Because Of You escrita por Rayssa


Capítulo 47
Reencontros


Notas iniciais do capítulo

Oi galerinha! como prometido, voltei aqui para postar mais um capitulo para vocês. Acabei de termina-lo, e garanto a vocês que caprichei, espero que vocês gostem!
Tentei demonstrar nas palavras, toda a emoção que quero que vocês sintam durante a leitura!
Nos vemos lá em baixo!



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P.o.v Jacob

 

— Jacob pega um pedaço de bolo pra mim ? – Leah disse sentada, enquanto tentava procurar uma posição que não machucasse suas costas.

— Talvez devesse parar de comer tanta porcaria Leah, isso não faz bem para a Bethany – Suspirei enquanto me levantava.

Ela revirou os olhos.

— Vai lá pau mandado – Emmett gargalhou de mim.

Claire e Rosálie apenas reviraram os olhos. Estávamos todos no refeitório,  e Leah havia começado a se sentar com a gente.

Já fazia alguns meses e mesmo assim parece que as meninas realmente não se acostumavam a presença de Leah. Sempre arrumavam uma maneira de alfinetar ou algo parecido.

Com um suspiro levantei e fui até a cantina. Estava tentando nos últimos meses, ao Maximo, ser paciente e não descontar toda a minha frustração em Leah. Ela não tinha culpa, e eu não queria magoa-la, novamente. Minha mãe me mataria se soubesse que eu estava fazendo mal a ela.

Estava com oito meses de gestação,  e como faltava apenas essa semana para as aulas acabarem, ela decidiu continuar vindo. Viríamos para o baile e depois sossegaria. Lembro como se fosse ontem o reboliço que essa escola ficou quando soube da gravidez dela, era gente fofocando, inventando especulações e mentiras até dizer chega. Aquilo me chateou por um tempo, mas agora acho que até me acostumei.

Voltei com o pedaço de bolo de Leah e ela sorriu com os olhos brilhando pra mim enquanto se preparava para devorar a sobremesa.

— Qual a de vocês duas ?  - Perguntei olhando desconfiado para Claire e Rose que pareciam estar elétricas hoje. Sorriam até para o vento, estava me perguntando se não tinha rolado uma suruba.

— Nada , ué – Claire sorriu.

— Transaram é ? – Gargalhei olhando para Quil.

Ele revirou os olhos.

— Quem dera – Falou de mal humor, e eu ri.

— Essas duas malucas tão assim já faz uns dois dias, queria saber o que tá acontecendo. – Emmett cruzou os braços, analisando o sorriso de Rose.

— Não tem nada demais, só estamos animadas para o baile de formatura – Rose deu de ombros, mas senti que por trás daquilo tinha algo a mais.

— É, é só isso – Claire concordou e eu olhei desconfiado pras duas, mas não disse nada.

Quando o sinal tocou, fomos cada um para sua devida sala.

                                                                  *

Depois de ter deixado Leah em sua casa, eu dirigi de volta pra casa. Liguei a radio e quis me atirar para fora do carro quando tocou She Will Be Loved.  Só pode estar brincando comigo.

Tentei manter a carranca fria e sem demonstrar emoções, era assim que eu estava aparentando ser durante esses últimos meses. Olhei para a praia que passava lentamente por mim enquanto eu dirigia e não consegui explicar o que senti naquele momento.

 

‘’ — Eu quero que tenha um nós .. um a gente.. tudo o que for possível, - Ela me puxou mais para perto, me abraçando . – Eu quero demais ..

Não consegui segurar o riso.

— E você .. –Me levantei um pouco para poder olha-la – Você está disposta a viver um amor perigoso, maluco e as escondidas ? ‘’

Desliguei aquela música insuportável e bati com uma mão no volante. Esquece isso, esquece isso Jacob.

Tentei focar o pensamento em qualquer outra coisa, qualquer coisa que me fizesse esquecer daquela garota. Quase 5 meses, quase 5 MESES! Eu era idiota por ainda as vezes pensar nela ? claro que eu era, eu era um completo idiota.

Desviei meus pensamentos para outra coisa, e felizmente consegui.

Quando cheguei em casa, joguei minha jaqueta em cima do sofá e fui procurar algo pra comer.

— Oi Jake, chegou mais cedo – Sarah me deu um abraço – Tem comida no microondas.

— Obrigada – Falei cansado – Não fiquei pro treino hoje, Leah saiu mais cedo.

— E como ela está hoje ? ainda com os pés inchados ? – Murmurou preocupada.

Minha mãe continuava a mesma, fazia de tudo para agradar Leah, e claro estava sempre fazendo com que eu e ela nos reaproximássemos ou tivéssemos..nossa relação reatada.

— Está melhor, só está comendo muita besteira – Revirei os olhos.

Ela riu.

— Ela só tem desejos de grávida, isso é normal Jake. Não pegue tanto no pé dela, ok ? – Ela afagou minhas costas assim que me sentei para comer – Que tal você leva-la para o cinema mais tarde ?.

Revirei os olhos.

— Hoje não, Dona Sarah. Hoje não – Pisquei pra ela – Estou cansado, depois vou ir tomar um banho e ir no Maike para resolvermos uns negócios do treino.

Ela assentiu e depois subiu dizendo que também iria tomar um banho.

Fiquei ali mais alguns segundos, antes de voltar a me concentrar no meu almoço.

  P.O.V Nessie

 

Tentei disfarçar a minha ansiedade, a cada passo que eu dava. Meus olhos varriam o aeroporto inteiro a procura de algum rosto familiar, nem que fosse o Jasper, já que o mesmo tinha dito que viria nos buscar.

Enquanto minha mãe buscava nossas malas, meus olhos quase sem querer pousaram em duas figuras ao longe. Meu sorriso foi o reflexo dos dois par de olhos em mim. Larguei minha mochila que estava nas costas e sai correndo enquanto via as duas fazerem o mesmo.

— NESSIE! – Claire gritava enquanto corria em minha direção, eu já sentia as lagrimas chegarem aos meus olhos.

— CLAIRE, ROSE! – Assim que as alcancei me atirei nos braços das duas, as abraçando tão forte que por um segundo havia perdido o fôlego.

— Você está aqui! – Claire sussurrou me abraçando, - ai meu deus, que saudade!.

Comecei a chorar igual uma bobona, enquanto ainda estava agarrada as duas. Rose não dizia nada, apenas me abraçava forte e afagava minhas costas.

— Senti tanta falta de vocês, vocês não fazem ideia! – Sorri em meio ao choro. Era estranho, me senti tão feliz, mas ao mesmo tempo triste.. talvez não devesse nunca ter partido.

Depois do momento ‘’viadagem’’, nós três rimos e nos abraçamos novamente. Elas falaram com Alice e as apresentei a minha mãe.

— É um prazer conhecê-las ! – Minha mãe deu um abraço gentil em cada uma.

O prazer é nosso! – Claire sorriu.

Falamos também com Jasper que nos esperava um pouco mais a frente, ele e Alice ficaram abraçados por quase dez minutos! A maneira protetora como ele olhou cada pedacinho dela, e a ternura no olhar quando seus olhos pousaram na barriga. Não havia palavras para descrever a maneira como Jasper e Alice se olharam..e naquele momento tive certeza que os dois eram feitos um para o outro.

Alice é claro, nos deixou ficar em sua casa. Minha mãe não queria ficar na casa de Sarah nem que pagassem a ela, e eu muito menos. Mas não por que eu estava odiando a minha tia ou tinha pegado tal implicância com ela que não consegui mais encara-la. Acho que todos nós sabíamos os motivos de eu não querer ficar lá.

As meninas foram com nós até a casa da Alice, não queríamos nos desgrudar nem por um segundo. Quando chegamos lá, elas me ajudaram a desfazer as malas e ainda ficamos um bom tempo lá  antes de eu tomar um banho e Vestir   outra roupa.

— Mãe, tamo saindo! – Murmurei para ela, pegando minha bolsa de lado e já indo em direção a saída com as meninas.

— Indo pra onde, posso saber ? – Perguntou vindo da cozinha. – Não querem comer alguma coisa ? posso fazer um lanchinho pra vocês.

— Nós vamos levar a Nessie pra da um oi pro pessoal – Rose estava animada.

— Nós comemos alguma coisa em algum restaurante por aqui perto Bella, não se preocupe – Sorri.

Minha mãe sorriu revirando os olhos.

— Ok, tome cuidado. Juízo meninas ! – Murmurou indo de volta pra cozinha.

— Isso nós nunca tivemos – Claire gargalhou.

— É o que? – No mesmo instante Bella voltou e nos encarou desconfiada.

— Ér.. ela disse ‘’ pode deixar’’ – Tentei consertar e Claire sorriu amarelo – Estamos indo, te amo mãe! Fui.

— Eu também te amo – Ela soprou um beijo.

Nós três finalmente saímos de casa a gargalhadas.

— Segura essa língua perto da minha mãe – Dei um tapa fraquinho na minha amiga – E nem falem de balada ou bebedeira perto dela!.

— Certo ! – Ela riu – Vamos nos meninos? Acho que eles estão em La Push.

— Bora!

E logo em seguida pulamos para dentro do carro de Claire, e partimos para La Push.

                                                                (...)

— MENINOS! -  Rose gritou para um grupinho de garotos que estavam jogando vôlei na areia, alguns poucos metros de nós.

Emmett e Quil e todo o resto se virou para nós. Corei um pouco com todos os olhares sobre mim, e assim que Quil e Emmett abriram um sorriso eles vieram rápido até  mim.

—UOUU! Olha quem só apareceu! – Quil veio correndo em minha direção.

Emmett lhe deu um empurrão que o coitado caiu de cara na areia, foi engraçado.

— NESSIE! EAII! – Ele gritou chamando a atenção de quase todos.

Emmett correu até mim com os braços abertos, igual uma criança e eu gargalhei.

— VOCÊ VOLTOUUU!- Gritou me pegando de surpresa num abraço que quase quebrou meus ossos.

Ele começou a me rodopiar enquanto gargalhava.  Gargalhei também  enquanto tentava abafar meu desespero por ar.

Quil se levantou do chão mal humorado enquanto tentava tirar a areia da sua roupa e do seu cabelo.

— Cretino desgraçado.. – Resmungou e Claire e Rose Riram da cara que ele fez.

— Senti saudades.. também – Consegui dizer com muito esforço, assim que ele me colocou no chão. – Uffa, agora posso respirar.

Os outros riram e Quil revirou os olhos vindo me dar um abraço também;

— Eai Ruivinha, sentimos saudades – Retribui o abraço enquanto sorria.

— Senti saudades de todos vocês – Suspirei – Bom.. mas agora estou de volta

— Voltou pra ficar ? – Emmett murmurou.

— Vim para o baile de formatura, Alice foi pra nova York comprar umas coisas.. e acabou arrastando eu e minha mãe pra cá  – expliquei.

Depois de uma enxurrada de perguntas e risadas, nós sentamos todos na areia e ficamos um bom tempo conversando. E Foi só então que eu percebi, como eles fizeram falta, como todos meus amigos fizeram uma falta danada no meu cotidiano. De aprontar muitas, fugir de madrugada para ir a balada, pagar micos, das piadas idiotas com os professores, e até mesmo das vindas até La Push para papear ou pra ver os outros surfarem.

Os garotos acabaram indo jogar vôlei de volta, só que dessa vez eu e as meninas fomos também. Ficamos a tarde quase inteira ali, nos divertindo e quando estava escurecendo, fomos para um restaurante aqui perto. Eu estava faminta, não tinha comido nada desde que cheguei.

Fizemos nossos pedimos e ficamos batendo papo na mesa.

— Quero sair esse fim de semana ! – Já deixei avisado e Quil gargalhou.

— Deveríamos ir para alguma balada ou sei lá, encher a cara até perder a dignidade! – Claire sorriu.

— Que dignidade, querida ? -  Alfinetei e ela mostrou a língua pra mim

— Concordo com a Clar, borá na Crazy Night de novo, esse fim de semana vai tá loco! – Emmett fez uma dancinha estranha  eu ri.

— Vai ter até Blecaute da pegação! Vai que eu dou sorte de pegar uma gos..- Emmett se calou no mesmo instante que Rose lhe deu beliscão no braço.

— AI ROSE! PORRA, eu tava brincando meu, que saco! – Ele começou a esfregar o lugar onde havia recebido o beliscão.

— Espero que vá muitos travestis, Emmett – Dei risada.

— Tá loca Nessie.

Todo mundo Riu.

— Combinado então, borá nesse sábado! – Quil murmurou.

— Fechou!

Nossos pedidos chegarem e comemos enquanto fazíamos planos para o fim de semana.

Lá para umas oito da noite,Claire deixou Emmett e Rose na casa deles, e como Quil ia dormir em sua casa, ele foi no carro conosco. Eu estava um pouco inquieta quando percebi que estávamos não muito longe da casa do.. Jacob.

Minha mãe me ligou no segundo seguinte e eu atendi.

— Está vindo embora Nessie ? estou preocupada -  Minha mãe murmurou.

Bella deveria achar que eu não sabia andar por aqui e tinha medo de eu me perder, por isso estava tão preocupada.

— Estou bem mãe, não se preocupe. – Suspirei – Já.. já to indo embora.

Olhei pela janela. Meu coração quase deu um salto, mas três quadras e passaríamos em frente a casa dele. Senti meu coração acelerar, eu não faria aquilo.. ou faria? Vai que Leah estava ali, ou.. não sei, qualquer coisa que me impedisse de vê-lo.

— Mãe, eu vou.. demorar um pouco – Murmurei – Tenho que passar em um lugar, quando estiver indo embora te aviso.

Desliguei antes que ela dissesse que era para voltar para casa. Quil e Claire me olharam desconfiados.

— Me deixe na casa da minha tia – Falei com a voz trêmula. Gostaria que minha voz tivesse saído mais firme.

Quil me olhou com um sorrisinho e Claire desconfiada.

Assim que parou em frente a casa, as luzes estavam acesas. Tinha gente em casa.

— Tem certeza que quer fazer isso ? – Claire murmurou olhando pra mim.

Tenho certeza que ela viu o medo, a insegurança e a timidez brilharem em meus olhos, gostaria que ela ficasse ou até mesmo fosse comigo, mas eu teria que fazer aquilo sozinha.

— Não – Sussurrei.

Assim que sai do carro, minhas pernas estavam bambas e eu respirei fundo.

— Como vai fazer para ir embora depois ? – Claire murmurou preocupada – Quer que eu venha te buscar ? sem problemas.

— Não precisa Clar, obrigada, qualquer coisa ligo para minha mãe – Sorri fraco – Obrigada.

— Certo.. se cuida amiga, depois nos falamos – Ela acenou fraco pra mim e sussurrou um ‘’ boa sorte’’ só para que eu escutasse.

— Até mais – Sorri enquanto via o carro partir.

Respirei fundo e encarei a casa. Caminhei até a porta, e meus dedos formigaram antes de tocar a companhia. Minhas mãos trêmulas. Queria correr dali, mas já era tarde demais, e eu não era fraca. Nunca tinha sido.

E eu não conseguiria dormir sem antes vir aqui, nem que viesse de madrugada só para ver como ele estava. Sentia meu orgulho sendo ferido mais do que jamais foi ferido, mas eu precisava apenas vê-lo, nem que fosse para dizer um ‘’ Olá ‘’ e depois partir.

Quando a porta se abriu, prendi minha respiração, só para solta-la lentamente.

—  nessie ??? –  Sarah estava bem a minha frente, me encarando perplexamente.

Meu tio Billy logo atrás dela. Os dois bem vestidos e pelo visto já estavam de saída.

— Oi – Sorri envergonhada.

Ela sorriu, um sorriso largo. Seus braços magros passaram ao redor de mim me puxando para um abraço.

— Querida, O QUE.. como ? você está de volta, por que não nos avisou ? – Ela me apertava contra ela enquanto afagava minhas costas.

— Foi de ultima hora – Menti.

— Deveria ter nos avisado! – Tio Billy fingiu estar bravo só para depois abrir um sorriso.

Não consegui segurar o riso e fui até ele para abraça-lo. Ele me abraçou meio sem jeito e sussurrou um ‘’ senti saudades’’.

Eles me convidaram para entrar e puxaram assunto comigo, fizeram eu contar como havia sido todo esse tempo e se eu tinha vindo para ficar. Minha Tia realmente estava feliz por eu estar de volta, mas quando meu tio Billy tocou no nome Jacob senti que ela ficou um pouco desconfortável.

— Jake infelizmente não está.. nem sei aonde aquele garoto se enfiou – Revirou os olhos sorrindo.

— Tudo bem – Me fingi de indiferente, por dentro senti algo murchar.

— Me conta, sua mãe está aqui também ? ah meu deus, estou tão ansiosa para vê-la! – Minha tia estava realmente animada.

Dei um sorriso amarelo. Ela também está, e muito. Acrescentei mentalmente.

— Ela está sim, estamos na casa de Alice. Aposto que ela está querendo muito ver vocês dois, mas está cansada por conta da viagem.. então acho que amanhã ela vem aqui. – Expliquei.

Eles assentiram e ficaram mais um dez minutos conversando comigo. Um carro buzinou e tio Billy me olhou chateado. Eles tinham marcado de jantar com algumas pessoas, assuntos relacionados com a empresa. E quase desmarcaram, mas lhes garanti que ficassem sossegados.

— Só vou ir lá dar um oi para a Marta, já estou indo também. Podem ficar sossegados! – Sorri, e eles assentiram.

Me deram mais um abraço e depois partiram.

Fui até o andar de cima, e sorri quando olhei para o corredor. Quantas lembranças.. quando fechei os olhos quase podia viver de novo aquela cena minha e do Jacob fugindo para ir para a balada, ou para ir a La push.. no meio da madrugada.

Caminhei na pontinha do pé até a pontinha do pé até o meu antigo quarto e meu sorriso morreu assim que abri a porta e vi que ele já não era mais o meu quarto.

Ao invés da minha cama de casal, ou da mesinha do meu computador. Havia um berço, e um grande tapete felpudo rosa, cortinas brancas de ursinhos e um guarda roupa pequeno. Na parede estava escrito um nome, letras rosas com branco.

‘’Bethany’’

Haviam transformado o meu quarto, em um quarto para a filha deles. Aquilo não deveria me afetar tanto assim, mas afastou. Muito mais do que eu gostaria.

Sai daquele quarto ainda com o coração acelerado, e dei de cara com marta que saia do quarto dos meus tios com uma bacia, talvez estivesse recolhendo as roupas sujas.

— oh meu deus,! NESSIE! – Ela largou a pequena bacia e veio correndo me dar um abraço.

— oi marta!!! – Retribui o abraço e senti toda a proteção e carinho em seus braços que agora estavam ao redor de mim.

                                                                             *

Ficamos conversando por quase quarenta minutos, até ela me dizer que iria tomar um banho e para que eu a esperasse, ela iria me deixar em casa, já que vinha trabalhar de carro. Assenti e disse que iria espera-la.

Com um suspiro, evitei olhar para o quarto de Jacob. Caminhei até as escadas, e quando pisei no primeiro degrau para descer para a sala de estar, meu coração literalmente parou. Jacob havia acabado de chegar, encostou a porta com um suspiro e se virou, ele congelou assim que me viu.

Sleeping at last – Saturn (https://soundcloud.com/vvaleedaly/sleeping-at-last-saturn )

 

Nem todas as noites de insônia que passei imaginando nosso reencontro, poderia se comparar com a sensação ao vivo. Senti minhas mãos trêmulas e o coração batendo tão rápido que duvidei por um segundo se ele não conseguiria ouvir também. Se eu dissesse alguma palavra, teria certeza que sairia embolorada.

Vê-lo em minha frente, a poucos metros de mim, foi.. como ser feliz de novo. Seu corte de cabelo, suas maçãs do rosto e seu físico, continuava o mesmo. Uma barba rala estava presente, o fazendo ficar ainda mais sexy. Seus olhos mais vivos do que jamais foram. Senti que ele estava me despindo até a alma, só pela forma que me encarava nesse instante.

P.O.V AUTORA

 

Renesmee desceu alguns degraus da escada, suas mãos segurando firmemente o corrimão, só por garantia. A intensidade dos olhos escuros do garoto a sua frente, a intimidavam tanto que ela ficou com medo de que por um segundo, perdesse o equilíbrio e desse de cara com o chão.

Jacob não conseguia acreditar no que seus olhos viam. Na sua frente. Renesmee estava bem na sua frente. Ela estava aqui. Ele quis gritar isso para que todos ouvisse, ela estava bem a sua frente.

Ele deu um passo, ainda incapaz de dizer uma palavra. Queria se socar por estar agindo como um tolo. Depois de quase cinco meses ela estava bem aqui, mais bonita do que ele se lembrava, a cor dos seus cabelos mais vivos e a cor de esmeralda dos seus olhos refletiam nos seus olhos negros. A analisou dos pés a cabeça, sem se preocupar dela notar. Só precisava vê-la, olhou cada milímetro de seu corpo, suas pernas torneadas, sua barriga lisa por cima daquela fina blusa, Seu rosto, sua boca ..

— Você.. -  Ele sussurrou assim que ela desceu o ultimo degrau. Ele caminhou até ela, ainda meio cauteloso – Você.. tá aqui.

Foram suas únicas palavras. Ela assentiu com uma emoção nos olhos que ninguém no mundo poderia explicar.

— Oi.. Jacob – Renesmee sussurrou, seus olhos agora estavam marejados.

Ela quis a todo custo controlar a si mesma, pois se deixasse se levar pela emoção, desabaria nos braços do homem que no fundo ainda amava mais do que qualquer coisa. E vê-lo bem a sua frente, só a fazia ter certeza. Ela o amava, o amava com todas as suas forças.

Jacob deu um passo a frente e por um segundo quis abraça-la tão forte, como se o abraço fosse capaz de juntar todos os seus pedaços. Mas pensou também no que estava fazendo e chegou a conclusão mais óbvia, aquilo era idiota. Burrice!

Sentiu uma raiva formigar dentro de si. Ela estava aqui, como se nada tivesse acontecido. Depois de quase cinco meses ela havia voltado, como se isso fosse o bastante para que tudo ficasse bem de novo.

— O Que faz aqui ? – Ele voltara com o tom de amargura em sua voz.

Engoliu sua fragilidade e odiou que havia deixado transparecer o quanto havia ficado vulnerável quanto tinha visto Renesmee.

— E-eu.. vim passar alguns dias aqui – Ela piscou algumas vezes querendo afastar as lagrimas dos seus olhos.

Não chore, não chore!  Gritava com si mesma na tentativa falha de não chorar na frente dele.

— Aqui na minha casa ? – Jacob deu um passo a frente, sentindo seu coração acelerar.

A ideia de vê-la circulando pela casa, de vê-la todos os dias, de estar sob o mesmo teto que ela, lhe causara uma agitação no estomago. Felicidade, esse era o nome.

— Na casa de Alice – Ela murmurou – As meninas queriam que eu viesse para o baile de formatura e..

— Já entendi – Jacob a cortou.

Ele sentiu uma pontada de tristeza dentro de si. Ótimo!  Pensou.

— Jacob, eu.. quer dizer.. eu.. – Renesmee sorriu abaixando a cabeça, não conseguia dizer – Eu fico feliz em vê-lo novamente.

Feliz. Essa não era nem de longe a palavra que descrevia o que Renesmee sentia nesse exato momento, mas ela também não queria dar o braço a torcer.

— E eu posso saber o que faz na minha casa? – Perguntou rudemente, e viu na hora no rosto de Renesmee, o peso das suas palavras.

Ele não queria ter dito aquilo. Talvez só quisesse atingi-la, magoa-la da mesma forma que ela havia o magoado. Qualquer coisa que a fizesse se sentir, como ele se sentiu durante todo esse tempo.

— Eu vim ver seus pais, a Marta e .. – Suas palavras morreram.

— Me ver ? – Ele arqueou uma sobrancelha.

Ela queria gritar para ele, dizer que sim, que tinha vindo só por sua causa, só para vê-lo. Contar tudo a ele, seu verdadeiro motivo de ter partido, pedir que ele a desculpasse por tê-lo abandonado, no momento em que ele havia pedido, implorado, que ela ficasse com ele.

Ficaram se olhando por um tempo, sem dizer nada um para o outro. Os dois se queriam, se desejavam e no fundo ainda se amavam ardentemente. Só eram orgulhosos demais para dizer isso em voz alta. Tinham medo, medo de se magoarem de novo, ambos ainda estavam feridos,e achavam que seria mais fácil assim, não dizer nada.

— Não. – Ela enxugou uma lagrima, e ergueu a cabeça para encara-lo. Queria se fazer de forte. – Você só apareceu na hora errada, mas não vim para ver você.

Ela também viu que ele acreditou em suas palavras, pois seu olhar morreu. Mas ela continuou firme. Ele a estava magoando, e ela fazendo o mesmo com ele.

— ótimo. – Murmurou.

Ambos ainda queriam ficar na presença um do outro. Ele queria que ela ficasse mais, e ela queria poder ficar ali, nem que fosse apenas olhando nos olhos um do outro. Aqueles poucos minutos não foram necessários para suprir a necessidade de estarem pertos. Ambos queriam um abraço apertado, um beijo demorado e de quebra um ‘’ eu te amo’’. Mas naquele momento, isso era impossível.

E foi quando perceberam que foi desafio maior naquela vida, se olharem novamente e perceber o quanto ainda se queriam. E, não dizerem.

— Eu vou embora – Renesmee ajeitou a bolsa em seus ombros e viu como Jacob a olhou. Quase acreditou por um instante que ele a pediria para ficar, só pela maneira como seus olhos a olhavam agora. Mas isso não aconteceu.

Ela passou do seu lado, deixando seu perfume doce no ar, e passou roçando seus ombros. Quase que a puxou pela mão e a fez voltar.

— Fala pra marta que eu já fui embora – Ela murmurou se virando para ele mais uma vez.

Ele assentiu e ela caminhou até a porta meio desajeitada, colocou a mão na maçaneta e olhou para trás mais uma vez, olhando bem fundo em seus olhos.

Jacob estremeceu.

E Renesmee foi embora. Deixou um Jacob para trás, estático e paralisado. Atordoado demais para fazer qualquer coisa, ele subiu as escadas e foi para seu quarto, seu coração ainda martelando ruidosamente dentro do peito

Por outro lado, Renesmee foi para casa, enquanto lutava contra as lagrimas que inundavam seus olhos e embaçavam sua visão. Ela andou pela rua vazia e fria, enquanto tremia involuntariamente pelo choro.

Retirou o celular no bolso e discou o numero de sua mãe. Enquanto chamava, ela tratou de enxugar as lagrimas e tentar deixar a voz instável, não queria que ninguém soubesse do seu estado.

— Mãe, você pode vim me buscar ? – Ela murmurou com a voz meia rouca.

Ela passou as coordenadas de como ela chegaria até onde estava, e esperou que sua mãe chegasse.  Bella chegou depois de cinco minutos.

Antes de entrar no carro, olhou para a casa mais uma vez e viu a luz do quarto de Jacob acesa, e teve certeza de que ele estava bem ali, a olhando ir embora, só que dessa vez, sem dizer nada e nem pedindo para que ela ficasse.

 

 


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Notas finais do capítulo

Gostaram ? o que me dizem ? estou ansiosa para ver o que vocês acharam desse capitulo! ficou bem grandinho e alias.. fiquei a tarde inteira para escreve-lo.
Postarei o proximo na terça feira !
até mais, bjoo



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