Into the Unknown escrita por Wirt


Capítulo 5
Antecessor


Notas iniciais do capítulo

primeiramente mil desculpas por ficar tanto tempo sem postar, digamos que ninha saude nao ajudou muito.



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Meu pulmão parecia estar perto de explodir, um forte gosto de ferro tomara conta de minha boca, às vezes , quando tossia, podia sentir um grande aperto no peito que parecia me destruir por dentro. Infelizmente, Skye não parecia nenhum pouco cansado, ele simplesmente segurava em minha mão com força me guiando para o mais longe possível daquela cidade.

–Skye... -tentei chama-lo para avisar que estava sem folego e não conseguia mais correr, infelizmente fui ignorada.

–Estamos quase chegando. –falava o garoto que em poucos segundos pude sentir sua mão escorregando da minha, assim finalmente me soltando.

Estava perto de desabar no chão, por causa do cansaço, mas uma voz me fez ficar atenta mais uma vez.

–Nunca imaginei que fosse tão frágil. –debochava aquela coisa que estava a poucos metros de mim. –Imaginei que seria bem resistente a tudo isso.

–Você... O que faz aqui? –questionava enquanto dava alguns passos para trás. Estar perto daquela criatura era uma sensação horrível, na verdade parecia que ele conseguia acabar com todos seus momentos felizes, era como se você nunca mais fosse sentir nada apenas dor. – Por que está me seguindo?

–Embora veja aonde já chegou. –continuava aquela criatura escondida pelas sombras. – Preciso admitir que foi mais longe que seu antecessor.

–Antecessor?

–Não é importante agora. –respondia a criatura dando alguns passos em minha direção. –Deveria ter ficado na cabana do lenhador, Oliver. Seria bem mais fácil para todos nós. Eu não teria que persegui-la tanto. E ninguém teria de vir atrás de você.

Um calafrio percorreu todo meu corpo ao escutar aquelas palavras e vê-lo chegando mais perto. Continuei a recuar, infelizmente acabei por tropeçar na raiz de uma árvore. Soltei um fraco gemido de dor, porém comecei a tatear toda parte a procura de algo que pudesse me defender.

–Quem viria atrás de mim? –tentava impedi-lo de chegar mais perto, mas acho que não foi uma boa pergunta.

Uma gargalhada fria ecoou pela floresta naquele momento, fechei meus olhos por um breve momento por conta do medo, estava apavorada. Meu coração palpitava em uma velocidade assustadora, qualquer um poderia escuta-lo, estava suando frio por conta do pânico.

Digamos que sua irmãzinha é tão teimosa quanto você. –comentava a criatura em meio a gargalhadas frias. –Realmente ela é uma garotinha adorável.

Ao terminar sua frase pude ver Rose, minha irmã mais nova, caída a frente daquela criatura. Não podia ver o rosto daquela besta, mas sabia que estava sorrindo. Rose estava com seus cabelos castanhos caídos sobre sua face, sua pele parecia mais pálida, na verdade parecia um pouco azulada. Ele estava a sufocando!?

–Rose! –gritei. Coloquei-me de pé em um único salto. Tinha que salva-la daquela coisa, não podia simplesmente deixa-lo mata-la assim! –Largue ela! Agora!

Criança tola. –ria a Besta, conforme ele ria alguns galhos se entrelaçavam nos braços de Rose a puxando para dentro da floresta. –Uma vida pela outra. Você escolheu fugir, realmente uma pena que sua irmã goste tanto assim de você a ponto de querer salva-la a qualquer custo.

–Mandei larga-la! – em um ato completamente desesperado agarrei um pedaço de madeira que estava caído no chão para então correr na direção daquela coisa para acerta-lo.

Estava perto de golpear sua face, mas fui impedida por alguma planta que se prendeu em minhas roupas e meus braços. Debatia meu corpo a todo o momento tentando me soltar daquilo, mas era mais forte que eu. Só podia ver minha irmã ser arrastada para dentro da floresta.
–Me largue! –ordenava.

Mais um riso maligno e frio saiu daquela criatura.

Você pelo menos é divertida. –debochava a besta fazendo um simples gesto de mão que fez as plantas largarem de minha irmã. –Você me diverte Oliver. Achar que uma coisa tão frágil quanto um galho fosse capaz de me machucar.

–Rose!- gritava o mais alto que me era permitido para assim tentar acorda-la.

Pare de gritar, pode atrair estranho. –zombava a criatura que chegava mais perto de mim. –Bom, se sua irmã é tão importante sabe o que tem que fazer para salva-la.

–Rose! –abri meus olhos gritando. Olhei ao redor desesperada a procura de minha irmã, mas ela não estava em lugar nenhum, na verdade nem estava na floresta. Estava deitada em uma cama.

Estava em um quarto meia boca, o cheiro de mofo chegava a dar náuseas. A madeira deveria está podre além de que parecia estar tento uma festa no primeiro andar.

–Finalmente acordou. –era a voz de Skye. Olhei para o lado esquerdo da cama e pude vê-lo sentado em uma cadeira. Em seu rosto havia um pequeno sorriso amigável, acho que para ele já era normal me ver acordado em meio aos gritos. –Outro pesadelo?

–Não. –respondi. Ergui minha mão para assim olhar a palma, havia um pequeno corte. Minha cabeça doía demais, na verdade todo meu corpo doía. –Onde estamos?

–Numa pequena estalagem. –respondia o garoto enquanto se colocava de pé. –Estávamos fugindo, mas você acabou tropeçando. Bateu a cabeça com muita força contra uma pedra, falaram que foi uma sorte não ter morrido. Parece que alguém te quer viva por mais tempo, Oli.

Levei minha mão até minha testa, pude sentir que havia uma atadura enrolada em minha cabeça. Olhei para meu pulso e também havia ataduras no local. Então cai... Mas o que ele quis dizer com aquilo tudo? Ai! Não importa! Rose está em perigo, minha irmã está presa a ele.
–Precisamos ir embora. –falava enquanto me colocava de pé.

–Oli, acho melhor ficar deitada mais um pouco.

–Não! -gritava. –Eu tenho que voltar para cabana do lenhado...

–Você não vai voltar para lugar nenhum nessa situação! –declarava uma mulher que adentrava o quarto. –Trouxe sua terra.

–Terra?

–É uma brincadeira da família. –comentava a mulher em meio a um riso. –Agora volte a se deitar. Garanto que Anna não vai sair da casa do pai.

–Anna?

–A filha do lenhador. –respondia a mulher que deixava um prato na cômoda ao lado da cama. –Ela sempre fica naquela casa esperando seu pai.

–Mas ela me disse que...

–Ela é bem reservada em respeito ao nome, muitas vezes mente. –falava a mulher rindo como se estivesse contando uma piada engraçada. –Ela tem medo de algumas pessoas. Mas agora você precisa descansar.

Fiquei alguns minutos fitando a mulher, sabia que ela não me deixaria em paz até que me deitasse de novo e aceitasse sua comida.

–Está bem... -falei um pouco contra vontade.

–Muito obrigado. –agradeceu Skye a mulher, seu sorriso era amigável. –Oh! E sinto muito por sua filha.

Nesse momento a mulher estreitou seus olhos na direção do garoto, acho que desde que a mulher apareceu essa foi à primeira vez que uma expressão mórbida tomou conta de sua face.

–Obrigada, immundus. –dizia a mulher em um tom gélido. –Beatrice era teimosa e estava cega com tudo a aconteceu. Você sabe melhor que ninguém disso.

Pude ver Skye abaixar sua cabeça e abriu caminho para mulher sair do quarto.

Escutei os passos da mesma descendo as escadas. Um ranger infernal tomara conta da casa conforme ela descia, a casa deveria ser mais velha do que podia imaginar. Mas minha atenção estava focada em Skye, que ainda estava com seu rosto abaixado.

–Immundus? –questionava.

Ele erguei seu rosto, suas bochechas estavam um pouco avermelhadas com tudo aquilo.

–É a forma que chamamos os impuros. –respondia em meio a uma curta e seca gargalhada. –Digamos que não nasci em uma família muito boa.

Era um pouco estranho, Skye estava me ajudando, mas não sabia muita coisa dele e até o momento ele havia deixado claro que sabe tudo a meu respeito.

–Me fale de sua família. –pedi. Estendo minha mão na direção da cômoda pegando o prato que a mulher havia deixado. Não tinha uma cara boa, na verdade desde que a mulher falou que era terra isso ficara na minha cabeça.

–Minha família? –hesitou o garoto esfregando seus cabelos. –Bem, não tem muito que se falar só que somos camponeses normais, mas há um pequeno parentesco com uma antiga bruxa. Por isso somos immundus. As pessoas não gostam de bruxas.

–Um belo resumo. –respondia enquanto pegava um pedaço daquela coisa que achava ser carne. –Mas pode me contar o motivo.

–Já disse tudo, Oliver!

Resolvi não insistir mais naquilo, ele não me contaria mesmo. Por isso resolvi tentar outra pergunta:

–Quem é Beatrice?

Skye voltou a se sentar ao meu lado. Seu olhar estava focado no chão de madeira e seus dedos estavam entrelaçados.

–A filha daquela mulher, bom... É meio difícil falar dela desse jeito. Digo, eu não cheguei a conhecê-la. A única coisa que sei é que ela estava apaixonada pela criança que veio antes de você.

Abaixei minha cabeça por um momento enquanto o escutava.

–Meu antecessor... –Talvez o que a Besta queira... Talvez não seja eu nem minha irmã, talvez ele tenha me trazido aqui para pedir minha ajuda para captura-lo. Afinal, não faz sentido descontar sua fúria em duas garotas que não tem nenhuma ligação com a história do passado.

–Disse algo? –perguntou o garoto.

–Anna deve saber onde ele está... Por isso ele disse que seria mais fácil se nunca tivesse saído da casa do lenhador...

Skye ainda me chamava, mas estava completamente alheia as coisas que aconteciam ao meu redor.

É isso, claro que é isso! Como pude ser tão boba e acreditar que uma criatura como essa estaria atrás de mim sem motivo, ele apenas quer que eu capture essa criança! Anna sabe onde ela está... Mas eu teria que sacrificar uma pessoa para salvar minha irmã...

Uma vida por outra... Foi isso que ele disse. Bom, essa criança deve ter feito algo, desde que cheguei aqui sempre falaram que ele é o culpado por tudo.

–Eu preciso achar Anna.

–O que?

–Eu tenho que achar meu antecessor!


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