Carlos Eduardo voltava pra sua casa depois de ter ficado de vela naquele jantar, e ainda não conseguia entender como chutam ele pra ficar com aquele garoto viciado. Talvez isso seja amor, ele só amou assim a vó e o irmão, não aquele tipo de amor de namorados ou de relacionamento.

–Olha só, andando sozinho há essa hora, menino de ouro? –disse- Cuidado, pode ser mordido por uma cobra.

Duca olhou em volta, tentando achar o local da onde a voz vinha. Olhou por toda a praça, apartamento do mestre, banca da vó, galpão, perfeitão, e finalmente parou seus olhos no QG onde Cobra portava um olhar malicioso- Cobra.

–Olha, ele sabe o meu nome ainda. Qual é pelasaco eu sei que você ‘ta doido pra fazer isso, parte pra cima. –chamou- Ou esta com medinho?

Duca riu e olhou ao redor. Seu mestre não estava ali para separar, Karina não estava ali pra interromper e sua vó não estava ali para gritar, ele retribuiu o olhar malicioso a Cobra e partiu pra cima dele- Ta com vontade de apanhar? Levanta a guarda! –exigiu Duca dando-lhe um soco no rosto

Jeb, Jeb, joelhada, chute, jeb, chute, chute, joelhada. Essa era a sequência que Cobra acertava o Menezes. Sem piedade, o lutador do Gael não merecia piedade- Acho que não sou eu que preciso levantar a guarda. –apontou para o nariz de Duca que estava sangrando, o mesmo retirou um pouco de sangue com as mãos e riu da cara do oponente.

–Meu nariz ta sangrando, mas não é o meu rosto que esta deformado. –retrucou, se referindo ao olho roxo de Ricardo- Vamos lá Cobra, é nossa ultima luta sem ser profissional, luta que nem homem.

O lutador atendeu ao pedido e derrubou ele, que caiu de joelhos- Só pra você saber, você ainda vai apanhar de mim fora dos torneios, e mulher também sabe lutar. Olha como você luta bem!

Duca retirou um pouco de cascalho que tinha onde ele caiu ( ele caiu na rua) e deu uma rasteira em Cobra- A luta só acaba quando alguém se render, ou até você perder.

Eles lutavam freneticamente na rua, não tinha ninguém pra atrapalhar, pra dedurar ou pra separar os dois. Até que uma moto passou envolta deles, na segunda vez, a pessoa que dirigia a moto desceu e separou a luta. Cobra tentou empurrar o motoqueiro, que retribuiu enforcando-o

–Você ta louco de lutar a essa hora, Cobreloa? –perguntou o motoqueiro tirando o capacete- Se o Lobão te ve lutando com esse garoto ele...

–Ele me parabeniza por vencer, Natalia. –concluiu Cobra se afastando da namorada do mestre

Natalia Barreto, conhecida como Nat, encarou Cobra e depois o oponente deste, Duca- E você quem é? –perguntou curiosa, gostou do que via

–Duca, prazer. –cumprimentou-a- Fique tranquila, só estava ganhando desse moleque aqui.

Natalia riu e Cobra se enfureceu, segurou a risada e deu dois tapinhas nas costas do parceiro, até que se tocou de uma informação essencial que escutara agora

–Espera o seu nome é Duca? V-você é irmão do Alan? –perguntou desesperada por uma resposta

–Sim. –respondeu rapidamente Duca, virando-se pra ela- Você têm notícias dele?

Nat olhou pra baixo e para o rosto do lutador, e assim fez por 2 minutos- Ele está morto. –respondeu e então tocou no braço do lutador- Você sabe se ele deixou algo pra mim?

Antes que Duca respondesse, Cobra limpou a garganta e encarou os dois- Olha casal fiquem aqui de papinho, quem sabe alguns beijinhos. Eu vou para o QG. A gente se luta Duca. –falou se retirando

Duca nem sequer riu, encarava as costas do lutador quando se lembrou que a garota magnificamente bonita havia feito-lhe uma pergunta- Olha eu não sei se ele te deixou algo, depois que ele se juntou á uma academia ridícula aqui do Rio, eu e minha vó começamos a implicar com ele e ele se mudou depois de uma briga feia. –relembrou Carlos (N/A: é muito estranho chamar o Duca assim gente, mas não vou ficar repetindo Duca Duca Duca)- Eu e minha avó nunca checamos o quarto dele, se você quiser ir à minha casa checar o quarto dele, podemos ir agora. –propôs Duca, mas não estava interessado na história do irmão, e sim da lutadora.

Nat sorriu com aquela situação que se meteu e olhou o lutador de cima pra baixo- Ele não lembra nem um pouco o Alan, mas é tão bonito quanto. –pensou- Claro você mora aqui perto? –perguntou- Por que eu preciso estacionar a minha moto.

–Moro, moro logo ali. –apontou e sorriu para a garota, que agora subira na moto para estacioná-la.

Na mesma praça, Jade Gardel observou toda cena, e tinha uma dúvida crucial.

Que eu faço?

Humilha a Bianca gravando um SinceriJade, mostrando a garota subir com o Duca.

Mas, o garoto com quem o Duca lutava é o lutador dos meus sonhos.

Então vai atrás dele, oras.

Mas, eu quero humilhar a Bianca.

Decida-se e depois venha falar comigo

Eu só vi esse lutador gatinho duas vezes, hoje e quando o conheci, ele luta em outra academia agora eu não posso perder essa oportunidade.

Então vai logo atrás dele, Gardel!

Parti em direção a loja que o lutador tinha entrado, dava pra ver ele pela grande vidraça, mesmo estando longe do local. Ela se apressou quando viu que ele estava indo para os fundos da loja. Corra Jade, corra.

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Cobra ia em direção ao seu quarto, mais conhecido como fundo do QG, quando não aguentou e tirou a camisa. Viu que tinha um grande hematoma roxo, se jogou no seu colchão e esqueceu duas coisas.

1• O gelo para por no hematoma

2•Trancar a porta do QG.

–Droga! -Pensou ele- Bom, pelo menos consegui deixar um estrago no Duca. –disse e foi em direção á geladeira e pegou uma bolsa de gelo e colocou sobre o hematoma- Gelado demais. –observou, e quando chegou na porta e já tinha virado a plaquinha para “Fechado”, avistou uma bailarina. Uma bailarina qualquer não. A Bailarina.