P.o.v Nessie

Não vou dizer que depois de tudo o que aconteceu no dia do jogo, virou passado, eu esqueci e que tudo se resolveu assim, de um dia para o outro. Os dias depois do ocorrido foram difíceis.

A escola não falava de outra coisa a não ser tentar descobrir quem era a ‘’Vadia’’ que estava saindo com Jacob Black. Leah por algum motivo acabou não revelando quem era, e em poucos dias a poeira abaixou. Ela tentava a todo custo se aproximar dele, alegando que havia feito aquilo em um momento de loucura e que ainda o amava. Chorou na minha frente e na frente dele, Jake saiu de perto dela furioso, ele não iria perdoa-la tão cedo.

Fiquei mal por alguns dias, mas depois tive que superar. Esse é o ciclo da vida, seguir em frente sempre.

Ao menos algo bom no meio disso tudo, nossa escola havia ganhado o jogo naquele dia. Foi um ótimo jogo de boas vindas a Jacob, fiquei feliz por ele.

Os dias foram se passando e apesar de tudo o que houve, tudo estava em uma perfeita ordem. Minha tia não havia descoberto nada sobre mim e Jacob, eu e Jake estávamos firmes e fortes, minha amizade com o pessoal também era firme e forte. É surpreendente a maneira como criamos laços com as pessoas, nos apegamos e em pouco tempo ela já faz parte da tua vida de uma maneira.. como se estivessem com você a vida toda. Eram meus melhores amigos. Todos os finais de semana saímos para algum lugar, ou quando não saíamos ficamos em casa, conversando, rindo, nos divertindo.

Esses poucos meses em Forks, definitivamente valiam por todos os anos que vivi em nova York. Todas as pessoas, amigos, colegas, levaria para a vida toda, independentemente de tudo.

— Como você consegue desarrumar tão rápido seu guarda roupa menina ? – Marta parecia incrédula enquanto eu e a ajudava a arrumar a bagunça do meu guarda roupa.

— Quando descobrir me avisa – ri – Ainda bem que você me ajuda aqui, na minha casa eu tinha que me virar sozinha.

— E sua mãe ? –Indagou.

— Ah.. – suspirei – Bella trabalha muito, não passamos muito tempo juntas, quem dirá arrumar meu guarda roupa comigo.

Ela me olhou com um olhar solidário, e depois sorriu docemente.

— Aposto que ela te ama muito, e se trabalha tanto assim é por que quer te assegurar uma vida estável e boa – Continuou arrumando os cabides em ordem.

Eu ia lhe entregando as roupas enquanto ela os organizava no seu devido lugar.

— Tudo bem.. sei que eles querem que eu tenha uma vida melhor – Sorri triste – Eu entendo.

— Você mudou – Disse após um tempo em silêncio – Quer dizer.. parecia insegura, triste e definitivamente achei que iria querer embora antes de completar uma semana em Forks.

Dei um sorriso torto. Sim, definitivamente achei que não iria durar mais que uma semana nessa cidade. A escola no começo era um saco, viver sob o mesmo teto que Jacob ( no começo era um saco) ter que aguentar 6 meses aqui.. realmente era uma coisa de louco. Era uma coisa de louco por que aqui eu não saía todos os fins de semana como saia em Nova York, por que não tinham meus ‘’ amigos ‘’ comigo, por que estava longe dos meus pais e teria de me adaptar aqui.

— As coisas mudam – Abaixei a cabeça sorrindo – Agora me pego pensando na hora de ir embora.

— O que teria feito as coisas mudarem ? – Ela estava com os olhos curiosos.

—Ah.. – Gargalhei – Amigos, a convivência, o passar do tempo, e também..

— Algum garoto – Ela sorriu pra mim.

— oh.. não – Fingi indiferença – Eu acho que..

— Que eu estou certa – Me interrompeu – Eu sei que tem algum garoto, achei que fosse aquele  belo jovem moreno.. como era o nome mesmo ? ... Nahuel.

Dei um sorrisinho sem graça.

— Não.. Nahuel e eu.. sei lá – Suspirei – Ele era o cara certo, mas por algum motivo.. e-eu não sei, não deu certo.

Ela parou o que estava fazendo, e lentamente se sentou ao meu lado, ela suspirou e ficamos ali, largadas no chão enquanto encarávamos o nada.

— Sabe Nessie o coração é incerto e cheio de armadilhas.. e você pode ter certeza de que existem dois tipos de pessoas – Murmurou e eu prestei atenção nas suas palavras – Aquela que é a pessoa certa pra você.. e a que faz feliz. Qual você escolheria ?

Meus olhos atentos ficaram fixos no seu rosto,até que eu desviasse e encarasse um canto vazio enquanto pensava em suas palavras. Dei um sorriso torto. Já havia feito a minha escolha.

— Mesmo quando a pessoa que te faz feliz é a pessoa errada ? – Perguntei.

— Se te faz feliz, então por que seria a errada ? – Piscou para mim.

Ela se levantou e voltou a atenção as roupas. Fiquei alguns segundos sentada, pensando nas suas palavras e se de alguma maneira elas faziam sentido. Talvez fizessem.. fizessem muito mais que sentido.

Finalmente havia entendido o que minha mãe sempre dizia a mim .

Duas peças iguais não montam um quebra cabeça

E na vida real, levando esse conselhos para as pessoas.. talvez tivesse razão. Mas como explicar a ela que a minha alma gêmea estava disfarçado em um cara absurdamente egocêntrico, que eu odiava desde o início, vestido em uma jaqueta de couro e óculos escuros?.

A vida tem dessas. Sorri comigo mesma.

— Acho que talvez eu devesse a atirar para fora da janela, - Ouvi alguém dizer.

— Jacob! – Marta o repreendeu. – Ela só está distraída! .

Pisquei algumas vezes e finalmente me dei conta de que Jacob estava bem a minha frente.

Dei risada.

— Eu te levo junto – Estendi a mão e ele rapidamente a pegou me ajudando a levantar – Pra amortecer a queda.

Ele revirou os olhos.

— Engraçadinha – Sorriu – Vou no centro dar uma volta, quer ir também ?.

Sorri de lado.

— o que? – Marta nos encarava boquiabertos – Chamando pra dar uma volta ? finalmente deixaram as brigas de lado?.

Ela agora trocou a expressão de surpresa para contente.

— É que ele sabe que nenhuma companhia seria melhor que a minha – Me gabei e ele riu.

— Na verdade só vou te levar por que não tenho com quem ir – Murmurou .

— Vai se ferrar.

— Vamos logo – Gargalhou.

— Vou me trocar, cai fora do meu quarto – Segurei seus ombros o guiando até a porta.

Ele me olhou sedutoramente.

— Por que não posso ver você se trocando ? – Sussurrou só para que eu escutasse.

Franzi a sobrancelha com um meio sorriso.

— Porquê não, Jacob.

— Já te vi sem nenhuma peça de roupa – Provocou – Posso ver de novo ? .

Fechei a porta na sua cara antes da resposta e ri baixo. Olhei para Marta e ela sorriu pra mim.

— Posso te dizer algo ? – Ela murmurou baixinho, e eu assenti – Vocês ficam bem juntos.

Estaquei bem ali.

—C-como ? – Droga, não conseguia controlar o nervosismo na minha voz – Não estamos juntos.

Ela sorriu.

— Mas formariam um belo casal. – Sorriu – Há tempos que eu não via Jake feliz desse jeito, de alguma forma.. quando chegou, você mudou isso Renesmee.

Abaixei a cabeça envergonhada e fui até o closet procurar algo pra vestir.

— E-eu não fiz nada Marta, - Murmurei – Mesmo ele sendo um idiota as vezes, Jacob é uma pessoa boa.

— Ele te olha.. diferente – Continuou.

Não olhei em seus olhos pois eu sabia que ela encontraria o brilho neles ai, e entregaria a minha evidente felicidade.

— Claro que não.. – Gargalhei – Você está viajando marta.

Me sentia nervosa. Parecia que ela sabia de tudo, não que ela estivesse insinuando que eu e ele estivéssemos juntos, mas era só que.. Marta era tão vivida e sábia que se eu tentasse negar algo a ela, ficaria bem evidente que eu estaria mentindo.

— Posso te dizer só mais uma coisa ? – Perguntou, e fiz menção que sim, me virei para olha-la.

— Eu sabia que Leah já era, desde o momento em que vi a maneira como ele olhou para você, no primeiro dia em que você chegou. – Ela deu um sorriso, um sorriso doce mas ao mesmo tempo tão .. sábio.

E depois de ter dito isso ela saiu do meu quarto, deixando uma Renesmee com um sorriso bobo no rosto.

                                                                           *

— O que tem em mente ? – Murmurei enquanto trocava de música.

Estávamos no seu carro enquanto nos encaminhávamos para o centro.

— Quer ir para algum lugar especifico ?

— Uma sorveteria.. talvez ? – Sorri.

— Nesse frio? Sério ? – Gargalhou.

— Não vejo problema nenhum. Já faz algum tempo que não vou a nenhuma sorveteria, a ultima vez foi em Nova York.

Ele sorriu de lado.

— Certo, então vamos senhorita Carlie .

— Carlie.. – Repeti suspirando.

— É seu sobrenome, não é ?

— É – Ri  - É uma mistura de Charlie com Carlisle. Meus avôs.

Dei de ombros enquanto focava meus olhos nas casas que passavam como borrão.

Owl City – Fireflies  https://youtu.be/psuRGfAaju4 

Quando chegamos, procuramos uma mesa pra sentar e fizemos nossos pedidos. Peguei uma cestinha com três diferentes tipos de sabores e Jacob pediu uma casquinha.

Ficamos conversando e rindo por um tempo. A sorveteria não tinha muitas pessoas, e aquilo era bom. Soprava um vento gelado, mas não necessariamente estava frio.. era uma brisa gelada.

— E então.. o que vai ser quando terminar os estudos ? – Perguntei enquanto me deliciava com meu sorvete.

—Esta pensando em .. Yale talvez ? – Respondeu.

— É uma boa universidade – Sorri.

— Pensa em ir para alguma ?

— Columbia – Murmurei – É que.. fica em Nova York, e meus pais não querem que eu vá para uma universidade do outro lado do país.

Ele assentiu, vi sua expressão mudar um pouco. Talvez por eu ter tocado o nome Nova York ?.

— hey ? – O chamei e ele levantou o olhar. – Vem cá..

Me estiquei um pouco para poder chegar perto dele, vi que um sorriso estava começando a se formar. Mas desapareceu completamente quando esfreguei a cestinha contando um pouco de sorvete em sua cara .

— Oh.. Droga – Pulou para trás, com a cara repleta de sorvete – Droga.. você não fez isso Renesmee.

— Ah.. eu fiz sim – gargalhei.

—Então segura essa – Num movimento rápido ele se inclinou na minha direção e esfregou o sorvete na minha cara.

— oh.. – Falei piscando um pouco.

Tirei o sorvete que estava em meus olhos. Ele riu.

— Seu.. – Começamos uma guerrinha de sorvete enquanto riamos alto, chamando obviamente a atenção de quem estava ali.

Ele jogava sorvete em mim e eu nele.

— hey hey ! – O dono da sorveteria gritou, - Que baderna é essa ?.

Riamos enquanto estávamos ofegantes, cansados e totalmente melecados de sorvete.

— Acho melhor pararmos – Falei virando o rosto – Que vergonha, tá todo mundo olhando.

Tentei olhar para qualquer direção que não fosse a daquelas pessoas nos encarando com reprovação e a cara do dono do lugar que parecia estar irritado pela bagunça. Sorvete no chão, na mesa, guardanapos espalhados.

— Acho melhor a gente ir se lavar – Ele se levantou ainda rindo.

Pegando na minha mão, Jacob me arrastou para os fundos onde tinha um banheiro.

— Não pode nem mais ser feliz – Resmunguei rindo.

— Sujando seu namorado lindo e gostoso? – Indagou com as sobrancelhas arqueadas.

— Aonde está o lindo e gostoso ?.

Eu adorava contrariar, aliás.. alimentar o ego de Jacob Black era uma das coisas que jamais deveriam fazer.

— Aqui – Murmurou trancando a porta atrás de nós e me puxando pela cintura unindo nossas bocas.

Seu beijo misturado com sorvete sabor.. chiclete e flocos, era delicioso. Seus lábios macios, quentes lentamente contornando os meus enquanto minhas mãos se infiltraram por dentro dos  seus cabelos o trazendo pra mim.

— Morango.. – Sussurrou entre o beijo. Provavelmente estava falando do sorvete que ainda estava no meu rosto – Que delicia..

Gargalhei quando ele fez cosquinha com a boca em minha bochecha.

— Você tá um horror – Brinquei.

— E você teve sorte que não pegou sorvete no seu cabelo – Retrucou.

— Eu ia te matar se isso tivesse acontecido – Virei as costas onde peguei papel higiene e olhei pro espelho que tinha ali.

Comecei a limpar meu rosto e meu pescoço onde havia sujado. Ele começou a fazer o mesmo.

— Droga.. – Suspirei – Manchou meu vestido.

Ele riu.

— Você supera, - Jacob molhou o rosto e depois o secou com uma toalha – Vamos ?

— Certo, vamos .

Nos encaminhamos para fora da sorveteria. Estava quase escurecendo então atravessamos a rua e nos sentamos debaixo da arvore da praça que tinha na frente da sorveteria.

Ficamos um bom tempo ali, conversando.. jogando conversando fora, rindo, nos  divertindo. Quando começou a esfriar e eu não trouxe nenhuma blusa de frio, ele me emprestou sua jaqueta de couro.. aquela minha favorita.

Seu cheiro impregnado nela.. tão gostoso.

Estávamos conversando sobre nossos sonhos, o futuro.. em nós, um pouco de tudo.

— Viajar.. sem rumo, só pegar minhas coisas e ir.. – Sorriu me aconchegando mais a ele, eu estava bem ao seu lado, seus braços contornando meus ombros, me aquecendo ali no calor dos seu braços. – Sentir a liberdade.. ser livre.

— Quem nunca sentiu vontade de fazer isso ? – Sorri.

— Qual seus sonhos ?.

— Escalar o Everest. – Gargalhei – Poder voar seria uma boa. Hm.. viajar para o Brasil..

— Morar em frente a praia – Continuou –Poder ler mentes..

— Morar em frente a praia – Suspirei – Deve ser sensacional.

Ele assentiu e continuamos conversando.  Dividindo nossos sonhos secretos, rindo..

— Casar depois dos trinta – Murmurei.

— Trinta ?? – Questionou surpreso – Ual.

— Temos muito o que aproveitar ainda ..- Expliquei – Mas.. quem sabe isso não aconteça antes.

— O que faria essa data se adiantar ?.

Pensei um pouco antes de responder. O que de fato faria com que eu me casasse antes dos trinta? Se eu estivesse louca.. talvez.

— Desesperadamente apaixonada – Gargalhei – Tipo.. muito mesmo.

Ele me acompanhou na risada.

— Então acho que já posso casar – Sussurrou no meu ouvido.

Senti um arrepio e me virei para ele.

— Também acho que já posso – Sussurrei de volta, e vi ele sorrir.

Ele me pegou de surpresa me dando um abraço de urso. Comecei a rir enquanto me debatia, já que o mesmo mordia carinhosamente a minha bochecha.

— Jake ! – Gargalhei.

Num movimento desajeitado acabamos caindo deitados na grama e ficamos ali, naquela posição, rindo feito bobos. Deitei a cabeça em seu peito e ele com os braços a minha volta, ainda rindo.

A noite já havia chegado, fria.. mas bonita. O céu estrelado e a lua brilhando maravilhosamente.

— Quantos filhos ? – Perguntei.

— 4 ou mais – riu.

— Tá querendo uma creche é ?

— O que? Gosto de crianças – Se defendeu.

— Tudo bem então – Ri – 4 filhos.

Mas algum tempo em silêncio. Ouvíamos algumas vozes um pouco mais afastadas, mas na onde estávamos era abem mais tranquilo, como estava frio e a noite a praça não tinha muita gente.

— Sabe o que mais gosto em você ? – Sussurrou roucamente.

— O que ? – Sussurrei de volta – A minha beleza ?

Brinquei e ri baixo, ele sorriu.

— A maneira como você é. Você.. não tenta me mudar o tempo todo, querendo que eu seja algo que você quer. Você simplesmente me aceita do jeito que sou – Disse. Me apoiei em meus cotovelos para encara-lo, agora séria – É a primeira pessoa que aceita as meus defeitos, meu ego grande – Riu novamente – Meus sonhos estranhos..

Meus olhos fixaram nos seus. Jacob era tão.. Jacob. Nunca iria cansar de me surpreender.

— Seus sonhos estão guardados comigo em segredo Jacob.. por mais loucos que pareçam ser – Sussurrei, nossos olhos intensos um no outro – Eu me apaixonei por esse cara que está bem aqui na minha frente, por qual motivo eu tentaria muda-lo ?.

— Mesmo com essa risada meio estranha ? – Gargalhou.

— Mesmo com essa tua risada estranha – Concordei com um sorriso.

— Seus sonhos loucos estão a salvo comigo.. não importa o que aconteça. – Murmurou.

— Obrigada – Sussurrei de volta.

                                                                        *

Fechei o armário e apoiei os livros de química e biologia nos braços, teria que prestar atenção nas próximas aulas.. se eu realmente quisesse tirar ao menos uma nota decente.

Estava atolada de lições, e estudar bastante para as provas.

— Renesmee. – Tomei um susto no momento em que tranquei meu armário e estava prestes a ir pra aula, Leah aparece bem na minha frente

— Leah – Soltei um suspiro frustrado – To atrasada pra aula, da licença.

Passei por ela, mas a mesma segurou meu braço e me obrigou a voltar para onde estava. Olhei para ela com a sobrancelha arqueada.

— Que audácia é essa fofa ?

— Então.. você e Jacob juntos ? – Riu amargurada – tsc.. tsc.. eu sabia que você era uma vadia. Desde o começo que coloquei os olhos em você garota.. sabia que de mosca morta era só a cara.

Respirei fundo.

— Você não tem nada a ver com isso Leah, o que eu sinto.. não te interessa.

— Interessa ! interessa quando você ROUBOU ele de mim, você não entende que desde o começo eu o amei ? que sempre foi eu, foi EU, não você ! – Leah estava começando a se alterar.

— Eu não roubei Jacob de ninguém, não o obriguei a ficar comigo e muito menos a ter sentimentos por mim, se ele está comigo é por que gosta de mim. – Rebati – se está comigo é por que quer Leah, entende isso.

— Nunca vou entender – Eu via que ela estava tentando controlar a raiva – Jacob.. e-ele nasceu pra mim.

— Não Leah – Sussurrei – Continua tua vida, segue em frente. Pare de correr atrás de quem demonstra viver bem sem você.

— VOCÊ FALA POR QUE NÃO É VOCÊ ! – gritou – Não vou desistir. Eu nunca vou.

— Isso não é amor – Guinchei irritada – É.. obsessão.

— Não consigo entender o que ele viu em você.. – Cuspiu – É tão sem sal, ridícula, o que você pode oferecer a Jacob ?.

— Meu coração. – Murmurei antes de virar as costa para ela e sair dali, definitivamente sem olhar para trás.

 Fui para a sala de aula e tentei manter a minha concentração na explicação do professor. Fiz alguns exercícios e Claire graças a Deus foi minha dupla.

Quando a aula acabou fomos conversando pelo corredor, falei para ela sobre a briga com Leah.. e ela disse para não ficar me preocupando tanto com isso.

— A gente tá tão bem.. – Murmurei me referindo a Jacob.

Claire soltou um risinho enquanto guardava suas coisas no seu armário, eu estava parado ao seu lado.

— Você tá amarradona né ?

— Seria loucura dizer que eu nunca quis tanto alguém como quero ele?

— Loucura seria você deixar tudo isso pra trás e ir embora.

Fechei os olhos respirando fundo.

— Falta duas semanas Claire.. Duas semanas – Estava quase entrando em desespero.

Duas semanas e eu teria de ir embora e deixar tudo isso para trás. Como poderia dizer Adeus aos meus amigos, como dizer Adeus a ele ? eu não poderia..

— Você contou a ele ?

— Não ! eu não sei se conto..

— Você o ama ? – Questionou com os olhos atentos – Por que sinceramente Nessie.. não acho que seja apenas uma paixonite boba.

— Amo.. é-é uma coisa de louco Claire – Coloquei as mãos no rosto – É tão forte.. não consigo lutar contra isso.

— Não lute – Sorriu pra mim – E não vá embora também.

Sorri triste.

— Não posso Claire, você acha que é fácil abandonar tudo em Nova York assim? Tenho família.. meus pais.. minha vida está lá.

— Sua vida está aqui – Afagou meus ombros – É onde você quer estar, independentemente se você tem de ir lá pra.

— não posso.. eu..

— Você vai contar pra ele.

— Não vou – Falei firme – Não posso contar.. Droga, eu não sei o que faço.

— Como assim não vai? Nessie falta duas semanas pra você ir embora e você não vai contar nada pro...

— O que ? – Alguém chegou do nosso lado nesse momento.

Gelei no mesmo instante. Jacob.

— J-jac-cob ? – Gaguejei trêmula.

— VOCÊ VAI EMBORA EM DUAS SEMANAS NESSIE ? – Sua voz subiu duas oitavas, seus olhos repletos de confusão, agonia, magoa.. tudo aquilo que odiava ver nas suas orbes escuras.

Um pânico estranho me invadiu.

— E-eu-eu.. – Olhava fixamente nos olhos de Jacob, a intensidade dos seus olhos estava me intimidando.

— Ai.. fodeu – Claire engoliu em seco.

— Você não me contou nada ? – Sussurrou e se afastou um passo.

— E-Eu não queria.. quer dizer.. e-eu não podia Jake.. me escuta.

— Não podia ? é isso que tem a me dizer ?

— NÃO ! – Falei depressa.

A cada vez que tentava me explicar tropeçava mais e mais nas minhas palavras. Tentei me aproximar mas ele recuou um passo.

— Iria deixar pra me contar quando estivesse no avião voltando pra tua cidade ? – Riu magoado.

— Claro que não ! – Guinchei – Eu nunca faria isso com você Jake, você sabe.

Sentia um bolo se formar na minha garganta.

Ele negou com a cabeça, arrumou a mochila nas costas. Seus olhos amargurados e virou as costas pra mim, andando a passos firmes sem olhar pra trás.

O observei cada vez mais se afastar.

— Jake.. – Sussurrei com os olhos marejados.