A Boneca de Emily escrita por Obake Suripu, Tia Luka Kane


Capítulo 2
A Aparição


Notas iniciais do capítulo

Olá smiles! A tia voltou com mais um cap *-*

Obrigada a Rocker girl, Rainbow Dash e Fluttershy e Swann pelos comentários! ∩ω∩

Boa leitura, smiles.



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Naquela noite não tive sonhos, então acordo tranquilamente ainda agarrada à boneca. Levanto-me sonolenta, levando a boneca comigo. Desço as escadas sentindo o cheirinho do café da manhã. Sorrio ao perceber que se trata de bacon e ovos. Mamãe sabe como me agradar.

Chego à cozinha murmurando um "bom dia" e sento-me à mesa.

— Que boneca é essa, filha? — pergunta mamãe.

— Ah, eu achei no quarto da bisavó Margareth. — respondo colocando suco de uva em um copo.

— Ela é bonita — diz mamãe entregando-me o prato de bacon e ovos.

Sorrio. Aquela boneca não era só "bonita". Tinha algo nela que chamava muito a minha atenção. Ela era, de fato, uma bela obra de arte.

Devoro meu bacon com ovos, e só então percebo o quanto estava com fome. Não comera nada no dia anterior. Levo meu prato para a pia e corro para o quarto apressada. Mal esperava para ver o quê mais tinha lá.

— Mas que pressa é essa? — ouço minha mãe perguntar quando chego à escada. Ignoro-a e subo.

Abro a porta, e só então percebo que aquele quarto é o único da casa que não cheira gente velha. Tem um cheiro delicioso de rosas. A noite estivera tão absorta em meus pensamentos em relação à boneca, que nem percebera.

Então identifico de onde vem o cheiro. No parapeito da janela tem vasos de flores com delicadas rosas vermelhas. Olho-as encantada. São minhas flores favoritas.

Ao olhar pela janela, percebo que a vista dá para um jardim enorme com muitas flores, inclusive rosas de outras cores.

Coloco a boneca em cima da cama e começo a dar uma geral no quarto. Meu primeiro alvo foi o guarda-roupa, pois tinha roupinhas graciosas da época de minha bisavó. Eram vestidos rodados cheios de rendas e enfeites bonitos. Vestidos realmente lindos, da época em que minha família ainda era rica e meu tataravô tinha um título de nobreza. Marquês ou algo assim.

Olho por todo o guarda-roupa, mas nada parece ser tão intrigante quanto a boneca. Reviro tudo o que possa imaginar.

Percebo então que no fundo do guarda-roupa, na parte de baixo, tem uma tábua de madeira um pouco mais alta que as demais. Curiosa, bato de leve e percebo que é oca. Tento puxar, mas parece estar bem fixa.

Olho em volta e acho algumas caixas que mamãe deixou no quarto com minhas coisas. No topo da pilha, um estilete. Corro pega-lo.

Uso o estilete para ajudar-me a levantar a tábua, que sai revelando, de fato, um esconderijo secreto perfeito. Dentro do buraco, há uma caixa grande simples feita de madeira. Retiro-a do buraco e a abro.

Decepciono-me ao abrir e ver que não tem nada muito extraordinário. Tem alguns itens que não tem relação entre si: uma xícara de porcelana, uma espada - que de fato me chamou atenção por sua delicadeza e o modo como era simples segura-la -, uma rosa já murcha, uma escova de cabelo, uma tiara com um laço amarelo um tanto grande, uma gravata estilo borboleta amarela, e, por fim, uma coroa delicada que me chamou muito a atenção.

Ela era prateada, com pedras vermelhas parecidas com rubi, mas eu não tinha certeza, embora as pedras radiassem certo brilho vermelho. Era tão delicada que parecia feita especialmente para uma princesa ou rainha. Fico alguns minutos contemplando a beleza da coroa, imaginando de onde viera.

— Linda, não? — ouvi uma voz atrás de mim.

Olho para trás e meu coração quase sai pela boca. Havia uma menina igualzinha à boneca sentada na cama, no lugar dela.

— Q-quem é você? — pergunto assustada, me segurando para não sair correndo.

— Chamo-me Dolleye Jackstone. E a senhorita? — ela diz de maneira educada. Tinha certo sotaque diferente, e sua própria presença não parecia dessa época.

— Dolleye? Que nome diferente...

— Estás difamando meu nome?! — ela pergunta indignada.

— N-não é isso... — digo sem jeito — Seu nome é diferente, mas bonito.

Ela sorri amavelmente.

— Obrigada. Mas como se chamas?

— Emily Jones — eu digo sem jeito, me levantando. — Como entrou aqui?

— Ora, eu moro aqui.

— Mas eu acabei de me mudar para cá.

— Eu sei — ela diz — Você não entenderia se eu explicasse.

— Você é um fantasma?! — pergunto.

Ela cruza os braços fazendo cara feia.

— Achei que já tinhas notado o fato de eu ser uma boneca. — ela diz irritada.

— Espera — digo tentando processar a informação — você é a boneca que encontrei ontem? Como pode estar viva?

— É uma longa história — ela suspira — Parece-me que irá repetir-se mais uma vez...

— Do que está falando?

— Não importa.

— Filha, está aí em cima? — ouço a voz de minha mãe lá de baixo.

— Droga, é minha mãe. Se ela te ver aqui vai achar que invadiu a casa — rio.

— Não se preocupe comigo. Vá lá — diz ela indo em direção à janela.

— Certo — digo saindo do quarto. — Já volto.

Desço as escadas e encontro mamãe abrindo algumas caixas.

— Com quem estava falando? — ela pergunta.

— Ninguém — digo distraída olhando as caixas — Porque me chamou?

— Só queria saber se já estava arrumando suas coisas — ela diz.

Putz, as coisas. Ficara tão encantada com a caixa e Dolleye, que me esqueci de meu dever.

— Bem... Eu estava prestes a começar — digo sorrindo sem graça.

— Hum... Sei — diz minha mãe desconfiada.

— Sério! — digo em defesa.

Ela ri.

— Está certo. Arrume tudo direitinho, hein.

— Certo, mãe — digo rindo, já subindo as escadas.

Abro a porta vagarosamente. Dolleye ainda estava lá.

— Voltei — digo entrando.

Ela sorri ao me ver.

— Tenho muitas coisas para mostrar-lhe — ela diz animada.

— Desculpe — digo — mas tenho que arrumar esse quarto antes.

— Ah — ela me olha chateada — Tudo bem. Vamos, eu lhe ajudo.

Ela pega o estilete do chão e começa a abrir uma caixa. Passo a ajuda-la.


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Notas finais do capítulo

O que estão achando? Comentem pra tia saber!

Até a próxima, smiles! o/



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