginaria.

— Scarlet e João — ela piscou quando falou o nome dele — São os mais populares dessa cidade, não que isso seja difícil nessa cidade de gente careta, mas eles sempre se destacaram. Sei que deve ser estranho para você, já que é amiga dela, mas Scarlet não era tão gentil no ensino médio. Fui da turma dela por dois anos e via como ela tratava as pessoas, sempre se achando melhor, maltratando — não conseguia ver essa face de Scarlet, ela não parecia ser uma garota má.

— Ela não parece ser assim mais — argumentei, mas Aline apenas enrugou a testa.

— Não sei. Você percebeu que ela nem olhou na minha cara? E estudamos dois anos juntas, na mesma sala, até trabalho em grupo fizemos... Não quero acusá-la, mas Scarlet não mudou muito desde o ensino médio. E o João... — ela disse o nome dele e minha curiosidade aumentou, será que João também era mal? — Ele não morava aqui. Mudou-se depois que terminou a escola, há quatro anos. Algumas pessoas dizem que ele estudava no exterior, mas não tenho certeza. Mas você deve saber disso... — ela riu. Eu não sabia daquilo, na verdade eu não sabia nada sobre João, apenas que ele era o garoto que me paquerou na praia e me beijou no cinema.

— Então você vai — falei para ela. Eu não queria ir a essa festa, tinha certeza que quando Lukiel ficasse sabendo ele daria um jeito de me prender.

— E você também! Scarlet foi clara, ela me convidou para ir com você, não para ir sozinha — Aline disse —Diga que vai. Eu imploro!

Como negar a um pedido de uma garota tão desesperada?


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Notas finais do capítulo

Essa festa hein... Não sei hahaha
Comentem ♥



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