Maya sonhou.

Estava em um campo bem diferente da clareira, com arvores que dava ao lugar uma tranquilidade, um riacho com alguns patos e mais ao fundo uma casinha simples branca de dois andares. Na porta da frente tinha um casal que a esperava de braços apertos, ela corria ao seu encontro só que era uma criança de uns cinco anos.

–Mamãe!- gritou e abraçou a mulher forte quando chegou

Acordei assustada não pelo sonho, mas pelas batidas da porta que pareciam que iria explodir a qualquer momento. Acendi as luzes, as outras garotas ainda dormiam

Serio mesmo que não ouviram?

–Gente acorda ai!- Chamei uma por uma, levantaram atordoadas demoraram um pouco até perceberam o que estavam acontecendo- Que sono pesado, heim!

–É que esta cama estava tão boa e também estava cansada!- Disse Alice esfregando os olhos

–Tudo bem , mas fiquem atentas!

O barulho voltou a bater na porta, peguei uma vassoura e quebrei só ficando com o cabo tinha que me defender de algum jeito. As garotas se aglomeraram atrás de mim, abri a porta em um só movimento que me assutei, quando vi que os invasores eram os meninos que caíram no chão um por cima do outro.

–O que estão fazendo aqui?- Perguntei irritada

–Nos protegendo!- Newt disse se levantando- Esta tendo uma invasão aqui no prédio

–Como é que é?

–Tem uns doidos que se denominam Cracks e querem entrar aqui- Respondeu Minho puxando o pessoal do chão é fechando a porta- O que é que esta fazendo com este cabo?

–Me protegendo também, qual é estava dormindo e acordo com a porta sendo arrombada, quer que eu fique como? Encolhida atrás da cama?

O asiático aponta para trás de mim e quando eu me viro as meninas estavam exatamente usando uma cama como escudo

–A qual é, não foi assim que criei vocês!- falei chateada

–Onde esta a Teresa?-Perguntou Thomas olhando para os lados

–Ela esta... Cadê a criatura??- A morena não estava mais no meio de nós, onde ela foi parar

–Pensei que ela estivesse aqui com vocês!

–É estava, ela dormiu na cama ao lado da minha tenho certeza disto!

–Mas parece que tomou chá de sumiço- Comentou Minho com os braços cruzados

–O japonês, faz um favor: cala a boca!

–Ninguém manda meu lindo cala a boca!- Falou Rose levantando do chão e dando sinal de vida

–Cala a boca você também!

–Aiii, nossa Maya voltou!!- Juliet deu um grito de aprovação

Peguei uma toalha que estava pendurada perto de mim e joguei na cara de Juliet, ela foi logo falando ‘’ Que nojo!’’

–Gente silencio, tenho que pensar!

–Pensar em que? A nossa Maya ressuscitou dos mort...- Jane começou, mas percebeu que fez besteira- Desculpa, não queria falar isso!

–Quer saber deixa para la, tudo bem!- Tentei me tranquilizar- Vamos atrás da Teresa, pode estar em perigo e nem sabemos!

Saímos no quarto sem ouvi barulho nenhum na verdade, verificamos a area passamos por um corredor que não tinha porta nem janelas até que viramos a direita e vimos uma porta descuidada , mas com tranca nela.

–Alguém arranja algo para quebrar esta tranca?- Perguntou Newt,

–Tome- Falou um garoto baixinho entregando um pequeno, porem pesado extinto de incêndio que havia tirado da parede. Newt pegou o objeto e forçou contra a fechadura que depois da terceira batida desabou. A porta se abriu em com um barulho agudo, mas sem revelar o que tinha por trás dela só uma escuridão

–Vamos- disse ele

–Eu não vou entrar ai não!- falei dando passos para trás

–Porque, esta com medo?- Rose chegou perto

–Esta escuridão me lembra da caixa e... - Me aproximei um pouco e inspirei o ar- O cheiro também!

–Quando você subiu...- Rose começou, mas foi interrompida por Newt achando que não era a hora de conversar sobre isso.

Entram um por um em uma fila indiana com as mãos estendidas á frente para não bater em nada ou ninguém. Estava um breu total, era igual a caminhar de olhos fechados e o cheiro estava cada vez pior.

–Uou!- Minho gritou na frente- Cuidado, parece ter algo pendurado no teto

Ouvi um chiado, alguma coisa rangendo como se alguém esbarrasse em um lustre baixo. Um grunhido de Newt em algum lugar a esquerda, seguiu de ruídos metálicos algo sendo arrastado.

–Mesas, cuidados com as mesas!- Ele anunciou

–Alguém tenta achar os interruptores – Parecia ser a voz de Isacc.

–Estou procurando, Juro em ter visto isso por aqui!- Falou Rose

Tentei prossegui as cegas tateando o que estava na minha frente, aos poucos os olhos foram se habituando onde antes tinha escuridão agora distingui perfis como sombra. O pessoal foi esbarrando, quase caindo em cima dos outros novamente.

–Achei!!- Gritou Isacc, ouve um estalo. O repentino clarão com as luzes fosforescentes iluminou o salão e me cegou por completo, tentei me acostumar isso levou um tempo só conseguia ouvir o pessoal falando

–Não é a toa o cheiro!

–Preferia estar no escuro no que ver isso

–Podemos voltar agora?

Quando conseguir abrir finalmente os olhos não acreditei no que estava vendo: tinha pelo menos uma dúzia de corpos pendurados no teto e o pior que reconheci as pessoas que ali estavam, era o pessoal que tinha nos salvado quando saímos do labirinto.

Os outros clareanos chegaram gritarem com o susto, ouvi alguns vomitando, soluços e outros cuspiam por puro nojo. Tentei me conter, coloquei a blusa que eu usava no nariz para tentar diminuir o cheiro e evitar botar para fora alguma coisa do jantar, até que funcionou.

–Tem uma porta mais na frente- Falei olhando no fundo da sala- Vamos sair deste lugar antes que eu também passe mal!

Thomas correu até o local esquivando das mesas e os corpos. A porta estava trancada igual a outra

–Traz o aquele extintor aqui, vamos arrombar esta porta também- Gritou por cima do ombro, Cheguei perto da porta e percebi que ao lado tinha um plástico transparente retangular com uma folha dentro com palavras datilografadas

Teresa Agnes. Grupo B. Individuo B1. A traidora

O que me chamou mais atenção foi a ultima palavra ‘’ Traidora’’ o que querem dizer com isso? É porque tem uma placa com o nome dela se ela estava comigo e as meninas no outro quarto?

–Vai Thomas é sua vez de arrombar a porta!- Falou Newt entregando o extintor

Thomas pegou o cilindro vermelho, parecia irritado com tudo aquilo segurou com força contra a fechadura de latão o barulho de metal contra metal reverberou o ambiente. Vendo que cedeu um pouco deu mais duas batidas ela caiu abrindo a porta alguns centímetros. Deixei o moreno ir na frente, parecia muito preocupado com Teresa. O quarto parecia uma versão reduzida, no meu tinha oito beliches este já tinha quatro só uma cama estava desarrumada, dois armários e uma porta fechada que presumir ser o banheiro

–Teresa!-Thomas gritou desesperado

O som da descarga invadiu o quarto, Thomas parecia esta aliviado e eu também. A garota esta comigo e do nada some, tipo puf! O garoto fez a menção de dirigir ao banheiro, parei na hora segurando o seu braço

–Esta pensando que vai a onde? Pode estar acostumado a viver com os garotos, mas não é educado invadir o banheiro das mulheres, deixa ela sair

–Depois temos chamar o pessoal para fazer uma reunião- Acrescentou Minho- Aqui não tem cheiro e não a janelas para termos a invasão dos Crancks

Olhei atentamente ao redor e percebi que realmente não tinha janelas, não estou sendo mais detalhista como antigamente.

–Tomara que ela não demore- Ouvi Thomas sussurar

–Não precisa se preocupar com ela, já achamos e esta tudo bem- Falei para ele no mesmo tom

–Vou trazer todo mundo para cá- Minho deu meia volta é saiu

Newt, Caçarola, Rose, Alice e alguns outros clarenos entraram no quarto e sentaram nas camas todos inclinados para frente com os cotovelos apoiados nos joelhos com um ar de preocupação evidente. Ouvimos um estalo a maçaneta da porta do banheiro foi aberta em direção ao Thomas que se levantou imediatamente, só que quem saiu não foi a Teresa foi um garoto usando as mesmas roupas que os meninos um conjunto limpo de camiseta de botão e calça azul clara. Um garoto que reconheci em imediato

–Aris?

–Maya?